PPGCS - Teses
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Item Obesidade, insatisfação com a imagem corporal e sintomas para transtornos alimentares em escolares na Serra Gaúcha(2013) Rech, Ricardo Rodrigo; Halpern, RicardoIntrodução: Na idade escolar e adolescência as crianças experimentam mudanças biológicas e cognitivas. Além disso estão expostas a fatores de risco ambientais como hábitos de vida e alimentação inadequados. É importante o conhecimento desses hábitos para promover intervenção e promover saúde. Objetivos: determinar as prevalências de obesidade, sobrepeso, sintomas para transtornos alimentares (TA), insatisfação com a imagem corporal e bullying em escolares de 6º ano da rede municipal de ensino da cidade de Caxias do Sul no ano de 2011. Métodos: estudo transversal de base escolar tendo como população-alvo os escolares do sexto ano (de 11 a 14 anos) das escolas municipais da cidade de Caxias do Sul. Foi utilizado um questionário autoaplicável e medidas antropométricas de peso, altura, circunferencia da cintura e dobras cutâneas para avaliação do estado nutricional. A prática de bullying foi avaliada com o questionário Kidscape, a imagem corporal com o Body Shape Questionnaire e escala de 9 silhuetas e os sintomas para transtornos alimentares com o EAT26. Foi utilizada estatística descritiva, análise bivariada (teste qui-quadrado de Pearson) e multivariada (regressão logística binária). Resultados: As prevalências de obesidade, sobrepeso e sintomas para TA foram de 7,30%, 22,80% e 33,10% respectivamente. Os escolares insatisfeitos com sua imagem corporal apresentaram quatro vezes mais probabilidades (RP=4,01 – IC 95%= 2,71 – 5,93) de estarem com excesso de peso e nove vezes (RP=9,30 – IC 95%=6,29 – 13,78) mais probabilidades de apresentarem os sintomas para TA. Em relação ao bullying, foram encontradas 10,2% de vítimas e 7,1% de agressores. Os escolares com hábitos sedentários (mais de três horas por dia) apresentaram 55% mais probabilidades de serem vítimas (RP = 1,55 – IC = 1,01-2,36) e mais do que o dobro de probabilidades (RP = 2,42 – IC = 1,47-3,97) de serem agressores. Mais de setenta por cento dos escolares estavam insatisfeitos com sua imagem corporal segundo a escala de 9 silhuetas. Conclusões: As prevalências dos desfechos avaliados, na população estudada, encontram-se elevadas. Os resultados revelam uma preocupante realidade em relação ao estado nutricional dos escolares e justificam a implementação de ações de saúde nas escolas em relação a este tema. Ao final, é possível aconselhar, também, uma discussão mais aberta com os escolares a respeito das questões que envolvem o bullying, a imagem corporal e os transtornos alimentares.Item Qualidade de vida e voz em usuários de substâncias psicoativas(2013) Moreira, Taís de Campos; Barros, Helena Maria Tannhauser; Cassol, Mauriceia; Ferigolo, MaristelaA qualidade de vida reflete a percepção que os indivíduos têm sobre suas necessidades se estão sendo satisfeitas ou, se estão sendo negadas oportunidades de alcançar a felicidade e a auto-realização. O objetivo principal desse estudo foi avaliar a qualidade de vida e voz em usuários de substâncias psicoativas que ligaram para o call center do VIVAVOZ e os que buscavam tratamento na Cruz Vermelha Brasileira em Porto Alegre. Esta tese permitiu a produção de 6 artigos: 1) Quality of life of users of psychoactive substances, relatives, and non-users assessed using the Whoqol-Bref foi avaliada a qualidade de vida de usuários de substâncias psicoativas, familiares e controles por meio do questionário Whoqol-Bref. Realizou-se um estudo transversal, com aplicação do questionário por telefone por uma equipe de consultores treinados. O principal resultado demonstra que controles tinham escores maiores de qualidade de vida, que os familiares de usuários e usuários em todas as áreas do questionário Whoqol-Bref. 2) Qualidade de vida e codependência em familiares de usuários de drogas, este estudo verificou a associação entre o índice de codependência e qualidade de vida. Foram utilizados os questionários Whoqol-Bref e escala Holyoake Codependency Index (HCI), a metodologia utilizada foi a mesma do artigo anterior. Familiares de usuários de substâncias psicoativas com alta codependência apresentaram escores de qualidade de vida inferiores aos familiares com baixa codependência. 3) Uso de substâncias psicoativas, alterações vocais e qualidade de vida em usuários de drogas, os dados foram coletados na Cruz Vermelha do Brasil, com usuários que buscavam tratamento para dependência química.Os participantes foram convidados a responder o questionário Mensuração de Qualidade de Vida e Voz (QVV), o WhoqolBref além de, fazer um registro de voz. Foram avaliados 29 protocolos, os escores de Whoquol-Bref e QVV não apresentaram diferenças entre usuários de drogas lícitas ou ilícitas. Na análise perceptiva por meio da GRBAS-I mostraram uma predominância de alterações discretas e moderadas nos itens grau geral da disfonia, rugosidade e instabilidade. O jitter e o shimmer estavam alterados para homens e mulheres e grande parte da amostra apresentou o desvio padrão da frequência fundamental alterada (STD da fo) refletindo que uso frequente de álcool, tabaco e outras drogas aumenta o risco de patologias laríngeas que alteram os parâmetros vocais. 4) Qualidade de Vida e Voz em usuários e não usuários de substâncias psicoativas: estudo piloto, objetivou-se comparar a qualidade de vida e voz em usuários de substâncias psicoativas e não usuários por meio do questionário Mensuração da Qualidade de Vida em Voz (QVV). Um estudo transversal foi realizado com coleta realizada por telefone, a metodologia foi a mesma seguida no artigo 1. Usuários de substâncias psicoativas apresentam escores inferiores a não usuários no domínio total e sócio emocional nas repostas do QVV, embora não existam diferenças na qualidade de vida entre os grupos. 5) Taxas de não-adesão em intervenções por telemedicina para usuários de substâncias psicoativas - Revisão Sistemática, objetivou-se identificar as taxas de não-adesão de indivíduos que realizaram tratamentos para dependência química com uso de estratégias de telemedicina em ensaios clínicos randomizados. Foram avaliados 20 ensaios clínicos randomizados com no mínimo três meses de intervenção e, embora todos utilizassem a telemedicina como apoio, os métodos de tratamentos foram diferentes. As taxas de nãoadesão a tratamentos para usuários de substâncias psicoativas por meio de telemedicina variaram entre 15% e 70% dependendo do país, método da intervenção, tempo de seguimento e substâncias utilizadas. O uso de mais de uma técnica de intervenção, tempo curto de tratamento e o tipo de substância utilizada pelos pacientes parecem facilitar a adesão ao tratamento. 6) Factors associated with dropout of vocal rehabilitation treatment in randomized clinical trials- systematic review, essa revisão sistemática teve por objetivo identificar taxas de dropout em ensaios clínicos randomizados para reabilitação vocal. Foram avaliados 41 artigos por meio da escala GRADE. Ensaios clínicos randomizados conduzidos na área da terapia de voz, quando avaliados pelo GRADE mostraram que estudos com baixa qualidade metodológica tem maiores taxas de perda de pacientes. Uso de substâncias psicoativas afeta diretamente a qualidade de vida e voz dos usuários, altera parâmetros vocais que podem indicar a presença de patologias vocais que muitas vezes não são percebidas pelo dependente químico.Item Desenvolvimento de ensaios de PCR em tempo real para identificação de quatro subespécies do complexo Streptococcus bovis/Streptococcus equinus a partir de swab retal(2013) Lopes, Paulo Guilherme Markus; d'Azevedo, Pedro AlvesO complexo Streptococcus bovis/Streptococcus equinus (SBEC) abrange espécies patogênicas relacionadas em diferentes níveis com infecções em humanos. Este complexo de genoespécies tem sido associado a desordens hepatobiliares e mais notavelmente em adenomas de cólon e câncer colorretal (CCR). Portanto, o objetivo deste estudo foi desenvolver ensaios de PCR em tempo real (qPCR), utilizando o sistema TaqMan®-MGB e baseado nos genes recN e gyrB, para detecção de S. gallolyticus subsp. gallolyticus, S. gallolyticus subsp. pasteurianus, S. infantarius subsp. coli e S. infantarius subsp. infantarius, e quantificação de S. gallolyticus sp. a partir de amostras de swab retal de voluntários sob risco para doenças gastrintestinais. Estes ensaios foram testados em cinco isolados clínicos e 14 cepas referência de Streptococcus sp., Enterococcus sp. e Escherichia coli. Os cinco isolados clínicos e quatro cepas referência foram corretamente identificadas, nenhum falso-positivo foi observado entre as cepas de Streptococcus sp. filogeneticamente relacionadas, igualmente para as outras espécies testadas O ensaio quantitativo pode detectar valores acima de 30 cópias genômicas bacterianas. Foram incluídos no estudo 54 (H=19, média etária 64,6, entre 46-76 e M=35, média etária 57,9, entre 44-80, P=0,015) voluntários ambulatoriais e não colostomizados submetidos à colonoscopia. A prevalência geral das subespécies do SBEC esteve em 35,2%: S. gallolyticus subsp. gallolyticus (11,1%), S. gallolyticus subsp. pasteurianus (13%), S. infantarius subsp. coli (20,4%) e S. infantarius subsp. infantarius (11,1%). Nosso estudo demonstrou associações entre doença hemorroidária (P=0,047) e litíase biliar (P=0,023) com colonização por ao menos uma subespécie do SBEC. Litíase biliar também esteve relacionada com colonização por S. infantarius subsp. coli (P=0,021) e doença hepática crônica com colonização S. infantarius subsp. infantarius (P=0,002). Estes ensaios de qPCR estabelecem condições para detecção molecular das subespécies do SBEC bem como quantificar S. gallolyticus sp. a partir de amostras coletadas por swab retal e podem ser utilizados para triagem e vigilância em pacientes submetidos à colonoscopia.Item Alterações histomorfométricas e grau de apoptose no corpo cavernoso de ratos em deprivação androgênica submetidos ou não a reposição hormonal com testosterona(2013) Halmenschlager, Graziele; Rhoden, Ernani LuisA fisiologia da ereção envolve mecanismos centrais e periféricos complexos. Contudo, para que os fenômenos envolvidos na função erétil se estabeleçam de maneira adequada, há a necessidade da integridade dos tecidos dos corpos cavernosos, bem como de um nível adequado de hormônios e neurotransmissores. Ainda, níveis adequados de testosterona atuam na anatomia do corpo cavernoso, na fisiologia e na função do tecido peniano, bem como regulam a liberação de óxido nítrico. Porém, o exato mecanismo pelo qual a testosterona atua no corpo cavernoso permanece incerto. Portanto, o objetivo desta tese foi avaliar os efeitos histomorfométricos e o grau de apoptose no corpo cavernoso de ratos submetidos à ablação androgênica, com ou sem reposição hormonal com undecanoato de testosterona. Para tanto, ratos Wistar adultos foram divididos em três grupos: Grupo 1= Sham operation (n=5-8); Grupo 2 = Orquiectomia bilateral + veículo oleoso 30 dias após a cirurgia (n = 7 – 8) e Grupo 3 = Orquiectomia bilateral + Undecanoato de testosterona 100mg/kg, via i.m., 30 dias após a cirurgia (n=5-7).Todos os animais foram sacrificados 60 dias após o início dos experimentos. Observamos uma diminuição nos níveis de testosterona no Grupo 2 quando comparado aos Grupos 1 e 3 (P<0,001). A ablação androgênica diminuiu tanto o diâmetro peniano bem como a quantidade de musculatura lisa no corpo cavernoso (P=0,001; P=0,005, respectivamente) e a reposição hormonal manteve estes parâmetros a níveis de animais controle. Nenhuma diferença foi encontrada na quantidade de espaços sinusóides (P=0,207), fibras elásticas (P= 0,849), fibras colágenas (P=0,216), grau de apoptose celular (P=0,095) e óxido nítrico entre os grupos (P=0,526). Concluímos que níveis adequados de testosterona mantêm a quantidade de musculatura lisa no corpo cavernoso e que este andrógeno não influencia na quantidade de fibras elásticas e fibras colágenas no corpo cavernoso de ratos. Além disso, a testosterona não altera a taxa de apoptose no corpo cavernoso bem como os níveis de óxido nítrico.Item O impacto do biofilme no perfil de susceptibilidade aos antibióticos e a caracterização dos principais determinantes de sua resistência em Staphylococcus spp(2013) Reiter, Keli Cristine; d'Azevedo, Pedro AlvesStaphylococcus são microrganismos comensais e habitantes da pele humana que emergiram de maneira oportunista, principalmente em infecções associadas à formação de biofilme. O biofilme é uma comunidade de bactérias vivendo em organizadas estruturas e sua presença em infecções crônicas está associada a sua resistência contra antibióticos utilizados para tratamento destas infecções. Essa resistência pode ocorrer principalmente devido à fisiologia e estrutura do próprio biofilme. Este estudo foi desenvolvido com métodos fenotípicos para avaliar a formação de biofilme em Staphylococcus spp, e com a utilização de ferramentas moleculares para avaliar a expressão de genes associados à formação e regulação destes biofilmes. Em ambos os casos, as avaliações se basearam em biofilmes expostos ou não a antibióticos. Foram selecionados isolados de Staphylococcus de pacientes internados no Complexo Hospitalar Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, com bacteremia verdadeira (invasivos) ou colonização de cateter (colonizantes). Dentre 104 Staphylococcus spp, 74 foram invasivos e 89% formaram biofilme, enquanto que 30 eram colonizantes de cateteres e 64% formaram biofilme (p<0,05). Biofilmes maduros de cinco S. aureus resistentes à meticilina foram expostos à vancomicina e rifampicina, e a concentração mínima para erradicar o biofilme foi 64-32.000 e 32-512 vezes maior que para células planctônicas, respectivamente. S. aureus susceptíveis à meticilina foram testados da mesma forma, expostos à vancomicina, eritromicina, oxacilina, gentamicina, rifampicina e tigeciclina. As melhores atividades foram encontradas para vancomicina e tigeciclina, comparado com os demais antibióticos (p<0,05). Dentre S. epidermidis formadores de biofilme, 27 foram submetidos aos mesmos testes citados acima, para diferentes antibióticos incluindo linezolida, que apresentou a melhor atividade (p<0,05). Finalmente, para avaliar a expressão de genes envolvidos na formação e regulação do biofilme, foi utilizada a cepa S. epidermidis RP62A produtora de biofilme e a técnica de qPCR. Houve um aumento de expressão dos genes icaA, atlE e aap após exposição à linezolida, enquanto que não houve alteração para vancomicina. Frente aos resultados, é provável que tigeciclina e linezolida possam atuar de forma mais efetiva contra biofilmes maduros formados por Staphylococcus spp, apesar da erradicação não ter sido evidenciada em isolados clínicos, neste estudo.Item Efeitos agudos e repetidos da cocaína em ratas em diferentes condições hormonais: estudo dos mecanismos inibitórios e tóxicos no sistema nervoso central(2013) Souza, Marilise Fraga de; Barros, Helena Maria Tannhauser; Gomez, RosaneA sensibilização comportamental à cocaína consiste no aumento da resposta após uso repetido intermitente da substância, e tem sido apontada como um dos principais fatores que aumentam o risco do desenvolvimento da dependência. Indivíduos do sexo feminino têm mostrado efeitos mais intensos em resposta ao uso de psicoestimulantes do que os do sexo masculino, influenciados por diferenças hormonais. Além da neurotoxicidade induzida por sua ação nos sistemas dopaminérgico e glutamatérgico (excitatórios), a cocaína influencia a atividade dos sistemas inibitórios cerebrais (GABA e taurina), que se contrapõe aos sistemas acima. Objetivamos, portanto, verificar a influência dos hormônios femininos na neurotoxicidade da cocaína e nas adaptações dos sistemas inibitórios cerebrais, secundárias ao uso deste psicoestimulante em fêmeas. Para tanto, foram utilizadas ratas intactas hormonalmente ou ratas ovariectomizadas, recebendo reposição hormonal (progesterona e/ou estradiol) ou não. Estas foram sensibilizadas com doses repetidas de cocaína e seu comportamento (atividade locomotora e estereotipias) foi monitorado. Para avaliar a influência dos hormônios na neurotoxicidade da cocaína, foi realizado Teste Cometa em diferentes regiões cerebrais, para verificar lesão de DNA na célula neuronal. Para verificar a influência destes hormônios nos níveis extracelulares de GABA (e seus precursores, glutamato e glutamina) e de taurina no córtex pré-frontal medial, os animais foram submetidos a sessões de microdiálise após realização de cirurgia estereotáxica. Os resultados de comportamento indicaram apenas as fêmeas com presença endógena de estradiol e progesterona desenvolveram tanto sensibilização locomotora quanto estereotipia. Já a reposição de estradiol aumentou os comportamentos estereotipados após desafio à cocaína, enquanto as ratas que receberam reposição de progesterona, associada ou não ao estradiol, apresentaram menor escore de estereotipia após cocaína repetida. Tanto a exposição aguda quanto a sensibilização à cocaína induziram dano no DNA em diferentes regiões cerebrais das ratas, exceto no hipotálamo, onde o dano foi comparado ao das ratas que não receberam cocaína. A presença endógena de estrógeno e progesterona diminuiu o dano provocado pela administração de cocaína em todas as regiões cerebrais, mostrando que uma maior sensibilização em fêmeas pode estar relacionada ao desenvolvimento de neuroplasticidade nas regiões avaliadas. Os níveis extracelulares de GABA, de seus precursores e de taurina também sofreram alteração após exposição à cocaína. A administração aguda deste psicoestimulante aumentou os níveis de GABA, glutamato e taurina e diminuiu os níveis de glutamina no CPFm, de forma diferente se for considerada a condição hormonal. Já a sensibilização à cocaína provocou menor alteração nos níveis de GABA e de taurina e consequente aumento nos níveis de glutamato no CPFm das ratas com presença hormonal endógena. Estes resultados sugerem que uma maior sensibilização à cocaína em fêmeas pode estar relacionada a uma hipofuncionalidade dos sistemas inibitórios cerebrais decorrentes da presença endógena dos hormônios sexuais femininos. Portanto, a sensibilização à cocaína em fêmeas com presença hormonal (principalmente o estrógeno) está relacionada ao desenvolvimento de neuroplasticidade e a uma menor atividade dos sistemas inibitórios cerebrais, com consequente aumento na atividade excitatória no CPFm, uma das regiões cerebrais mais importantes no desenvolvimento da adição.Item Avaliação de pacientes com carcinoma de colo uterino inicial tratadas com histerectomia radical por laparoscopia ou laparotomia: um ensaio clínico randomizado(2014) Campos, Luciana Silveira; Kalil, Antonio NocchiO carcinoma de colo uterino é uma doença de morbidade e mortalidade consideráveis. Aproximadamente 500 mil mulheres desenvolvem carcinoma de colo uterino a cada ano no mundo, sendo que 83% dos casos ocorrem nos países em desenvolvimento. Os objetivos deste estudo são comparar dor pós-operatória, taxa de complicações cirúrgicas perioperatórias, sobrevida global e sobrevida livre de doença em cinco anos entre pacientes submetidas à histerectomia radical laparoscópica e à histerectomia radical abdominal para tratamento do carcinoma de colo uterino em estádio inicial. Foram incluídas pacientes nos estádios IA2 com invasão linfovascular, IB e IIA estadiadas clinicamente com os critérios da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia e que foram randomizadas para serem submetidas à histerectomia radical laparoscópica (16) ou à histerectomia radical abdominal (14). Ambas as técnicas foram realizadas pela mesma equipe cirúrgica. A intensidade da dor pós-operatória pela Escala Verbal Numérica foi considerada o desfecho principal. A dor pós-operatória foi avaliada pela equipe de enfermagem, a cada seis horas, durante o cuidado pós-operatório usual. Não houve diferença nas características demográficas e no tempo cirúrgico, tipo histológico e número de linfonodos excisados entre grupos. A média dos escores de dor das pacientes submetidas à histerectomia radical laparoscópica foi significativamente menor que a média dos escores de dor das pacientes submetidas à histerectomia radical aberta em 36h de observação (p = 0,044) – a média da diferença entre os escores de dor foi de 1,42 pontos (IC 95%; 0,04 a 2,80). Quatro pacientes (25%) no grupo que realizou histerectomia radical laparoscópica e cinco pacientes (35,71%) no grupo que realizou histerectomia radical abdominal apresentaram complicações transoperatórias ou complicações pós-operatórias severas. Todas as complicações transoperatórias ocorreram no grupo que foi submetido à abordagem laparoscópica. O Risco Relativo de apresentar complicações foi RR: 0,70 (IC 95%; 0,23 a 2,11; p = 0,694). Três pacientes no grupo submetido à abordagem laparoscópica (18,8%) e três pacientes no grupo submetido à abordagem abdominal (21,4%) apresentaram linfonodos pélvicos comprometidos e receberam radioterapia adjuvante (p = 1,00). O tempo médio de seguimento foi de 83,26 meses (IC 95%; 69,22 a 97,3). O tempo médio de sobrevida global foi de 74,74 meses (IC 95%; 54,15 a 95,33) para as pacientes submetidas à abordagem laparoscópica e 91,67 meses (IC 95%; 74,97 a 108,36) para as pacientes submetidas à abordagem abdominal (teste de log-rank = 0,300). O tempo médio de sobrevida livre de doença foi de 81,07 meses (IC 95%: 60,95 a 101,18) para o grupo submetido à abordagem laparoscópica e 95,82 meses (IC 95%; 80,18 a 111,47) para o grupo submetido à abordagem abdominal (teste de log-rank = 0,37). A hazard ratio (HR – razão de dano) para sobrevida global foi de 2,05 (IC 95%; 0,51 a 8,24) e a HR para sobrevida livre de doença foi de 2,13 (IC 95%; 0,39 a 11,7). Concluímos que a histerectomia radical laparoscópica apresentou menores escores de dor pós-operatória em 36 horas de pós-operatório de maneira estatisticamente significativa e apresentou uma taxa de complicações similar à da histerectomia radical abdominal. Não houve diferença estatisticamente significativa na sobrevida e sobrevida livre de doença em cinco anos entre os dois grupos. Os achados deste estudo sugerem que a histerectomia radical laparoscópica é oncologicamente segura, e a menor dor pós-operatória favorece a escolha da histerectomia radical laparoscópica para o tratamento do carcinoma de colo uterino inicial.Item Os enigmáticos Staphylococcus Coagulase Negativos (SCoN): estudos de métodos de extração de DNA e tipos de SCCmec em SCoN e epidemiologia molecular e formação de biofilme de Staphylococcus epidermidis(2014) Oliveira, Caio Fernando de; d'Azevedo, Pedro Alves; Rieger, AlexandreOs Staphylococcus coagulase negativos (SCoN) são um grupo de patógenos oportunistas que vêm crescendo em importância como agentes de infecções hospitalares relacionadas a dispositivos médicos invasivos. Além de causarem infecções de difícil tratamento, pois frequentemente são microrganismos multirresistentes e formadores de biofilme, este grupo de microrganismos também pode servir como reservatório de elementos genéticos móveis e genes de resistência para outras espécies. Neste estudo retrospectivo, foram analisados 137 isolados clínicos de SCoN provenientes do Complexo Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Primeiramente, foi comparado (com relação à quantidade e qualidade do material obtido) o rendimento de 4 métodos de extração de DNA utilizando-se espectrofotometria e PCR simples. Posteriormente, foi pesquisada a presença dos principais tipos de SCCmec utilizando-se um PCR multiplex. Em uma segunda etapa, a clonalidade dos isolados de S. epidermidis foi investigada por eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) e tipagem por sequenciamento de múltiplos lócus (MLST). Os resultados obtidos foram cruzados com formação de biofilme, presença do gene icaD e multirresistência. Embora com rendimentos diferentes, os 4 métodos de extração de DNA forneceram material apropriado para amplificação em PCR simples. O método baseado em coluna de separação apresentou os melhores resultados para os SCoN. Os tipos de SCCmec mais prevalentes foram os tipos II, III e V. Muitos isolados demonstraram possuir mais de um tipo de SCCmec, apesar disso, foi encontrada maior associação com multirresistência nos isolados que possuíam apenas um tipo de SCCmec. Os métodos de tipagem molecular revelaram uma grande diversidade genética da população de S. epidermidis. Apesar disso, também foi possível reconhecer alguns grupos clonais com características em comum. Os resultados obtidos neste estudo confirmam as principais características de virulência e a grande diversidade e mobilidade genética dos SCoN, justificando continuidade de monitoramento, assim como novos estudos envolvendo este grupo de microrganismos.Item Avaliação do dano de DNA em células do epitélio nasal de lactentes com bronquiolite viral aguda(2014) Mergener, Michelle; Amantéa, Sérgio Luis; Rhoden, Cláudia RamosA Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é uma doença de alta morbidade prevalente em todo o mundo, caracterizada por infecção do trato respiratório, principalmente devido a presença do Vírus Sincicial Respiratório humano (VSR). A avaliação da capacidade mutagênica viral e da exposição ambiental relacionada com a BVA no início da vida sobre o epitélio nasal através do ensaio de micronúcleos pode ser uma ferramenta não invasiva. Este estudo tem como objetivo avaliar a exposição ambiental a fumaça de cigarro relacionando-a a frequência de anomalias nucleares pelo ensaio de micronúcleos em células nasais de vias aéreas superiores de lactentes com BVA e com positividade VSR no primeiro ano de vida, em comparação com indivíduos sem BVA pareados por idade e gênero. 80 lactentes participaram do estudo, 40 delas com BVA e VSR. A exposição à fumaça de cigarro passiva e os hábitos tabácicos maternos e de pessoas que habitavam a mesma residência aumentaram as chances do lactente desenvolver BVA mais de 11 vezes do que aqueles cujos arredores não apresentavam relatos de poluentes relacionados com cigarros. A frequência de micronúcleos, células binucleadas, com cromatina condensada, núcleos picnóticos e células com brotos nucleares não foi diferente entre os grupos. Os lactentes com BVA apresentaram maior frequência de células cariorréticas (17,25 ± 5,72 vs 12,35 ± 7,56) e carioliticas (121,22 ± 36,18 vs 106,90 ± 33,23). Tais pacientes têm uma tendência a apresentar taxas mais elevadas de células necrosadas, portanto, pode-se supor a atividade VSR possa desencadear processos de morte celular antes mesmo que a presença de outras anormalidades nucleares fosse detectada. Considerando a escassez de informações sobre a frequência de dano celular entre as crianças, estes resultados podem ser precursores de novas perspectivas para a compreensão BVA, uma doença tão prevalente na população pediátrica.Item The right to health: women in prison and mental health(2014) Panichi, Renata Maria Dotta; Taborda, José Geraldo Vernet; Tramontina, JulianaTranstornos mentais e traumas precoces são altamente prevalentes em amostras femininas forenses. O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, do inglês brain-derived growth factor) é uma neurotrofina que tem importante papel na aprendizagem, nos processos de memória e na regulação do humor. O objetivo geral deste estudo foi avaliar variáveis demográficas, clínicas e neurobiológicas em mulheres privadas de liberdade. O primeiro artigo desta tese descreve os fatores associados à história criminal em 66 mulheres reclusas com transtorno mental, pareadas em idade e escolaridade com um grupo de mulheres com transtorno mental sem história pessoal de delito. O segundo artigo avalia a relação entre níveis séricos de BDNF e transtornos mentais em 18 mulheres privadas de liberdade, pareadas em idade e escolaridade com um grupo de 18 controles femininos sadios e um grupo de 18 mulheres com transtorno mental da comunidade. Descreveu-se também o perfil clínico, demográfico e criminal da amostra estudada no terceiro artigo, através de estudo de prevalência controlado com uma amostra de 147 mulheres. Os grupos foram avaliados quanto a variáveis demográficas, criminais e clínicas, através de protocolos padrão, do Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ, do inglês Childhood Trauma Questionnaire) e da entrevista semiestrutura Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI PLUS, do inglês Mini International Neuropsychiatry Interview Plus). Os níveis séricos de BDNF foram medidos, após a entrevista.O nível de significância adotado na análise estatística foi de 5%. Altas taxas de abuso sexual e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) foram encontradas no grupo de pacientes forense em relação ao grupo de mulheres com transtorno mental da comunidade. Os níveis séricos de BDNF no grupo forense não diferiram, quando comparados ao grupo de controles sadios, e foram significativamente mais elevados, quando comparados ao grupo de pacientes com transtorno mental da comunidade (p=0,015). Os fatores independentemente associados ao grupo com os desfechos (transtorno mental e delito) foram: TEPT [razão de chances (OR, do inglês odds ratio)=5,88; intervalo de confiança de 95% (IC95%)=1,06–32,6; p=0,043] e história familiar de delito (OR=6,45; IC95%=1,59–26,3; p=0,009). Os resultados do presente estudo indicam que a presença de transtornos psiquiátricos e a exposição a eventos traumáticos são altamente prevalentes em amostras femininas forenses e representam um grave problema de saúde pública. A associação entre TEPT e a amostra forense de mulheres com transtorno psiquiátrico na análise multivariada indica, provavelmente, uma soma de efeitos cumulativos de vulnerabilidade e de eventos traumáticos neste grupo. Foram observados altos níveis de BDNF em mulheres encarceradas. Este estudo indicou mecanismos neurobiológicos semelhantes aos encontrados em estudos clínicos e pré-clínicos sobre o envolvimento do BDNF na fisiopatologia do TEPT. Tanto quanto se sabe, este é o primeiro relato de níveis séricos de BDNF elevados em amostras femininas forenses.Item Padronização de ensaio qPCR em tempo real para identificação de Streptococcus pneumoniae em derrame pleural(2014) Perez, Vinícius Pieta; d'Azevedo, Pedro Alves; Dias, Cícero Armídio GomesStreptococcus pneumoniae é importante patógeno oportunista humano de pneumonias e meningites, sendo também colonizador da mucosa da nasofaringe. A colonização ocorre principalmente em crianças e se eleva novamente em idosos. A evolução do estado portador para infecção depende da associação de elementos do patógeno e hospedeiro. Vacinas direcionadas para polissacarídeos capsulares são empregadas em grupos de risco, com importante redução no impacto das doenças pneumocócica. Contudo, são relatadas elevações no número de casos complicados em crianças pós era vacinal, e estes frequentemente estão associados com identificação negativa pelos métodos tradicionais de cultura. O objetivo deste trabalho é padronizar ensaios para identificação de S. pneumoniae através de métodos independentes de cultura, e caracterização de isolados invasivos por meio de análise do gene zmpB. Líquidos pleurais negativos por cultura de 37 crianças com derrames parapneumônicos foram submetidos à pesquisa por qPCR para lytA e pesquisa de antígeno C por teste imunocromatográfico. Em 30/37 (81%) e 24/38 (63%) dos líquidos foram obtidos resultados positivos por qPCR e pesquisa de antígeno, respectivamente. A maioria das incongruências entre os testes foram resultados positivos por qPCR e teste de antígeno negativo em amostras com baixas cargas de DNA bacteriano, indicando uma relação imperfeita entre os dois métodos. A análise do gene zmpB foi conduzida por amplificação e sequenciamento parcial do gene em isolados de meningites, os quais apresentaram elevada identidade entre si (>97%) e com a cepa TIGR4. Os isolados pertenciam aos sorotipos 7F (n=2), 14 (n=2), 9V (n=1), 12F (n=1), 20 (n=1), 23F (n=1), e 34 (n=1), e um ao sorotipo 20 com baixa identidade (84%). Estes dados indicam uma baixa diversidade da sequência analisada entre pneumococos obtidos de meningites. Nossos resultados confirmam a participação do S. pneumoniae como principal causa de derrames parapneumônicos em crianças e sugere a utilização cautelosa de ferramentas independentes de cultura. Foi também caracterizada a presença de um potencial fator de virulência bacteriano em condições de infecções pneumocócicas invasivas.Item Caracterização fenotípica e genotípica de Staphylococcus aureus com hetero-resistência à vancomicina (hVISA) em isolados de Santa Catarina(2014) Silveira, Alessandro Conrado de Oliveira; d'Azevedo, Pedro Alves; Cordova, Caio Mauricio Mendes deStaphylococcus aureus é um dos principais agentes de infecções comunitárias e infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS). Em estudo multicêntrico SENTRY, conduzido em hospitais brasileiros entre os anos de 2005 a 2008, S. aureus aparece como principal agente de infecção da corrente sanguínea (20,2 %), principal agente das infecções de pele e tecidos moles (28,1 %) e segundo agente mais comum de pneumonia em pacientes hospitalizados (24,9 %). Destes, aproximadamente 30 % eram resistentes à meticilina (MRSA). O objetivo deste estudo foi avaliar a epidemiologia molecular dos MRSA isolados em Santa Catarina, assim como detectar a prevalência de S. aureus com hetero-resistência à vancomicina (hVISA). Foram utilizados 124 isolados clínicos de MRSA, obtidos de vários sítios anatômicos, de pacientes atendidos em três hospitais em Florianópolis e um hospital em Blumenau, todos localizados no estado de Santa Catarina, região sul do Brasil. As amostras foram colhidas entre novembro de 2009 e outubro de 2012. Apenas um isolado por paciente foi considerado. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliado pela técnica de disco difusão e determinação da concentração inibitória mínima (CIM) por Etest. Também foram utilizadas quatro metodologias de triagem para hVISA (pré-difusão, ágar screening com 4 µg/mL de vancomicina, macro Etest e Etest GRD). A confirmação do fenótipo hVISA foi realizada através da análise de perfil de populações-área sob a curva (PAP-AUC). O perfil epidemiológico foi obtido através da caracterização dos tipos de cassette cromossômico estafilocócico (SCCmec) e da análise da similaridade genética por eletroforese de campo pulsado (PFGE). Os agentes antimicrobianos que demonstraram menores taxas de resistência foram a tetraciclina (20,02 %), sulfazotrim (20,02 %) e cloranfenicol (12,9 %). Não foi detectada resistência à vancomicina, teicoplanina, daptomicina, linezolida e tigeciclina. O SCCmec predominante foi do tipo III (54 %), seguido pelo tipo II (21,8 %). Vinte e seis complexos clonais foram encontrados, mas sem evidência de disseminação clonal. Dos 124 MRSA testados, doze foram confirmados como hVISA por PAP-AUC, com uma prevalência de 9,7 %. Entre as metodologias testadas para triagem, a que apresentou melhor sensibilidade foi o ágar screening com BHI (90,9 %) e o Etest GRD demonstrou a melhor especificidade (97,3%). Trata-se da primeira descrição confirmada de hVISA no Brasil. Apesar da baixa prevalência de MRSA no estado de Santa Catarina, os isolados mostraram uma semelhança com outros estudos brasileiros, com uma predominância de SCCmec do tipo III (associado ao ambiente hospitalar) e taxas de resistência similares aos perfis epidemiológicos. Os complexos clonais detectados apresentaram uma grande diversidade de tipos de SCCmec. Veirificou-se que não há predomínio de um único clone. Como as cidades de Florianópolis e Blumenau estão separadas por 120 quilômetros e os isolados foram colhidos por um período de três anos, não foram encontrados significativa relação epidemiológica entre os complexos clonais. Com relação ao fenótipo hVISA, concluímos que sua detecção é um desafio para o laboratório de microbiologia clínica e a prevalência deve estar subestimada. É fundamental para a escolha correta do antimicrobiano e a mudança da vancomicina por outro fármaco, como a linezolida ou daptomicina.Item Qualidade da alimentação e perfil lipídico de crianças de baixa condição socioeconômica(2014) Rauber, Fernanda; Vítolo, Márcia ReginaObjetivos: o objetivo geral desta tese foi avaliar as mudanças na qualidade da alimentação durante a infância e o perfil lipídico em crianças de baixa condição socioeconômica que participaram de um programa de intervenção nutricional no primeiro ano de vida. A partir disso, desenvolveram-se três artigos científicos que objetivaram: 1) avaliar as adaptações do Índice de Alimentação Saudável (IAS) de acordo com as recomendações dietéticas brasileiras em crianças; 2) avaliar o impacto do aconselhamento dietético durante o primeiro ano de vida na qualidade da alimentação na idade escolar e avaliar as mudanças na alimentação durante a infância; e 3) avaliar se o consumo de produtos ultraprocessados na idade pré-escolar é um preditor do aumento dos níveis lipídicos na idade escolar. Métodos: o estudo original foi um ensaio de campo randomizado realizado em São Leopoldo/RS, o qual consistiu em visitas domiciliares para orientação sobre aleitamento materno e introdução da alimentação complementar durante o primeiro ano de vida. As crianças que participaram do estudo foram randomizadas ao nascimento no único hospital da cidade. Após a intervenção no primeiro ano, as crianças foram avaliadas novamente aos 3-4 anos e aos 7-8 anos de idade. Os dados dietéticos foram coletados por meio de dois inquéritos recordatórios de 24 horas. Resultados e conclusões: os resultados mostraram que: 1) o IAS adaptado foi positivamente correlacionado com vários nutrientes, sugerindo que pode ser uma ferramenta usada para determinar a qualidade da alimentação de crianças brasileiras; 2) a qualidade da alimentação avaliada pelo IAS não diferiu entre os grupos de intervenção e controle aos 7-8 anos (65,2±9,5 e 64,9±8,5). Observou-se padrão de consumo similar nas idades pré-escolar e escolar, apesar de mudanças no consumo de alguns grupos de alimentos; e 3) o consumo de produtos ultraprocessados pelas crianças representou quase 50% do percentual de energia diária, tendo como principais produtos consumidos pães, salgadinhos tipo chips, biscoitos e doces. O consumo de ultraprocessados na idade pré-escolar foi um preditor para aumento do colesterol total (β 0,430; p=0,046) e LDL colesterol (β 0,369; p=0,047) na infância. Os resultados sugerem que o consumo precoce de produtos ultraprocessados desempenha um importante papel no aumento dos níveis lipídicos de crianças, predispondo-as ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.Item Estudo da variabilidade nos genes ESR1 e ESR2 e do dimorfismo sexual sobre a eficácia e segurança na utilização da terapia hipolipemiante(2015) Smiderle, Lisiane; Almeida, Silvana de; Fiegenbaum, MariluA doença cardiovascular (DCV) é uma importante causa de mortalidade, e a hipercolesterolemia está diretamente relacionada ao seu surgimento e desenvolvimento. Os níveis de lipídeos séricos apresentam variabilidade interindividual e polimorfismos presentes no genoma já foram associados com esta variabilidade. O manejo da hipercolesterolemia é realizado através do uso de fármacos com potencial hipolipemiante, dentre eles as estatinas. Clinicamente, a eficácia das estatinas apresenta um elevado grau de variabilidade e pode ser influenciada pela genética de cada indivíduo e pelo dimorfismo sexual, dentre outros fatores. Homens e mulheres apresentam diferentes mecanismos de regulação gênica, que podem estar relacionados a diferenças na resposta farmacológica. Tais mecanismos podem ser estrógeno-dependentes, visto que o estrógeno, quando ligado aos seus receptores, atua como um fator de transcrição. Foram avaliadas as características clínicas da coorte em estudo composta por 495 indivíduos provenientes da região metropolitana de Porto Alegre, de ascendência europeia. Neste estudo foram analisados 13 polimorfismos de base única (SNPs) no gene que codifica o receptor de estrógeno 1 (ESR1) e 10 SNPs no gene codifica o receptor de estrógeno 2 (ESR2) e a sua possível associação na determinação de níveis lipídicos basais e na resposta da terapia com sinvastatina ou atorvastatina. As mulheres desta coorte apresentaram maiores níveis basais de colesterol total (CT), lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C) e lipoproteínas de alta densidade (HDL-C) quando comparadas aos homens (p < 0,0001). Após o tratamento, mulheres tiveram uma maior redução dos níveis de colesterol total e de LDL-C que homens. O ajuste para covariáveis mostrou que os níveis basais de CT e de LDL-C são responsáveis por cerca de 30% da eficácia das estatinas (p < 0,001), independentemente do sexo. Mialgia (com ou sem alteração de creatinofosfoquinase - CPK) ocorreu mais frequentemente em mulheres (25,9%) (p = 0,002), enquanto o aumento isolado de CPK e alterações de função hepática foram mais frequentemente observados em homens (17,9%) (p = 0,017). Considerando o gene ESR1, foram observadas associações significativas entre o SNP rs1801132 e os níveis basais de TG (triglicerídeos) (p = 0,002, valor de p corrigido para múltiplos testes [pC] = 0,022). Para algumas das associações observadas, quando aplicada a correção para múltiplos testes, observou-se um valor de p>0,05: ESR1 rs3020314 com os níveis 14 de TG basais (p = 0,013, pC = 0,143); ESR1 rs4870061 e níveis basais de HDL-C (p = 0,045, pC = 0,495) e níveis basais de TG (p = 0,040, pC = 0,440). No que diz respeito à eficácia do tratamento, o genótipo C/C do ESR1 rs2234693 foi associado com maior aumento de HDL-C (p = 0,037, pC = 0,407) e o alelo T do rs3798577 foi associado com maior redução de CT (p = 0,019, pC = 0,209) e TG (p = 0,026, pC = 0,286). A análise dos polimorfismos no gene ESR2 aponta para uma associação entre portadoras dos genótipos G/A e A/A e menores níveis de LDL-C (p = 0,023, pC = 0,115). As associações dos polimorfismos dos genes ESR1 e ESR2 com níveis basais e eficácia foram observadas apenas em mulheres. Os resultados obtidos demonstram que os níveis basais de CT e LDL-C são os principais preditores da eficácia do tratamento, independentemente do sexo. Adicionalmente, sugerimos que existe dimorfismo sexual na segurança do tratamento com sinvastatina/atorvastatina. Polimorfismos nos genes ESR1 e ESR2 são em parte responsáveis pela variação nos níveis de LDL-C, HDL-C e TG e esse efeito, nesta coorte, parece ser específico do gênero feminino.Item Mudanças de comportamentos codependentes dos familiares de usuários de drogas após teleintervenção motivacional(2015) Bortolon, Cassandra Borges; Barros, Helena Maria Tannhauser; Ferigolo, MaristelaAs famílias envolvidas com Transtornos relacionados a substâncias e adição apresentam déficits na saúde física e emocional, nas relações pessoais, com o ambiente e em relação à qualidade de vida, que geram tensão e sofrimento. Desta forma, os familiares podem desenvolver estratégias mal adaptativas para manejar a sua relação com os usuários de substâncias, denominado como codependência. Nesse trabalho, objetivou-se desenvolver e avaliar a efetividade de um modelo de intervenção para familiares visando às mudanças de comportamentos codependentes e permissivos, em um serviço de teleatendimento. Esta tese permitiu a produção de três artigos: 1) Motivational tele-intervention protocol for changing codependent and permissive behaviors in family members of drug users: A randomized clinical trial. Devido à importância da participação da família no processo de dependência química, além da possibilidade dos familiares adoecerem diante desse problema, foi desenvolvido o Modelo de Teleintervenção para Acompanhamento para Familiares de Usuários de Drogas (MTAFUD), alicerçado no método da Entrevista Motivacional e no modelo dos Estágios de Mudança. O principal objetivo deste estudo foi desenvolver e explicitar os procedimentos desse modelo que engloba cada contato com o familiar no intuito de estimular o seu processo de mudança. 2) Six months outcomes of a randomized, motivational teleintervention for change in codependent behavior of family members of drug users. Foi realizado um ensaio clínico randomizado em um serviço de teleatendimento para verificar a diminuição da codependência, após intervenção por 6 meses de acompanhamento. O principal resultado foi que os familiares com alta codependência alocados para o grupo intervenção (n=163) apresentaram maior chance de modificar os comportamentos codependentes quando comparados ao grupo controle (n=162). O MTAFUD mostrou-se efetivo para a diminuição da codependência entre os familiares de usuários de drogas que se mantiveram recebendo a intervenção por 6 meses. 3) Comportamentos permissivos em familiares de usuários de drogas após acompanhamento por 6 meses. Foi conduzido um estudo longitudinal que acompanhou familiares de usuários de drogas por telefone durante 6 meses para verificar as mudanças de comportamentos permissivos. Verificou-se que os familiares mudaram os seus comportamentos permissivos para com os usuários de substâncias ao longo dos 6 meses de acompanhamento. A maioria dos comportamentos investigados diminuiu a intensidade tanto pelo método do Tratamento Usual (grupo controle) como MTAFUD (grupo intervenção). Sabe-se das implicações dos Transtornos Relacionados a Substâncias na família e, por sua vez, da necessidade de um tratamento específico para os familiares que desenvolvem a codependência, pois o cuidado e o acompanhamento dos familiares por parte dos profissionais pode auxiliar para o tratamento da dependência química como um todo. Desta forma, esta tese permitiu o desenvolvimento do Modelo de Teleintervenção e Acompanhamento para Familiares de Usuários de Drogas e avaliou esse método na promoção de mudanças de comportamentos codependentes e permissivos.Item Da progressão no uso de drogas até a abstinência: uma intervenção de prevenção da recaída(Wagner Wessfll, 2015) Santos, Simone Fernandes dos; Barros, Helena Maria Tannhauser; Ferigolo, MaristelaO uso e abuso de drogas é um problema de saúde pública mundial. Seu início ocorre geralmente na adolescência e pode continuar por vários anos na vida do usuário. Em alguns casos, o consumo pode apresentar progressão, ou seja, o usuário deixa de consumir apenas uma droga e passa a ser poliusuário. Ou então, passa do consumo de drogas lícitas para o consumo de drogas ilícitas. A presente tese teve como objetivos estudar a progressão no uso de drogas entre poliusuários; as situações de risco para recaída e estratégias de enfrentamento utilizadas para não retornar ao consumo de drogas; e benefícios percebidos com a parada do consumo entre ex-usuários. Além disso, propôs um acompanhamento de 90 dias utilizando uma intervenção baseada no modelo de prevenção de recaída postulado por Alan Marlatt, com o objetivo de evitar que os ex-usuários retornassem ao consumo de drogas. Os dados foram coletados no Serviço Nacional de Orientações e Informações sobre a Prevenção do Uso de Drogas - Ligue 132. Este é um serviço de telessaúde especializado no atendimento de questões relacionadas ao uso de drogas e abstinência. O atendimento é gratuito, garante o anonimato de quem liga e está disponível a toda a população brasileira por qualquer tipo de aparelho telefônico. Os atendentes são graduandos da área da saúde que contam com treinamento e supervisão de profissionais (pós-graduados ou com pós graduação em curso) da mesma área. Os dados da amostra foram armazenados em um software utilizado pelo atendimento telefônico do Ligue 132. Variáveis sociodemográficas foram analisadas por frequência e porcentagem; diferenças entre situações de risco e estratégias de enfrentamento em 60 e 90 dias foram analisadas pelo teste qui-quadrado McNemar e, para verificar a mudança no número de situações de risco e estratégias de enfrentamento utilizadas ao longo do tempo foi realizada ANOVA de Medidas Repetidas por Postos (Teste de Friedman) seguida pelo Teste de Tukey para comparações múltiplas. Para se chegar a uma identificação objetiva e sistemática sobre as situações de risco, estratégias de enfrentamento e benefícios da parada do consumo de drogas, foi realizada análise de conteúdo. A coleta de dados proporcionou a produção de 4 artigos: 1. Prevenção da Recaída: descrição de um modelo de intervenção em telessaúde para abstinentes recentes. Este estudo propôs uma intervenção para manutenção da abstinência e prevenção da recaída em uma coorte de abstinentes de drogas (n=34) que foram acompanhados por 90 dias. Os principais resultados indicam a manutenção da abstinência durante os 90 dias de acompanhamento; a diminuição do número de situações de risco para recaída e diminuição das estratégias de enfrentamento. 2. Progressão no uso de drogas: um estudo transversal em um serviço brasileiro de telessaúde. Este estudo teve como objetivo identificar a sequência de uso de drogas entre poliusuários. Para tanto, caracterizou o perfil sociodemográfico e de consumo dos indivíduos, além de identificar a idade de início do consumo de cada droga citada pelos indivíduos da amostra (n=735) e a idade com a qual progrediram no consumo. Os resultados indicam o consumo inicial predominante de drogas lícitas seguido por drogas ilícitas (álcool, seguido por tabaco, maconha, cocaína/crack). 3. Estratégias de enfrentamento e situações de risco para recaída percebidas por abstinentes de drogas. Este estudo identificou as principais situações de risco e estratégias de enfrentamento utilizadas por abstinetes de drogas que ligaram para o Ligue 132 (n=80); perfil sociodemográfico dos indivíduos da amostra e seu consumo de substâncias antes da parada do uso. Com os resultados do estudo foi possível constatar que os abstinentes perceberam situações de risco que puderam ser agrupadas em 3 categorias distintas de determinantes interpessoais: desejo e tentações; pressão social e estados emocionais negativos. Quanto às estratégias de enfrentamento utilizadas pelos abstinentes, foi possível agrupar em 8 categorias: evitação; distração; suporte social; religiosidade; refletir sobre o uso; automotivação; mudar ciclos de amizade e controle sobre o dinheiro. 4. Abstinentes de drogas: benefícios percebidos com a parada do consumo. Este estudo descreveu os benefícios relatados pelos indivíduos da amostra (n=92) a partir da parada do consumo de drogas e os relacionou com o perfil sociodemográfico e droga utilizada antes da parada. A análise de conteúdo permitiu agrupar os benefícios em 6 categorias: melhora na saúde; sentimentos positivos; melhora no desempenho; apoio social; economia de dinheiro e religiosidade. Sobre os resultados, foi possível identificar que as categorias sentimentos positivos e apoio social foram aquelas de maior ocorrência entre os indivíduos; as categorias melhora na saúde e no desempenho tiveram semelhanças nos resultados para todas as variáveis sociodemográficas. Os resultados também foram semelhantes com relação à droga anteriormente consumida. Com os dados obtidos, pudemos perceber a importância de desenvolver intervenções focadas na prevenção da recaída e planejar acompanhamento para o período após a parada do consumo. Para tanto, conhecer as situações de risco e estratégias de enfrentamento utilizadas, além dos benefícios percebidos pelo abstinente, pode auxiliar nesse planejamento.Item Efeitos do treinamento muscular ventilatório na função hemodinâmica, na mecânica respiratória, no quimiorreflexo periférico, na variabilidade da frequência cardíaca e no Dano em DNA de ratos com insuficiência cardíaca(2015) Jaenisch, Rodrigo Boemo; Dal Lago, PedroIntrodução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica resultante de inúmeras doenças que afetam o coração, tornando-o incapaz de manter níveis adequados de suprimento sanguíneo para os tecidos. O treinamento muscular ventilatório (TMV) contribui para a melhora de desfechos clínicos relacionados às manifestações fisiopatológicas da IC. Contudo, alguns mecanismos fisiológicos que possam explicar os potenciais efeitos do TMV na IC ainda precisam ser esclarecidos. Objetivos: Testar os efeitos do TMV sobre a função hemodinâmica, o dano ao DNA, o quimiorreflexo periférico, a variabilidade da frequência cardíaca e a mecânica respiratória em ratos com IC. Métodos: Foram realizados dois estudos experimentais. Ratos Wistar machos (250-290g) foram alocados em: grupo sham - sedentários (Sham-Sed; n=8); grupo sham com TMV (Sham-TMV; n=8); grupo IC - sedentários (IC-Sed; n=8) e grupo IC com TMV (IC-TMV; n=8). Os animais treinados foram submetidos a um protocolo de TMV (30min/dia, 5 dias/semana, durante seis semanas), enquanto os sedentários não realizaram o protocolo. Os dados foram comparados pelo teste ANOVA de duas vias, seguida pelo post hoc de Tukey (α=5%). Resultados: O TMV em ratos com IC promoveu a redução da congestão pulmonar, da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo, da hipertrofia do ventrículo direito e do dano ao DNA no músculo diafragma. Além disso, reduziu a resposta pressórica quimiorreflexa e melhorou a função simpatovagal, verificada pela redução da modulação simpática e do balanço simpatovagal, e aumento da modulação parassimpática em ratos com IC. Ainda, o TMV reduziu a resistência do sistema respiratório e tecidual, a elastância do sistema respiratório, tecidual e estática em ratos com IC. Conclusões: O protocolo de TMV, com a duração de seis semanas, promoveu a melhora na função hemodinâmica e reduziu a genotoxicidade no músculo diafragma de ratos com IC. Além disso, o TMV em ratos com IC melhorou a resposta pressórica quimiorreflexa, a atividade simpatovagal, assim como a mecânica respiratória em ratos com IC.Item Fumo passivo e os efeitos sobre mucosa laringotraqueal em ratos Wistar machos, durante crescimento: estudo experimental(2015) Leão, Henrique Zaquia; Jotz, Geraldo Pereira; Zettler, Cláudio Galleano; Soster, Paula Rigon da LuzIntrodução: Os cigarros contêm substâncias tóxicas e carcinogênicas. Neste contexto, o consumo de cigarros e assemelhados tem sido associado a um alto índice de patologias, sendo considerado fator de risco de até 10% do número total de óbitos entre adultos. Evidências recentes sugerem que a exposição de crianças ao fumo passivo, pode ocorrer logo nos primórdios do seu desenvolvimento, ocasionando assim, inúmeras patologias. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar o possível efeito histopatológico na mucosa laríngea e traqueal de ratos Wistar jovens submetidos ao modelo experimental de inalação crônica de fumaça de cigarro (fumante passivo), por meio de microscopia óptica. Material e Método: Foram estudados vinte e quatro ratos jovens da raça Wistar por um período de 120 dias. Os animais foram divididos em dois grupos: fumante passivo (n = 16) e controle (n = 8). O nível de exposição ao cigarro foi avaliado a partir do nível urinário de cotinina. Resultados: Embora sem lesões cancerígenas, a análise histopatológica na mucosa laríngea e traqueal de todos os ratos do experimento demonstrou que a proporção de inflamação leve e focal foi maior nos animais que foram expostos à inalação crônica de fumaça de cigarro (P=0,041). Conclusão: A análise histopatológica demonstrou lesão inflamatória leve e focal na região mucosa infraglótica dos animais expostos, sem lesão displásica ou neoplásica na mucosa laríngea e traqueal.Item Efeitos do treinamento muscular ventilatório de alta intensidade sobre a força muscular inspiratória de pacientes com doença renal crônica em hemodiálise: ensaio clínico randomizado(2015) Dipp, Thiago; Plentz, Rodrigo Della MéaIntrodução: A doença renal crônica (DRC) acomete a musculatura ventilatória, levando à redução na força muscular e na capacidade funcional. Objetivo: Avaliar o efeito do treinamento muscular inspiratório (TMI) de alta intensidade sobre a força muscular inspiratória de pacientes com DRC em hemodiálise (HD). Métodos: Ensaio clínico randomizado com 20 pacientes divididos em controles (GC = 10) e intervenção (GTMI = 10). O protocolo foi realizado por cinco semanas (frequência de seis vezes/semana), com cinco séries de 10 repetições. A manovacuometria foi realizada semanalmente para ajuste. O TMI foi realizado com 50% da PImax na 1ª semana, 60% na 2ª e 3ª semanas e 70% na 4ª e 5ª semanas. A capacidade funcional, a qualidade de vida, a função endotelial, o controle autonômico cardiovascular e o estresse oxidativo foram avaliados antes e após o treinamento. Resultados: A amostra (73,7% homens) apresentou idade média de 58 ± 11 anos. Houve aumento da PImax no GTMI na 2a semana (GC: -87 ± 21,9 vs. GTMI: -105,4 ± 15,6 cmH2O; p < 0,05), na 3a semana (GC: -84,8 ± 19,3 vs. GTMI: -104,4 ± 23 cmH2O; p < 0,05), na 4a semana (GC: -85,4 ± 16,5 vs. GTMI: -105,1 ± 24 cmH2O; p < 0,05) e na 5a semana (GC: -82,6 ± 20,2 vs. GTMI: -107,2 ± 21,9 cmH2O; p < 0,05). Houve aumento da capacidade funcional (p = 0,01) e da pontuação do domínio de “Energia/fadiga” (p < 0,05) somente no GTMI. Já no GC, houve diminuição no “Funcionamento Físico” (72 ± 35 vs. 62 ± 36, p < 0,05). Não houve alteração nos demais parâmetros avaliados. Conclusão: O TMI de alta intensidade promoveu melhora na força muscular inspiratória, na capacidade funcional e na qualidade de vida de pacientes com IRC em HD.Item Validação de loci de susceptibilidade à obesidade infantil identificados em estudos de varredura genômica e expressão diferencial de microRNAs circulantes(2015) Zandoná, Marília Remuzzi; Mattevi, Vanessa Suñé; Almeida, Silvana deA obesidade é uma condição multifatorial que apresenta um forte componente hereditário. A sua prevalência em crianças está crescendo indiscriminadamente por todo o mundo e a obesidade infantil está rapidamente emergindo como uma epidemia global. A identificação, no início da infância, de marcadores moleculares de susceptibilidade ao ganho excessivo de peso corporal pode proporcionar intervenções precoces no estilo de vida a fim de evitar que uma criança obesa se torne um adulto obeso. Os objetivos deste estudo consistiram em investigar a influência genética na obesidade infantil utilizando marcadores genéticos e epigenéticos, através da avaliação de polimorfismos em genes de susceptibilidade identificados por genome wide association studies e dos níveis circulantes de microRNAs (miRNAs) em crianças acompanhadas a partir do nascimento. As análises moleculares foram feitas através da reação em cadeia da polimerase em tempo real utilizando sondas de hidrólise. A análise de associação genética foi realizada em 745 crianças que foram examinadas ao nascimento, aos 12 meses e aos 3,5 anos de idade. Dez polimorfismos de nucleotídeo único foram genotipados e parâmetros nutricionais e antropométricos foram comparados entre os genótipos. Nove miRNAs circulantes foram avaliados em 38 crianças com idade de 6,2 anos e sua expressão foi comparada entre crianças magras e obesas e correlacionada com medidas antropométricas e variáveis bioquímicas. Associações significativas foram identificadas para os polimorfismos TMEM18 rs6548238, NEGR1 rs2815752, BDNF rs6265 e rs10767664 com fenótipos antropométricos, e para SEC16B rs10913469 com parâmetros nutricionais. Concentrações circulantes diferenciais de miR-16-5p e miR-19b foram identificadas, com expressão de 1,96 e 1,41 vezes, respectivamente, mais elevada em crianças magras em relação ao grupo obeso. Além disso, as concentrações plasmáticas destes dois miRNAs foram correlacionadas com índice de massa corporal e os níveis de miR-16-5p foram correlacionados aos níveis plasmáticos de insulina. Os resultados encontrados revelaram associação de quatro dos dez polimorfismos estudados com fenótipos relacionados à obesidade, demonstrando que é possível detectar a influência das variantes genéticas sobre características antropométricas e dietéticas no início da infância. Além disso, o presente estudo sugere um papel potencial de miR-16-5p e miR-19b circulantes como novos biomarcadores na obesidade infantil para prevenção precoce e para melhora do poder de diagnóstico das complicações metabólicas associadas à obesidade.