Complicações de procedimentos endoscópicos realizados em pacientes pediátricos
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Data
2024-03-19
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Editor Literário
Resumo
Introdução: A endoscopia digestiva alta (EDA) em pediatria é segura, sendo a taxa de
eventos adversos baixa. A maioria das complicações é pequena, autolimitada e não
necessita intervenção. Existem poucos estudos no Brasil e no mundo. Avaliar as
complicações da endoscopia na população pediátrica pode trazer benefícios para o
manejo clínico e auxiliar a preveni-las.
Objetivos: Avaliar as complicações endoscópicas mais comuns em um centro de referência, avaliando o perfil do paciente e comparando a ocorrência de eventos adversos entre procedimentos diagnósticos e terapêuticos e até 72 horas pós-procedimento.
Métodos: Estudo pediátrico, prospectivo, para avaliar complicações endoscópicas imediatas e até 72 horas pós-procedimento, durante um período de 8 meses . Foi aplicado questionário e contato telefônico. As complicações foram divididas em anestésicas e endoscópicas propriamente , maiores, quando necessitassem intervenção ou avaliação médica e menores, quando as queixas não resultassem em busca por
atendimento médico. Resultados: Foram realizados 317 exames endoscópicos em 297 pacientes, sendo 278
endoscopias diagnósticas (87,7%) e 39 terapêuticas (12,3%). Dos pacientes que foram submetidos à EDA diagnóstica, 149 eram meninos (50,2%), com média de idade de 8,8 anos (± 4,7); 86,9% de cor branca e 76,8% não apresentavam doenças
crônicas. 233(73,5%) exames foram realizados por residente em gastroenterologia
pediátrica; 99,1% anestesias por anestesista pediátrico. Com relação às complicações relacionadas à anestesia, a mais encontrada foi dessaturação (9 pacientes).
Com relação às complicações endoscópicas, não houve nenhuma complicação maior. Todas as complicações foram menores. Das 278 endoscopias diagnósticas, 75
(27%) tiveram complicações. As complicações mais frequentes foram dor de garganta (16,5%), dor abdominal (5,4%), odinofagia (2,9%), náuseas (2,2%), rouquidão
(1,1%), distensão abdominal (1,1%), vômitos (0,7%) e trauma emocional (0,4%). Dos
exames terapêuticos, 17 complicaram (43,6%), sendo a complicação mais encontrada dor de garganta (20,5%).
Conclusões: Não ocorreram complicações maiores. As complicações relatadas foram todas menores, igual ao que é demonstrado na literatura, sendo dor de garganta e dor
abdominal as complicações mais comuns.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Pediatria, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Palavras-chave
Endoscopia Gastrointestinal, Pediatria, Exame diagnóstico, [en] Endoscopy, Gastrointestinal, [en] Pediatrics, [en] Diagnostic test