Análise Ultrassonográfica da Espessura Muscular no Paciente Crítico Pediátrico

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Data
2023-04-27
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Editor Literário
Resumo
INTRODUÇÃO: a ultrassonografia (US) tem sido utilizada para quantificar e qualificar a morfologia muscular de crianças criticamente enfermas, detectando possíveis alterações na espessura muscular. OBJETIVO: analisar a espessura muscular através de imagens de ultrassonografia de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) de um hospital terciário do sul do Brasil; avaliar a confiabilidade da medição ultrassonográfica da espessura muscular do bíceps braquial/braquial (BB) e quadríceps femoral (QF) em crianças gravemente doentes; avaliar a mudança na espessura muscular durante internação na UTIP; verificar diferenças na espessura muscular ao longo da internação em UTIP entre diferentes condições clínicas. MÉTODOS: primeiramente, foi realizado um estudo observacional na UTIP de um hospital universitário terciário do sul do Brasil. O estudo incluiu pacientes entre 1 mês e 12 anos de idade, recebendo ventilação mecânica invasiva por pelo menos 24 horas. Imagens ultrassonográficas do bíceps braquial/braquial e quadríceps femoral foram obtidas, realizadas por um ultrassonografista experiente e três novatos. A confiabilidade intra e interavaliadores foi calculada usando o coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e a análise do gráfico de Bland-Altman. Secundariamente, realizamos um estudo longitudinal prospectivo, no período de dezembro de 2021 a outubro de 2022. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos; de um mês a 12 anos; em ventilação mecânica invasiva por 24h. As medições da US foram realizadas até 24h após internação, 72h após e semanalmente até alta da UTIP. RESULTADOS: inicialmente, a espessura muscular foi medida em 10 crianças, com idade média de 15,5 meses. A espessura média dos músculos avaliados foi de 1,14cm ± 0,27 para o bíceps braquial/braquial e 1,85cm ± 0,61 para o quadríceps femoral. A confiabilidade intra e interavaliadores foi muito boa (ICC > 0,81) para todos os ultrassonografistas. As diferenças foram pequenas e não apresentaram distorção na análise dos gráficos de Bland-Altman e todas as medidas estiveram dentro dos limites de concordância, exceto uma medida de bíceps braquial/braquial e quadríceps femoral. Posteriormente, foram selecionados 73 pacientes. 69 realizaram duas avaliações, 53 três avaliações e 22 quatro avaliações ultrassonográficas. A mediana de idade foi 18 meses, sendo 46 (63%) <1 ano. O diagnóstico mais comum foi doenças respiratórias (68,5%). Houve mudança na espessura do BB no período de 24h-2sem (-0,115 cm p=0,02), 72h-2sem (-0,125 cm p=0,009) e 1sem-2sem (-0,137 cm p=0,002) e no QF de 24h2sem (-0,25 cm p=0,002) e 72h-2sem (-0,21 cm p=0,015). A prevalência de atrofia muscular (diminuição >10% na espessura), foi 34,8% em pelo menos um grupo muscular entre 24h-72h; 35,8% entre 24h-1sem; e 45,5% entre 24h-2sem. CONCLUSÃO: a US pode ser utilizada em crianças criticamente enfermas para avaliar com precisão as alterações na espessura muscular, mesmo por diferentes avaliadores. Além disso, permite avaliação da espessura muscular de diferentes grupos musculares de crianças criticamente doentes, sendo importante no monitoramento muscular durante internação na UTIP.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Pediatria, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Palavras-chave
Ultrassonografia, Espessura muscular, Unidade de terapia intensiva, Pediatria, [en] Ultrasonography, [en] Muscle thickness, [en] Intensive Care Units, [en] Pediatrics
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