Avaliação do HLA em doadores e receptores de transplante hepático pediátrico e a presença de anticorpo contra doador e seus desfechos clínicos.

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Data
2024-07-11
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Editor Literário
Resumo
Introdução: A importância do antígeno leucocitário humano (HLA) nos transplantes (Tx) de órgãos sólidos é um assunto bastante debatido, e a presença de anticorpo contra o doador (DSA) circulante no soro está associada à lesão e à perda do enxerto. O desenvolvimento de fibrose e rejeição são desfechos importantes no póstransplante hepático e definir quais são os seus fatores de risco é fundamental para uma melhor evolução. Objetivo: Analisar a compatibilidade HLA do doador e do receptor e suas compatibilidades, tentando identificar quais são os fatores de risco para essa população no desenvolvimento de anticorpos anti-HLA do doador (DSA) e sua relação com rejeição e fibrose. Objetivos Secundários: identificar as características demográficas e cirúrgicas dos pacientes que desenvolveram anticorpos circulantes contra o doador, além da rejeição e fibrose hepática; Analisar a presença de C4d nos pacientes que desenvolveram rejeição; Determinar a quantidade de Mismatch (MM) nos HLA de classe I (A; B) e classe II (DR) correlacionando com o desfecho de rejeição ou fibrose; Correlacionar o valor de PRA pré e pós-transplante com os desfechos de rejeição e fibrose; Identificar o valor de MFI que representa um fator de risco para o desenvolvimento de rejeição ou fibrose do enxerto. Métodos: Os dados foram coletados entre dezembro de 2013 e dezembro de 2023. Foram analisados: HLA Classe I (A/B) e classe II (DR); reatividade contra painel classe I e II (sangue periférico). O soro foi coletado no receptor, para detecção de “de novo” DSA a partir de 3 meses após o transplante. Os critérios de inclusão foram crianças transplantadas até 18 anos de idade; com sobrevida maior que 30 dias após o transplante hepático e com pelo menos uma coleta de DSA pós-transplante. Todas as rejeições foram comprovadas por biópsia hepática. A decisão de biopsiar os pacientes decorreu da alteração laboratorial de disfunção hepática. Para identificar DSA foi usada a tecnologia de citometria com utilização do Luminex ® pela metodologia Single Antigen Beads (SAB) (One Lambda), considerando intensidade média de fluorescência > 1000 como positivo para anticorpos anti-HLA. Resultados: A presença de qualquer DSA no pós-transplante está associada ao desenvolvimento de rejeições e fibrose nos pacientes pediátricos submetidos a transplante hepático, mas principalmente quando há DSAs dirigidos contra locus DQ. A prevalência de qualquer DSA Classe I ou II no pré-transplante (Tx) é de 28,3%, enquanto no póstransplante a presença de DSA Classe I ou II foi de 43,1% nesta amostra. A mediana de seguimento dos pacientes foi de 3 anos. Dos 13 pacientes que apresentaram rejeição, o C4d esteve positivo em 5 pacientes. Um dado observado foi que a presença de uma ou mais incompatibilidade HLA no locus A entre doador e receptor acarreta um risco 16x superior de desenvolver trombose da artéria hepática. O tempo de isquemia também parece estar relacionado ao desfecho desses pacientes. Conclusão: Houve um risco aumentado de trombose da artéria hepática em pacientes com incompatibilidade HLA no locus A. Doadores mais jovens apresentaram uma maior propensão ao desenvolvimento de anticorpos anti-HLA “de novo” DSA (dnDSA). A característica dos pacientes que desenvolveram rejeição foi os que tinham doadores mais jovens, transplante com doador falecido, doadores não aparentados e a presença de dnDSA. No grupo de pacientes que desenvolveram fibrose e rejeição, foi documentado uma relação com dnDSA anti-HLA-DQ. Não se encontrou uma associação significativa entre a presença de C4d e nem de incompatibilidade HLA A-B ou DR nos desfechos avaliados. Houve uma tendência de maior incidência no desenvolvimento de fibrose e rejeição em pacientes com valores mais elevados de PRA de classe II. Os resultados indicaram uma relação estatisticamente significativa entre valores mais elevados de MFI e maior risco de desenvolver esses desfechos
Descrição
Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Pediatria, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Compatibilidade HLA, Transplante hepático pediátrico, Rejeição, [en] HLA compatibility, [en] Pediatric liver transplantation, [en] Rejection
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