PPGCS - Teses

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    Avaliação da efetividade da incorporação de tecnologias no cuidado do AVC
    (2022) Poll, Marcia Adriana; Jotz, Geraldo Pereira; Anschau, Fernando; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
    O AVC constitui uma causa global significativa de mortalidade e incapacidade. A implantação de unidades de AVC influencia os indicadores de qualidade hospitalar, orientando a gestão do cuidado. Nosso objetivo foi comparar o tempo de internação hospitalar (TP), a mortalidade intra-hospitalar e a mortalidade pós-alta entre pacientes com AVC admitidos nos períodos pré e pós-implantação de uma unidade de AVC em um hospital público do sul do Brasil. Este estudo de coorte retrospectivo utilizou dados do mundo real de um hospital de referência, focando na intervenção (unidade de AVC) e comparando-a com a enfermaria geral (controle). Analisamos os prontuários eletrônicos de 674 pacientes internados de 2009 a 2012 na enfermaria geral e de 766 pacientes de 2013 a 2018 na unidade de AVC. A admissão na unidade de AVC foi associada a uma redução de 43% na probabilidade de hospitalização prolongada. Contudo, não houve diferença significativa no risco de mortalidade hospitalar entre os grupos (Hazard ratio = 0,90; intervalo interquartil =0,58 a 1,39). A incidência de óbito aos três, seis e doze meses pós-alta não diferiu entre os grupos. Os resultados do nosso estudo indicam melhorias significativas nos processos de atendimento aos pacientes SU, incluindo tempo de permanência mais curto e melhor adesão aos protocolos de tratamento. No entanto, nossas observações não revelaram diferença significativa nas taxas de mortalidade, seja durante a internação ou após a alta, entre os grupos SU e GW. Embora a implementação do SU aumente a eficiência no tratamento do AVC, são necessárias mais pesquisas para explorar os resultados a longo prazo e otimizar as estratégias de gestão.
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    Diretrizes de assistência pré-natal: ansiedade e cuidado materno-fetal por telemedicina no contexto da pandemia de covid-19
    (2023) Colombo, Talita; Stein, Airton Tetelbom; Cazella, Silvio César; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
    Introdução: A pandemia de COVID-19 e a necessidade de distanciamento social ampliaram as barreiras ao atendimento obstétrico, acarretando riscos para desfechos críticos em gestantes, puérperas e bebês, bem como reflexões por gestores acerca de novos modelos assistenciais de cuidados pré-natais. Objetivos: Mapear escalas validadas para aferição de ansiedade em gestantes e puérperas. Desenvolver uma diretriz clínica para atendimento prénatal híbrido, combinando consultas presenciais reduzidas e monitoramento remoto através do uso de tecnologias vestíveis. Elaborar protocolo para ensaio clínico randomizado para aplicação da diretriz proposta, aninhado em estudo de avaliação econômica. Métodos: A presente tese de doutorado é composta por três delineamentos independentes, visando entendimento sobre pré-natal híbrido de qualidade: 1) Revisão de escopo acerca de escalas validadas para aferição de ansiedade em gestantes e puérperas. 2) Revisão sistemática de recomendações do Ministério da Saúde e da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia para gestantes de risco habitual e elaboração de diretriz clínica para atendimento pré-natal híbrido. 3) Ensaio clínico randomizado (protocolo), para avaliação da eficácia da diretriz clínica apresentada, em comparação à assistência pré-natal convencional sobre níveis de ansiedade em gestantes e puérperas (desfecho primário) e sobre desfechos clínicos materno-fetais, somado à análise econômica da nova tecnologia proposta. Resultados: A pandemia da COVID-19 tem sido associada à ansiedade em mulheres grávidas e no pósparto. As escalas mais comumente usadas foram GAD-7 (General Anxiety Disorder-7) e STAI (State-Trait Anxiety Inventory). A assistência pré-natal híbrida, com emprego da telemedicina, mantém as recomendações de cuidado para gestantes de risco habitual e pode resultar em menor custo e exposição a risco, com eficácia de igual magnitude, sem reduzir a qualidade do cuidado. A viabilidade e os potenciais benefícios do emprego da telemedicina na assistência pré-natal, evidenciados em estudo internacionais, devem ser evidenciados em gestantes brasileiras. Conclusão: A adequação do modelo de assistência pré-natal brasileiro visa torná-lo mais eficiente e acessível, mesmo diante de situações logísticas complexas como a pandemia, em localidades remotas e diante de escassez de recursos.
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    Análise de biomateriais inovadores para regeneração óssea, cardiovascular e dérmica
    (2024-02-28) Paim, Thaís Casagrande; Wink, Márcia Rosângela; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
    A engenharia de tecidos integra scaffolds, células e moléculas biologicamente ativas em substitutos biológicos de tecidos ou órgãos, desempenhando um papel crucial na regeneração de órgãos e tecidos danificados. Essa abordagem evolui em paralelo com os avanços na busca de novos biomateriais e na investigação do potencial das células tronco mesenquimais (MSCs). Os biomateriais têm sido aplicados em três áreas cruciais da medicina regenerativa: regeneração óssea, cardiovascular e dérmica. Para aplicação na regeneração óssea, biocerâmicas foram sintetizadas a partir de geopolímeros empregando uma mistura de metacaulinita (MK) e hidroxiapatita (HA). A metacaulinita, conhecida por suas propriedades mecânicas e a hidroxiapatita destacada pela sua biocompatibilidade foram testadas in vitro para verificar a sua biocompatibilidade utilizando MSCs derivadas do tecido adiposo humano (ADSCs). Os resultados demonstraram que os extratos de MK-HA não são citotóxicos para as ADSCs, que foram aptas a aderir e proliferar sobre o biomaterial. Na área cardiovascular, materiais metálicos biodegradáveis são candidatos promissores para uso em stents vasculares, uma vez que podem proporcionar um suporte estrutural temporário para o vaso durante o processo de remodelação das paredes. Entre esses materiais, o ferro destaca-se devido às suas propriedades mecânicas e biocompatibilidade. Utilizando a moldagem de pós-metálicos por injeção (MPI) e um novo ligante ecológico e nacional, a borracha extraída da seringueira (Hevea brasiliensis), amostras de ferro puro foram avaliadas e testadas quanto à biocompatibilidade in vitro com ADSCs e células endoteliais da veia umbilical humana, assim como in vivo foi testada por meio de implantes subcutâneos em ratos Wistar. Os resultados demonstraram a biocompatibilidade do ferro moldado por injeção. Além disso, foi desenvolvido um substituto dérmico com inibição da expressão de CD73 em queratinócitos e fibroblastos, proporcionando uma nova ferramenta para estudar o papel dessa molécula na regeneração tecidual e trazendo perspectivas para o desenvolvimento de novas terapias. Dessa forma, este trabalho contribui para o avanço da medicina regenerativa no que tange o desenvolvimento de terapias eficazes na regeneração de tecidos
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    Terapia cognitiva baseada em mindfulness e depressão resistente ao tratamento: um ensaio clínico randomizado controlado
    (2023) Kaiser, Vanessa; Reppold, Caroline Tozzi; Almeida, Leandro; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
    trodução: O Transtorno Depressivo Maior (TDM), especialmente quando resistente ao tratamento (DRT), traz desafios clínicos, necessitando intervenções custo-efetivas. São escassos os estudos no Brasil utilizando Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness (MBCT), ainda mais com pacientes de serviços públicos de saúde mental. Métodos: Objetivou-se, no primeiro estudo, avaliar a eficácia da MBCT em relação a outra intervenção de comparação ativa estruturalmente equivalente, ambas associadas ao tratamento usual (TAU) em pacientes brasileiros com TDM, com ou sem DRT. O desenho metodológico foi um ensaio clínico randomizado controlado que comparou duas intervenções de 8 semanas, MBCT e o Health-Enhancement Program (HEP), associadas ao TAU para adultos com TDM, associado ou não ao DRT com avaliação de seguimento de 4 semanas. O desfecho primário foi os sintomas depressivos e a mudança na gravidade da depressão, medida pela redução percentual na pontuação total, além disso, foram avaliados os construtos respostas ruminativas e Aceitação e Ação; e construtos oriundos da Psicologia Positiva, entre eles, Mindfulness, Autocompaixão, Autorregulação Emocional, Afetos Positivos, Satisfação de Vida, Otimismo e Esperança Cognitiva. No segundo estudo, objetivou-se apresentar dados da eficácia da intervenção MBCT com pacientes brasileiros deprimidos, na melhora de sintomas depressivos, nas respostas ruminativas e nos acréscimos dos construtos da Psicologia Positiva (Mindfulness, autocompaixão, satisfação de vida, otimismo, esperança, afetos), analisando os resultados encontrados por análise de rede. Resultados: No primeiro estudo, no final do tratamento de 8 mais 4 semanas de follow-up, a amostra para análise por protocolo foi de 35 no MBCT e 32 no HEP. Em relação à condição HEP, a condição MBCT foi associada a uma taxa significativamente maior de respondedores ao tratamento no final da intervenção (48,6 vs. 15,6%; p = 0,01). O MBCT apresentou diferenças significativas do grupo HEP em quase todos os construtos avaliados, entre eles, no escore total de Autocompaixão na S8 e S12 (MBCT 95,26 vs. HEP 77,56; MBCT 98,2 vs. HEP 78,72; p = 0,01), nas estratégias adequadas de autorregulação emocional na S8 e S12 (MBCT 54,51 vs. HEP 43,16; MBCT 56,86 vs. HEP 44,63; p = 0,01). Com relação à Satisfação de Vida, não houve diferenças significativas entre os grupos. MBCT melhorou significativamente as taxas de resposta ao tratamento em 8 semanas, mas não as taxas de remissão. No segundo estudo, a amostra foi composta por 40 pacientes deprimidos (67,5% mulheres). Com relação a pré-intervenção, todos os construtos tiveram mudanças significativas pós-intervenção (p<0.001). Dentre as que tiveram tamanho de efeito muito grande, estão os sintomas depressivos (2,4; IC95% 1,79 a 3,01), autocompaixão (-1,69, IC95% -2,17 a -1,20), afetos positivos (-1,50; IC95% -1,95 a -1,04) e satisfação de vida (-1,36; IC95% -1,72 a -0,92). Na análise de rede, foi observada maior centralidade pós-intervenção para as facetas do Mindfulness, além disso, associações mais fortes com os sintomas depressivos foram encontradas. Conclusões: Em ambos os estudos a intervenção MBCT melhorou vários aspectos positivos do funcionamento emocional. MBCT parece ser um complemento viável na gestão de TDM e DRT.
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    Detecção de SARS-CoV-2 utilizando a metodologia de LAMP em amostras nasofaringeas para alvos moleculares alternativos
    (2022-11-21) Hoffmann, Elias da Rosa; Cantarelli, Vlademir Vicente; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
    No ano de 2020 a Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) pandemia à nível mundial causada pelo SARS-CoV-2. Diversos métodos diagnósticos foram propostos, principalmente imunológicos e moleculares, inclusive pelo Centers for Disease Control and Prevention, para identificar o vírus. Este trabalho tem como objetivo validar e padronizara uma técnica de Loop-mediated isothermal Amplification (LAMP) tendo como alvo uma região do gene da RNA polimerase viral, tendo em vista que o LAMP é um método mais rápido e de menor custo quando comparado aos demais métodos moleculares. Este trabalho descreve os resultados obtidos com a metodologia de LAMP proposta, aplicada em 115 amostras de nasofaringe (43 positivas para SARSCoV2 e 72 negativas), previamente testadas pela metodologia da reação em cadeia da polimerase em tempo real com transcrição reversa (RT-PCR), determinando sua sensibilidade e especificidade. A técnica de LAMP proposta mostrou sensibilidade de 90,7%, e especificidade de 100%, para um limite de detecção de 40 cópias/µl. O valor preditivo positivo foi de 100% e o valor preditivo negativo de 94,7%, com acurácia de 96,5%. A técnica de LAMP também apresentou a possibilidade de ser aplicada sem modificações para a detecção das novas variantes do SARS- CoV2. O método de LAMP, usado como gene alvo a região RNA Polimerase (RP). quando comparado com o RT-PCR, demonstrou ser uma técnica rápida e de menor custo, podendo ser uma excelente alternativa para países em desenvolvimento e com poucos recursos. O teste mostrou adequada sensibilidade para a identificação de amostras com cargas virais baixas (40 cópias/µl) e altas (>4000 copias/µl), porém, em amostras com carga viral extremamente baixas (<40 cópias/µl), e detectadas por RT-PCR, podem resultar falsonegativas. Para corroborar o uso da técnica de LAMP, foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise sobre o uso da metodologia de LAMP para a detecção doSARS-CoV-2. A busca resultou em 229 artigos, dos quais 19 artigos foram selecionados para compor a revisão final. A metodologia de LAMP mostrou uma alta especificidade na detecção de SARS-CoV-2 e uma ampla variação de valores de sensibilidade. O método LAMP foi considerado um método rápido e altamente específico para detecção de SARS-CoV-2; no entanto, algumas variáveis como o pH das amostras e concentração do RNA viral podem afetar sua sensibilidade e desempenho geral.
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    Investigação da associação entre a atividade física regular e função pulmonar em crianças e adolescentes
    (2023) Balbinot, Fernanda; Gerbase, Margaret Weidenbach
    Durante a infância e adolescência, o estilo de vida tem o potencial de influenciar o pleno desenvolvimento da função pulmonar, gerando efeitos que podem se estender à vida adulta. A prática de atividade física é um dos fatores associados à melhor função pulmonar em crianças e adolescentes com doenças respiratórias como asma e fibrose cística. Porém, a influência da atividade física no desenvolvimento da função pulmonar em crianças de adolescentes da população geral ainda é controversa. Além disso, não está claro se a obesidade tem papel modificador ou mediador na potencial relação entre atividade física e função pulmonar. Objetivos: O objetivo geral desta tese foi investigar a associação entre a prática regular de atividade física e a função pulmonar em crianças e adolescentes em idade escolar. Os objetivos específicos foram: (1) revisar sistematicamente a literatura para investigar o efeito de intervenções com programas de exercício regular sobre os parâmetros espirométricos em crianças e adolescentes saudáveis; (2) aferir e avaliar os desfechos espirométricos de crianças e adolescentes em idade escolar em uma cidade do sul do Brasil; (3) investigar se há associação entre a prática regular de atividade física e os desfechos espirométricos nessa população; (4) investigar se a potencial associação entre atividade física e desfechos espirométricos difere de acordo com o status de peso dos participantes; e (5) investigar se a redução do índice de massa corporal medeia a associação entre atividade física e índices espirométricos. Métodos: Dois estudos foram realizados. O primeiro estudo foi uma revisão sistemática e metanálise de estudos de intervenção que investigou se intervenções com exercício físico melhoravam os resultados espirométricos de crianças e adolescentes saudáveis. Os critérios de inclusão foram: (a) os participantes eram crianças e adolescentes saudáveis com idade ≤ 18 anos; (b) a intervenção (exercício) estava suficientemente bem descrita, de maneira que pudesse ser replicada; (c) o desfecho era a função pulmonar aferida por espirometria, antes e depois o fim da intervenção. Os desfechos de interesse foram a capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e o pico de fluxo expiratório (PFE). Após análise narrativa, foram realizadas metanálises intra- e entre-grupos utilizando o software R. Análise de subgrupo conforme a idade dos participantes e duração das intervenções também foi realizada. O segundo objeto desta tese foi um estudo transversal que investigou (1) se a atividade física estava associada a função pulmonar de crianças e adolescentes da população-geral; (2) se esta associação era modificada pelo status de peso dos participantes; e (3) se esta associação era mediada pelo índice de massa corporal. Neste estudo, foram incluídos 460 escolares, de 7 a 17 anos, selecionados aleatoriamente dentre as escolas públicas de uma cidade do sul do Brasil. Foram coletados dados sobre medidas antropométricas, atividade física, tempo de tela e dados de espirometria. A análise dos dados foi realizada utilizando-se análises de regressão linear e análise de variância (ANOVA) de duas vias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (parecer nº 2.343.173). O protocolo do estudo foi aprovado pelas Secretarias de Educação e de Saúde de Estância Velha, bem como pelos diretores das escolas. Resultados: No estudo de revisão sistemática e metanálise, foram rastreados 7942 estudos; destes, 8 foram incluídos na revisão sistemática e metanálise. Dentre os 8 estudos incluídos, 4 possuíam um grupo controle inativo. Na metanálise intragrupo, que avaliou a diferença nos parâmetros espirométricos pré- e pós-exercício, foi observado aumento significativo na capacidade vital forçada (CVF) [diferença média: 0.17L, 95%IC: 0.07 – 0.26, p = 0.0008] e ao volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) [diferença média: 0.14L, 0.06 – 0.22, p = 0.001]. Não houve diferença significativa de resultados nos subgrupos por idade e por duração da intervenção. Na metanálise entre-grupos, que avaliou a diferença entre os valores espirométricos entre o início e o fim do estudo no grupo exercício em comparação com o grupo controle, a CVF, o VEF1 e o PEF foram maiores no grupo que fez exercício comparado ao grupo controle, porém as diferenças não foram estatisticamente significativas. Quanto ao estudo transversal, os participantes incluídos eram em sua maioria inativos (57.8%) e passavam um alto tempo em frente à telas como computador e celular (56.5%). Cerca de 69% dos participantes tinham um peso considerado normal, enquanto 31% tinham excesso de peso na análise estatística, e houve associação positiva entre a prática de atividade física e a CVF [β = 3.897, p = 0.001], e o VEF1 [β = 2.931, p = 0.021]. O status de peso não modificou significativamente estas associações [pinteração = 0.296 e 0.057 para CVF e VEF1, respectivamente], e o IMC não mediou as associações significativamente [p > 0.05]. Conclusão: No estudo de revisão sistemática e metanálise, os resultados indicam que a atividade física tem o potencial de beneficiar a função pulmonar de crianças e adolescentes saudáveis, embora o pequeno número de estudos e suas limitações metodológicas chamem atenção para a necessidade de novos estudos mais bem delineados sobre este tema. De maneira similar, no estudo transversal, a prática de atividade física foi associada à maior CVF e maior VEF1 nas crianças e adolescentes da população geral, reforçando a importância da atividade física nesta faixa etária. Além disso, as associações observadas não foram modificadas pelo status de peso nem mediadas pelo IMC.
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    Dança, Telerreabilitação social e doença de Parkinson: englobando aspectos inerentes ao bem-estar do indivíduo.
    (2023) Pinto, Camila; Pagnussat, Aline de Souza; Orgs, Guido
    Sendo a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo, a doença de Parkinson (DP) impacta as atividades de vida diária e a participação social do indivíduo de forma complexa e multidimensional. Estratégias de reabilitação são frequentemente prescritas para o manejo dos sintomas e para a manutenção da qualidade de vida. A dança envolve diversos aspectos físicos multimodais, como a dupla-tarefa, coordenação motora, pistas auditivas, equilíbrio e agilidade, além de aspectos cognitivos e emocionais. Quando associada em grupo, poderia ser uma solução para reduzir os custos, manter a motivação do paciente e o suporte social. Ademais, o uso da internet e de plataformas de videoconferência, a partir da telerreabilitação, facilitaria o acesso a grupos especializados, além de ser uma alternativa para aquelas pessoas com alto risco de quedas para locomoção em ambientes externos. Este trabalho teve o intuito de responder quatro perguntas, distribuídas em quatros pesquisas distintas, referentes à temática: dança, telerreabilitação social e doença de Parkinson. A partir da primeira pesquisa clínica de viabilidade, encontramos uma alta taxa de adesão, frequência e segurança da telerreabilitação com dança para adultos mais velhos (a partir de 55 anos) com e sem DP. A intervenção com dança online utilizada (75% sentado) foi uma estratégia potencial para engajar os participantes com DP, em sua maioria em estágio de gravidade moderado e com risco de quedas. A segunda pesquisa metodológica consistiu na tradução e adaptação transcultural da ferramenta de avaliação The Goldsmith's Dance Sophistication Index (Gold-DSI) para o português brasileiro, a qual consiste na verificação do nível de experiência do indivíduo com dança. Encontramos excelentes propriedades de medida (confiabilidade e validade) do instrumento testado, o qual permitirá a investigação da relação entre experiência com dança e eficácia de intervenções baseadas em dança. A terceira pesquisa avaliou a qualidade metodológica de revisões publicadas com a temática da dança na DP e sistematizou, a partir de uma revisão guarda-chuva, a efetividade da mesma nessa população. A qualidade geral de 77% das revisões sistemáticas sobre dança e DP foram classificas como “criticamente baixa”, 10% como “baixa”, 2% como “moderada”, enquanto 13% das 48 revisões incluídas foram classificadas como “alta”. A partir das meta-análises realizadas, a dança presencial associada aos cuidados habituais farmacológicos foi melhor do que os cuidados habituais farmacológicos isolados para reduzir a gravidade dos sintomas motores e dos sintomas depressivos; para melhorar o equilíbrio e a mobilidade funcional; mas não para a distância da marcha e a qualidade de vida. A dança presencial também foi superior ao exercício multimodal para melhorar o equilíbrio. Assim, profissionais da saúde e indivíduos com diagnóstico de DP podem consultar esta pesquisa para obter conhecimento baseado em evidência acerca das revisões de alta qualidade e dos achados atuais que apoiam a dança como uma reabilitação adjunta para a população com DP. A fim de estruturar futuros ensaios clínicos randomizados de alta qualidade investigando a telerreabilitação e dança na DP, a quarta e última pesquisa sistematizou um protocolo de ensaio clínico randomizado online a fim de determinar a efetividade da telerreabilitação social (dança versus exercício terapêutico multimodal) do ponto de vista biopsicossocial da DP. Na presente tese, explora-se a visão biopsicossocial acerca dos prejuízos da DP nos indivíduos, propondo-se a dança adaptada como uma intervenção remota, social e lúdica.
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    Prevalência e fatores associados ao uso de drogas lícitas e ilícitas pela população jovem brasileira
    (2023) Brito, Emerson Silveira de; Wendland, Eliana Márcia
    Introdução: O uso de drogas pela população jovem brasileira é um problema de saúde pública, uma vez que o uso dessas substâncias aumenta a exposição a riscos sexuais, violência e mortalidade por causas evitáveis, além de ser um preditor de dependência na vida adulta. O conhecimento de padrões de uso de drogas na juventude é fundamental para um maior direcionamento de ações e políticas para populações específicas. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência e os fatores associados ao uso de drogas lícitas e ilícitas na população jovem brasileira. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo e nacional que incluiu participantes de 16 a 25 anos de todas as capitais brasileiras realizado entre setembro e dezembro de 2017. Os achados fazem parte de um estudo maior que avaliou a prevalência de HPV na população de 16 a 25 anos brasileira. Os participantes foram captados nas unidades de saúde e na região adistrita. Um questionário semi-estruturado com questões socioeconômicas e comportamentais foi aplicado por profissionais de saúde treinados. A amostra foi ponderada em cada capital por faixa etária e sexo. Resultados: No total, 8.581 participantes (50,8% mulheres) responderam ao questionário. Álcool (71,6%), cannabis (27,4%), tabaco (15,1%) e cocaína (9,9%) foram as drogas mais comuns experimentadas uma vez na vida na amostra. Foram observadas diferenças significativas entre homens e mulheres no uso regular de álcool (48,7% e 32,5%, p<0,001), tabaco (20,1% vs. 10,3%, p<0,001), maconha (18,8% e 6,3%, p< 0,001) e cocaína (3,8% e 1,4%, p<0,001). Destaca-se o alto consumo de drogas lícitas e ilícitas em participantes com baixa escolaridade, classe social alta e com parceiro no momento da pesquisa. Além disso, os participantes que tiveram relacionamento homossexual anterior apresentaram altas taxas de uso regular de álcool (65,9%), cannabis (22,6%) e tabaco (30,5%). Conclusões: Os jovens brasileiros apresentaram altas taxas de uso de drogas, principalmente tabaco, álcool e maconha. Neste contexto o direcionamento de ações e políticas públicas para esta população é fundamental. Além do mais, o conhecimento sobre os padrões de uso de fumo, álcool e drogas nessa população é importante para prevenir os riscos associados ao uso dessas substâncias nessa faixa etária.
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    Pipeline metagenômico mom o uso de algoritmo de compressão lossy e matching heurístico não determinístico
    (2022) Cervi, Gustavo Henrique; Thompson, Claudia Elizabeth; Flores, Cecilia Dias
    Introdução: o processamento de dados metagenômicos é um grande desafio para a genética e bioinformática. De forma geral, o grande volume de dados combinado com a natureza das mutações pode impactar fortemente no desempenho das aplicações de alinhamento de sequências de nucleotídeos. Nos últimos anos, o estudo metagenômico evoluiu para o diagnóstico de agentes etiológicos, especialmente em casos de infecções de difícil descoberta e tratamento. Sabe-se que quanto antes houver o diagnóstico do agente infectante, maiores são as chances de desfecho positivo para o paciente. O processo metagenômico faz uso intenso da computação e o avanço das técnicas computacionais trazem benefícios práticos no tratamento das infecções. Objetivo: esta tese propõe um mecanismo de redução de banco de dados, com perda (lossy), de forma que o volume de nucleotídeos seja otimizado, sem prejudicar a sensibilidade da busca pelos organismos de interesse. Esta compactação é utilizada para acelerar o processo de combinação de sequências (alinhamento) e produz resultados mais sensíveis em menor espaço de tempo. Metodologia: a técnica explora a característica natural do DNA/RNA onde um ou mais nucleotídeos modificados (mutações), removidos e adicionados (indels) não significam, obrigatoriamente, um identificador biológico/genético divergente de sua base de referência. Esta característica, aliada ao alfabeto reduzido de quatro letras (A, C, G e T), é peça-chave para a construção da técnica computacional proposta. Apesar de poucas letras, a combinação entre os quatro nucleotídeos é o código-fonte de todo ser vivo, possuindo milhões de combinações. Sequências de DNA podem conter milhares ou até milhões de nucleotídeos sendo que o DNA humano, por exemplo, possui mais de 3 bilhões de bases. A técnica proposta consiste na construção de uma espécie de onda. Os nucleotídeos de mesma base modulam a frequência e produzem sequências de mesmo período. Resultados: ao final do processo de redução da base, os experimentos mostram que há importante compactação na massa de dados (80% em alguns casos) e, por consequência, melhor performance como um todo. Esta redução significa que os processos computacionais envolvidos com os algoritmos de alinhamento utilizarão menor tempo de CPU (menos instruções) e também menos memória RAM, permitindo que mais dados possam ser computados no mesmo intervalo de tempo. Em experimentos comparativos com a ferramenta Blast, no alinhamento de um sequenciamento metagenômico (run), o resultado mostra uma performance acelerada em 10x, podendo ainda ampliar centenas de vezes se considerar outras estratégias como tabelas hash, já utilizadas por outras ferramentas de alinhamento metagenômico.
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    Substâncias psicoativas e sua intersecção com o gênero feminino, com a violência e com a privação de liberdade
    (2022) Einloft, Fernanda Miranda Seixas; Barros, Helena Maria Tannhauser; Kopittke, Luciane
    No mundo, existem, aproximadamente, 35 milhões de pessoas que sofrem de distúrbios relacionados ao uso de drogas, com necessidade de tratamento. Essa situação prevalece, em particular, nas instituições prisionais, onde as pessoas privadas de liberdade estão vulneráveis ao uso de drogas. Dados atuais chamam a atenção para o encarceramento das mulheres, motivado pelo tráfico de drogas. Estudo do tipo quantitativo, transversal que teve como cenário o Sistema Prisional da Região Metropolitana de Porto Alegre, a Penitenciária Feminina de Guaíba e o Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier foi realizado. O primeiro objetivo foi avaliar a associação do uso indevido de álcool e outras drogas, antes e durante o encarceramento de mulheres, no sistema prisional, com a exposição à violência. Os principais resultados encontrados foram: há um aumento da prevalência de uso de tabaco em contraponto a uma redução nas taxas de uso de drogas ilícitas na prisão; encontrou-se relação com significância estatística entre a violência física e escore positivo para GAD-7 (p=0.022) e entre violência moral e PHQ-9 (p=0.016); ao contrário do que se acreditava, não foi verificada a relação entre tipos de violência e uso de drogas lícitas ou ilícitas. A partir dos dados obtidos desta análise, que apresentaram alto consumo de benzodiazepínicos, o segundo objetivo estabelecido foi comparar o uso e a frequência do uso de benzodiazepínicos antes e durante o encarceramento e comparar com sintomas relatados de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós traumático. Os principais resultados foram: BZDs são usados com mais frequência durante a prisão e seu uso por mulheres mais que dobra nos primeiros meses de prisão; escores positivos para TEPT, ansiedade e depressão foram altamente prevalentes; existe associação entre o uso de BZD por mulheres na prisão com ansiedade, depressão e ansiedade e depressão; mulheres que usam BZDs apresentam resultado, com significância estatística, para escore positivo para depressão e não para ansiedade. O último objetivo da tese foi revisar na literatura a prevalência e a incidência do uso de BZD na população feminina geral bem como o perfil destas mulheres. Os resultados encontrados são: a partir da metanálise, foi encontrada uma taxa para uso de BZD em mulheres de 17% ([0.10; 0,27]), p<0.01, com elevada heterogeneidade entre os estudos (I2=99%); sobre o perfil identificado nos dois estudos que analisaram dados específicos na população feminina, o uso de BZD assim como o uso crônico aumentam com a idade, nas viúvas, em mulheres com menor escolaridade, em donas de casa, aposentadas e que trabalham no comércio; o perfil identificado nos estudos que analisaram dados na população geral corroboram os achados de perfil para a população feminina.
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    Caracterização molecular e fenotípica de grupos sanguíneos em doadores de sangue de uma cidade no noroeste do Rio Grande do Sul
    (2022) Soares, Scheila da Silva; Fiegenbaum, Marilu; Almeida, Silvana de
    A frequência alélica dos grupos sanguíneos é variável dependendo da origem étnica da população, o que torna importante a determinação da variabilidade desses alelos em diversas regiões do Brasil, e também em várias regiões do estado do Rio Grande do Sul. Os antígenos eritrocitários são polimórficos devido à diferentes variações genéticas, desde polimorfismos de um único nucleotídeo até inversões, deleções, inserções, entre outros. Na prática transfusional, tem se cada vez mais, procurado reduzir as chances de um indivíduo formar aloanticorpos. Em alguns casos, dependendo do fenótipo de um paciente, o doador pode ser encontrado com facilidade, porém em alguns casos específicos, no qual há a necessidade de uma combinação de antígenos negativos, é mais eficiente pesquisar doadores a partir de uma população de mesma origem étnica. Portanto, a pesquisa da frequência dos alelos e genótipos envolvidos na expressão dos antígenos de grupos sanguíneos em doadores e correlacionar com os diferentes fenótipos encontrados na rotina imuno-hematologica pode ter relevância para a prática transfusional. O presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil antigênico dos grupos sanguíneos dos sistemas Rh, MNS, Kell, Duffy, Diego e Kidd em doadores de sangue de uma cidade do noroeste do RS. Foram analisados o perfil genotípico de 810 doadores de sangue, as análise das variantes genéticas de grupos sanguíneos foram realizadas utilizando a técnica de PCR em tempo real. Já a fenotipagem eritrocitária foi realizada pela técnica de hemaglutinação com kits de cartão-gel (Bio-rad®). Para a genotipagem foram utilizadas sondas de hidrólise do sistema TaqMan® (Thermo Fisher) para o sistema Diego c.2561C>T (DI*01/*02, rs2285644), Kell c.578C>T (KEL*01/*02, rs8176058), Duffy c.125A>G e c.1-67T>C (FY*01/*02, rs12075; FY*02N.01, rs2814778), Kidd c.838G>A (JK*01/*02, rs1058396) e MNS c.143T>C (GYPB*S/GYPB*s, rs7683365). As frequências alélicas foram comparadas utilizando o teste de qui-quadrado com correção de Yates. Todas as frequências genotípicas estão de acordo com o esperado para populações em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Os fenótipos sanguíneos estimados através dos genótipos mais frequentes na população do presente estudo foram: RHC*Cc (51,5%), RHC*ee (70,1%), FY*A/FY*B (49,2%), GATA-67T/T (93,5%), KEL*02/KEL*02 (93,3%) JK*A/JK*B (53,2%) e DI*02/DI*02 (95,4%). Também calculamos a distância genética DST entre a população do nosso estudo com outros estudos semelhantes realizados em diferentes regiões do Brasil. O principal resultado da análise DST mostrou que as populações dos estados do Paraná, Minas Gerais e Bahia são geneticamente diferentes das demais populações. A população do nosso estudo, por outro lado, é semelhante às populações dos estados de São Paulo e Santa Catarina. Estudos que caracterizem o impacto funcional das variantes genéticas associadas à predição de novos alelos de grupos sanguíneos, são fundamentais no embasamento e implementação de técnicas moleculares seguras para a genotipagem desses antígenos. As técnicas moleculares podem contribuir para a prática transfusional através do manejo de unidade de sangue apropriada de acordo com as necessidades de cada indivíduo e em situações complexas, nas quais a sorologia não é eficiente, tornam-se uma boa opção, pois possibilitam uma aplicação em escala maior quando comparada às técnicas sorológicas.
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    Efeito do laser terapêutico de baixa potência na função endotelial de indivíduos saudáveis e revisão sistemática com meta-análise sobre efeitos do laser terapêutico de baixa potência e de diodos emissores de luz na dor e cicatrização tecidual após cirurgia de revascularização do miocárdio
    (2020) Hauck, Melina; Plentz, Rodrigo Della Méa
    Introdução: A fotobiomodulação com Laser terapêutico de baixa potência (LLLT) ou Diodos emissores de luz (LEDT) potencializa os processos energéticos metabólicos, modifica o ambiente intracelular e contribui para a função endotelial pela secreção de óxido nítrico. No manejo de doenças cardiovasculares, pode ser necessário a realização de cirurgia de revascularização do miocárdio que pode desencadear dor pós-operatória e prejuízos na cicatrização tecidual. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram 1) Avaliar os efeitos da fotobiomodulação com LLLT na função endotelial arterial de indivíduos saudáveis por meio da condução de um ensaio clínico e 2) Revisar sistematicamente os efeitos da fotobiomodulação com LLLT e LEDT após cirurgia de revascularização do miocárdio. Métodos: Fizeram parte do ensaio clínico randomizado 22 voluntários (25,45 ± 4,85 anos) que foram submetidos à avaliação da função endotelial pela técnica da dilatação mediada pelo fluxo (n= 22). A função endotelial foi mensurada antes e imediatamente após cada aplicação de fotobiomodulação com LLLT (810 nm, 1000 mW, 0,28 cm2 , 30 J por spot, 107 J/cm2 , 30 s). A revisão sistemática foi conduzida nas bases de dados MEDLINE (PubMed), EMBASE, SCiELO, PEDro e Cochrane Central. De acordo com os critérios de inclusão e exclusão, dois revisores independentes realizaram a seleção dos artigos, extração dos dados e avaliação da qualidade da evidência e metodológica. Os desfechos principais foram dor, cicatrização tecidual e deiscência. Resultados: O resultado do ensaio clínico mostrou que a fotobiomodulação com LLLT não aumentou a função endotelial de indivíduos saudáveis. Na condução da revisão sistemática, foram encontrados 1.513 artigos, mas somente oito ensaios clínicos randomizados foram incluídos totalizando dados de 379 pacientes. Os resultados da meta-análise mostram redução da dor após a fotobiomodulação com LLLT e LEDT no 4o 6o e 8o dia de pós-operatório. A cicatrização tecidual e a deiscência melhoraram no 8o dia de pós- operatório. Conclusões: A fotobiomodulação com LLLT com dose de 30 J e 60 J não aumentou a função endotelial e doses de energia maiores podem ser necessárias para causar vasodilatação. A fotobiomodulação com LLLT e LEDT parece melhorar a dor pós-operatória, cicatrização tecidual e deiscência após cirurgia de revascularização do miocárdio.
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    Avaliação da toxicidade subcrônica de bebida energética associada ao álcool em ratos Wistar machos e fêmeas durante a puberdade
    (2021) Valle, Marina Tuerlinckx Costa; Romão, Pedro Roosevelt Torres; Dallegrave, Eliane
    O consumo de energéticos cresce entre os jovens e este consumo tem se tornado mais expressivo, inclusive quando associado ao álcool. Os principais constituintes desta bebida são cafeína e taurina, um estimulante e um depressor do sistema nervoso central, respectivamente. Este estudo teve como objetivo avaliar a toxicidade de bebida energética, seus constituintes cafeína e taurina, isolados e em associação ao álcool em ratos Wistar pré-púberes utilizando o protocolo descontínuo de administração repetida do tipo binge drinking e avaliando parâmetros: comportamentais, hematológicos, bioquímicos, imunológicos, oxidativos, histopatológicos e reprodutivos. Ratos Wistar machos e fêmeas (pré-púberes) foram tratados do 32o dia de vida por gavagem através do protocolo binge drinking (3 dias consecutivos por semana, com intervalo de 4 dias por semana, ao longo de 4 semanas – mimetizando o uso intermitente pelos jovens) com água destilada (10 mL/kg), energético (10 mL/kg), cafeína (3,2 mg/kg), taurina (40 mg/kg) e álcool (2 g/kg, 20%) de forma combinada ou isolada. A análise hematológica foi feita através da análise do sangue no Micros-60, as análises bioquímicas foram feitas através de marcadores renais e hepáticos no espectrofotômetro X BS-120. A histopatologia foi feita através da fixação em hematoxilina e eosina e posterior leitura em microscópio óptico (40x). As citocinas (TNF-α e IL-1β) foram avaliadas através do método de Elisa, os níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) através da intensidade de fluorescência ao redox DCFH, e os níveis de óxido nítrico pelo método de Griess. As avaliações comportamentais avaliaram a locomoção através do teste Open Field, ansiedade pelo teste Pluz Maze e memória atrvés do teste de reconhecimento de objetos. As avaliações reprodutivas foram feitas através do peso dos órgãos sexuais, análise do ciclo estral das ratas fêmeas, qualidade dos oócitos através da liberação dos complexos cúmulos oócitos (CCOs), contagem de espermatozoides e espermátides, avaliação morfológica de espermatozoides e nível de testosterona. Os resultados apresentaram aumento significativo de citocinas inflamatórias (TNF-α e IL-1β), principalmente nos grupos tratados com energéticos, álcool e álcool associado ao energético foram encontrados no sangue periférico dos animais. Assim como, um amento da presença de alterações histopatológicas no fígado e nos rins (vacuolização, infiltrado celular e degeneração hidrópica) sobretudo nos grupos tratados com álcool. Porém, as avaliações bioquímicas, hematológicas e reprodutivas não apresentaram diferença entre os grupos tratados. Nas avaliações comportamentais, o teste de locomoção (teste do campo aberto) nas fêmeas reforça a ação estimulante da cafeína e do energético nos cruzamentos externos. Nos machos, a cafeína e a taurina melhoraram o índice de reconhecimento de objetos no teste de memória de longa duração. Em conjunto, os dados mostram que o álcool isolado e associado ao energético causa prejuízo ao organismo, assim como o energético isoladamente. Porém, os constituintes dos energéticos (cafeína e taurina) mostraram-se protetivos mesmo em doses baixas.
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    Análise da eficácia da membrana amniótica humana como curativo biológico e da sinalização purinérgica na regeneração tecidual
    (2022) Naasani, Liliana Ivet Sous; Wink, Márcia Rosângela
    O tratamento de queimaduras profundas ainda é um desafio na área da medicina regenerativa. A membrana amniótica humana (hAM) é um biomaterial que vem sendo cada vez mais explorado pelo campo da engenharia de tecidos. A fim de promover a regeneração de lesões teciduais, as células estromais mesenquimais (MSCs), podem ser transplantadas na área da lesão em um suporte (scaffold) que mantenha seu potencial terapêutico. Além de uma série de fatores bioativos, as MSCs liberam altas concentrações de adenosina (ADO), o que pode estar relacionado com a alta expressão de ecto-5'-nucleotidase (CD73), cuja principal função é converter ATP extracelular em adenosina imunossupressora, em conjunto com a NTPDase1 (CD39). Essas enzimas são ferramentas poderosas para controlar os efeitos mediados por purinas e pirimidinas extracelulares; no entanto, o papel dos componentes da sinalização purinérgica na regeneração tecidual é pouco compreendido. Neste trabalho avaliamos a segurança e eficácia da membrana amniótica humana como um curativo biológico, na presença ou ausência de células estromais mesenquimais através de modelos in vitro e in vivo e estudamos o papel da sinalização purinérgica como uma das vias responsáveis pela regeneração tecidual. Foi feita a caracterização física e histológica da membrana amniótica humana descelularizada (DhAM) na presença de células estromais mesenquimais derivadas de tecido adiposo (AD-MSCs), assim como a comparação do potencial da DhAM e de um substituto comercial como scaffolds para o cultivo de células estromais mesenquimais isoladas do limbo esclerocorneal (L-MSCs), demonstrando que o cultivo das MSCs na DhAM não alterou a potencialidade de células progenitoras in vitro. O efeito da DhAM na presença e ausência de AD-MSCs foi avaliado no modelo pré-clínico de queimadura de segundo grau profundo, o qual demonstrou a eficácia e segurança deste bioscaffold na regeneração tecidual. O papel dos componentes da sinalização purinérgica durante a cicatrização de feridas foi analisado através do modelo de substitutos de pele auto-montados (SASS), demonstrando a modulação das enzimas CD73, NTPDase1 e NPP1, assim como o potencial terapêutico do nucleotídeo UTP na regeneração tecidual. Nossos resultados confirmam a eficácia da DhAM como scaffold para MSCs e como uma possível terapia futura para o tratamento de queimaduras, bem como a importância de entender o envolvimento de nucleotídeos extracelulares e ectoenzimas na cicatrização de feridas, com a finalidade de oferecer novas estratégias terapêuticas.
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    Saúde mental e luto materno: possíveis repercussões sobre o desenvolvimento do bebê
    (2021) Maia, Gabriela Nunes ; Levandowski, Daniela Centenaro; Bandeira, Denise Ruschel
    Esta Tese de Doutorado objetivou avaliar o desenvolvimento de bebês de seis a 24 meses de vida, buscando verificar possíveis repercussões de aspectos emocionais maternos, em especial, de vivências de perda prévia de filho e de luto materno, sobre o desenvolvimento emocional. Cabe ressaltar que, nesta Tese, “experiência de perda de filho” foi definida como qualquer perda ocorrida desde a gestação até a primeira infância (6 anos). Foram construídos três artigos para elucidar este objetivo. O primeiro artigo é uma revisão sistemática (PROSPERO no CRD42019135655) que buscou investigar possíveis repercussões do luto materno seguida da morte de um filho, durante a gestação, período perinatal e/ou na primeira infância, no desenvolvimento do bebê nascido subsequentemente à perda. Foram seguidas as recomendações PRISMA para a condução do estudo. Dentre os registros localizados, sete artigos foram selecionados e analisados pelo STROBE. Os resultados mostraram-se inconclusivos, uma vez que tanto se constatou associação entre apego inseguro e desorganizado e dificuldades no desenvolvimento motor do bebê nascido subsequentemente à perda, quanto nenhuma associação entre tipo de apego do bebê e luto materno. No segundo artigo, empírico, de caráter misto, buscou-se compreender o processo de luto de quatro mulheres que possuíam filhos nascidos antes e depois de uma perda gestacional (PG), a fim de investigar o potencial traumático desta perda, considerando as perspectivas de Winnicott e Ferenczi, e analisar as eventuais repercussões deste processo na vivência da maternidade. Além de Questionário Sociodemográfico e Clínico (QSC), do Brief Symptom Inventory (BSI) e do Prolonged Grief Disorder-13 (PG13), as mães foram entrevistadas. Analisou-se pela técnica de síntese de casos cruzados. Verificou-se que as mães tanto sentiram que perderam um filho e vivenciaram processo de luto quanto não sentiram e não referiram ter vivenciado luto em decorrência da PG. Observou-se o potencial traumático na vivência da PG, porque nem todas as mulheres experenciam a PG como perda de filho, embora sofram emocionalmente devido a perda. A imaterialidade da PG propicia uma abertura à vulnerabilidade psíquica, podendo repercutir por meio de modificações emocionais na vivência da maternidade. Destacou-se o papel da espiritualidade e da presença de filhos nascidos anteriormente à perda na vivência da PG. Por fim, no terceiro artigo, também empírico, realizou-se um estudo quantitativo e transversal com o objetivo de avaliar associações entre variáveis maternas (presença de perda de um filho desde a gestação até a primeira infância, presença de luto prolongado e aspectos psicopatológicos) e sintomas psicofuncionais (SP) em bebês de seis a 24 meses nascidos após esta perda. A amostra foi composta por 598 díades mãe-bebê. Destas 23% das mães experienciaram algum tipo de perda de filho. Para a coleta de dados, utilizaram-se QSC, Questionário de Sintomas Somáticos do Bebê, BSI, Escala Revisada de Ajustamento Conjugal, Questionário sobre Situações de Perda e Luto Materno e o PG13. Realizou-se estatística descritiva, teste t de Student e testes qui-quadrado para comparação entre grupos de mães com e sem histórico de perda de filho e, por fim, análises de covariância (ANCOVA) com intuito de verificar quais variáveis poderiam ser preditoras de SP nos bebês. Observou-se que mães que perderam um filho não apresentaram mais sintomas psicopatológicos (BSI) do que aquelas que não perderam. Contudo, elas perceberam maior quantidade de sintomas psicofuncionais nos seus filhos nascidos subsequentemente à perda, quando comparados aos bebês de mães sem essa vivência. Além disso, a percepção da qualidade do ajustamento conjugal para as mães do estudo associou-se com a qualidade da saúde mental materna (menor presença de sintomas psicopatológicos). Dessa forma, verifica-se que a experiência de perda de filho seguida pelo nascimento de um novo bebê pode ser complexa e vivenciada das mais diferentes maneiras pelas mulheres. Além disso, a maternidade após a perda parece estar permeada por maiores preocupação da mulher frente a questões de desenvolvimento precoce do bebê, ao mesmo tempo em que o bebê pode estar sinalizando um descompasso na díade mãe-bebê, através de mais SP. Com base nos três estudos que compuseram a Tese, foi possível concluir que a perda de filho é um tema delicado, complexo e multifacetado. Parece existir repercussão da perda prévia de filho na relação mãe- bebê, contudo ainda existem lacunas a serem exploradas. Novos estudos devem empregar avaliação de outras dimensões do desenvolvimento do bebê, bem como considerar acompanhar algumas variáveis ao longo do tempo para a compreensão do processo de enlutamento materno decorrente de perda de filho, tais como o desenvolvimento infantil e a saúde mental materna. Ainda, a adaptação ou criação de novos instrumentos para a avaliação do enlutamento materno mostram-se necessários.
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    Estudo prognóstico do sistema de reparo de quebras duplas do DNA em pacientes com câncer colorretal esporádico
    (2021) Azambuja, Daniel de Barcellos; Saffi, Jenifer; Kalil, Antonio Nocchi; Meirelles, Natalia Motta Leguisamo
    Introdução: O câncer colorretal (CCR) ainda carece de biomarcadores que mitiguem inconsistências no estadiamento da doença e de novos alvos moleculares para expandir as opções terapêuticas. Análises genômicas de repositórios públicos têm identificado a presença de alterações na via de reparo por DNA de recombinação homóloga (HRR) em até 20% dos tumores colorretais. A caracterização da deficiência da via HRR (HRD) - causada por mutações patogênicas em genes centrais, como BRCA1/2 e PALB2 - permitiu o desenvolvimento de estratégias que mudaram a prática clínica para diversos tumores, mas não para o CCR. Portanto, a caracterização da HRR e da sua influência sobre o prognóstico do CCR é essencial para direcionar o desenvolvimento de biomarcadores e novos alvos terapêuticos. Objetivo: Avaliar o papel prognóstico da expressão de genes-chave da via HRR e as associações com aspectos clinicopatológicos em pacientes com CCR submetidos à cirurgia de ressecção. Métodos: amostras tumorais e saudáveis frescas de 86 pacientes com adenocarcinoma colorretal esporádico foram coletadas. Destas, 63 foram avaliadas para expressão gênica de genes-chave da HRR (RT-PCR) e status da via de reparo de malpareamento (MMR) (imuno-histoquímica). Foram exploradas as associações entre os dados moleculares e clinicopatológicos e o seu valor prognóstico em relação à sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) através da regressão de Cox. Resultados: Cinco dos sete principais genes HRR representativos foram expressos diferencialmente - MRE11A, RAD50, BARD1, BRCA1 e PALB2. Apenas a deficiência de MRE11A foi confirmada como um preditor independente de SG (HR: 5,48, IC 95% [1,26 - 19,04] p = 0,032). O status MRE11A foi identificado como um fator prognóstico independente em tumores com MMR proficiente (pMMR) (HR = 3,48 [IC 95% 1,97 - 12,45], p = 0,035), mas não MMR deficiente (dMMR). O maior tempo médio de SG foi observado em pacientes com MRE11A positivo/pMMR (64,1 meses), enquanto MRE11A positivo/dMMR apresentou a menor SG dentre os subgrupos (34,5 meses) avaliados. Conclusões: A expressão de MRE11A demonstrou-se um potencial preditor do prognóstico de CCR pMMR. Estes resultados podem fornecer racional para novas investigações de biomarcadores e abordagens terapêuticas direcionadas baseadas na expressão de MRE11A e no status de MMR.
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    Potencial preventivo da alamandina na fibrose pulmonar experimental
    (2022) Fernandes, Renata Streck; Rigatto, Katya Vianna
    A doença intersticial pulmonar (DIP) engloba um grupo heterogêneo de doenças fibrosantes que causam cicatrizes pulmonares após lesões de causas conhecidas ou desconhecidas. A fibrose pulmonar idiopática (FPI) é a variante mais comum de DIP e, devido ao caráter progressivo e crônico, possui alta morbidade e mortalidade em todo o mundo. As limitações terapêuticas agravam o prognóstico do paciente, o qual possui uma sobrevida média de apenas 3 anos após o diagnóstico. Apesar do mecanismo patogênico da FPI ainda não estar totalmente elucidado, o significativo declínio na função pulmonar é a principal característica responsável pelo prejuízo funcional e impacta diretamente na qualidade de vida do paciente. Atualmente, os dois únicos medicamentos aprovados mundialmente para controlar os sintomas da FPI não são distribuídos no sistema único de saúde (SUS) devido à ausência de evidências robustas que justifiquem o alto investimento. Dessa forma, compreender a fisiopatologia da FPI pode auxiliar a identificação de novas opções terapêuticas. Nesse contexto, por ser um modulador essencial da homeostase tecidual, o sistema renina angiotensina (SRA) deve ser explorado como um sistema ativo também nestadoença. Evidências consistentes mostram o papel do eixo clássico do SRA napatogênese da doença. Entretanto, nosso grupo mostrou, pela primeira vez, que a alamandina (ALA), um importante peptídeo contrarregulatório do SRA está reduzido 365% no plasma de pacientes com FPI, enquanto os peptídeos do eixo clássico estavam similares aos controles. Esse achado demonstrou a importância do equilíbrioentre os eixos do SRA na FPI e permitiu a hipótese de que a administração exógena de ALA pode, ao menos em parte, proteger da fibrose pulmonar (FP) e representar umapromissora alternativa terapêutica futura. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliaro potencial preventivo da ALA no desenvolvimento da FP experimental induzida por bleomicina (BLM). Para isso, 40 ratos Wistar foram divididos aleatoriamente em 4 grupos: CO (saudáveis), ALA (saudáveis e tratados com alamandina), BLM (fibróticos) e BLM+ALA (fibróticos e tratados com alamandina). Nos animais que receberam BLM,houve uma correlação positiva entre a pontuação de Ashcroft, que indica o grau de fibrose pulmonar, e a elastância do sistema respiratório. A administração de ALA atenuou o desenvolvimento da fibrose, reduziu a elastância pulmonar e preservou o ganho de peso em animais fibróticos sem afetar o controle autonômico da pressão arterial e frequência cardíaca. Nossos dados representam um importante avanço nasterapias antifibróticas e, provavelmente, também para as sequelas fibróticas da COVID-19.
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    Manual de Terapia Cognitivo-Comportamental em grupo para adolescentes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo
    (2022) Bortoncello, Cristiane Flôres; Ferrão, Ygor Arzeno
    Introdução: o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença mental grave, muito comum na infância e adolescência, com prevalência entre 2 e 3% nesta faixa etária, seu curso é crônico e, caso não seja tratado, se mantém por toda a vida, raramente desaparecendo por completo. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é considerada a primeira escolha de tratamento em crianças e adolescentes que apresentam sintomas leves e moderados e associada à farmacoterapia nos casos de sintomas de intensidade moderada à grave podendo ser realizada de forma individual ou em grupo. Contudo, não existe no Brasil, um manual de tratamento em grupo validado para os adolescentes com TOC. Objetivo: desenvolver, avaliar e apresentar as primeiras evidências de validade de um manual de Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupo (TCCG) para o tratamento de adolescentes brasileiros com TOC. Metodologia: Inicialmente foi realizada uma revisão sistemática com metanálise, a qual objetivou avaliar a eficácia da TCCG em adolescentes com TOC (artigo 1). O artigo dois teve como objetivo apresentar as seis etapas de confecção do manual de TCCG para adolescentes com TOC: 1) Revisão Sistemática em busca de manuais com evidências científicas (artigo 1); 2) Apreciação dos manuais existentes; 3) Confecção do novo manual; 4) avaliação por especialistas; 5); Avaliação do manual por adolescentes; 6) Apreciação das avaliações. Resultados: os principais resultados do artigo 1 revelaram que a TCCG é eficaz na redução dos sintomas de adolescentes com TOC (d = -1.32) e que não existe um manual de TCCG para adolescentes com TOC validado no Brasil. A partir desses resultados foi elaborado o manual de TCCG denominado Camaleo TOC, apresentando excelente evidência de validade de conteúdo, em adequação (Finn = 0.98) e relevância (Finn = 0.99 escore médio = 4.0; numa escala de avaliação de 0 a 4), tanto por parte dos especialistas como dos adolescentes (artigo 2). Conclusão e Perspectivas: a presente tese apresenta as evidências preliminares de validade de conteúdo do Camaleo TOC, tal evidência contribui para melhor compreensão do manual por adolescentes, o que pode implicar em maior eficácia da intervenção. Ademais, destaca-se que este manual apresenta algumas vantagens em comparação a outros manuais disponíveis para o tratamento do TOC. Até onde se tem conhecimento, o Camaleo TOC é o único instrumento que seguiu rigorosamente as etapas sugeridas para o desenvolvimento de instrumentos na área da saúde. Outra vantagem do Camaleo TOC é o maior tempo de participação dos pais/familiares durante as sessões, o que também pode contribuir para maior eficácia da intervenção. Espera-se que este manual possa ser disponibilizado como um protocolo de tratamento fundamentado e especializado, que proporcione aos adolescentes um tratamento efetivo na rede pública ou privada. Por fim, destaca-se que um terceiro estudo quase-experimental derivado desta tese está sendo conduzido com o objetivo de avaliar e apresentar as primeiras evidências de eficácia do Camaleo TOC no tratamento de 20 adolescentes (10 a 19 anos) brasileiros com TOC.
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    Interação entre poluição atmosférica e exercício físico sobre marcadores fisiológicos, metabólicos, estado redox e inflamação em homens saudáveis
    (2022) Marmett, Bruna; Rhoden, Cláudia Ramos ; Nunes, Ramiro Barcos
    A presente tese teve como objetivo avaliar o efeito da exposição aos poluentes atmosféricos sobre parâmetros fisiológicos, metabólicos, bioquímicos e inflamatórios em indivíduos com diferentes níveis de condicionamento físico. Foram produzidos 6 artigos científicos ao longo do desenvolvimento do estudo. No Estudo 1, geramos uma hipótese considerando os resultados conflitantes da literatura a respeito da realização de exercício em ambientes poluídos. No Estudo 2, demonstramos que indivíduos obesos apresentam maior ventilação total e maior duração de exercício, aumentando a inalação de poluentes. No Estudo 3, observamos que a ventilação durante o exercício é determinante na inalação de poluentes e que fatores como horário, localização e concentração dos poluentes devem ser considerados. No estudo 4, identificamos que mesmo em baixas concentrações a exposição ao O3 durante o exercício pode causar risco à saúde. No Estudo 5, identificamos que indivíduos fisicamente ativos apresentam menor risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas e que a exposição adicional aos poluentes decorrentes do exercício não representa risco adicional para a saúde. No Estudo 6, demonstramos que níveis elevados de atividade física resultam em maior exposição ao O3, o qual poderia atenuar os benefícios provenientes do exercício, no entanto um maior nível de atividade física resultou em melhora nos níveis de defesas antioxidantes, mediadores inflamatórios e toxicidade pulmonar. Em conclusão, a prática de exercício físico aumenta a exposição aos poluentes atmosféricos, no entanto, esta exposição adicional durante o exercício não representa risco a saúde. Além disso, indivíduos com elevado nível de condicionamento físico apresentaram melhor desfecho cardiometabólico, menor toxicidade pulmonar, dano oxidativo e concentração de mediadores pró-inflamatórios.
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    Programa de telerreabilitação mantém capacidade funcional em pacientes com doença pulmonar crônica durante período de isolamento social devido a COVID-19
    (2022) Miozzo, Aline Paula; Plentz, Rodrigo Della Méa
    Introdução: em 2019, o mundo foi impactado pela pandemia de Covid-19. Muitos serviços, considerados não essenciais, tiveram suas atividades paralisadas e as pessoas foram estimuladas a buscar alternativas para manter suas rotinas dentro de suas próprias casas. As doenças pulmonares representam uma grande causa de incapacidade e mortalidade e os programas de reabilitação pulmonar são comprovadamente eficazes. Durante a pandemia, a telerreabilitação se torna uma alternativa para esses pacientes. O objetivo deste estudo foi determinar resultados em desfechos como capacidade funcional e qualidade de vida ao comparar a telerreabilitação aos cuidados usuais em pacientes previamente participantes de programas presenciais. Métodos: estudo retrospectivo quase experimental realizado entre abril de 2020 a agosto de 2021. Foram incluídos 32 pacientes com doenças crônicas, divididos entre os grupos controle e intervenção. O grupo intervenção realizou a telerreabilitação de forma síncrona duas vezes por semana supervisionada por um fisioterapeuta com exercícios respiratórios, de fortalecimento e aeróbicos. O grupo controle não realizou nenhuma atividade durante o período de isolamento social. A capacidade funcional foi avaliada pelo teste de caminhada de 6 minutos e a qualidade de vida pelo Medical Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey. Resultados: o grupo de telerreabilitação reduziu 39 metros no teste de caminhada de seis minutos, enquanto o grupo controle reduziu 120 metros. Houve diferença de 81 metros entre os grupos (p=0,02). Em relação à qualidade de vida, a telerreabilitação apresentou melhora em dois domínios, aspectos sociais e saúde mental. Conclusão: a telerreabilitação para esses pacientes mantém a capacidade funcional e melhora aspectos da qualidade de vida.