PPGCR - Teses
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Item Efeitos da Fotobiomodulação e do Exercício Aeróbico na Sobrevivência Celular e nos Mecanismos de Isquemia e Reperfusão: estudos na Insuficiência Cardíaca Associada ao Diabetes Experimental e em Cardiomiócitos Isolados(2024-07-09) Bahr, Alan Christhian; Lago, Pedro Dal; Türck, Patrick; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: As doenças cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca (IC) e a doença arterial coronariana (DAC), estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade global. A IC, tem um processo fisiopatológico resultante de estressores celulares como hipóxia e interrupção da síntese proteica, afeta cerca de 2% da população nos países ocidentais e é exacerbada pelo diabetes mellitus tipo 2 (DM2) através do aumento do estresse oxidativo e disfunção mitocondrial. Essas condições induzem alterações celulares adversas, como atrofia de miócitos e autofagia deficiente. A fotobiomodulação (FBM) com luz não térmica de lasers ou LEDs minimiza a inflamação e melhora a defesa antioxidante, crucial para o reparo celular. As intervenções de revascularização para DAC, embora necessárias, carregam riscos significativos de lesão por reperfusão, marcada por dano celular agudo. A FBM tem potencial para mitigar esses efeitos, melhorando a função mitocondrial e a produção de ATP. Paralelamente, o exercício aeróbico (EA) melhora as funções cardíacas e músculo esqueléticas, modulando vias como Akt/mTOR, cruciais para a síntese proteica e hipertrofia muscular, além de promover a renovação celular. A combinação de FBM e EA promete melhorar os resultados das intervenções na reabilitação cardiopulmonar, com pesquisas contínuas sendo vitais para desenvolver tratamentos inovadores e não invasivos que maximizem esses benefícios. Objetivos: Investigar os efeitos terapêuticos isolados e combinados da fotobiomodulação e do exercício aeróbico sobre os mecanismos de estresse oxidativo, autofagia e apoptose em miócitos e cardiomiócitos, bem como suas implicações na melhora da função cardíaca e muscular em modelos de isquemia cardíaca, insuficiência cardíaca associada com diabetes mellitus tipo 2. Metodologia do Artigo 1: Foram utilizados dezoito ratos machos distribuídos em quatro grupos: Controle (CT), IC+DM (modelo de doença), Exercício+IC+DM (EX+IC+DM), e EX+IC+DM+FBM. DM2 foi induzido por dieta hiperlipídica (todo o experimento) e por estreptozotocina (0,25 ml/kg, i.p.), e a IC por ligadura coronária. Uma semana após a indução, iniciou-se um protocolo de oito semanas de FBM e EA. Avaliamos por western blot a expressão de proteínas relacionadas à apoptose (BAX, CASPASE-3, CASPASE-9, Anexina-V, P-ASK) e proteínas relacionadas à autofagia (mTOR, BECLIN-1, P62, LC3-I, LC3- II, Nrf2, PAKT). Resultados do Artigo 1: Não houve diferença significativa na expressão de apoptose e na maioria das proteínas de autofagia entre os grupos. No entanto, o grupo EX+IC+DM+PBM apresentou um aumento no Nrf2 (p=0,04), p-AKT (p=0,03) e LC3-I (p=0,005) em comparação ao grupo IC+DM, indicando melhora na sinalização de sobrevivência celular. Metodologia do Artigo 2: Cardiomiócitos H9C2 foram induzidos à hipóxia por 24h com 300 μM de CoCl2, seguida de 16h de reoxigenação em meio normóxico. As células foram tratadas com Laser GaAIAs (850nm, 1J/cm²) pós-hipóxia. Os grupos incluíram células em condições normóxicas (C), hipóxia e reperfusão sem tratamento (HR), e hipóxia e reperfusão com FBM (HR+FBM). A viabilidade celular e a expressão proteica foram avaliadas via MTT e Western blot, respectivamente. Resultados do Artigo 2: A FBM atenuou as alterações induzidas pela hipóxia/reoxigenação, aumentando significativamente a expressão de proteínas Nrf2, HSP70, mTOR, LC3II, LC3II/I, Caspase-9 e reduzindo a expressão de PGC-1α, SOD2, xantina oxidase, Beclin-1, LC3I e Bax, indicando uma redução no estresse oxidativo e modulação na autofagia e apoptose. Conclusão: Os estudos confirmam que tanto a FBM quanto a combinação de EA com FBM atuam como intervenções terapêuticas eficazes para melhorar a sobrevivência e funcionalidade celular em condições de doenças cardíacas e diabetes. As sinergias observadas entre estas modalidades sugerem a possibilidade de uma nova direção para tratamentos não farmacológicos, contribuindo para o manejo de doenças cardiovasculares como IC, DAC e diabetesItem Treinamento Muscular Inspiratório Melhora a Força Muscular Respiratória e Capacidade Funcional em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica em Hemodiálise(2022-01-10) Brüggemann, Ana Karla Vieira; Plentz, Rodrigo Della Méa; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoA fraqueza muscular respiratória em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) está associada à redução da capacidade funcional e influencia diversos sistemas desses pacientes. O treinamento muscular inspiratório (TMI) surge como uma opção de tratamento que pode promover efeitos positivos nos aspectos respiratório, funcional e inflamatório. Objetivo: Revisar sistematicamente os efeitos do TMI sobre a força muscular respiratória, capacidade funcional, função pulmonar, qualidade de vida, função endotelial e estresse oxidativo de pacientes com IRC em hemodiálise (HD). Metodologia: revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados (ECRs) conduzida de acordo com a recomendação PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) e seguindo as recomendações propostas pela Colaboração Cochrane. Serão utilizadas as bases de dados MEDLINE (via PubMed), Embase, Scientific Electronic Library Online (Scielo), Cochrane Central Register of Controlled Trials e Physiotherapy Evidence Database (PEDro) para busca dos artigos potencialmente relevantes publicados. Serão selecionados estudos que avaliaram o efeito do IMT na força muscular respiratória, capacidade funcional, função pulmonar, função endotelial, qualidade de vida ou estresse oxidativo de pacientes adultos com IRC em HD em comparação com o controle, TMI placebo ou fisioterapia convencional foram selecionados. Dois revisores independentes extrairão os dados usando um formulário de extração de dados predefinido. O risco de viés será avaliado com RoB 2.0 e e a qualidade da evidência pelo sistema Grading of Recommendatons Assessment, Development and Evaluaton (GRADE). Resultados: Oito estudos foram incluídos, totalizando 246 pacientes. A metanálise mostrou que o TMI aumentou a pressão máxima inspiratória (PImáx) em 22,53cmH2O, a pressão máxima expiratória (PEmáx) em 19,54cmH2O, a distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) 77,63m. Não foram observadas alterações na função pulmonar e qualidade de vida. Não foi possível analisar quantitativamente os dados de função endotelial e stress oxidativo. Conclusão: O TMI melhora a PImáx, PEmáx e a capacidade funcional de pacientes com IRC em HD, porém a qualidade de evidência varia de baixa a muito baixa. O TMI não demonstrou resultados significativos para função pulmonar e 4 qualidade de vida. Os efeitos sobre a função endotelial e capacidade oxidativa permanecem incertos.Item Uso de realidade virtual imersiva na dor de pacientes em unidade de terapia intensiva(2022-11) Freire, Ariane Bolla; Oliveira, Alcyr Alves de; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) se caracterizam por ser um ambiente tenso e traumatizante para os pacientes, devido a uma série de fatores, como a separação do ambiente familiar, baixa permissão para visitas e agitação do ambiente. Esses pacientes são acometidos pelos mais variados problemas, os quais resultam em um quadro extremamente estressante e doloroso. Por constituírem um grupo heterogêneo e de alta complexidade, torna-se importante priorizar formas de tratamento que levem em consideração essas situações e amenizem o estresse gerado pela experiência na UTI, a fim de melhorar inclusive os sintomas físicos, como a percepção da dor. Neste cenário, a Realidade Virtual Imersiva (RVI) constitui uma das mais inovadoras tecnologias aplicadas à reabilitação ambulatorial e clínica, mas que ainda necessita de evidências científicas mais robustas no ambiente de UTI. A RVI promove um feedback visual extrínseco que gera ativação de respostas fisiológicas e de áreas cerebrais específicas, otimizando a melhora desses pacientes. Na RVI, o usuário está totalmente imerso no ambiente virtual, o que resulta na distração do paciente, modulando a sua percepção de dor. Entretanto, ainda não há consenso na literatura se o uso da RVI é eficaz na redução da dor em pacientes internados na UTI. Objetivo: Analisar os efeitos da RVI sobre a dor em pacientes de UTI por meio de uma revisão sistemática e meta-análise. Métodos: O artigo 1 é o protocolo da revisão sistemática. Para o artigo 2, realizamos uma busca nas seguintes bases de dados: PubMed, Cochrane, Scopus e Web of Science. Os termos MeSH utilizados na busca foram “realidade virtual”, “dor”, “hospitalização”, “unidade de terapia intensiva”. Um Forest Plot foi gerado para apresentar o efeito combinado e a diferença média (DM) para valores absolutos entre pré e pós intervenções, com erro padrão (EP) e intervalo de confiança de 95% (IC). Valor de P ≤ 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Para meta-análise, utilizamos o software OpenMeta Analyst, versão 10.10. Resultados: Foram encontrados 1347 estudos. Destes, apenas 7 foram selecionadas para leitura na íntegra e somente 2 preencheram os critérios de inclusão. Foram avaliados 146 pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca (49 homens e 22 mulheres) nos dois estudos incluídos. A média de idade dos pacientes foi de 57,35 ± 11,31. Nossos resultados demonstram que a intervenção por meio da RVI gera uma redução efetivamente significativa na dor dos pacientes internados na UTI (DM: 0,509 ± 0,116 – EP, with 95% IC: -0,736 a -0,282; P < 0,001) 10 Conclusão: Nosso estudo aponta para a viabililidade de implantação da RVI em UTI, sendo o primeiro a comprovar, através de uma meta-análise, a eficácia dessa modalidade terapêutica na melhora da dor de pacientes internados em UTI. Novos estudos clínicos em RVI, com maior número amostral, ensaios clínicos randomizados com grupo controle/comparador, utilização de protocolos de intervenção e avaliação mais delineados e homogêneos, devem ser incentivados na UTI, a fim de estabelecer novas ferramentas não farmacológicas, não invasivas e com menor possibilidade de efeitos colaterais para essa população.Item Intervenções Fonoaudiológicas para Disfunção Velofaríngea e Hipernasalidade em Crianças com Fissura Labiopalatina(2023-11-21) Schilling, Gabriela Ribeiro; Cardoso, Maria Cristina de Almeida Freitas; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: As fissuras labiopalatinas afetam o terço médio da face e podem ocasionar distúrbios de fala, motricidade orofacial e voz. Comumente, é necessário adequar tais funções através da terapia fonoaudiológica com abordagem fonética e/ou fonológica ou de exercícios de trato vocal semiocluído, que apresentam efeitos positivos nos aspectos perceptivo-auditivos vocais, incluindo a ressonância. Objetivos: Verificar terapêuticas fonoaudiológicas disponíveis na literatura para tratamento da disfunção velofaríngea em sujeitos com fissura labiopalatina e analisar os efeitos da intervenção com abordagem fonético-fonológica e do programa de intervenção com técnica de fonação em tubo flexível imerso em água, na voz e fala de sujeitos com fissura labiopalatina corrigida, através da escrita de três artigos. Metodologia: Artigo 1, caracterizado como estudo observacional de revisão de literatura retrospectiva, utilizando-se as diretrizes da recomendação PRISMA, com pesquisa nas bases de dados Scielo, MedLine e LiLacs e estratégia de busca específica e delimitada com análise da qualidade metodológica. Artigo 2, caraterizado como estudo de casos experimental, no qual participantes receberam intervenção fonoaudiológica com abordagem fonético-fonológica, por dez sessões, sendo coletados dados de identificação, avaliação de fala, voz e motricidade orofacial, antes e após intervenção. Artigo 3, caracterizado como estudo piloto longitudinal de intervenção, com cegamento dos avaliadores e alocação dos participantes em dois grupos (intervenção e controle). O grupo intervenção realizou exercícios de trato vocal semiocluído com utilização de tubos de ressonância com uma extremidade imersa em 2cm de água. O grupo controle recebeu terapia fonoaudiológica tradicional, excetuando-se exercícios de trato vocal semiocluído. Foram incluídos sujeitos com idade entre quatro e 12 anos, submetidos à coleta de dados de identificação e de prontuários; avaliação de fala e voz com gravação de vídeo e áudio para análise (avaliações realizadas antes e após o período de intervenção). Resultados: No artigo 1, foram encontrados quatro estudos que relataram as intervenções fonoaudiológicas para tratamento de aspectos de disfunção velofaríngea em sujeitos com fissura labiopalatina. O artigo 2, incluiu quatro participantes de ambos os sexos, com média de idade de oito anos. Todos apresentaram alteração na fala, motricidade orofacial ou hipernasalidade no período pré-intervenção. Após, houve melhora dos aspectos fonológicos e dos distúrbios compensatórios e obrigatórios. A inteligibilidade de fala mostrou-se adequada em três dos quatro participantes, assim como, todos apresentaram coordenação pneumofonoarticulatória. No artigo 3, incluiu-se sete participantes com média de idade de 8,3 anos e prevalência de fissura do tipo transforame unilateral. A intervenção com a técnica de fonação em tubo flexível imerso em água apresentou resultados positivos em shimmer e jitter. Conclusões: No artigo 1, encontrou-se número limitado de estudos descrevendo a reabilitação fonoaudiológica de crianças com disfunção velofaríngea e fissura labiopalatina. Tanto as intervenções com ênfase fonético-motora quanto linguístico-fonológicas, apresentam resultados positivos sobre a fala. No artigo 2, a intervenção fonéticofonológica apresentou resultados positivos nos aspectos de fala e na mobilidade de palato mole, porém sem mudanças do grau de hipernasalidade. No artigo 3, a intervenção com técnica de fonação em tubo flexível imerso em água apresentou resultados positivos sob aspectos acústicos de voz. Sugere-se a realização de mais estudos com número maior de participantesItem Efeito de diferentes distâncias de corrida de rua no sistema imunológico, na funcionalidade do assoalho pélvico e na qualidade de vida de atletas(2023-11-27) Ribeiro, Joane Severo; Peres, Alessandra; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoA presente tese é composta de 3 estudos. Artigo 1: O primeiro estudo teve como objetivo analisar as concentrações de cortisol sanguíneo antes e após corrida em diferentes distâncias e a qualidade de vida de corredores de rua. 34 atletas coletaram sangue para dosagem do cortisol e responderam ao WHOQOL-bref de forma online. As concentrações de cortisol pré e pós foram significativamente distintas na amostra geral 0,001), e nos grupos das distâncias 21 e 42 Km (p<0,005). Em relação a QV dos atletas a autopercepção foi 67,25%, apresentou diferença significativa entre os domínios físico e psicológico (p=0,008), físico e social (p<0,001) e físico e ambiental (p<0,001), e nos grupos, conforme a distância, observou-se diferença entre os grupos (p<0,005). Artigo 2: O segundo estudo teve como objetivo compreender a influência da prática de corrida de rua nas perdas urinárias de atletas recreacionais. 42 atletas responderam ao ICIQ-SF e uma ficha de anamnese com informações gerais do indivíduo, sua saúde e sobre a prática de corrida. Identificou-se que não há associação entre as variáveis de treinamento de corrida: tempo de prática de corrida, volume de treino e duração dos treinos com a queixa de perdas urinárias, não havendo também relação com o sexo, idade e IMC dos atletas. Artigo 3: O terceiro estudo teve por objetivo verificar a relação do tempo de prática de corrida, distância percorrida e o sexo nos marcadores imunológicos de atletas recreacionais de corrida de rua. 32 atletas responderam a uma ficha de anamnese com informações gerais dos indivíduos e do treinamento de corrida, e realizaram uma colheita sanguínea antes e após um percurso de corrida, de 10 ou 21 Km. A IL6 teve relação entre tempo de prática de corrida e o sexo (p=0,021), razão IL6/IL10 houve relação com tempo de prática e sexo (p=0,012), razão IL1β/IL1ra houve efeito significativo na relação do tempo com a distância (p=0,034)Item Instrumentos de Triagem e Avaliação Clínica da Deglutição para Idosos: uma revisão sistemática e metanálise(2024-06-26) Silva, Michele Rocha da; Cardoso, Maria Cristina de Almeida Freitas; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: As modificações anatomofisiológicas próprias do envelhecimento são capazes de afetar os aspectos orais e podem influenciar nas dificuldades alimentares, sendo fundamental entendê-las e imprescindível poder detectá-las precocemente. A disfagia afeta a segurança e eficiência da deglutição, podendo causar, pneumonia por broncoaspiração e prejuízos às necessidades nutricionais e hídricas do idoso. Objetivo: Identificar instrumentos de triagem e de avaliação clínica da deglutição ou de distúrbio de deglutição para idosos e verificar a influência dos aspectos da fase oral da deglutição nesta população. Método: Este estudo se constituiu de dois artigos, ou seja, de uma revisão sistemática da literatura, na qual foram pesquisados estudos indexados nas bases de dados, com o desfecho na ocorrência de modificações nas estruturas da fase oral e nas etapas subsequentes da deglutição e poderiam desencadear a ocorrência de disfagia nos idosos. O segundo artigo foi estruturado a partir de uma metanálise, elaborada considerando uma revisão sistemática da literatura pesquisada em estudos indexados em bases de dados, cujo desfecho foi a identificação de instrumentos de triagem e de avaliação clínica da deglutição ou de distúrbio da deglutição para idosos. Considerando a estratégia PICOS, os estudos para cada artigo foram selecionados a partir de descritores específicos e seguiram as diretrizes do instrumento PRISMA. Os dois artigos foram analisados por três juízes cada um, sendo os dois primeiros os responsáveis pela sua seleção e o terceiro acionado frente a alguma discordância entre os primeiros. Resultados: Para o primeiro artigo foram identificados nas bases de dados 198 artigos e após a análise dos juízes foram considerados 4 estudos, a partir dos dscritores e/ou termos: Aged; Elderly; Swallowing; Dysphagia; Deglutition Disorders; Questionnaire; Health Surveys; Evaluation; Screening; Assessment; Oral Phase, Oral Stage, Swallowing Disorder, Assessment e/ou swallow videofluoroscopic. No segundo artigo foram encontrados 119 estudos, que resultaram em 10 estudos para a sua estruturação, tendo sido considerado os descritores Aged; Elderly; Swallowing; Dysphagia; Deglutition Disorders; Questionnaire; Health Surveys; Evaluation; Screening; Assessment. Os resultados da análise sugerem que, enquanto o Eating Assessment Tool EAT10, parece ser um indicador útil para o risco de disfagia, as variações substanciais entre os estudos exigem uma análise cuidadosa dos contextos clínicos específicos e das populações de pacientes, também indica uma associação positiva entre os instrumentos de identificação de disfagia e a ocorrência de desnutrição. Conclusão: O primeiro artigo encontrou a presença de resíduos após a deglutição como fator importante para risco de penetração e/ou aspiração laríngea em idosos, sendo este aspecto comum a todos os estudos analisados. O segundo artigo identificou o instrumento de triagem EAT10, como o mais recorrente nos estudos e um estudo que utilizou o instrumento de triagem específico para população idosa o Dysphagia Risk Assessment for the Community- dwelling Elderly - DRACE.Item Treinamento muscular expiratório na capacidade respiratória de crianças hígidas e com fissuras labiopalatinas(2023-12-14) Kniphoff, Gustavo Jungblut; Cardoso, Maria Cristina de Almeida Freitas; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Na infância, as doenças respiratórias agudas representam um grande problema de saúde pública, dado a alta incidência. No Brasil, as doenças respiratórias em crianças entre um e quatro anos de idade são consideradas a primeira causa de óbito. As crianças predispõem-se a um maior risco às complicações no trato respiratório devido às diferenças fisiológicas e anatômicas. Objetivo: Verificar sistematicamente os valores da capacidade vital respiratória de crianças hígidas, bem como comparar o efeito do treinamento muscular expiratório na capacidade respiratória entre crianças hígidas e com fissuras labiopalatinas - FLP. Metodologia: Artigo 1 – estudo observacional de revisão da literatura retrospectiva, seguindo as diretrizes da recomendação PRISMA, com pesquisa nas bases de dados PubMed, Scopus, Embase e SciELO. Artigo 2 – estudo prospectivo por ensaio clínico randomizado com crianças hígidas de ambos os sexos, com média de idade de seis anos, avaliados pré e pós-intervenção e reavaliados em um follow-up de três meses. Artigo 3 – estudo comparativo prospectivo por ensaio clínico randomizado realizado entre crianças hígidas e com FLP, divididos em dois grupos principais, sendo dois subgrupos em cada, avaliados pré e pósintervenção e reavaliados em um follow-up de três meses. Na intervenção dos ensaios clínicos randomizados os participantes foram divididos em dois grupos (Grupo Água que utilizou a pressão positiva expiratória – PEP em Selo de Água e o Grupo Respiron, que utilizou o aparato Respiron®) e os treinamentos realizados em três séries de 10 repetições/semana, durante seis semanas. Resultados: Artigo 1 – seis artigos atenderam aos critérios de inclusão e evidenciaram a espirometria como método utilizado para avaliação da função pulmonar de crianças, com Capacidade Vital Forçada - CVF mínima de 0,87L e máxima de 1,69L e Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo - VEF1 mínimo em 0,72L e máximo de 1,51L. Artigo 2 – foram incluídas 34 crianças, cuja amostra total evidencia resultados expressivos em que todos os sujeitos visto que apresentaram melhora com diferença estatística nas variáveis de capacidade respiratória e força muscular respiratória (p<0,001). Artigo 3 – O Grupo FLP constituiu-se de 10 crianças enquanto o Grupo Controle de 34 crianças. No grupo FLP a diferença entre o pós e o follow-up não foi significativa (p=0,231), ao passo que no grupo controle a média no follow-up foi significativamente maior (p<0,001). Conclusão: Artigo 1 – tanto a CVF quanto o VEF1 variam de acordo com a idade e não seguem um padrão linear, tornando difícil estabelecer valores preditivos para cada idade. Artigo 2 – encontrou-se melhora para capacidade respiratória e para a força muscular respiratória, em curto, médio e longo prazo em crianças hígidas. Artigo 3 – as crianças hígidas apresentaram uma melhor função respiratória quando comparadas com crianças com FLP, mesmo após três meses de protocolo de treinamento expiratório. O treinamento muscular expiratório pode melhorar a função respiratória tanto de crianças com FLP quanto de crianças hígidas.Item Avaliação da Autocompaixão, Qualidade do Sono e Dor Lombar em Adultos(2024-02-28) Ballejos, Kellen Greff; Reppold, Caroline Tozzi; Calvetti, Prisla Ücker; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoA dor lombar é uma das causas de incapacidade mais prevalentes no mundo, gerando problemas de saúde pública, impactos psicossociais negativos e altos custos para a sociedade através de demandas médicas. Existe também, uma alta prevalência de dor lombar no contexto universitário, considerando que os estudantes passam períodos prolongados em postura inadequada e sofrem interferências no sono. Nesse sentido, torna-se relevante aprofundar os fatores relacionados à dor lombar, medidas preventivas e tratamentos alternativos para o público adulto. Portanto, a presente tese é constituída por dois estudos. Artigo 1: Foi realizada uma revisão sistemática que objetivou investigar os benefícios das intervenções baseadas em autocompaixão na dor lombar e saúde mental de adultos. O protocolo de revisão foi registrado no PROSPERO (CRD42022376341) e o método foi realizado de acordo com as diretrizes do PRISMA. As pesquisas foram realizadas utilizando as palavras-chave "autocompaixão" e "lombalgia" em português, inglês e espanhol nas seguintes bases de dados: PubMed, LILACS, SciELO, PePSIC, PsycINFO, Embase, Scopus, Web of Science e Cochrane. Foram também realizadas buscas adicionais nas referências dos estudos incluídos. Trinta e três artigos foram identificados e analisados por dois revisores independentes utilizando o Rayyan, quatro destes estudos foram inclusos. O sistema RoB 2 foi utilizado para análise do risco de viés. Os principais achados sugerem que as intervenções de meditação por autocompaixão demonstram benefícios no tratamento da dor lombar, na redução da intensidade da dor e na melhoria da aceitação da dor. Artigo 2: Um estudo transversal foi conduzido com o objetivo de investigar o efeito da autocompaixão na qualidade do sono e dor lombar em universitários. A amostra de 134 universitários respondeu questões sociodemográficas e escalas psicométricas, entre elas, a Depression Anxiety and Stress Scales (DASS 21), Pain Catastrophizing Scale (PCS), Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) e Self-Compassion Scale (SCS). Os resultados demonstraram que a autocompaixão mediou aproximadamente 16.8% da relação de PSQ e nível de dor lombar. As análises sugerem que componentes da autocompaixão podem contribuir para o tratamento em intervenções clínicas e psicossociais para a prevenção e tratamento da dor lombar.Item Proposta de Protocolo para Utilização do Blue Dye Test Modificado em Crianças em Uso de Traqueostomia Revisão Sistemática e Validação(2023-12-05) Sepúlveda, Consuelo de los Angeles Vielma; Cardoso, Maria Cristina de Almeida Freitas; Barbosa, Lisiane de Rosa; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoA traqueostomia (TQT) é um procedimento médico em que há a colocação de uma cânula na traqueia para estabelecer uma comunicação direta entre esta e o meio externo, facilitando a função respiratória. Atualmente, a população que usa TQT é variada, incluindo diferentes idades e condições clínicas requerendo um acompanhamento multiprofissional, individualizado e oportuno. Outra função orofacial que pode ser impactada pela TQT é a deglutição, pela possibilidade de alterações neurofisiológicas e mecânicas decorrentes do procedimento médico. Frente ao risco de disfagia, o fonoaudiólogo necessita de protocolos de avaliação, com testes específicos e complementares, para o diagnóstico e orientação do restabelecimento da biomecânica da deglutição. O Blue Dye Test (BDT) é o procedimento clínico utilizado de forma complementar para a determinação da segurança da via respiratória dos pacientes em uso de TQT, por seu baixo custo de aplicação. Objetivo: validar uma proposta de um protocolo para a utilização do Blue Dye Test modificado na avaliação da deglutição em crianças em uso de traqueostomia. Metodologia: Pesquisa iniciada a partir de uma revisão sistemática da literatura, seguindo a diretriz Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses – PRISMA com a pergunta de pesquisa “O uso do Blue Dye Test modificado é aplicável na avaliação da deglutição em pacientes em uso de traqueostomia?”. A busca foi realizada nas bases de dados EMBASE, Medline (PubMed) e LILACS, incluíramse artigos publicados entre 2001 e 2023 em inglês, português e espanhol. A pesquisa foi complementada pelo processo de validação de conteúdo da proposta do protocolo mediante a um estudo analítico, conceitual, intervencional, longitudinal e prospectivo não-concorrente, por análise de especialistas, considerando a técnica Delphi e por verificação estatística de um grupo focal, através da averiguação do Índice de Validação de Conteúdo – IVC. Resultados: Encontrou-se 34 artigos na revisão sistemática da literatura, dos quais dez foram selecionados pela leitura na íntegra. Os estudos analisados apresentaram uma qualidade metodológica heterogênea. No processo de validação de conteúdo 20 fonoaudiólogos foram selecionados inicialmente, obtendo-se uma taxa de abstenção de 50% nas duas primeiras rodadas da avaliação da proposta de protocolo, sendo resolvida a validação mediante ao grupo focal. Conclusão: De acordo com a literatura, o BDT modificado é aplicável como complemento da avaliação clínica da deglutição frente ao uso da traqueostomia e sugere o encaminhamento para a realização dos exames de videofluoroscopia ou da videoendoscopia da deglutição para comprovação. Faz-se necessária a existência de protocolos de aplicação padronizados como a proposta do presente trabalho, o qual foi validado em seu conteúdo para a utilização em crianças em uso da TQT. Sugere-se a complementação do processo de validação desta proposta de protocolo, pela aplicação de pré-teste e teste.Item Assimetria do balanço dos braços na doença de Parkinson e Caminhada Nórdica como estratégia de intervenção(2023-11-28) Araneda, Jéssica Andrea Espinoza; Pagnussat, Aline de Souza; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoA doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo crônico e progressivo, cuja prevalência está aumentando rapidamente como consequência do envelhecimento da população. O distúrbio da marcha é um dos sintomas mais comuns da doença e é a principal causa de quedas, limitação funcional e baixa qualidade de vida. Até o momento, as alterações nos parâmetros da marcha dos membros inferiores foram amplamente estudadas na DP. No entanto, o estudo do desempenho dos membros superiores durante a marcha tem recebido muito menos atenção na literatura. O balanço do braço (BB) ocorre naturalmente durante a marcha e estudos mostram que ele contribui para a recuperação da estabilidade, facilita o movimento dos membros inferiores e reduz o custo metabólico durante a marcha. Pessoas com DP geralmente apresentam diminuição da amplitude do BB no lado mais afetado do corpo, gerando assimetria do balanço do braço (ABB). Foi demonstrado que a ABB é um marcador motor precoce da doença, permitindo o diagnóstico diferencial em estágios iniciais e monitorando a progressão da doença. Além disso, as disfunções dos membros superiores são progressivas ao longo do tempo e podem afetar a qualidade da marcha, tornando seu estudo particularmente importante para melhorar o diagnóstico e o gerenciamento da DP. A caminhada nórdica (CN) é um esporte que consiste em caminhar com o uso ativo de dois bastões e, portanto, pode influenciar positivamente os parâmetros do BB e o desempenho da marcha em maior grau do que a caminhada livre. Considerando a importância dos parâmetros de BB para a marcha na DP, realizamos uma revisão sistemática com meta-análise para investigar as diferenças na ABB e em outros parâmetros de BB entre indivíduos com DP e saudáveis. Além disso, analisamos a relação entre a ABB, os parâmetros espaçotemporais da marcha dos membros inferiores e a progressão da doença. Os resultados mostraram, com moderada qualidade de evidência, que os indivíduos com DP têm maior ABB independentemente da fase da medicação (ON ou OFF) e do tipo de teste de marcha utilizado. A qualidade da evidência, muito baixa, sugere que também apresentam maior assimetria da velocidade do BB e menor amplitude tanto no braço mais afetado como no menos afetado. A meta-regressão indicou que à medida que a doença progride e os sintomas pioram, a ABB tende a diminuir. Em segundo lugar, criamos um protocolo de ensaio clínico com o objetivo de estudar os efeitos de um programa de CN sobre os parâmetros cinemáticos do BB em comparação com a caminhada livre e sua influência no desempenho dos membros inferiores, mobilidade funcional e qualidade de vida. Este é o primeiro estudo voltado para os efeitos da CN sobre a assimetria e a amplitude do BB e sua influência sobre os parâmetros espaço-temporais da marcha, portanto, pode fornecer novas evidências para a compreensão dos efeitos da CN sobre os distúrbios da marcha na DPItem Efeitos da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea e da Terapia Manual Laríngea na Disfonia por Tensão Muscular: ensaio clínico randomizado(2023-12-13) Lemos, Isadora de Oliveira; Cassol, Mauriceia; Silvério, Kelly Cristina Alves; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoTrata-se de um ensaio clínico randomizado com objetivo de verificar os efeitos da TENS, da TML e das duas técnicas associadas em relação aos sintomas vocais e de dor musculoesquelética, qualidade vocal, medidas aerodinâmicas e níveis de tensão muscular em pacientes com DTM. Foram incluídas mulheres com idade entre 18 e 50 anos e com diagnóstico fonoaudiológico de Disfonia por Tensão Muscular. As participantes foram alocadas em três grupos de intervenção: G1 –TENS; G2 –TML; G3 –associação da TENS e da TML. As técnicas foram realizadas por 25 minutos, na frequência de duas vezes por semana, durante seis semanas. As mulheres foram avaliadas quanto aos sintomas vocais, sintomas de fadiga vocal, intensidade de dor musculoesquelética autorreferida em região perilaríngea e cervical; avaliação perceptivo-auditiva utilizando-se o protocolo GRBAS; tempos máximos de fonação (TMF), relação S/Z e níveis de tensão muscular com aplicação do protocolo Laryngeal Palpatory Scale. Para comparar médias entre os grupos, a Análise de Variância (ANOVA) foi aplicada. Na comparação de proporções, o teste qui-quadrado de Pearson, em conjunto com a análise dos resíduos ajustados, foi utilizado. A comparação entre os momentos e entre os grupos foi realizada pelo modelo de Equações de Estimativas Generalizadas (GEE) complementado pelo teste Least Significant Difference (LSD). Em relação aos sintomas vocais e de fadiga vocal, todos os grupos obtiveram redução significativa. Quanto ao sintoma de dor musculoesquelética autorreferida, os três grupos melhoraram em região superior das costas, região inferior das costas, músculo masseter e região posterior do pescoço. Em relação aos TMF, todos os grupos obtiveram aumento significativo de seu valor e na relação s/z não houve diferença estatisticamente significativa.Na avaliação perceptivo-auditiva, houve melhora de grau geral de desvio da qualidade vocal em G2 e G3, diminuição de soprosidade em G1 e aumento de soprosidade em G3 e diminuição de tensão vocal em G3. Em relação aos níveis de tensão muscular, destaca-se diminuição significativa de tensão à fonação na região perilaríngea no G3. Destacam-se os resultados do grupo de técnicas associadas com melhora de qualidade vocal, redução de tensão vocal, e de níveis de tensão muscular à fonação. Além disso, três produções foram realizadas, além do estudo principal, com os objetivos de revisar sistematicamente o uso da TENS em pacientes disfônicos e os sintomas de fadiga vocal na clínica vocal e de analisar os sinais e sintomas vocais e de dor musculoesquelética de mulheres com Disfonia por Tensão Muscular.Item Os efeitos da telereabilitação sobre a capacidade física e funcional nas fraturas traumáticas segmentares(2023-12-11) Silva, Guilherme Grivicich da; Silva, Marcelo Faria; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Diante da presença crescente das tecnologias em todos os âmbitos da vida em sociedade, alternativas para a prestação de serviços na área da saúde de maneira remota (síncrona ou assíncrona) têm feito, cada vez mais, parte da realidade profissional do fisioterapeuta. Dessa forma, conhecer a tecnologia e saber aplicá-la a favor dos profissionais nas diferentes condições de saúde, se torna necessário. Objetivo: A presente pesquisa buscou compreender os efeitos da telereabilitação sobre a capacidade física e funcional de indivíduos com fraturas traumáticas segmentares (de membros superiores e membros inferiores). Métodos: Para tanto, realizaram-se 2 revisões sistemáticas com metanálise: uma sobre fraturas de membros inferiores (encontrando-se apenas estudos com fraturas de quadril) e outra sobre fraturas de membros superiores. As buscas foram realizadas em 6 bases de dados: PubMed, PEDro, LILACS, Science Direct, Cochrane Central e Embase; não houveram restrições ao idioma ou ao período das publicações. Foram incluídos apenas Ensaios Clínicos Randomizados (ECR) com pelo menos 2 grupos: 1 telereabilitação e 1 grupo controle ou comparação. Foram avaliados os riscos de viéses pela Escala PEDro e a certeza da evidência dos desfechos pela GRADE. Resultados: A revisão sistemática de membros inferiores (fraturas de quadril) encontrou 5 estudos, totalizando 324 pacientes e evidenciando, com baixa certeza da evidência, resultados favoráveis ao grupo controle em relação a parâmetros de capacidade funcional (Harris Hip Score-HHS; e Medida de Independência Funcional – MIF) e de capacidade física (Short Physical Performance Battery – SPPB), sendo esse último com moderada certeza da evidência. A capacidade física mensurada através do Teste Time Up and Go (TUG) apresentou resultados favoráveis à telereabilitação, com baixa certeza da evidência, tanto imediatamente após o tratamento, quanto no follow up a curto prazo (3 a 4 semanas). Na revisão sistemática de membros superiores foram encontrados 3 estudos, totalizando 830 pacientes e evidenciando imediatamente após o tratamento moderada certeza da evidência, resultados estes favoráveis ao grupo telereabilitação em relação a parâmetros de capacidade funcional (QuickDASH) e percepção de dor (EVA). A força de preensão palmar apresentou resultados favoráveis ao grupo controle, com moderada certeza da evidência. No follow up de médio prazo (2 a 5 meses pós intervenção), os resultados demonstraram-se favoráveis à telereabilitação, com baixa certeza da evidência, para capacidade física (força de preensão palmar) e dor, com moderada certeza, para capacidade funcional (QuickDASH). Conclusão: Sendo assim, conclui-se que a telereabilitação parece ter efeitos positivos na capacidade física e funcional de indivíduos com fraturas traumáticas segmentares, apresentando resultados mais favoráveis, com maior certeza da evidência, nas fraturas de membros superiores.Item Realidade Virtual Imersiva na Reabilitação de Pessoas com Paralisia Cerebral(2022-11-30) Machado, Fabiana Rita Camara; Oliveira Junior, Alcyr Alves de; Sukiennik, Ricardo; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A paralisia cerebral (PC) exige intervenções eficazes, cujo as mais promissoras são baseadas na aprendizagem motora. Evidências apontam que realidade virtual (RV) parece potencializar o treinamento motor nas pessoas com PC, através da oferta de feedback, engajamento e motivação. Objetivo: Avaliar os efeitos sobre o controle de cabeça, equilíbrio de tronco e função motora grossa de pacientes com paralisia cerebral nível III, IV e V da Gross Motor Function Classification System (GMFCS) submetidas a treinamento com realidade virtual imersiva (RVI). Como metas secundárias, investigar a usabilidade de um jogo sério em realidade virtual para auxiliar na estabilidade e no equilíbrio da cabeça e do tronco de crianças com PC com foco na percepção e na experiência de profissionais da saúde; avaliar as possíveis variações de funcionalidade e verificar a qualidade de vida de pessoas com PC de moderada a grave submetidas a treinamento com RVI e, por fim, averiguar a sobrecarga, o nível de ansiedade e de depressão de cuidadores de pessoas com PC de moderada a grave. Método: Estudo randomizado controlado com dois grupos, fisioterapia convencional (controle) e realidade virtual, 19 pacientes com diagnóstico de paralisia cerebral de ambos os sexos com idade entre 6 e 18 anos, classificados como nível III, IV e V no Sistema de Classificação da Função Motora Grossa. Os pacientes foram avaliados nas habilidades motoras, controle de cabeça e equilíbrio de tronco pelas escalas Gross Motor Function Measure-88 (GMFM), Early Clinical Assessment of Balance parte I – versão 2 (ECAB) e Escala Visual Analógica Controle de Cabeça (EVACC). Além disso, foram analisadas funcionalidade e qualidade de vida pelo Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI) e Pediatric Quality of Life Inventory version 3.0 (PedsQL®) respectivamente. O estudo ainda observou o comportamento psicoemocional de pais e/ou cuidadores dessas pessoas com PC submetidas a treinamento com RVI, os quais foram avaliados através das ferramentas Zarit Caregiver Burden Interview (BI), Beck Anxiety Inventory (BAI) e Beck Depression Inventory (BDI). Um estudo transversal foi realizado com profissionais de saúde para investigar a usabilidade do jogo sério, os quais foram avaliados através da viabilidade e da satisfação do sistema pela Escala de Usabilidade do Sistema (SUS). Resultados: A função motora grossa, o controle de cabeça e o equilíbrio de tronco no grupo de realidade virtual apresentaram melhora significativa (p = 0,007; p = 0,017 e p = 0,011). Não foi possível observar mudanças na funcionalidade e na qualidade de vida das pessoas com PC em ambos os grupos. Os cuidadores apresentaram mínimo grau a leve de ansiedade, demonstraram sobrecarga moderada, porém não houve mudanças na intensidade da depressão. O jogo sério foi considerado excelente a melhor que imaginado (SUS = 82,10 ± 12,66). Conclusão: O sistema de reabilitação específico em RV associado a jogo sério auxilia na estabilidade da cabeça, no equilíbrio de tronco e na melhora da função motora grossa de crianças com PC nível III, IV e V na GMFCS, oferecendo experiência agradável e com ampla aplicabilidadeItem Estratégias de movimento durante a marcha com obstáculos e treinamento de equilíbrio HiBalance em pessoas com doença de Parkinson(2023-11-29) Manosalva, Cristian Caparrós; Pagnussat, Aline de Souza; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoO objetivo desta tese foi: Objetivo 1, um primeiro estudo comparou os parâmetros espaço-temporais da marcha entre indivíduos com e sem DP ao atravessar obstáculos. Objetivo 2, um segundo estudo descreveu detalhadamente uma intervenção HiBalance de três meses sobre parâmetros espaço-temporais da marcha com obstáculos e fatores de risco para quedas em pessoas com DP para um futuro ensaio clínico randomizado. Método 1: Foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise. Foram pesquisadas seis bases de dados até setembro de 2023. Foram selecionados estudos que avaliaram parâmetros de marcha de pessoas com e sem DP ao caminhar sobre obstáculos. Dois investigadores independentes avaliaram a elegibilidade e extraíram parâmetros de marcha ao cruzar obstáculos. O risco de viés e a heterogeneidade foram avaliados e um modelo de efeitos aleatórios foi aplicado para determinar os tamanhos dos efeitos. Método 2: Foi desenvolvido um protocolo para um ensaio clínico randomizado. Quarenta pessoas com diagnóstico de DP idiopática serão distribuídas aleatoriamente em dois grupos: HiBalance (n=20) ou treinamento de marcha (n=20). As intervenções serão realizadas duas vezes por semana durante três meses, com sessões de 50 minutos. As avaliações serão realizadas antes, depois e no acompanhamento de seis meses. Os resultados primários incluirão parâmetros espaço-temporais de marcha ao cruzar o obstáculo. Os resultados secundários incluirão variáveis relacionadas ao risco de queda (ou seja, equilíbrio postural, força muscular, potência muscular e medo de cair). Resultados 1: Vinte e cinco estudos foram incluídos na revisão e 17 na metanálise. A metanálise mostrou que pessoas com DP apresentam passo após cruzar o obstáculo mais curto que pessoas sem a doença, ampliam sua base de apoio e reduzem a velocidade de marcha ao cruzar o obstáculo. Resultados 2: Nossa hipótese é que o treinamento de três meses com este protocolo HiBalance será mais eficaz do que o treinamento de marcha na melhoria das estratégias de movimento durante a travessia de obstáculos (ou seja, aumentando a velocidade de travessia de obstáculos e o comprimento do passo) e reduzirá a largura do passo e a variabilidade de altura). Além disso, o protocolo HiBalance será mais eficaz do que o treino de marcha na melhoria do equilíbrio, força e potência dos músculos dos membros inferiores e na redução do medo de cair. Conclusões: Pessoas com DP adotam comportamento motor mais conservador durante a travessia de obstáculos do que aquelas sem DP. Contudo, esta estratégia implicaria uma maior exigência de controle postural, apresentando uma situação de maior risco de tropeçar e cair. A proposta de ensaio clínico com HiBalance responde à necessidade de implementar intervenções específicas de equilíbrio e marcha para problemas específicos que requerem a solução da tarefa motora de ultrapassar obstáculos em pessoas com DPItem Jogos como Recurso Terapêutico para a Funcionalidade dos Membros Superiores na Doença de Parkinson(2023-09-23) Corrêa, Philipe Souza; Cechetti, FernandaA presente tese é constituída por três estudos. Artigo 1: Uma revisão sistemática foi conduzida com o objetivo de quantificar e analisar o efeito de protocolos de terapia baseada em Realidade Virtual (RV) na destreza manual em indivíduos com doença de Parkinson (DP). A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, EMBASE e PEDro até dezembro de 2020 e oito artigos foram incluídos na análise. Embora a maioria tenha demonstrado melhora na destreza manual, os artigos apresentaram alto risco de viés e baixa qualidade metodológica. Os resultados sugeriram que a terapia baseada em RV possui potencial e viabilidade como protocolo de reabilitação para destreza manual, porém os estudos analisados não abordaram os impactos relacionados às atividades de vida diária (AVD’s) e à qualidade de vida (QV) na DP. Artigo 2: Teve como objetivo verificar os efeitos de uma intervenção nos membros superiores (MMSS) utilizando equipamento de RV não imersivo nas AVD’s e na QV de indivíduos com DP, por meio de uma série de casos. Seis participantes foram avaliados por meio do miniexame do estado mental, da escala unificada de avaliação para a DP (UPDRS), do questionário sobre a doença de Parkinson (PDQ-39) e do test d’évaluation des membres supérieurs de personnes âgées (TEMPA). As intervenções tiveram duração de 27 minutos, duas vezes por semana, durante cinco semanas, utilizando o Leap Motion Controller. Observou-se melhora na força e resistência muscular, nas AVD’s e na QV. Portanto, o protocolo baseado em RV aplicado nos MMSS foi eficaz para melhorar as variáveis analisadas, além de servir como piloto para o protocolo das atividades virtuais e referência para o cálculo amostral do estudo principal. Artigo 3: Este ensaio clínico randomizado teve como objetivo analisar e comparar os efeitos de jogos de RV não imersiva com jogos de tabuleiro na funcionalidade dos MMSS, AVD’s e QV na DP. Vinte participantes, Hoehn & Yahr 2-3, foram divididos em dois grupos: jogos de RV não imersiva (n = 10) e jogos de tabuleiro (n = 10). As sessões tiveram duração de 30 minutos, duas vezes por semana, durante 8 semanas e os participantes foram avaliados quanto às AVD’s (TEMPA e MDS-UPDRS-II), função motora geral (MDS-UPDRS-III), destreza manual através do Box and Block Test (BBT) e Nine Hole Peg Test (9HPT), além da qualidade de vida (PDQ- 39). Os resultados mostraram que ambos os tratamentos foram eficazes, não havendo diferença significativa entre os grupos em relação as variáveis. Houve melhora nas AVD’s, conforme evidenciado pela execução das tarefas do TEMPA e MDS-UPDRS-II. Além disso, a destreza manual apresentou resultados positivos no BBT e 9HPT, com os jogos de RV demonstrando melhora intragrupo e na comparação intergrupos. Ambos os grupos mostraram melhora na função motora e na qualidade de vida. Portanto, constatou-se que os jogos de RV não imersivos e os jogos de tabuleiro têm um grande potencial como protocolos de reabilitação para os MMSS, impactando diretamente nas AVD’s e na QV de indivíduos com DP. O caráter desafiador e motivador dessas abordagens pode oferecer uma nova perspectiva de tratamento, especialmente nos estágios iniciais a moderados da doença.Item Impacto da obesidade na mortalidade, qualidade de vida relacionada a saúde e estado funcional em pacientes pós-UTI(2022-12-22) Barbosa, Mirceli Goulart; Teixeira, CassianoObjetivo: Avaliar se a obesidade pode ser um fator protetor em relação a mortalidade, a qualidade de vida relacionada a saúde (QVRS) e ao estado funcional em pacientes pós-Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acompanhados após a alta hospitalar. Métodos: Este estudo consistiu em uma revisão sistemática com metanálise e em uma análise secundária de uma coorte multicêntrica. A revisão sistemática foi realizada nas bases de dados PubMed, Scopus, EMBASE e Biblioteca Cochrane. A coleta de dados da coorte foi realizada em 10 UTIs brasileiras na qual foram incluídos 1600 pacientes sobreviventes de UTI acompanhados por 3 meses após a alta hospitalar. Os principais desfechos de ambos os estudos foram mortalidade, QVRS e estado funcional em pacientes pós-UTI. Para classificação da obesidade foi utilizado as categorias de Índice de Massa Corporal (IMC) propostas pela Organização Mundial da Saúde. Resultados: Foram identificados 17.663 estudos nas buscas realizadas, após a remoção de duplicatas, 16.142 foram selecionados para triagem de títulos e resumos. Destes 37 estudos eram potencialmente elegíveis. Por fim, 13 estudos foram incluídos. Os estudos apresentaram diferentes tempos de acompanhamento, variando de 28 dias a 1 ano. Além de apresentarem diferentes classificações para obesidade conforme o IMC (obesos em geral, obeso grau I e II e obeso severo). Os dados apresentados a seguir, são relacionados a comparação com peso normal. Pacientes com sobrepeso (RR 0.84, 95% CI 0.75-0.96, p=0.008, I2=59%), obesos em geral (RR 0.75, CI 95% 0.69-0.81, p<0.001, I2= 1%) e obesos grau I e II (RR 0.7, CI 95% 0.54-0.90, p=0.006, I2=27%) apresentaram menor risco de morte em até 30 dias pós-UTI. No período de 60 dias pós-UTI, pacientes obesos em geral (RR 0.75, CI 95% 0.66-0.86, p<0.001, I2= 0%) e obesos grau I e II (RR 0.7, CI 95% 0.58-0.85, p< 0.001, I2= 0%) apresentaram menor risco de morte. Em 90 dias pós-UTI, pacientes obesos grau I e II (RR 0.77, CI 95% 0.69-0.87, p<0.001, I2= 0%) apresentaram menor risco de morte. E por fim, em 1 ano pós-UTI, pacientes com sobrepeso (RR 0.83, IC 95% 0.70-0.97, p=0.021, I2= 64.21%) e obesos em geral apresentaram (RR 0.67, CI 95% 0.58-0.77, p<0.001, I2=47.71%) menor risco de morte. Na coorte, os pacientes obesos (mediana de 50.1 pontos IQR, 39.6-59.6) apresentaram menor QVRS no componente mental do que pacientes com peso normal (mediana de 53 pontos IQR, 45.6-60.1) (p=0.033). Não foram encontradas diferenças entre as categorias de IMC em relação ao componente físico da QVRS e ao estado funcional (p=0.355 e p=0.295 respectivamente). Em 3 meses pós-UTI, pacientes obesos morreram menos (11.8%) do que pacientes abaixo do peso (30.9%) e com peso normal (19.3%) (p<0.001). Conclusões: Em pacientes pós-UTI, a obesidade pode ter um efeito protetor em relação a mortalidade que pode variar conforme o tempo de acompanhamento e a categoria de IMC. Em 3 meses pós-UTI, pacientes obesos apresentaram menor QVRS no componente mental.Item Estudo prospectivo de pacientes com queixa de cefaleia atendidos em centros terciários no Brasil através de um registro nacional de cefaleia: estudo piloto(2022) Grassi, Vanise; Rieder, Carlos Roberto de Mello; Kowacs, FernandoA avaliação e o tratamento das cefaleias primárias e secundárias constituem um desafio em saúde pública global. Reconhecendo o seu impacto epidemiológico e a importância de qualificar o atendimento aos pacientes acometidos por cefaleia, um grupo de pesquisadores vinculados à Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe) propôs a criação e elaborou o protocolo inicial do Registro Brasileiro de Cefaleia, o REBRACEF. O objetivo desta tese foi avaliar a viabilidade desse protocolo, descrevendo a metodologia empregada e os dados preliminares obtidos a partir do estudo piloto. Trata-se de um estudo prospectivo observacional longitudinal multicêntrico, realizado entre setembro de 2020 e agosto de 2021. Foram coletados dados prospectivos em três centros especializados no atendimento de cefaleia, em estados da região sul e sudeste do Brasil. Pacientes com idade igual ou superior a 18 anos e com diagnóstico de cefaleia primária ou secundária, de acordo com os critérios diagnósticos da Classificação Internacional das Cefaleias, foram convidados a participar. Sessenta e seis pacientes foram incluídos no estudo piloto, 43 (35%) do Grande do Sul e 23 (35%) de Minas Gerais. Quatorze pacientes (21,2%) foram excluídos da análise final devido à perda de seguimento na primeira (6 participantes) ou segunda (8 participantes) entrevista. Da amostra total, 88,5% eram do sexo feminino, 57,7% eram casados(as), 75% eram indivíduos com alto grau de escolaridade (12 ou mais anos de escolaridade), 40,4% estavam empregados(as) e 34,6% apresentavam rendimento familiar mensal entre U$220 e U$1100 mensais. A idade média da amostra foi 38,5 + 10 anos e a maioria dos pacientes (61,6%) apresentava história de cefaleia em familiares de primeiro ou de segundo grau. A maioria dos pacientes (48,5%) consultou nos centros especializados através de planos de saúde suplementar, 28,8% através do Sistema Único de Saúde e 13,6% atendidos em clínica privada. As cefaleias primárias corresponderam a 82,8% dos diagnósticos realizados. Dentre as cefaleias secundárias, a cefaleia por uso excessivo de medicamentos foi a mais frequente (7,7%). A maioria (75%) dos pacientes incluídos no estudo piloto recebeu o diagnóstico de migrânea em seus diversos subtipos. A cronicidade dos sintomas migranosos foi significativamente relacionada a menores escores na escala de qualidade de vida (p=0,003) e com maiores escores nas escalas de depressão (p=0,03), ansiedade (p=0,008) e insônia (p=0,005). Na análise comparativa entre as entrevistas inicial e de seguimento (realizada 90 dias após a primeira) dos pacientes com migrânea, ocorreu uma diminuição significativa na intensidade das crises de cefaleia. Não ocorreu modificação nas categorias de frequência de crises, uso excessivo de medicamentos sintomáticos, percepção sobre qualidade de vida e impacto da cefaleia. Os dados do estudo piloto do Registro Brasileiro de Cefaleia estão em consonância com achados prévios que relacionam os quadros crônicos de migrânea com pior qualidade de vida, comorbidades psiquiátricas e distúrbios do sono. O Registro Brasileiro de Cefaleia será uma fonte valiosa de dados longitudinais e contribuirá para uma melhor caracterização dos diversos fenótipos dos pacientes com cefaleias primárias e secundárias, o detalhamento do uso dos recursos em saúde e a identificação dos fatores preditores de um melhor desfecho clínico.Item A sarcopenia em idosos: metodologias de treinamento físico e avaliação dos critérios diagnósticos(2022) Ferreira, Luís Fernando; Rosa, Luis Henrique Telles daIntrodução: A sarcopenia vem sendo um problema de saúde mundial, tendo alto custo para sistemas de saúde, e grande impacto na vida do indivíduo idoso. Isso sus citou diversas pesquisas na área, culminando na publicação de diversos consensos de sarcopenia. Porém ainda existem áreas não claras nas pesquisas de sarcopenia, como a padronização da avaliação dos critérios diagnósticos, e os melhores métodos de prevenção e tratamento da síndrome. Esta tese é composta por dois artigos: o primeiro é uma revisão sistemática de revisões sistemáticas, objetivando comparar os resultados entre diferentes métodos de treinamento físico diante dos critérios diagnós ticos de sarcopenia; o segundo, um estudo transversal, avaliou idosos com as avalia ções propostas pelo EWGSOP, buscando demonstrar as correlações entre os méto dos de diagnóstico da sarcopenia. Métodos: O estudo 1 é uma revisão sistemática de revisões sistemáticas. Estratégia de busca incluiu MeSH para idosos e sarcopenia, realizada nas principais bases de dados. Os estudos selecionados incluem idosos submetidos a treinamento físico em comparação aos grupos controle. O estudo 2 é transversal, onde idosos foram avaliados para os critérios diagnósticos de sarcopenia recomendados por EWGSOP. Resultados: No estudo 1, 494 revisões sistemáticas foram encontradas. Após a triagem, 5 foram incluídos (48 artigos. n=3877). Idade mé dia: 74,02+6,1. 73,44% do sexo feminino. Duração média das intervenções: 17,38 se manas (média: 2,56 sessões semanais). AMSTAR e PRISMA apresentaram alta qua lidade metodológica. Meta-análises compararam os resultados das intervenções de treinamento de resistência (RTA) com outras que não a resistência (NRTA). Força de preensão palmar, SMM e velocidade de marcha apresentaram diferenças estatistica mente significativas (DES) favoráveis ao GI. Teste de sentar-e-levantar, RTA mostrou DES favorável ao GI; em NRTA ao GC. O timed-up-and-go não mostrou DES. Já no estudo 2, 78,31% eram mulheres, a média de idade foi de 67,85+5,27 anos. Nas ava liações de força foi encontrada correlação moderada entre preensão manual e PT de quadríceps e alta com PT de isquiotibiais. Avaliações de PT mostraram alta relação entre eles. A MME apresentou alta correlação com a MLG e baixa correlação com CP e CMB. A MLG apresentou alta correlação com todas as avaliações de composição corporal. No desempenho físico, VMU teve correlação moderada com SPPB e alta com TUG. O TUG apresentou baixa correlação com SPPB e VMU. Conclusões: O artigo 1 demonstrou que fazer parte de qualquer programa de treinamento pode ser benéfico para sarcopenia em idosos, com TF melhor para força e MME, e modalidades 8 mistas para performance física. Já o estudo 2 demonstrou que o teste de preensão palmar apresenta as melhores correlações e menor custo entre os testes de força muscular, enquanto o teste de sentar e levantar parece não ser adequado para esta variável. Para MME a BIA apresenta as melhores correlações, embora testes mais rápidos e baratos, como a antropometria, sejam uma opção viável. Para a performance física, VMU apresentou as melhores correlações. Os outros testes para esta variável, embora possuam boa correlação entre eles, devem ser adaptados às neces sidades do idoso em sarcopenia severa, a fim de avaliar mais fidedignamenteItem Mobilização com movimento na dor do ombro relacionada com o manguito rotador(2022) Baeske, Rafael; Silva, Marcelo Faria; Hall, TobyA presente tese é constituída de dois estudos. Artigo 1: O primeiro estudo teve como finalidade publicar o protocolo do estudo principal desta tese. Através de um ensaio clínico randomizado e placebo controlado, 70 pacientes com dor crônica no ombro relacionada com o manguito rotador serão alocados em dois grupos distintos: mobilização com movimento (MWM) aplicada de forma pragmática + exercícios (MWM+E) e falsa MWM + exercício (SMWM+E). O período de tratamento será de cinco semanas com duas sessões semanais. Os desfechos primários são incapacidade (shoulder pain and disability index) e dor (numeric pain rating scale) que serão medidos no início, término do período de tratamento e follow-up de um mês. Os desfechos secundários são amplitude de movimento (ADM) ativa livre de dor, medida por um avaliador cegado, no início e término do tratamento; auto-eficácia medida no início, término do tratamento e follow-up; e, percepção da melhora geral, medida no término do tratamento e follow-up. Artigo 2: O segundo estudo desta tese apresenta os resultados obtidos da implementação do protocolo supracitado. A pesquisa envolveu 59 participantes (84% do total calculado) de ambos os sexos, com média de idade de 49 anos e duração mediana de dor de 9,5 meses. O grupo MWM+E apresentou resultados clínicos e estatísticos superiores em relação à incapacidade e ADM ativa a curto prazo e dor a curto prazo e follow-up de um mês. Não foram encontradas outras diferenças significativas para os outros desfechos. Consequentemente, os achados desta investigação sugerem que o uso de mobilizações com movimento de forma pragmática em conjunto com exercícios pode acelerar o processo de recuperação funcional (incapacidade, dor e ADM) em pacientes com dor no ombro relacionada com o manguito rotador.Item Ventilação periódica durante o exercício: análise de diferentes critérios de diagnóstico e de intervenções sobre a morbimortalidade e respostas ao exercício(2022) Ribeiro, Gustavo dos Santos ; Karsten, MarlusIntrodução: A ventilação periódica durante o exercício (EOV) é uma alteração caracterizada por oscilações na ventilação minuto (VE), frequentemente vista na insuficiência cardíaca. Seu diagnóstico é baseado na interação entre amplitude, comprimento do ciclo e duração da oscilação. Entretanto, não há consenso sobre a definição de EOV mais indicada. Sua complexidade e diversidade limita o uso deste marcador na prática clínica. Além disso, quantificar a variabilidade da VE (vVE) pode contribuir na identificação precoce do fenômeno e o exercício físico pode amenizar as oscilações observadas no padrão ventilatório. Objetivos: (E1) Desenvolver uma ferramenta para auxiliar e padronizar a identificação da EOV. (E2) Caracterizar o perfil clínico dos pacientes utilizando três definições distintas do fenômeno, comparando a prevalência, a sensibilidade e especificidade para desfechos adversos em dois anos. (E3) Analisar a vVE, testar sua sensibilidade e especificidade para desfechos adversos a médio prazo, comparando-a com a abordagem dicotômica. (E4) Verificar o efeito do exercício na reversão da EOV. Métodos: (E1) Cinco definições dicotômicas, duas abordagens alternativas, uma técnica para suavizar o sinal e estatísticas básicas foram incorporadas em uma interface desenvolvida no LabVIEW. Dois avaliadores independentes testaram a confiabilidade da ferramenta. (E2) Dados de 233 pacientes foram analisados retrospectivamente para identificar a presença de EOV utilizando as definições de Ben-Dov, Corrà e Leite. Os dados foram agrupados em EOV-positivo ou negativo e, posteriormente, analisados por testes apropriados para determinar a prevalência, perfil clínico, sensibilidade e especificidade para predizer desfechos adversos em dois anos. (E3) Dados de 233 pacientes foram usados para calcular a vVE durante o teste cardiopulmonar de esforço. O ponto de corte para triagem de risco, sensibilidade e especificidade para eventos adversos foi determinada pela curva ROC. Os dados foram agrupados em alta e baixa vVE. O perfil clínico e a taxa de sobrevida foi analisada por testes apropriados. Em seguida, os dados foram agrupados e analisados utilizando a abordagem cruzada. (E4) Uma busca de alta sensibilidade foi realizada adotando os critérios: (P) pacientes com EOV, (I) exercício físico, (C) single-arm e (O) reversão de EOV. Os estudos elegíveis foram selecionados e sintetizados por revisores independentes. Resultados: (E1) A ferramenta desenvolvida apresentou alta reprodutibilidade para identificar EOV (κ > 0,83). (E2) A prevalência de EOV foi maior nas definições de Ben-Dov e Corrà comparada à Leite (17,2% vs 9,4%). Os casos positivos identificados por Corrà exibiram um risco 3x maior de resultados adversos. Ben-Dov apresentou risco 2x maior. (E3) A vVE demonstrou maior sensibilidade para predizer eventos adversos a médio prazo que a abordagem dicotômica (94,3 vs 37,1). Pacientes com baixa vVE e EOV exibiram um risco 3 e 7x maior de desfechos adversos que pacientes com baixa ou alta variabilidade sem EOV. (E4) O exercício físico mostrou-se eficaz para reverter casos de EOV (~70% dos casos). Conclusão: A definição de Corrà foi a única definição clássica que previu eventos adversos a médio prazo. A vVE apresentou resultados similares à abordagem dicotômica, sugerindo ser uma técnica promissora para ser incorporada à prática clínica. O exercício físico foi efetivo para reverter casos de EOV.