Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao Adolescente
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Item A Triagem Neonatal no Estado do RS e seus Indicadores de Qualidade(2023-12-11) Wyzykowski, Cíntia; Kopacek, Cristiane; Castro, Simone Martins de; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteEssa tese apresenta-se com um manuscrito e um artigo já publicado. OBJETIVO: Avaliar os fluxos de atendimentos num serviço de triagem neonatal no período de 2016 a 2020 no estado do Rio Grande do Sul (RS), sul do Brasil e ainda avaliar o impacto das medidas adotadas na triagem neonatal durante pandemia da COVID-19. MÉTODO: Este foi um estudo realizado no Serviço de Referência em Triagem Neonatal do estado do Rio Grande do Sul (SRTN-RS). Foi utilizado o banco de dados do SRTN-RS e revisão de prontuários. Para o artigo já publicado, estudo transversal serial de base populacional. O impacto foi estimado mediante a comparação de indicadores de atendimento de setembro de 2019 a maio de 2020. Já o manuscrito foi um estudo ecológico. AMOSTRA: Foram analisados os dados de todos os RN que coletaram amostras na rede pública do estado do RS, no período de 2016 a 2020. RESULTADO: Obteve-se um total de 523.002 amostras de sangue de RN. No período estudado, o menor percentual de cobertura foi encontrado em 2017 e o maior em 2020, com variações entre as diferentes regiões do estado. O tempo de transporte foi significativamente maior no ano de 2020, quando comparado aos anos de 2017 a 2019. O maior percentual de coleta no tempo ideal foi observado no ano de 2016 e o menor em 2020, coincidindo com o período da pandemia da Covid19. A idade da primeira consulta ao longo do período estudado foi respectivamente menor para hipotireoidismo congênito (HC) e hiperplasia adrenal congênita e maior para fibrose cística e deficiência de biotinidase. Na comparação do período setembro 2019 e maio de 2020, o número de consultas, de reconvocados e de desfechos foi muito semelhante para as seis doenças triadas nos períodos pré e pós-adoção das medidas de enfrentamento à pandemia, à exceção do HC. O hipotireoidismo representa, ao longo de todo o período estudado, a doença de maior incidência, seguido das hemoglobinopatias. CONCLUSÕES: Os resultados deste trabalho, mostram a complexidade inerente ao cuidado da saúde do RN no contexto de um programa de saúde pública populacional. A análise dos fluxos de atendimentos num serviço de triagem neonatal reforça a importância de permanente vigilância em programas de saúde pública, tão significativos como esse, e seu cuidado com a saúde da criança. O sucesso desse programa, que visa o diagnóstico e a intervenção precoces, depende dos resultados de seus indicadores de qualidade. No enfrentamento à pandemia Covid19, ajustes de fluxo foram imprescindíveis para assegurar a qualidade do programa. Por sua importância na saúde pública, a triagem neonatal tem, portanto, potencial para constituir um crucial indicador de saúde da criança e, assim, poder contribuir para melhorar a assistência e as políticas públicas de saúde na infância.Item Alteplase na trombólise sistêmica em pacientes na unidade de terapia intensiva pediátrica(2022) Santos, Allana Andreolla e; Silveira, Themis Reverbel da ; Erling Júnior, NilonIntrodução: A incidência de tromboembolismo pediátrico tem aumentado nos últimos anos, relacionada ao uso crescente de práticas invasivas e ao aumento da sobrevivência de pacientes graves. A morbimortalidade relacionada a esses eventos é bastante significativa, tanto a curto quanto a longo prazo. A recanalização dos vasos trombosados parece ser uma maneira promissora de reduzir esses efeitos negativos, porém os esquemas terapêuticos ainda são baseados em séries de casos e na extrapolação das diretrizes de adultos. Objetivo: Avaliar o uso do protocolo institucional de trombólise sistêmica com alteplase em pacientes com trombose grave (venosa ou arterial). Método: Estudo retrospectivo, incluindo todos os pacientes que receberam alteplase para trombólise sistêmica entre janeiro de 2018 e agosto de 2020. Foram registrados dados demográficos dos pacientes, informações a respeito do evento trombótico (precipitantes, complicações e desfecho) e do tratamento com alteplase (dose, duração, ocorrência de sangramento e necessidade de transfusão de hemoderivados, exames laboratoriais durante a trombólise), além do desfecho clínico e ecográfico. Resultados: Foram incluídos 73 protocolos em 68 pacientes, com mediana de idade de 2,6 meses, 45% do sexo masculino e 79,5% de cardiopatas. As médias das doses de manutenção variaram de 0,09 a 0,12 mg/kg/h; e a mediana da duração do tratamento trombolítico foi de 21,6 horas [8-45,7]. A taxa de resposta completa foi de 48%, e, a parcial, de 22%. Sangramento maior ocorreu em 38% dos pacientes e, menor, em 20,5%. Os pacientes com resposta completa apresentaram menor mortalidade (23% vs 56% e 59%, p=0,01) e menor ocorrência de sangramento maior (23% vs 50% e 54,5%, p = 0,032), em relação aos que apresentaram resposta parcial e ausência de resposta. Os cardiopatas não evoluíram de forma distinta quanto a sangramento e à resposta trombolítica. Após análise multivariada, RNI aumentado foi preditor independente para sangramento maior (RR 1,25, p < 0,001). Em relação ao risco de óbito, infecção em tratamento (RR 2,71, p = 0,05) e aumento do PIM2 (RR 1,03, p = 0,011) foram associados a risco, enquanto pH menos acidótico (RR 0,84, p = 0,001) e fibrinogênio mínimo mais alto (RR 0,94, p = 0,007) foram protetores. Conclusão: A infusão de alteplase, conforme protocolo institucional, mostrou taxas de sucesso e de complicações aceitáveis, mesmo nessa população predominantemente de cardiopatas jovens, com maior risco de sangramento. Os pacientes que evoluíram com resposta completa após trombólise sistêmica apresentaram menor mortalidade e menor ocorrência de sangramento maior, em relação aos que apresentaram resposta parcial e ausência de resposta.Item Análise Ultrassonográfica da Espessura Muscular no Paciente Crítico Pediátrico(2023-04-27) Oliveira, Jéssica Knisspell de; Lukrafka, Janice Luísa; Schaan, Camila WolghemuthINTRODUÇÃO: a ultrassonografia (US) tem sido utilizada para quantificar e qualificar a morfologia muscular de crianças criticamente enfermas, detectando possíveis alterações na espessura muscular. OBJETIVO: analisar a espessura muscular através de imagens de ultrassonografia de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) de um hospital terciário do sul do Brasil; avaliar a confiabilidade da medição ultrassonográfica da espessura muscular do bíceps braquial/braquial (BB) e quadríceps femoral (QF) em crianças gravemente doentes; avaliar a mudança na espessura muscular durante internação na UTIP; verificar diferenças na espessura muscular ao longo da internação em UTIP entre diferentes condições clínicas. MÉTODOS: primeiramente, foi realizado um estudo observacional na UTIP de um hospital universitário terciário do sul do Brasil. O estudo incluiu pacientes entre 1 mês e 12 anos de idade, recebendo ventilação mecânica invasiva por pelo menos 24 horas. Imagens ultrassonográficas do bíceps braquial/braquial e quadríceps femoral foram obtidas, realizadas por um ultrassonografista experiente e três novatos. A confiabilidade intra e interavaliadores foi calculada usando o coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e a análise do gráfico de Bland-Altman. Secundariamente, realizamos um estudo longitudinal prospectivo, no período de dezembro de 2021 a outubro de 2022. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos; de um mês a 12 anos; em ventilação mecânica invasiva por 24h. As medições da US foram realizadas até 24h após internação, 72h após e semanalmente até alta da UTIP. RESULTADOS: inicialmente, a espessura muscular foi medida em 10 crianças, com idade média de 15,5 meses. A espessura média dos músculos avaliados foi de 1,14cm ± 0,27 para o bíceps braquial/braquial e 1,85cm ± 0,61 para o quadríceps femoral. A confiabilidade intra e interavaliadores foi muito boa (ICC > 0,81) para todos os ultrassonografistas. As diferenças foram pequenas e não apresentaram distorção na análise dos gráficos de Bland-Altman e todas as medidas estiveram dentro dos limites de concordância, exceto uma medida de bíceps braquial/braquial e quadríceps femoral. Posteriormente, foram selecionados 73 pacientes. 69 realizaram duas avaliações, 53 três avaliações e 22 quatro avaliações ultrassonográficas. A mediana de idade foi 18 meses, sendo 46 (63%) <1 ano. O diagnóstico mais comum foi doenças respiratórias (68,5%). Houve mudança na espessura do BB no período de 24h-2sem (-0,115 cm p=0,02), 72h-2sem (-0,125 cm p=0,009) e 1sem-2sem (-0,137 cm p=0,002) e no QF de 24h2sem (-0,25 cm p=0,002) e 72h-2sem (-0,21 cm p=0,015). A prevalência de atrofia muscular (diminuição >10% na espessura), foi 34,8% em pelo menos um grupo muscular entre 24h-72h; 35,8% entre 24h-1sem; e 45,5% entre 24h-2sem. CONCLUSÃO: a US pode ser utilizada em crianças criticamente enfermas para avaliar com precisão as alterações na espessura muscular, mesmo por diferentes avaliadores. Além disso, permite avaliação da espessura muscular de diferentes grupos musculares de crianças criticamente doentes, sendo importante no monitoramento muscular durante internação na UTIP.Item Avaliação da Eficácia Analgésica da Dipirona Preemptiva no Pós-Operatório de Adenotonsilectomia em Crianças(2023-01-16) Stangler, Maira Isis dos Santos; Lubianca Neto, José Faibes; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteIntrodução: A tonsilectomia das palatinas é a segunda cirurgia ambulatorial mais comumente realizada em crianças nos Estados Unidos. Sua principal complicação é a dor, que varia em intensidade de moderada a intensa. A dipirona é um dos analgésicos mais utilizados no pós-operatório de crianças. Entretanto, existem somente dois ensaios-clínicos randomizados controlados por placebo avaliando seu efeito em tonsilectomias pediátricas, um na anestesia preemptiva e outro na analgesia pós-operatória. Objetivo: Comparar o desfecho pós-operatório de dor nas adenotonsilectomias em crianças, na sala de recuperação anestésica, após a introdução de dipirona ou placebo ao esquema anestésico padronizado préincisional. Método: Realizou-se um ensaio clínico, randomizado, duplo-cego, em paralelo, controlado por placebo em crianças de 4 a 14 anos, ASA I e II (estado físico conforme American Society of Anesthesiology, submetidos à adenotonsilectomia, no Hospital da Criança Santo Antônio. Foram avaliados 76 participantes, randomizados nos grupos intervenção/dipirona (N=39) e placebo (N=37). Todos receberam ou dipirona ou placebo antes da incisão cirúrgica e ao término da cirurgia. Resultados: A idade média das crianças foi de 6,8 anos, com um peso médio de 32,1 kg. Indivíduos do grupo intervenção apresentaram sinais vitais pós-operatórios dentro dos padrões de normalidade e apenas 7,7% tiveram êmese, contra 8,1% do grupo placebo. A ingesta alimentar foi antecipada em 3,2 horas no grupo dipirona em comparação ao placebo. A dor permaneceu controlada em um percentil mínimo de 77,6% dentro dos momentos avaliados H0, H1, H3 e H6 em ambos os grupos. Contudo, no grupo intervenção, na terceira hora (H3) houve 54,2% de controle na dor contra 45,8% no grupo placebo. Além disso, o grupo dipirona demonstrou com uma tendência à menor necessidade de opioides em H1 e H3 em relação ao placebo (8 e 10% X 16% e 19%, respectivamente). O sono foi graduado como insatisfatório pelos cuidadores em 64,5% no grupo dipirona e em 34,5% no grupo controle, e como regular e péssimo, em 35 (89,74%) e 30 (81,08%) crianças, respectivamente. Conclusão: Embora se tenha evidenciado tendência para um alívio mais satisfatório de dor, para uma ingesta antecipada de dieta e para uma menor necessidade de uso de opioides no grupo que recebeu dipirona preemptivamente, esses resultados não alcançaram significância estatística, por provável erro tipo 2Item Avaliação da performance de uma escala de risco de queda em pediatria(2022) Cardoso, Eva Jaqueline da Silva; Martha, Vanessa FellerAs quedas são apresentadas como um evento de alta incidência no ambiente hospitalar e por vezes minimizados pela equipe assistencial e pais, devido ao estágio de desenvolvimento, deambulação e a exploração do novo. Entretanto, dependendo da gravidade, podem levar a consequências físicas, emocionais e financeiras. O objetivo deste estudo foi avaliar a performance de uma escala de avaliação de risco (AR) já utilizada em um hospital pediátrico de Porto Alegre, chamada AR, e compará-lo com outros dois instrumentos: a escala I’M SAFE e a escala Humpty Dumpty Fall Scale (HDFS). Foi desenvolvido um estudo transversal controlado baseado nas notificações de quedas durante o período de janeiro de 2016 a dezembro 2019. Pacientes pediátricos admitidos nas unidades de internação clínica e cirúrgica com idade igual ou menor que 18 anos foram elencados para o estudo. Cada caso índice (n=106) foi pareado com um paciente controle (n=106), sendo selecionado numa escala de tempo sequencial, o primeiro paciente internado após o caso índice e permanecido em internação por, no mínimo, 24 horas. Foram excluídos os pacientes com informações de prontuário incompleto ou prontuário físico não localizado, assim como pacientes com idade superior a 18 anos. Os resultados mostraram que a escala HDFS apresenta um bom risco atribuível ao desfecho quedas (RP = 1,67 e P = 0,001), enquanto as escalas AR e I’M SAFE apresentaram um baixo risco atribuível ao mesmo desfecho (RP = 1,14 e P = 0438, RP= 1.11 e P = 0,463, respectivamente). A partir disso, foi realizada uma simulação incluindo o fator idade na escala AR Nova sendo observado um aumento de 75,9% para 90,6% de pacientes de alto risco. A adaptação da escala AR Nova levou a uma melhora em seu desempenho quanto a valor discriminatório na quantificação do evento queda (RP = 2,66 e P = 0,031). Na comparação entre as escalas a HDFS e escala AR Nova ambas tem valor discriminatório para quantificar o evento queda. Desta forma, verificamos a necessidade de ajuste na escala atual utilizada pelo hospital (AR) e sua posterior validação. Existe, também, a necessidade de revisão do protocolo de prevenção de quedas com foco na educação para prevenção de quedas na instituição.Item Avaliação da Resposta aos Inibidores de Bomba de Prótons em Pacientes Pediátricos com Esofagite Eosinofílica(2024-02-06) Nader, Luiza Salgado; Ferreira, Cristina Helena Targa; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteIntrodução: Esofagite eosinofílica (EoE) é uma entidade recentemente reconhecida, na qual evidências substanciais documentaram que os inibidores de bomba de prótons (IBPs) reduzem a eosinofilia esofágica em crianças, adolescentes e adultos, com vários mecanismos que potencialmente explicam o efeito do tratamento. No Brasil, desconhecemos estudos que avaliem prospectivamente as taxas de resposta clínica e terapêutica. Objetivo: Determinar prospectivamente a resposta clínica e terapêutica dos IBPs em pacientes pediátricos com EoE em um centro no sul do Brasil. Material e métodos: Ensaio clínico, prospectivo, aberto, conduzido em um hospital pediátrico no sul do Brasil. Pacientes com diagnóstico de EoE receberam tratamento com esomeprazol/omeprazol na dose de 1mg/kg/dose duas vezes ao dia, por 8 a 12 semanas, quando foi repetida a endoscopia com biópsias. Foram considerados respondedores a IBP os pacientes que apresentaram biópsias esofágicas com 15 ou menos eosinófilos por campo de grande aumento (cga). Foram analisados e comparados dados demográficos, clínicos, endoscópicos e histológicos pré e póstratamento. Resultados: 27 pacientes (74,1% meninos), com média de idade (+/- desvio-padrão) de 8 anos (+/-4) foram incluídos. Dezenove pacientes (70,3%) foram considerados respondedores a IBP: Seis pacientes – 22,2% – apresentaram resposta completa (menor ou igual a 5 eos/cga) e 13 – 48,1% – resposta parcial (entre 5 e 15 eos/cga). Comparando os grupos respondedor e não respondedor, o único sintoma com diferença estatística foi a recusa alimentar, sendo mais prevalente no grupo não respondedor (87,5% vs 26,3%, P=0.008). Não houve diferença estatistica na história de atopia e nos escores endoscópicos. Ao comparar os achados histológicos dos dois grupos na endoscopia pós-tratamento, os respondedores a IBP mostraram maior tendência a reduzir a hiperplasia da célula basal (p=0,06) e edema intercelular (p=0,08). Conclusões: Nesta população de crianças e adolescentes com EoE no sul do Brasil, a maioria dos pacientes apresentou altas taxas de resposta histológica, endoscópica e clínica ao tratamento com IBPItem Avaliação de marcadores inflamatórios e estresse oxidativo em sangue de cordão umbilical de recém-nascidos prematuros em relação ao peso e idade gestacional(2023) Almeida, Versiéri Oliveira de; Colvero, Maurício Obal; Amantéa, Sérgio LuisA Organização Mundial da Saúde define o nascimento prematuro como nascimentos vivos antes de 37 semanas completas de gestação. Recém- nascidos prematuros (RNPT) têm risco aumentado de desenvolver uma ampla gama de complicações. O estresse oxidativo e a inflamação são importantes mecanismos na patogênese de doenças neonatais. O objetivo deste estudo foi descrever e analisar o perfil de marcadores inflamatórios e estresses oxidativo no sangue de cordão umbilical em RNPT. Trata-se de um estudo transversal, analítico do tipo descritivo, realizado com RNPT (<37 semanas de idade gestacional) selecionados por um processo de amostragem consecutivo, no qual fora coletado sangue de cordão umbilical para a análise de interleucina-6 (IL-6), interleucina-10 (IL-10) e fator de necrose tumoral-α (TNF-α); concentração de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa (GSH) e posteriormente, realizadas associações em relação a idade gestacional e o peso ao nascer. Foram analisados 66 RNPT (24 a 36+6 semanas de idade gestacional), 86,4% (n=57) prematuros moderados a tardios e 13,7% (n=9) muito prematuros; 50% (n=33) apresentaram baixo peso ao nascer (<2500g). Houve diferença significativa na distribuição de GSH em relação a idade gestacional (p=0,001), considerando muito prematuros (<32 semanas) e prematuros moderados e tardios (≥ 32 semanas) e entre as categorias de classificação do peso (<2500g ou ≥ 2500g) (p=0,012). Enzimas antioxidantes GSH foram detectadas em menores concentrações nos recém-nascidos muito prematuros (< 32 semanas) e naqueles com baixo peso (< 2500g). Os marcadores CAT, SOD, TBARS, TNF-α, IL-10 e IL-6, tiveram distribuição estatisticamente semelhante. Também foi encontrada uma correlação negativa significativa de IL- 10 em relação ao TNF-α (r=-0,254; p=0,040), ocorrendo a diminuição de IL-10 e aumento de TNF-α. Concluímos que tais achados podem sugerir um potencial risco à ação do estresse oxidativo nesta população mais vulnerável pela prematuridade, pois as concentrações de antioxidantes (GSH) demonstraram ter influência proporcional ao grau de prematuridade e peso ao nascer.Item Avaliação do consumo de alimentos ultraprocessados e seu impacto na pressão arterial de crianças e fatores associados à preferência ao sabor salgado entre adolescentes(2021) Valmórbida, Julia Luzzi; Vítolo, Márcia ReginaObjetivos: Os objetivos gerais desta tese foram 1) avaliar o efeito do consumo de alimentos ultraprocessados aos 3 anos de idade na pressão arterial de crianças aos 6 anos e 2) identificar os fatores associados à preferência ao sabor salgado entre adolescentes de 12 anos de idade. Assim, desenvolveram-se dois artigos científicos em que foram utilizados dados de ensaios de campo randomizados conduzidos pelo Núcleo de Pesquisa em Nutrição da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Metodologia: Os artigos científicos apresentados nesta tese utilizam dados secundários de dois ensaios de campo randomizados, realizados com objetivo de avaliar o impacto da implementação de orientações sobre aleitamento materno e alimentação infantil para crianças menores de dois anos, preconizadas pelo Ministério da Saúde por meio do guia alimentar “10 passos para a alimentação saudável para crianças menores de dois anos” e oferecidas às mães por meio de duas estratégias. A primeira estratégia empregada foi a orientação direta das mães por meio de visitas domiciliares mensais até as crianças completarem 6 meses, depois trimestrais até 1 ano de idade. Os participantes deste estudo foram recrutados na maternidade de um hospital geral do município de São Leopoldo/RS e receberam visitas domiciliares para coleta de dados aos 6 meses, 12 meses, 4 anos, 8 anos e 12 anos de idade. A segunda estratégia foi a de randomizar unidades de saúde de Porto Alegre para atualizar os profissionais de saúde que atuavam na atenção primária para que eles implementassem as orientações do guia alimentar nas consultas de puericultura. As participantes do estudo foram recrutadas nas unidades de saúde, enquanto aguardavam consulta de pré-natal e receberam visitas domiciliares para coleta de dados aos 6 meses, 12 meses, 3 anos e 6 anos de idade das crianças. Em ambos os estudos foram coletados dados sociodemográficos, por meio de questionários estruturados; dados antropométricos, como peso, estatura, circunferência da cintura e dobras cutâneas, seguindo normas da Organização Mundial da Saúde; e dados dietéticos por meio de Inquéritos Recordatórios de 24-horas. Os adolescentes de 12 anos reportaram seu estágio puberal, de acordo com a classificação de Tanner. Para ambos os artigos apresentados nesta Tese, os dados dietéticos foram classificados conforme a classificação NOVA que avalia os alimentos conforme seu grau de processamento. Resultados: Foram produzidos dois artigos científicos, o primeiro denominado “Early consumption of ultra-processed foods is associated with higher blood pressure at 6 years of age” que identificou que o consumo de alimentos ultraprocessados entre crianças aos 3 anos de idade representou mais de 40% das calorias diárias consumidas e que este consumo está associado a níveis mais elevados da pressão arterial diastólica de crianças aos 6 anos (p=0,025). O segundo artigo apresentado é denominado “Sodium intake tracking from infancy to salt preference during adolescence: A randomized trial” em que foi identificado que o consumo excessivo de sódio se mostrou associado a preferência por concentrações mais elevadas de sal (p=0.020) e que adolescentes nos estágios mais iniciais de puberdade apresentaram preferências por maiores concentrações de sódio (p=0,027). Conclusões: Os dados apresentados nesta tese somam ao corpo de evidências de que alterações metabólicas importantes, como a de pressão arterial, têm início ainda na infância e que a alimentação desempenha papel relevante neste processo desde muito cedo. Além disso, a avaliação da preferência pelo sabor salgado reforça que crianças em períodos de crescimento acelerado são particularmente suscetíveis ao consumo excessivo de sódio por terem suas preferências por esse sabor aumentadas nestes períodos. Esses dados em conjunto demonstram a importância de intervenções focadas na qualidade da alimentação infantil e que estas precisam acompanhar o desenvolvimento das crianças para garantir hábitos alimentares saudáveis ao longo da vida e, consequentemente, melhores condições de saúde a longo-prazo.Item Avaliação do consumo de fibra alimentar e suas fontes em dietas de crianças de baixa condição socioeconômica: análise longitudinal(2020) Rambow, Camila; Vítolo, Márcia ReginaObjetivo: Avaliar longitudinalmente o consumo de fibra, principais fontes alimentares e seu reflexo na ingestão de energia e macronutrientes, em crianças aos 12 meses, 3 anos e 6 anos de idade. Metodologia: Estudo de coorte aninhado a ensaio de campo randomizado, cuja intervenção do estudo principal consistiu em um programa de atualização sobre os “Dez passos para alimentação saudável para crianças menores de dois anos” para os profissionais das unidades de saúde. As coletas de dados foram realizadas por meio de visitas domiciliares com aplicação de questionários dietéticos e socioeconômicos, além de dois recordatórios de 24 horas de dias não consecutivos, nas três faixas etárias. A adequação do consumo de fibra foi avaliada conforme valores de Ingestão adequada (AI), preconizados pela Dietary Reference Intakes (DRI). As fontes alimentares de fibras foram classificadas em três grupos, baseados no sistema de classificação NOVA em: in natura e minimamente processados, processados e ultraprocessados. Para avaliação da ingestão de fibras, energia e macronutrientes foram realizados cálculos no software DietWin Profissional® (Porto Alegre, Brasil), e utilizada a média estimada pelo método Multiple Source Method (MSM). Além disso, os dados dietéticos apresentados no presente estudo foram ajustados para energia (g/1.000kcal). As análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 20.0 (Chicago, USA), tendo as variáveis contínuas testadas quanto à normalidade da sua distribuição pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e, apresentadas por média ± desvio padrão ou mediana e percentis 25 e 75. Análises de frequência foram realizadas para descrição das variáveis. Ainda, para avaliar o efeito da associação entre variáveis de consumo alimentar e tercis de consumo de fibras (g/1.000kcal), foi realizada análise de variância (teste Kruskal-Wallis), seguido pelo post hoc teste de Dunn. O nível de significância adotado foi p < 0.05. Resultados: Participaram do estudo 554 crianças aos 12 meses, 476 aos 3 anos e 387 aos 6 anos. Em todas as faixas etárias, mais de 85% das crianças apresentaram consumo abaixo da Ingestão Adequada. Constatou-se que os alimentos in natura ou minimamente processados foram os principais contribuintes de fibras, sendo responsáveis pelo fornecimento de 83,48% da fibra alimentar total aos 12 meses; seguido por 74,88% aos 3 anos e 71,92% aos 6 anos. Em relação às fontes alimentares, identificou-se feijão, frutas, cereais e tubérculos como principais contribuintes de fibras. Dentre elas, em todas as idades foi observado o feijão como o alimento de maior relevância para a ingestão de fibra, sendo responsável pelo fornecimento superior a 30% de fibra total diária na dieta e consumido por mais de 80% da população estudada. Além disso, foi observado que crianças no maior tercil de consumo de fibras apresentaram maior ingestão de fibras provenientes de alimentos in natura ou minimamente processados, e que suas dietas possuíam maior teor de carboidratos e menor de lipídios, nas três faixas etárias (p<0.001). Conclusões: Os resultados deste estudo mostram elevadas prevalências de inadequação de consumo de fibras e ressalta a importância da ingestão de alimentos in natura ou minimamente processados, principalmente o feijão como fonte de fibra na infância. Além de identificar, que dietas com maiores teores de fibras, possuem menor quantidade de lipídeos.Item Avaliação dos fatores que influenciam nos volumes de leite humano coletado em um banco de leite de um hospital em Porto Alegre, RS(2023) Vasconcellos, Patricia do Amaral; Colvero, Maurício Obal; Fiori, Humberto HolmerIntrodução: O leite materno tem papel fundamental para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde da criança, desempenhando um papel de fundamental importância no cenário da redução de mortalidade infantil e neonatal. Objetivo Geral: analisar os fatores que influenciam no volume de leite humano coletado no Banco de Leite do Hospital Santa Clara de Porto Alegre. Objetivos específicos: verificar quais os parâmetros que mais interferem no volume de leite coletado. Correlacionar os medicamentos utilizados pelas mães doadoras com os volumes de leite. Descrever a captação, aproveitamento e o perfil das doadoras de leite humano em um banco de leite de um hospital em Porto Alegre, RS. Metodologia: foi desenvolvido um estudo epidemiológico, retrospectivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa. O período de estudo foi de primeiro de janeiro de 2014 a 31 de outubro de 2021. Os dados foram coletados por meio de um banco de dados no Banco de Leite Humano (BLH) localizado no Hospital Santa Clara de Porto Alegre, RS. Utilizaram-se dados obtidos nos cadastros das doadoras e dos recém-nascidos relativos à origem do leite, dados dos receptores, destino, quantidade de volume coletado, fatores de risco, filhos anteriores, pré-natal, escolaridade, medicamentos utilizados, doenças pré-existentes e medicamentos utilizados pelas mães durante a gestação. Para as associações com o volume de leite produzido, utilizaram-se os quartis para a classificação em quatro grupos. O primeiro grupo foi composto por volumes de menor produção (<16 ml por retirada) de quartil inferior. Os grupos intermediários foram compostos pela segunda e terceira classificações. A segunda classificação envolveu volumes que ficaram entre o 1º e o 2º quartil (entre 16 ml e 31,9 ml) e a terceira classificação por volumes entre o 2º e o 3º quartil (entre 32 ml a 66 ml). Por fim, o quarto e último grupo incluiu as mães que produziram mais de 66 ml de leite (acima do 3º quartil), representando o grupo com maior produção de leite (quartil superior). Para comparar médias entre os quatro grupos, a Análise de Variância (ANOVA) complementada por Bonferroni foi aplicada. Resultados: a amostra foi composta por 2.130 mães doadoras de leite materno, com média de idade de 28,9 anos. Houve correlação com redução de volume de leite materno retirado, a idade materna avançada (p<0,001), presença de comorbidades como toxoplasmose (p=0,004), sífilis (p=0,006), diabetes (p<0,001), anemia (p<0,001), hipotireoidismo (p=0,010) e hipertensão gestacional (p<0,001). Mães que realizaram o prénatal retiraram volumes de leite maiores (p=0,039), bem como mães eutróficas em relação às obesas (p=0,018). O uso de medicamentos como metildopa (p<0,001), sulfato ferroso (p=0,004) e levotiroxina (p=0,042) também se relacionaram a um menor volume de leite retirado. Por outro lado, o uso da sulpirida promoveu um aumento no volume de leite retirado. Conclusão: as doenças e o uso de medicações foram mais frequentes nas mães com menor retirada de leite. Portanto, comorbidades e uso de medicamentos afetaram a produção de leite materno.Item Complicações de procedimentos endoscópicos realizados em pacientes pediátricos(2024-03-19) Barreto, Maria Helena Miranda; Ferreira, Cristina Helena Targa; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteIntrodução: A endoscopia digestiva alta (EDA) em pediatria é segura, sendo a taxa de eventos adversos baixa. A maioria das complicações é pequena, autolimitada e não necessita intervenção. Existem poucos estudos no Brasil e no mundo. Avaliar as complicações da endoscopia na população pediátrica pode trazer benefícios para o manejo clínico e auxiliar a preveni-las. Objetivos: Avaliar as complicações endoscópicas mais comuns em um centro de referência, avaliando o perfil do paciente e comparando a ocorrência de eventos adversos entre procedimentos diagnósticos e terapêuticos e até 72 horas pós-procedimento. Métodos: Estudo pediátrico, prospectivo, para avaliar complicações endoscópicas imediatas e até 72 horas pós-procedimento, durante um período de 8 meses . Foi aplicado questionário e contato telefônico. As complicações foram divididas em anestésicas e endoscópicas propriamente , maiores, quando necessitassem intervenção ou avaliação médica e menores, quando as queixas não resultassem em busca por atendimento médico. Resultados: Foram realizados 317 exames endoscópicos em 297 pacientes, sendo 278 endoscopias diagnósticas (87,7%) e 39 terapêuticas (12,3%). Dos pacientes que foram submetidos à EDA diagnóstica, 149 eram meninos (50,2%), com média de idade de 8,8 anos (± 4,7); 86,9% de cor branca e 76,8% não apresentavam doenças crônicas. 233(73,5%) exames foram realizados por residente em gastroenterologia pediátrica; 99,1% anestesias por anestesista pediátrico. Com relação às complicações relacionadas à anestesia, a mais encontrada foi dessaturação (9 pacientes). Com relação às complicações endoscópicas, não houve nenhuma complicação maior. Todas as complicações foram menores. Das 278 endoscopias diagnósticas, 75 (27%) tiveram complicações. As complicações mais frequentes foram dor de garganta (16,5%), dor abdominal (5,4%), odinofagia (2,9%), náuseas (2,2%), rouquidão (1,1%), distensão abdominal (1,1%), vômitos (0,7%) e trauma emocional (0,4%). Dos exames terapêuticos, 17 complicaram (43,6%), sendo a complicação mais encontrada dor de garganta (20,5%). Conclusões: Não ocorreram complicações maiores. As complicações relatadas foram todas menores, igual ao que é demonstrado na literatura, sendo dor de garganta e dor abdominal as complicações mais comuns.Item Correlação da ultrassonografia pélvica com o desenvolvimento puberal em meninas(2022) Bertoncello, Francine Zap; Kopacek, Cristiane; Liliane, HerterIntrodução: A puberdade, período de transição da infância para a idade adulta em que se alcança a maturidade sexual, costuma iniciar entre os 8 e 13 anos de idade na menina. Quando há o surgimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos ou a ocorrência de menarca antes dos 9 anos, considera-se Puberdade Precoce. O início das manifestações puberais podem se dar por reativação prematura do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, isto é, Puberdade Precoce Central (PPC); por produção periférica ou exposição a estrógenos, isto é, Puberdade Precoce Periférica (PPP); ou ainda, pode ser devido a um aumento da sensibilidade do receptor de estrógenos, ocasionando as formas isoladas de puberdade. O diagnóstico é dado por um conjunto de fatores clínicos, laboratoriais e de imagem. Muitas vezes, o quadro clínico é sugestivo de PPC, porém o Hormônio Luteinizante (LH) basal encontra-se em valores pré-puberais. Nesses casos, deve-se lançar mão do exame considerado padrão-ouro para o diagnóstico: o teste de estímulo com hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) ou com análogo de GnRH. Todavia, o teste com GnRH ou análogo de GnRH apresenta alto custo, é invasivo, doloroso e demanda tempo. Por outro lado, a ultrassonografia pélvica tem se mostrado uma excelente ferramenta na avaliação das patologias pélvicas nas meninas e também no diagnóstico de puberdade precoce. Este estudo tem por objetivo descrever e correlacionar as mudanças puberais (estágios de Tanner mamário) com o desenvolvimento da genitália interna, avaliado por meio da ultrassonografia pélvica. Além disso, objetiva avaliar os parâmetros habituais da ultrassonografia pélvica como testes diagnósticos para início de puberdade e, em especial, avaliar um parâmetro menos estudado: o estudo doppler das artérias uterinas. Métodos: Estudo transversal. Meninas com idade entre 1 ano e 18 anos incompletos e que foram encaminhadas para o serviço de Diagnóstico por Imagem do Hospital da Criança Santo Antônio para realização de ultrassonografia pélvica ou de abdome ou de vias urinárias foram convidadas a participar do estudo durante o período de novembro de 2020 a dezembro de 2021. O desenvolvimento puberal foi classificado de acordo com os estágios de Tanner mamário. A presença de telarca foi o critério utilizado para distinguir meninas púberes de não púberes. Para avaliar a associação entre as variáveis categóricas utilizou-se o teste Qui Quadrado de Pearson. Para a comparação de variáveis contínuas com distribuição normal e sem distribuição normal utilizou-se teste ANOVA e Kruskal-Wallis, respectivamente, com teste post-hoc de Bonferroni para comparações múltiplas. A correlação de Spearman foi utilizada para variáveis quantitativas sem distribuição normal. As variáveis ultrassonográficas foram avaliadas como testes diagnósticos para início de puberdade, sendo utilizada a curva ROC para comparação com área sob a curva com intervalo de confiança de 95% e p-valor. O ponto de corte foi definido por meio do índice de Youden (J) e foi realizado cálculo de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia. O nível de significância adotado foi de 5% (p = 0,05) e as análises foram realizadas no software estatístico SPSS (IBM SPSS Statistics for Windows, Version 25.0. Armonk, NY: IBM Corp.). Resultados: 60 meninas foram incluídas no estudo com idade entre 1 ano e 17 anos e 6 meses, com média de 8,94 anos (±4,42). Por meio do teste de Correlação de Spearman, evidenciou-se que o volume ovariano teve correlação positiva significativa com a idade (p 0,001; r 0,89), com o Tanner da mama (p 0,001; r 0,87) e correlação negativa significativa com o IP médio (p 0,001; r -0,46). A idade teve correlação positiva significativa com o volume uterino (p 0,001; r 0,87), com o Tanner da mama (p 0,001; r 0,89) e correlação negativa com o IP médio (p 0,006; r -0,38). O volume uterino teve correlação positiva significativa com o Tanner da mama (p 0,001; r 0,89) e correlação negativa com o IP médio (p 0,002; r – 0,43). O IP médio teve correlação negativa significativa com o Tanner mamário (p 0,001; r -0,47). As pacientes foram divididas em três grupos: no grupo pré-puberal (M1) com 28 pacientes, 12 no grupo puberdade inicial (M2 e M3) e 20 no grupo de puberdade tardia (M4 e M5). Na comparação entre os grupos, o volume uterino e ovariano demonstraram aumento estatisticamente significativo (p 0,001) conforme a progressão puberal. Não houve diferença significativa entre o IP médio dos três grupos (p 0,23). O IP médio do grupo pré puberal foi de 4,8 (± 1,3), o grupo puberdade inicial foi de 4,1 (± 1,2) e puberdade tardia com média 3,2 (± 1,9). Quando avaliados os estágios de Tanner individualmente em relação ao IP médio, observou-se que houve diferença significativa entre os estágios M1 e M4 (p 0,012). O volume uterino ≥ 2,45mL obteve sensibilidade de 92%, especificidade de 90%, VPP de 90%, VPN de 93% e acurácia de 91% em predizer início de puberdade. O IP médio ≤ 2,75 obteve sensibilidade de 100%, especificidade de 48%, VPP de 62%, VPN 100% e acurácia de 72%. O volume ovariano médio ≥ 1,48mL obteve sensibilidade de 96%, especificidade de 90%, VPP de 90%, VPN 97% e acurácia de 93%. O diâmetro do maior folículo ≥ 0,75cm obteve sensibilidade de 96%, especificidade de 44%, VPP de 65%, VPN de 92% e acurácia de 71%. A presença de endométrio mensurável à ecografia obteve sensibilidade de 100%, especificidade de 70%, VPP 60%, VPN 100% e acurácia de 79%. Conclusão: A progressão do desenvolvimento puberal da genitália interna feminina pode ser acompanhada por meio da ultrassonografia pélvica e é de grande valor no diagnóstico da puberdade precoce feminina. O volume uterino e ovariano demonstraram ser os melhores testes diagnósticos para puberdade precoce. O IP de artérias uterinas, no estudo, apesar de útil na avaliação puberal, não foi superior a outras variáveis ultrassonográficas.Item Deglutição e alimentação em pacientes pediátricos traqueostomizados: revisão sistemática(2024-06-06) Born, Nathalia Montandon; Lubianca Neto, José Faibes; Barbosa, Lisiane de Rosa; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteA traqueostomia é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo estabelecer uma comunicação direta entre a traqueia e o meio externo, a fim de criar uma via aérea segura. Nas últimas décadas, houve aumento do número de traqueostomias realizadas na população infantil. Esse procedimento em crianças pode gerar diferentes alterações estruturais e funcionais na deglutição. A deglutição é um processo complexo que envolve a participação de diversos músculos e estruturas da região oral, faringe, laringe e esôfago, participando de maneira integrada com o sistema nervoso central e periférico. Para que uma criança consiga se alimentar de forma efetiva, é necessário que tenha a habilidade de coordenar as funções de sucção, deglutição e respiração. A disfagia é um distúrbio que ocorre devido a uma alteração no ato de deglutir, podendo estar comprometidas uma ou mais fases da deglutição, interferindo na segurança, efetividade e conforto da alimentação, gerando risco ao sistema respiratório e estado nutricional do indivíduo. A disfagia em crianças traqueostomizadas pode ocorrer por consequência de alterações na sensibilidade e diminuição na força da deglutição e na elevação laríngea. Porém, esse impacto ainda não está bem descrito na literatura pediátrica, como acontece com a população adulta. O fonoaudiólogo é um dos profissionais da equipe multidisciplinar responsável por realizar a avaliação clínica e objetiva do paciente pediátrico disfágico. Nas últimas décadas a atuação fonoaudiológica vem conquistando maior destaque no tratamento da disfagia em ambiente hospitalar. Embora a evidência empírica corrobore a necessidade desse atendimento, a comprovação desse benefício ainda não está bem quantificada. Desta forma, tornam-se importantes pesquisas com o intuito de mostrar evidências das vantagens do atendimento fonoaudiológico nessa área. Esta dissertação tem como objetivo verificar os achados da avaliação e/ou acompanhamento fonoaudiológico da deglutição e alimentação de pacientes pediátricos traqueostomizados por meio de uma revisão sistemática da literatura. Foram encontrados oito artigos, sendo todos de delineamento observacional. A presença de disfagia orofaríngea foi frequente para esta população. A avaliação mais utilizada foi a avaliação clínica da deglutição, seguida pela videofluoroscopia da deglutição. Cinco artigos descreveram a via de alimentação recomendada, desses, 31,80% dos pacientes receberam a indicação de permanecer com via de alimentação alternativa exclusiva, enquanto 68,19% com via de alimentação oral parcial ou exclusiva. Conclui-se que são muito poucas as evidências disponíveis na literatura e que são necessários mais estudos experimentais, prospectivos e controlados focados nos achados de deglutição e alimentação nessa população, assim como quantificando a efetividade da intervenção fonoaudiológica.Item Disfagia orofaríngea em lactentes sibilantes: uma série de casos(2022) Etges, Camila Lucia; Fischer, Gilberto Bueno; Barbosa, Lisiane de RosaIntrodução: são consideradas lactentes sibilantes crianças menores de dois anos que apresentam quadro de sibilância contínua há pelo menos um mês ou, no mínimo, três episódios de sibilos em um período de dois meses. Os distúrbios de deglutição, na infância, têm evidenciado aumento. Em crianças com histórico de doenças neurológicas, genéticas, malformações craniofaciais ou doenças que afetam a coordenação entre sucção, deglutição e respiração, a disfagia orofaríngea é relatada. No entanto, estudos recentes têm revelado a presença de penetração/aspiração traqueal em crianças sem fatores de risco óbvios para disfagia, mas com quadros de alterações respiratórias recorrentes. Objetivo: relatar uma série de casos de lactentes sibilantes e o processo de investigação em relação à ocorrência de disfagia orofaríngea durante a internação hospitalar. Métodos: estudo observacional descritivo, de caráter prospectivo. A pesquisa foi realizada entre novembro de 2018 e março de 2020, sendo incluídos os sujeitos internados em ambiente hospitalar pelo serviço de pneumologia, com diagnóstico de sibilância, que tiveram três ou mais internações hospitalares decorrentes de alterações do quadro respiratório. Incluíram- se os sujeitos que realizaram os exames de videofluoroscopia da deglutição e fibrobroncoscopia. Inseriram-se os resultados dos exames de radiografia de tórax e pesquisa de vírus (imunofluorescência indireta e RT-PCR). A análise e a apresentação dos dados deste estudo foram feitas através de tabelas e quadros descritivos, média, mediana e desvio padrão. Resultados: selecionaram-se para a pesquisa 12 pacientes, tendo sido excluídos quatro, resultando em oito sujeitos, dos quais a metade era do sexo masculino. A média de idade foi de 8,0 meses. A presença de vírus respiratório foi verificada em três sujeitos e todos evidenciaram alterações em radiografia de tórax. Todas as crianças mostraram alteração de deglutição durante o exame de videofluoroscopia da deglutição, cinco demonstraram penetração laríngea com líquido ralo e três, aspiração traqueal silente com líquido ralo. Alterações de via aérea foram encontradas em cinco sujeitos. Conclusões: a disfagia orofaríngea foi identificada em oito lactentes sibilantes que apresentavam infecções respiratórias recorrentes, sem causa identificada e com falhas frente aos tratamentos propostos.Item Doença Inflamatória Intestinal (DII) em pacientes pediátricos: avaliação das características salivares(2023-07-13) Ferreira, Aline Marques; Puricelli, Edela; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteIntrodução: A doença inflamatória intestinal (DII) envolve o trato gastrointestinal e afeta milhões de adultos e crinças/adolescentes no mundo. Esta doença inflamatória crônica resulta de interações complexas entre genética, fatores ambientais e microbiota. A microbiota qua parece ser fundamental no desenvolvimento do sistema imunológico do hospedeiro e concentra numa relação comensal a maior parte da sua colonização bacteriana no trato gastrointestinal. Enquanto estas prosperam no rico ambente do intestino passam a liberar benefícios de múltiplas funções locais e sistêmicas do hospedeiro. Este equilíbrio homeostático das bactérias permite que o trato gastrointestinal permaneça saudável e livre de supercrescimento de bactérias potencialmente patogênicas. A microbiota oral desempenha um papel essencial na manutenção da integridade das estruturas bucais. Ao contrário do intestino, o ecossistema bacteriano oral é relativamente estável e não está sujeito a mudanças significativas. A saliva desempenha um papel importante no monitoramento da saúde bucal, regulando e mantendo a integridade dos tecidos orais duros e alguns tecidos moles. Objetivo: Avaliar se há alterações das propriedades físicas e químicas do produto salivar de pacientes pediátricos com diagnóstico de doença inflamatória intestinal (DII) Método: Foi realizado um estudo transversal com técnica de amostragem por conveniência, recrutando todos os pacientes em acompanhamento no Ambulatório de Doença Inflamatória Intestinal do Serviço de Gastroenterologia do HCSA, no período de agosto de 2021 a abril de 2022 e que cumpriram os critérios de inclusão. Foram analisadas 33 amostras. Os participantes do estudo responderam a um questionário estruturado e foram submetidos a um exame intrabucal e coleta salivar. Através da amostra salivar foram realizadas as seguintes avaliações: velocidade de fluxo salivar estimulado, pH salivar, viscosidade salivar clínica e laboratorial (reologia). Resultados: As análises realizadas nas amostras coletadas demonstraram que a totalidade (n=33) apresentou pH da saliva normal (pH=7). A média da viscosidade salivar clínica foi de 3,1mm e da viscosidade salivar laboratorial 1,5cP. A média da velocidade de fluxo salivar foi de 0,9mm, considerado baixo fluxo pelos critérios estabelecidos na literatura. Da amostra total, 60% apresenta velocidade de fluxo salivar abaixo do normal. Conclusão: Apesar do nosso estudo apresentar uma amostra numéricamente reduzida os testes não invasivos aplicados em pacientes pediátricos com DII até o momento sustentam credibilidade nos seus resultados quando comparados com a literatura consultada. Tais possilidades devem ser exploradas no atendimento odontológico visando motivação tanto ao profissional como paciente/familiar para entendimeto das alterações locais/sistêmicos advindo da disbiose oral frente a diferentes patologias em evoluçãoItem Efeitos da epinefrina nebulizada em associação com solução salina hipertônica em crianças com bronquiolite aguda(Wagner Wessfll, 2021) Pereira, Renan Augusto; Amantéa, Sérgio Luis; Zhang, LinjieA bronquiolite aguda é uma doença caracterizada por sibilância torácica e sinais de infecção viral no trato respiratório que ocorre em lactentes. O tratamento da bronquiolite aguda permanece controverso devido à falta de evidências científicas robustas. A epinefrina nebulizada e a solução salina hipertônica são exemplos de intervenções estudadas em crianças com bronquiolite, com resultados conflitantes entre os trabalhos. Esta revisão sistemática e metanálise objetiva avaliar a eficácia no tempo de permanência hospitalar, escores de gravidade clínica, saturação de oxigênio e perfil de segurança da nebulização de epinefrina associada a SSH em crianças com bronquiolite aguda. Os desfechos foram representados por diferença de médias (DM) ou diferença de médias padronizadas (DMP), e foram utilizados intervalos de confiança (IC) 95%. 18 estudos foram sistematicamente selecionados e 16 deles contribuíram para a metanálise (1.756 pacientes). De maneira geral, um impacto discreto, mas significativo, foi observado no tempo de permanência hospitalar no grupo que utilizou a terapia combinada (DM de -0,35 dias, IC 95% -0,62 a -0,08, p = 0,01, I2 = 91%). Estratificação pelo tempo da análise do escore de gravidade clínica revelou resultados positivos a favor da terapia combinada, quando avaliado 48 horas e 72 horas após a admissão (DMP de -0,35, IC 95% -0,62 a -0,09, p = 0.008, I2 = 41% e DMP de -0.27, IC 95% -0.50 a -0.04, p = 0.02, I2 = 0%, respectivamente). Não foi observada diferença na saturação de oxigênio entre os grupos. Dados adicionais mostraram um bom perfil de segurança, com uma baixa taxa de eventos adversos (1%), a maioria destes leves e transitórios. Em conclusão, evidências de baixa qualidade sugerem que a epinefrina nebulizada associada a SSH pode ser considerada uma alternativa segura e potencialmente eficaz para reduzir o tempo de permanência hospitalar e o escore de gravidade clínica na bronquiolite aguda.Item Efetividade a longo prazo do uso da mesalazina em crianças com alopecia areata grave(Wagner Wessfll, 2021) Vivian, Analú; Bau, Ana Elisa KiszewskiHá diversas opções terapêuticas para o tratamento da alopecia areata (AA), porém, a maioria com resultados conflitantes de eficácia. Sendo assim, nenhum medicamento está atualmente aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA). A AA grave costuma a longo prazo afetar significativamente a qualidade de vida, justificando, assim, a intervenção terapêutica. Nesse contexto, surge a necessidade de realização de novos estudos que busquem opções terapêuticas eficazes e seguras para a doença. Este trabalho tem o objetivo de avaliar a eficácia do uso da mesalazina no tratamento de crianças e adolescentes com AA moderada a grave por um período de no mínimo 12 meses de tratamento. Trata-se de um estudo retro e prospectivo, no qual foi avaliada a resposta de 18 pacientes com idades entre 6 e 15 anos, com diagnóstico de AA e escore da severidade da alopecia SALT (Severity of Alopecia Tool)≥40, ou com diagnóstico de AA difusa. Os resultados foram avaliados aos 6 e 12 meses após o início do tratamento, mediante resultado do SALT. Pacientes com AA grave (SALT≥50) obtiveram, com o uso de mesalazina aos 6 meses de tratamento, 36% de redução média na doença. Aos 12 meses, houve um decréscimo de cerca de 66% na AA em decorrência da medicação. Já nos dois pacientes com AA moderada (SALT<50), houve igualmente elevada redução: 46,7% (6 meses) e 73,6% (12 meses). Os quatro pacientes com AA difusa também obtiveram resposta satisfatória de repilação. Nenhum dos pacientes apresentou efeitos adversos significativos durante o uso da medicação. Com este estudo, ressalta-se o provável benefício do uso da mesalazina na melhora e controle da AA, sendo essa uma segura possibilidade de tratamento na população pediátrica.Item Eventos adversos em pós-operatório cardíaco em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica(2023) Wasniewski, Ana Beatriz Ramos; Silveira, Themis Reverbel da; Oliveira, Mariana Gonzales deIntrodução: Crianças submetidas a cirurgia cardíaca possuem alto risco de morbidade e mortalidade. Desse modo, é necessário identificar e quantificar fatores do pós-operatório imediato que possam indicar os desfechos a curto e longo prazo. A ocorrência de eventos adversos (EA) está associada a piores desfechos e aumento de morbidade e mortalidade. A taxa de mortalidade de pacientes submetidos a cirurgias cardíacas varia entre as instituições, refletindo o potencial de melhorias na qualidade assistencial por meio da identificação e da atenuação de fatores de risco associados a piores desfechos. Objetivo: Analisar a ocorrência de EA e fatores de associação em pós-operatório cardíaco na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital da Criança Santo Antônio. Método: Coorte histórica dos primeiros 7 dias de pós-operatório de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca de abril a dezembro de 2019 por meio de revisão de prontuários hospitalares e que internaram em UTIP. Revisão das características demográficas, clínico-laboratoriais e escores de gravidade dos pacientes e de 9 eventos que foram agrupados em cirúrgicos, não cirúrgicos e relacionados a dispositivos. Resultados: 238 prontuários preencheram os critérios de inclusão do estudo. Em 110 pós-operatórios (46,2 %) ocorreu pelo menos 1 EA e o número total de eventos foi 193 (81%). O EA de maior número foi complicação com cateteres venosos seguido por parada cardíaca, sangramento e reexploração cirúrgica. Idade e peso menores, o índice pediátrico de mortalidade (PIM-2) e escore vasoativo-inotrópico (VIS) mais elevados, escore de risco ajustado para cirurgia cardíaca congênita (RACHS-1) RACHS-1 3 e 4, fechamento tardio do esterno, tempo de circulação extracorpórea (CEC) e clampeamento aórtico maiores foram associados a EA com significância estatística. Na análise univariada, VIS ≥ 20, RACHS-1 ≥ 3, idade ≤ 24 meses, PIM-2 ≥ 5, CEC ≥ 120 min e clampeamento aórtico ≥ 30 min foram estatisticamente significantes com a ocorrência de evento. Na análise multivariável, VIS ≥ 20 (OR 2,90, p 0,004) e RACHS-1 ≥ 3 (OR 2,11, p 0,019) mostram se relevantes e com significância estatística, enquanto idade e esterno aberto possuem apenas tendência a essa associação. Considerando a previsão de ocorrência de eventos adversos a partir dos valores de VIS e de RACHS-1, a área sob a curva mostrou valor de 0,73 (95% IC: 0,66 – 0,79). Conclusão: A ocorrência de EA mostrou-se presente em número expressivo na população estudada. Os eventos relacionados a dispositivos foram os mais frequentes. Os escores VIS e RACHS-1 foram relevantes para predizer a ocorrência de eventos adversos em pós-operatório cardíaco.Item Fatores de risco associados ao atraso de desenvolvimento infantil: uma revisão sistemática e metanálise(2023-11-16) Coelho, Renato Santos; Amantea, Sérgio; Sukiennik, Ricardo; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteIntrodução: O atraso do desenvolvimento infantil é uma condição clínica que afeta uma em cada seis crianças e está associado na intrínseca relação de fatores de risco, tanto ambientais quanto biológicos, onde a prematuridade é o principal fator gerador do atraso. De todos os prematuros, 74% são prematuros tardios e de todos os nascimentos 30% são quase termo. Material e métodos: Esta é uma revisão sistemática seguida de metanálise, que teve como questão de pesquisa os fatores de risco para o atraso do desenvolvimento, sendo o desfecho atraso do desenvolvimento infantil, em estudos observacionais de coorte. Resultados: A buscas nas bases de dados resultou em 1880 artigos, ficando no final 79 artigos elegíveis para avaliação de qualidade e viés e 11 artigos utilizados para a metanálise. A partir desta metanálise resulta que nascer prematuro aumenta 1,7 vezes a chance de ter um atraso do desenvolvimento. Conclusão: Como a maioria dos prematuros estão na categoria tardios e quase termo, onde o nascimento planejado é uma das causas, medidas se fazem necessárias para modificar este fator de risco.Item Fatores de risco e proteção para o desenvolvimento infantil de crianças atendidas pelo Programa Primeira Infância Melhor(2023-11-03) Santos, Marília Ache Carlotto Brum; Scornavacca, Francisco; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteObjetivo: Identificar os fatores de risco e proteção para o desenvolvimento infantil de crianças de 0 a 3 anos de idade em vulnerabilidade social no período de 2003 a 2018. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com dados secundários de 27.302 crianças coletados do Sistema de Informação do Programa Primeira Infância Melhor (SISPIM). As variáveis do estudo foram analisadas por meio de uma regressão de Poisson com variâncias robustas de forma individual (análise bivariada) para cada uma das dimensões do desenvolvimento infantil para a obtenção das razões de prevalência e dos seus intervalos de confiança de 95%. Posteriormente, foram incluídas no modelo multivariado juntamente com as variáveis do mesmo bloco. As variáveis que apresentaram valor p≤0,20 permaneceram no modelo multivariado para ajustes dos blocos seguintes e, para identificar as variáveis significativamente associadas ao desfecho (p≤0,05). Cada bloco subsequente obedeceu a ordem do modelo hierárquico. Para a análise estatística, utilizou-se o Programa SPSS versão 25. Foram considerados os dados registrados nos formulários do instrumento Caracterização e Diagnóstico que contemplavam informações sobre as famílias, as gestantes e as crianças. Cabe destacar que, em relação ao desenvolvimento infantil, os dados discutidos referem-se ao registro do diagnóstico inicial realizado antes do começo das visitas domiciliares semanais. O estudo partiu da hipótese de que os fatores de risco oriundos de vulnerabilidades biológicas, socioeconômicas, ambientais e sociais impactam no desenvolvimento infantil, especialmente quando cumulativos desde a infância. Nesta pesquisa, incluíram-se crianças de todas as macrorregiões do Rio Grande do Sul, excluindo as famílias que não foram acompanhadas na gestação e as crianças e famílias cujos dados estavam incompletos. Resultados: O estudo permitiu identificar que 61,3% (N = 16.715) das crianças apresentaram atraso nos marcos do desenvolvimento infantil. Os achados distribuídos nas quatro dimensões indicaram: 24,1% das crianças com suspeita de atraso motor, 19,3% na dimensão socioafetiva, 11,2% de linguagem e 6,7% na cognitiva. Conclusões: Condições socioeconômicas das famílias, menores intervalos interpartais, prematuridade, piores condições de moradia, falta de acesso à rede de serviços e o fato de brincarem sozinhas ou somente com crianças ou adultos estão associados à prevalência de atraso nos marcos do desenvolvimento. Por outro lado, o cuidado com a saúde das crianças, assim como ser estimulada por meio de livros e histórias quanto às dimensões: socioafetiva (IC de 95%: 0,65-0,73; p=0,000), motora (IC de 95%: 0,68- 0,76; p=0,000), linguagem (IC de 95%: 0,71-0,86; p=0,000) e cognitiva (IC de 95%: 0,61-0,78; p=0,000) e de vivenciar relações familiares afetivas configuram-se fatores protetivos para o desenvolvimento infantil integral.