PPGPAT - Teses
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Item Câncer de próstata indolente diagnosticado em um único fragmento na biópsia em uma série contemporânea de prostatectomia radical laparoscópica(2013) Heldwein, Flávio Lobo; Hartmann, Antonio AtalíbioIntrodução: Os critérios contemporâneos de Epstein são os parâmetros atuais mais aceitos para predição de um câncer de próstata indolente. O seguimento ativo (SA) tornou-se um tratamento adequado para câncer de próstata de muito-baixo-risco (CaPMBR). Entretanto, é incerto quais seriam os critérios de inclusão ideais para a seleção de candidatos para SA. Objetivos: Este estudo tem como objetivo investigar o papel prognóstico do cT2a em homens com CaPMBR submetidos a prostatectomia radical laparoscópica (PRL). Material e Métodos: Este é um estudo retrospectivo de coorte contemporânea utilizando um banco de dados coletado prospectivamente. Departamento de Urologia, Instituto Montsouris, Paris/França. Programa de Pós-graduação em Patologia, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Foram adotados como critérios de inclusão: o estadio clínico T1c ou T2a, o PSA ≤ 10 ng/mL, o PSA densidade ≤ 0,15 ng/mL/cm3, o escore de Gleason ≤ 6 e apenas um único fragmento positivo na biópsia invadido por câncer em menos que 50%. Os pacientes foram submetidos à RPL. Resultados: Entre 1998 e 2010, foram encontrados 910 pacientes diagnosticados com um CaP de baixo-risco diagnosticado por um único fragmento positivo. Dos quais, 504 preencheram os critérios de Epstein para CaPMBR. Quando comparado ao cT1c, cT2a foi preditor de características patológicas adversas, tais como: infra-classificação do Gleason (40%/27.9%, p = 0,05), presença de margens positivas (12,6%/6.4%, p = 0,038) e menor taxa de doença órgão-confinada (86%/94%, p = 0,02). No entanto, a previsão de tumores indolentes e a recorrência bioquímica foram similares. Na análise multivariável, visando a predição de infra-estadiamento, o estadio clínico não demonstrou diferença estatística (p = 0,07). Conclusões: Em uma série de CaPMBR, o estadiamento clínico T2a foi associado com características patológicas adversas em espécimes de prostatectomia. Os critérios de Epstein predizem melhor câncer de baixo-risco confinado ao órgão do que tumores indolentes.Item A relação das margens cirúrgicas com a recorrência locorregional do carcinoma ductal infiltrante de mama após cirurgia conservadora(2013) Schorr, Mario Casales; Zettler, Cláudio Galleano; Rietjens, MarioIntrodução: Minimizar a recorrência tumoral na mama é clinicamente relevante, pois a recorrência local é associada com diminuição da sobrevida e sofrimento psíquico. Objetivos: Avaliou-se a relação da margem cirúrgica com o risco de recorrência locorregional em uma grande série retrospectiva mono institucional de mulheres com câncer de mama. Material e Métodos: Analisou-se 5.151 pacientes consecutivas com carcinoma ductal invasor submetidas à quadrantectomia e radioterapia externa no Instituto Europeu de Oncologia de Milão, de janeiro de 2000 a março de 2009. A margem tumoral foi classificada conforme a menor distância entre a margem cirúrgica e a neoplasia invasora ou in situ: a) 0 mm (positivas), b) > 0 mm e < 1 mm, c) ≥ 1 mm e < 10 mm e d) ≥ 10 mm. Resultados: As medianas da idade foi 52 anos e do tamanho tumoral foi 1,5 cm; em 2.995 pacientes (58,1%), a axila era negativa. A distribuição das margens foi: positivas em 110 (2,1%) casos, maior que 0 e menor de1 mm em 363 (7,1%), maior ou igual a 1 e menor 10 mm em 392 (7,6%) e maior ou igual a 10 mm em 4.286 casos (83,2%). Após acompanhamento com mediana de 80 meses, observou-se 201 primeiros eventos locorregionais e 376 mortes, com incidências cumulativas em 10-anos de 5,9% e 11,4%. Após ajuste por idade, tamanho tumoral, comprometimento linfonodal, invasão perivascular, multifocalidade, componente intraductal extenso e subtipos moleculares, o tamanho da margem foi significativamente associado com a recorrência locorregional: tomando ≥ 10 mm como referência, a razão de risco (RR), com intervalo de confiança (IC) de 95%, foram 2,33 (1,18; 4,19) para margens positivas, 1,82 (1,20; 2,76) para > 0 e < 1 mm e 1,67 (1,04; 2,69) para ≥ 1 e < 10 mm. A relação das margens com o risco de recorrência locorregional diminui significativamente conforme aumenta a idade (P para interação: 0,011). O status da margem não impactou significativamente na sobrevida global (RR 0,99 (95% IC 0,75-1,31) para < 10 mm vs ≥ 10 mm). Conclusão: Pacientes com margens positivas e margens livres < 10 mm tiveram um maior risco de recorrência locorregional comparadas às com margens livres (≥ 10 mm). Entretanto, o tamanho da margem cirúrgica não teve impacto na sobrevida global.Item Avaliação imuno-histoquímica de pólipos endometriais em pósmenopáusicas sintomáticas usuárias e não usuárias de tamoxifeno(2013) Dibi, Raquel Papandreus; Silveira, Gustavo Py Gomes da; Zettler, Cláudio GalleanoItem Tumores de células renais: avaliação de fatores prognósticos em série de 98 casos em hospital de referência de Porto Alegre, Brasil(2013) Freitas, Alexandra Medeiros Souza de; Hartmann, Antonio AtalíbioIntrodução: O carcinoma de células renais (CCR) é doença de comportamento agressivo em todo o mundo. Para 2013 nos Estados Unidos da América, são esperados 60.000 novos casos de CCR. Segundo o INCA, no Brasil, o CCR não está entre os dez tipos mais comuns de câncer no país representando segundo alguns autores 1 a 2% de todas as malignidades. Mesmo com avanços no diagnóstico nos últimos anos, tendo como consequência o diagnóstico de tumores em estágios mais iniciais, tanto a incidência como a mortalidade tem se mantido em elevação. Objetivos: Estudar os fatores prognósticos tradicionais ligados ao exame anátomo patológico e os novos marcadores por imunoistoquímica. Material e métodos: Em um hospital de referência de Porto Alegre, Brasil foi realizado um estudo transversal de CCR, com pacientes que realizaram nefrectomia total, no período 2006-2009. Foram selecionados aqueles com os tipos histológicos mais comuns: células claras e papilares. Através de revisão de dados patológicos foram obtidos fatores prognósticos tradicionais, como tamanho, necrose, tipo histológico, grau nuclear e sistema TNM. Também se realizou estudo imunoistoquímico (IMQ) da amostra, com o uso de dois novos marcadores: survivina e B7-H1. Resultados: Obtivemos 98 casos, com 90% deles do tipo células claras, 73% classificados como T1 e T2, a maioria com grau nuclear de Fuhrman 2 e 3 e cerca de 70% da amostra com presença de necrose. Já no estudo IMQ foi encontrado positividade em 38 casos para o B7-H1 e em 50 para survivina. Ao considerarmos a associação entre os fatores prognósticos tradicionais e a expressão dos marcadores encontramos associação somente entre o grupo positivo para os marcadores e necrose (p < 0,001). Conclusão: Este achado vai ao encontro da literatura que vem realçando a importância da necrose no prognóstico dos CCR.Item Avaliação clínica e citogenética molecular de uma amostra de glioblastomas em adultos: aneuploidia dos cromossomos 7 e 10, amplificação do gene EGFR e deleção do gene PTEN(2014) Graziadio, Carla; Paskulin, Giorgio Adriano; Rosa, Rafael Fabiano MachadoIntrodução: os glioblastomas são os tumores malignos mais frequentes do sistema nervoso central e apresentam mau prognóstico. Os estudos das alterações genéticas destes tumores têm auxiliado na compreensão da fisiopatologia do glioblastoma e dos fatores prognósticos dos pacientes afetados por estes tumores. Objetivos: identificar, através da técnica de FISH, as frequências da aneuploidia do cromossomo 7, amplificação do gene EGFR, monossomia do cromossomo 10, deleção do gene PTEN e deleção do braço longo do cromossomo 10 em uma amostra de glioblastomas e correlacionar as anormalidades citogenéticas moleculares com o prognóstico dos pacientes afetados. Material e métodos: 21 pacientes, operados cirurgicamente por serem afetados por glioblastoma, foram avaliados através de um protocolo clínico e laboratorial. As amostras tumorais destes pacientes foram analisadas, através da técnica de FISH, utilizando-se 2 sondas de DNA: LSI EGFR/CEP 7 e LSI PTEN/CEP 10. Os resultados das hibridizações foram comparados aos dados clínicos dos pacientes. Conclusão: a maioria dos pacientes da amostra foi do sexo masculino com idades variando entre 41 a 83 anos. Observou-se que os pacientes mais jovens foram os que apresentaram melhor prognóstico. As características clínicas e as frequências de polissomia do cromossomo 7, amplificação do gene EGFR, monossomia do cromossomo 10 e deleção do braço longo do cromossomo 10 não diferiram daquelas observadas na literatura. A amplificação do gene EGFR, associada a perdas do cromossomo 10, foi observada em 38,09% dos casos analisados e é provável que este grupo pertença ao subtipo molecular denominado como “clássico”. A deleção do gene PTEN demonstrou ser um fator de mau prognóstico para os pacientes da amostra, o que pode ser explicado pela perda da função do gene como supressor tumoral. Os dados deste trabalho mostram que o estudo das alterações genéticas dos glioblastomas, pela técnica de FISH, é relevante e que há necessidade de ampliar as análises já realizadas.Item Estudo citogenético dos genes MYC e HER2 em carcinomas de pequenas células de pulmão, através da técnica de hibridização in situ cromogênica - CISH(2014) Alves, Rita de Cássia Sant'Anna; Roehe, Adriana VialIntrodução: o carcinoma de pequenas células do pulmão (SCLC) é um tumor extremamente agressivo com baixa sobrevida em dois anos. Pouco avanço ocorreu nos últimos 20 anos em termos terapêuticos para este tipo de neoplasia. Alterações citogenéticas envolvendo o gene MYC e HER2 têm sido relacionadas a uma maior agressividade no SCLC e podem representar potenciais alvos terapêuticos. Objetivo: determinar o número de cópias dos genes MYC e HER2 em SCLC, através da técnica de CISH e correlacionar a amplificação gênica com aspectos clinicopatológicos e sobrevida global dos pacientes. Material e Métodos: foram utilizados blocos de parafina provenientes de 77 pacientes com SCLC submetidos uma biópsia para diagnóstico do SCLC. As amostras foram analisadas através da técnica de CISH com as sondas para os genes MYC e HER2. A relação entre a análise citogenética, características histopatológicas e sobrevida global foi averiguada pelo Teste Exato de Fisher e o método de Mann- Whitney. Resultados: as amostras foram provenientes de biópsias brônquicas em 64,9% dos casos, e o restante, de linfonodos regionais. A análise pelo CISH com a sonda MYC foi realizada em 55 amostras e com a sonda HER2, em 21 amostras. O MYC foi considerado amplificado em 20% das amostras. Após regressão multivariada os pacientes com amplificação do gene MYC apresentaram uma sobrevida menor (4,7 semanas) comparados com os pacientes sem amplificação (26,2 semanas) (P=0,02 IC= 1,355- 10,261). Não houve correlação estatística entre a amplificação do gene MYC e outros aspectos clinicopatológicos. Não foi observada amplificação do gene HER2 nas amostras estudadas. Conclusão: a amplificação do gene MYC é um evento frequente no SCLC e poderia estar relacionada a uma sobrevida global menor. O status do gene MYC pode ser um fator prognóstico independente no SCLCItem Investigação de polimorfismos genéticos associados aos efeitos adversos da terapia antirretroviral relacionados à nefrotoxicidade em pessoas vivendo com HIV e AIDS(2014) Rocha, Ivete Terezinha Machado da; Mattevi, Vanessa SuñéIntrodução: A terapia antirretroviral combinada (TARV) é amplamente utilizada no tratamento de pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). No entanto, o seu uso tem sido associado com o desenvolvimento de várias complicações graves, incluindo a disfunção renal tubular. Objetivos: Investigar polimorfismos nos genes que codificam proteínas transportadoras de fármacos nas células tubulares renais hOAT1, hOAT4, MRP2, MRP4 e glicoproteína P e sua associação com os efeitos adversos renais decorrentes do uso da TARV em pessoas vivendo com HIV. Materiais e Métodos: Foram recrutados consecutivamente 507 pacientes infectados pelo HIV recebendo TARV em um serviço de referência no Rio Grande do Sul. A análise dos polimorfismos genéticos foi realizada pela reação em cadeia da polimerase em tempo real. Os polimorfismos investigados foram: (ABCB1) PgP 3435C>T (rs1045642); (ABCC2) MRP2 -24C>T (rs717620) e 1249G>A (rs2273697); (ABCC4) MRP4 3463A>G (rs1751034) e 4131T>G, (rs3742106); (SLC22A6) hOAT1 728G>A (rs11568626); e (SLC22A11) hOAT4~ 20kb T> A (rs11231809). Resultados: Dos 507 pacientes, 54% eram homens, 55% foram caracterizados como euro-descendentes e sua idade média foi de 43 ± 10 anos. Noventa e cinco (19,1%) pacientes apresentaram uma redução leve na taxa de filtração glomerular estimada (eTFG) e 16 (3,2%) pacientes preencheram os critérios doença renal crônica (DRC). Portadores do alelo T do gene ABCB2 na posição -24 apresentaram uma redução significativa na eTFG quando comparados com homozigotos C/C (104 ± 22 ml/min/1,73m² vs. 108 ± 22 ml/min/1,73m²; teste T para amostras independentes, P = 0,040). A regressão linear multivariada mostrou que os preditores significativos para a redução da TFG foram idade, o uso do tenofovir, uso de atazanavir potenciado com ritonavir e também o alelo T do gene ABCC2 -24 C>T. Conclusões: Nossos resultados indicam que, dos sete polimorfismos investigados, apenas ABCC2 -24 C> T está associado com a disfunção renal.Item Avaliação de dois novos anticorpos monoclonais para detecção da superexpressão da proteína HER2 em carcinomas de mama(2014) Aleixo, Pedro Bandeira; Hartmann, Antonio AtalíbioIntrodução: Anticorpos são usados rotineiramente em ensaios laboratoriais para a detecção de antígenos. A análise imuno-histoquímica (IHQ) tem como princípio a demonstração in situ da reação antígenoanticorpo no tecido biológico. A amplificação do gene ERBB2 (ou HER2), e a resultante superexpressão de sua proteína HER2 em células neoplásicas, tornou-se fator prognóstico e preditivo utilizado no tratamento de pacientes com câncer de mama. Além disso, apresenta um papel determinante na classificação molecular intrínseca do carcinoma de mama. Objetivo: Avaliar o desempenho de dois novos anticorpos monoclonais (mAcs) anti-HER2 (33F e 410G) na detecção da superexpressão de HER2, através de IHQ, pela comparação com os resultados de outros dois anticorpos (SP3 e A0485) e da amplificação do gene HER2 por meio de hibridização in situ cromogênica (CISH). Métodos: Foi realizado IHQ com os anticorpos 33F, 410G, SP3 e A0485, e duas técnicas de CISH em uma série de 123 casos de carcinoma infiltrativo de mama. Determinou-se a sensibilidade, especificidade e índices de concordância (K) dos resultados da IHQ entre si e com a amplificação de HER2. Resultados: Foi identificado uma boa concordância entre os resultados de 33F (K=0,81 e K=0,75) e 410G (K=0,81 e K=0,75) com SP3 e A0485, respectivamente. As especificidades encontradas de 33F foram 98,6% e 98,6%, e de 410G 100% e 100%, e as sensibilidades encontradas de 33F foram 80% e 74,1%, e de 410G 78% e 72,2%, quando comparadas com SP3 e A0485, respectivamente. Encontrou-se uma concordância significante entre os casos 33F (K=1) e 410G (K=0,96) HER2+, e amplificação positiva por CISH. A reprodutibilidade dos resultados de IHQ se manteve em diferentes lotes de produção dos mAcs quando comparados com a amplificação gênica (K=0,96 e K=0,96). Conclusão: Em vista do que foi observado, os dois mAcs testados mostraram-se adequados para detectar a superexpressão de HER2 por IHQ em carcinomas de mama e podem ser usados em pesquisa na investigação indireta da amplificação de HER2 em tecido neoplásico humano incluído em parafina.Item Padronização dos protocolos de marcadores imuno-histoquímicos para uso em plataforma de automação(2015) Pilar, Emily Ferreira Salles; Zettler, Cláudio GalleanoIntrodução: A demanda pelo exame imuno-histoquímico na rotina diagnóstica nos laboratórios de Anatomia Patológica cresce exponencialmente. A introdução de biofármacos dirigidos a moléculas-alvo exige resultados precisos, neste contexto, há uma tendência nos laboratórios de introduzir a automação em imuno-histoquímica. O presente estudo foi desenvolvido no Laboratório de Anatomia Patológica do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre no ano de 2012. Objetivo: realizar a padronização de 120 anticorpos primários concentrados provenientes de diversos fabricantes na Plataforma de automação Benchmark XT (Ventana Medical Systems/Roche Tissue Diagnostics, Tucson AZ, EUA). Critério de inclusão: foram selecionados para a padronização os 120 anticorpos concentrados utilizados com maior frequência no laboratório. Para os testes foram selecionadas 41 amostras de tecido contendo o antígeno de interesse, provenientes de peças cirúrgicas, fixadas em formalina 10% tamponada e positivas em reação Imuno histoquímica manual. Resultados: Foram padronizados 120 marcadores. O protocolo mais frequente foi uso de recuperação antigênica com Cell Conditioning 1 por 60 minutos e incubação no anticorpo primário por 32 minutos a 42ºC. A diluição mais frequente foi 1:100. Conclusão: A automação atende às exigências de padronização concomitante ao aumento da demanda. Esperamos que o manual desenvolvido seja referência para trabalhos futuros e aos laboratórios com interesse em automatizar sua rotina imuno-histoquímica.Item Toxicidade de anfotericina B em diferentes formulações(2015) Falci, Diego Rodrigues; Pasqualotto, Alessandro ComarúIntrodução: O tratamento de infecções fúngicas com anfotericina B (AmB) está associado a efeitos adversos importantes, como nefrotoxicidade e toxicidade hematológica. Formulações lipídicas de AmB estão associadas a um risco menor de nefrotoxicidade. Há controvérsia sobre diferenças entre as duas formulações lipídicas de AmB disponíveis. Objetivos: Avaliar a incidência de nefrotoxicidade, toxicidade hematológica e impacto clínico da ocorrência destes eventos em tratamentos com AmB nas diferentes formulações: anfotericina B deoxicolato (d-AmB), anfotericina lipossomal (L-AmB) e anfotericina B complexo lipídico (ABLC). Material e Métodos: Estudo de coorte histórica (retrospectiva), realizado na Santa Casa de Porto Alegre. Foram incluídos pacientes com uso de alguma formulação lipídica de AmB entre 2003 e 2012, mais pacientes que utilizaram d-AmB, na razão de 3:1. Nefrotoxicidade foi determinada com o critério RIFLE modificado. Toxicidade hematológica foi determinada através dos critérios do CTCAE adaptados. Modelos de regressão logística foram elaborados para a avaliação de preditores de mortalidade, nefrotoxicidade e toxicidade hematológica. Resultados: Foram incluídos 497 pacientes. Entre 431 pacientes acima de 12 anos (não-pediátricos), 236 utilizaram d-AmB, 105 L-AmB e 90 ABLC. A frequência de nefrotoxicidade grave foi de 11,5%, 2,4% e 7,2% para d-AmB, LAmB e ABLC, respectivamente (p=0,046). Uso de L-AmB foi demonstrado como um fator protetor para nefrotoxicidade grave (OR 0,18;IC95%:0,03-0,64) como também para mortalidade (OR 0,56;IC95%:0,32-0,99). Entre os pacientes pediátricos, nefrotoxicidade grave ocorreu em 7,5% de pacientes com d-AmB. Na análise de toxicidade hematológica, o uso de L-AmB apresentou uma associação limítrofe com risco reduzido para anemia grave (OR 0,61;IC95%:0,32-1,11). Leucopenia grave foi associada com o uso de ABLC (OR 2,58;IC95%:1,05-6,21). Conclusões: L-AmB foi associada com melhores desfechos do que outras formulações, incluindo nefrotoxicidade grave e mortalidade. Entre pacientes pediátricos foi observada uma frequência de nefrotoxicidade similar aos adultos. Toxicidade hematológica significativa foi demonstrada, com perfil de segurança mais favorável para L-AmB.Item Associação entre a classificação morfológica confocal e os fenótipos clínicos de pacientes com múltiplos melanomas primários e melanoma familial(2016) Grazziotin, Thais Corsetti; Bonamigo, Renan Rangel; Puig, SusanaIntrodução: O melanoma se caracteriza como uma doença heterogênea, de diferentes vias causais e manifestações clínicas, histopatológicas e biológicas. Métodos diagnósticos como a dermatoscopia e a microscopia confocal permitem aumentar a acurácia diagnóstica do melanoma e a detectar tumores em estágios iniciais. Objetivos: Classificar os melanomas de pacientes de alto risco de acordo com tipos morfológicos na microscopia confocal, a fim de correlacionar com características clínicas, fenotípicas e genéticas dos pacientes e critérios dermatoscópicos e histológicos dos tumores. Material e Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, hospitalar, selecionou melanomas consecutivamente analisados por dermatoscopia e microscopia confocal e com confirmação de pesquisa de mutação em CDKN2A e MC1R. Resultados: Cinquenta e sete melanomas de cinquenta pacientes foram estudados à microscopia confocal: 23 (40,4%) tipo células dendríticas, 21 (36,8%) células redondas, 2 (3,5%) ninhos dérmicos, 2 (3,5%) combinado e 9 (15,8%) não classificável. O tipo células dendríticas foi caracterizado por idade mais avançada, fototipo cutâneo II e III, exposição solar mais intensa e de lentigos solares moderados a severos; foi mais frequente em lesões faciais e esteve associado ao subtipo histológico lentigo maligno. O tipo de células redondas apresentou tendência a ocorrer mais frequentemente em contexto familiar e em paciente fototipo I; esteve associado a características da microscopia confocal como espessamento da união dermoepidérmica, ninhos dérmicos densos e células nucleadas dentro da papila dérmica. O melanomas tipo ninhos dérmicos e tipo combinado foram associados à ausência de retículo pigmentado à dermatoscopia e maior espessura tumoral na histologia. O tipo não classificável foi associado a índice dermatoscópico total e escores de microscopia confocal mais baixos. Pacientes com mutação em CDKN2A desenvolveram qualquer tipo de melanoma pela classificação de microscopia confocal. Conclusão: Características fenotípicas específicas de pacientes de alto risco estiveram associadas com tipos de melanoma classificados pela microscopia confocal. A expressão morfológica dos melanomas na microscopia confocal pode representar diferenças no estágio de crescimento e comportamento biológico do tumor.Item Microbioma e diversidade bacteriana do trato respiratório superior em pacientes infectados pelo vírus Influenza A(2016) Borges, Luiz Gustavo dos Anjos; Veiga, Ana Beatriz Gorini da; Campos, Fabrício SouzaIntrodução: O vírus influenza A (IAV) é um dos principais agentes etiológicos da síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em humanos, podendo causar pandemias. A mais recente pandemia por IAV ocorreu em 2009, sendo ocasionada pelo subtipo H1N1. Frequentemente é reportada uma associação positiva na interação entre bactérias patogênicas e vírus respiratórios nas infecções do trato respiratório, o que, por sua vez, tem relação com os sintomas e o desfecho da SRAG. Objetivos: Investigar o microbioma bacteriano do trato respiratório superior em pacientes infectados pela linhagem IAV pandêmica de 2009. Material e Métodos Um total de 144 amostras de aspirado de nasofaringe coletadas em 2012 e enviadas para o LACEN-RS para diagnóstico viral foram selecionadas para o estudo. Todas as amostras foram provenientes de pacientes hospitalizados por apresentarem SRAG. Realizou-se PCR espécie específico para a identificação de bactérias patogênicas, método de fingerprinting por PCR para observação da diversidade bacteriana e, por fim, sequenciamento de alto desempenho para identificar a composição do microbioma bacteriano. Resultados A PCR identificou a presença de bactérias patogênicas em mais de dois terços das amostras testadas. No entanto, a presença bacteriana não esteve associada à presença de IAV pandêmico. A PCR fingerprinting resultou na identificação da menor diversidade bacteriana nos pacientes positivos para o influenza A pandêmico com pneumopatia crônica quando comparados àqueles sem a mesma. O microbioma bacteriano de pacientes positivos para o IAV pandêmico apresentou maior frequência de sequências bacterianas do filo Firmicutes, enquanto que o microbioma de pacientes negativos apresentaram maior frequência para o filo Proteobacteria. Conclusões Os pacientes com doença crônica do trato respiratório infectados pelo IAV estão mais propensos à baixa diversidade bacteriana e, consequentemente, à dominância de linhagens potencialmente patogênicas. O IAV(H1N1)pdm09 é um importante modulador da composição do microbioma favorecendo, o gênero Streptococcus em detrimento aos gêneros pertencentes ao filo Proteobacteria.Item Avaliação da viremia pelo BKPyV pós-transplante renal e determinação do ponto de corte para predição de nefropatia associada ao vírus(2016) Pinto, Gabriel Godinho; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Keitel, ElizeteIntrodução: O transplante renal é o tratamento de escolha para a doença renal crônica de estágio final. O período de maior mortalidade após o transplante é até o terceiro mês, entretanto após um ano a taxa de sobrevida é ~80% maior quando comparada aos pacientes que permaneceram sem diálise. Atualmente uma das complicações do transplante renal é a infecção por poliomavírus BK (BKPyV) que pode levar a perda da função do enxerto. Testes não invasivos como a reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR) são descritos como testes de escolha para rastreamento da infecção ativa e como o valor da carga viral pode indicar nefropatia presuntiva por BKPyV em estágios iniciais da doença. Entretanto, na literatura não há um consenso quanto ao ponto de corte da virúria e viremia que melhor prediz nefropatia por BKV (BKVN), sendo necessário que cada centro estabeleça seus próprios valores. Objetivos: Estabelecer o ponto de corte para carga viral virúria e viremia que melhor prediz a BKVN em nossas instituições e avaliar os fatores relacionados do desenvolvimento da BKVN. Material e Métodos: Foram incluídos 200 pacientes submetidos a transplante renal, ambos os sexos e ≥18 anos. Os pacientes foram acompanhados por 9 meses e a cada trimestre amostras de urina e sangue foram coletadas para posterior extração de DNA e pesquisa de BKPyV. A extração de DNA e detecção do ponto de corte para BKVN foram feitos por kits comerciais. O desenvolvimento do teste in-house foi validado através da linearidade com o teste comercial. IX Resultados: A prevalência de BKVN foi de 4%. Os pontos de corte para virúria e viremia que melhor inferiu BKVN foram ≥5,7 log e ≥3,8 log cópias/mL, respectivamente. Com 100% de sensibilidade e de valor preditivo negativo, a urina mostra-se como excelente material para o rastreio da doença; já a viremia mostrou especificidade e valor preditivo positivo de 96% e 64%, respectivamente, sendo o material de escolha para predizer BKVN. Conclusões: O uso do qPCR é uma ótima ferramenta de rastreio para infecção por BKPyV. Ao se definir o melhor ponto de corte para nossas instituições melhoramos a detecção dos possíveis casos de BKVN, muitos dos quais possivelmente não viessem a ser diagnosticados se utilizássemos outros pontos de corte já validados na literatura.Item Avaliação da eficácia das medicações imunobiológicas e inibidores de pequenas moléculas para psoríase: uma revisão sistemática da literatura e metanálise(2016) Carvalho, André Vicente Esteves de; Bonamigo, Renan Rangel; Duquia, Rodrigo Pereira; Horta, Bernardo LessaImportância: Psoríase é uma doença inflamatória imuno-mediada. O tratamento tem evoluído nos últimos anos devido à introdução de medicações imunobiológicas e inibidores de pequenas moléculas. Objetivo: Conduzir uma revisão sistemática e metanálise para determinar a eficácia de medicações imunobiológicas e inibidores de pequenas moléculas pra tratamento de pacientes com psoríase moderada-a-grave. Fonte de dados: Trabalhos publicados até 20 de julho de 2015 foram pesquisados nos bancos de dados EMBASE, MEDLINE, LILACS, WEB OF SCIENCE and CLINICALTRIALS.ORG. Seleção de estudos: Somente ensaios clínicos randomizados, duplo-cego, controlados por placebo que avaliaram a eficácia de medicações imunobiológicas e inibidores de pequenas moléculas para tratamento de pacientes com psoríase moderada-a-grave. Foram selecionados por dois autores independentes. Nenhum restritor foi usado. Extração e síntese dos dados: Dois autores extraíram independentemente os dados e uma metanálise com modelo de efeito randômico foi realizada. Desfecho principal e medidas: O Psoriasis Area and Severity Index (PASI) 75 foi considerado o desfecho principal. Resultados: 38 estudos foram incluídos. O efeito geral agrupado (overall pooled effect) favoreceu os biológicos e inibidores de pequenas moléculas em relação ao placebo (RD: 0.61; 95%IC:0.60-0.62). Ixekizumabe na dose de 160mg na semana 0 e então a cada 2 semanas (RD: 0,84; 95%IC: 0.76-0.91), brodalumabe 210mg (RD:0.79; 95%CI:0.76-0.82), infliximabe 5mg/kg (RD: 0.76; 95%IC:0.73-0.79) e secuquinumabe 300mg (RD: 0.76; 95%IC:0.71-0.81) mostraram maior chance de resposta (PASI75), quando comparados ao placebo. Conclusões e relevância: Medicações anti-IL17, brodalumabe, ixekizumabe and secuquinumabe demonstraram chance igual ou maior de fazer os pacientes alcançarem 75% de melhora no PASI quando comparado com outras drogas revisadas.Item Aspectos imunológicos dos casos de Influenza A no Rio Grande do Sul e análise molecular das cepas circulantes(2016) Baccin, Tatiana Gasperin; Veiga, Ana Beatriz Gorini da; Kretzmann Filho, Nélson AlexandreIntrodução: Um novo virus influenza A H1N1, de origem suína, causou a primeira pandemia do século XXI, a qual foi considerada de virulência moderada. No Brasil, as regiões Sudeste e Sul foram as mais afetadas e apresentaram as maiores taxas de mortalidade. Após a pandemia, um sistema de vigilância epidemiológica mundial foi instalado para caracterizar sequências genômicas do influenza A e buscar marcadores de virulência. Objetivos: Analisar os fatores clínicos, o perfil de citocinas e mutações virais que estão envolvidos na infecção do vírus Influenza A no Rio Grande do Sul. Material e Métodos Foi realizada RT-qPCR para diagnóstico e carga viral de amostras de aspirado nasofarínge de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda e dosagens citocinas/quimiocinas a partir do soro. O genoma completo de 56 isolados virais foram sequenciados para análises filogenéticas e identificação de mutações nas proteínas virais. Resultados: A carga viral no período pandêmico de 2009 foi significativamente maior para o vírus A(H1N1)pdm09 que amostras de vírus sazonal e essa relação inverteu no ano de 2011. No entanto, nos dois períodos, pandêmico e pós pandêmico estudados, o maior número de casos fatais foi causado pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09. Houve um perfil de resposta imune inata/ inflamatória e adaptativa associado aos casos fatais, perfil este representado pelas citocinas/quimiocinas IL-8, IL-4, MIP1-α, IL-15 e TNF-α. Houve constante evolução viral a partir do período pandêmico, principalmente nos anos de 2012 e 2013. Nenhuma mutação de resistência ao oseltamivir, (H275Y) foi encontrada. Conclusões Um perfil de elevação na expressão de citocinas/quimiocinas teve relação direta com a gravidade da infecção: IL-8, IL-4, MIP1-α, IL-15 e TNF-α. A análise das 56 sequências genômicas virais completas, revelou um maior acúmulo de mutações nas proteínas HA, NA e PA, as quais estão relacionadas com a antigenicidade e com a capacidade replicativa do vírus. Tais mutações poderiam determinar a adaptação do vírus ao hospedeiro, sua virulência e a eficiência da vacina anti-influenza. Este estudo contribui para o conhecimento e a vigilância do influenza A no Rio Grande do Sul.Item Expressão de marcadores de células tronco tumorais em adenomas hipofisários(2016) Mezzomo, Lisiane Cervieri; Kohek, Maria Beatriz da Fonte; Oliveira, Miriam da CostaIntrodução: Apesar dos adenomas hipofisários serem a neoplasia intracraniana mais comum, sua tumorigênese não está ainda claramente definida. A presença de células tronco/progenitoras tem sido descritas em um crescente número de tecidos adultos, e hipotetiza-se que essas células existam na hipófise, principalmente por sua plasticidade constante devido à resposta hormonal a estimulação hipotalâmica. Alguns estudos utilizando diferentes metodologias in vitro e in vivo tem demonstrado a presença dessas células através de alguns marcadores específicos. Através desses estudos, é possível associar a presença dessas células tronco à patofisiologia da glândula hipófise, e melhorar o entendimento da participação desses marcadores tanto no tecido normal quanto no patológico. Recentemente, foi demonstrado o papel do p63 na manutenção da proliferação celular em diversos tecidos, porém esse mecanismo ainda não está descrito claramente na hipófise. Objetivos: O objetivo principal do estudo é identificar a presença das células tronco tumorais através da análise da expressão genica e proteica de alguns marcadores em adenomas hipofisários humanos. Materiais e Métodos: Amostras de adenomas de hipófise obtidos após cirurgia transfenoidal foram incluídas no estudo. A expressão do mRNA dos genes TP63 (isoformas TAp63 e ΔNp63), Notch3 e seu ligante Jagged1 foram avaliados por qRT-PCR em 77 amostras de tumores hipofisários. Também foram avaliadas a expressão proteica do p63, CD44 e Nestina em 105 amostras de tumores de hipófise emblocados em parafina. Os resultados foram correlacionados com a expressão do marcador de proliferação celular KI-67. Os dados clínicos dos pacientes (sexo, idade, tamanho do tumor, subtipo tumoral, imunohistoquímica para os tumores hipofisários e queixas pré-operatórias) foram obtidos através de análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes. Resultados: A expressão genica (isoformas TAp63 e ΔNp63) e proteica do p63 está diminuída nos adenomas de hipófise. Observou-se expressão da Nestina em pequeno percentual das amostras analisadas. Correlação positiva entre a expressão do TP63, Notch3 e Jagged1 foi encontrada, similarmente aos estudos anteriormente publicados. Não houve expressão do CD44 nos adenomas estudados. Além disso, não encontramos associação da expressão proteica dos marcadores estudados com o marcador de proliferação celular KI-67. A expressão dos genes não teve associação estatisticamente significativa com os dados clínicos avaliados. Conclusão: Esse estudo descreve pela primeira vez, a expressão do p63 nos adenomas hipofisários, e destaca que ambas as isoformas estão subexpressas nesses adenomas. Esses resultados são positivamente correlacionados com a expressão genica do Notch3 e Jagged1, que de forma contrária, está aumentada nas amostras avaliadas. Apesar de não haver expressão do CD44 nos adenomas hipofisários, a expressão proteica da Nestina sugere a existência de células imaturas nos adenomas hipofisários. Mais estudos são necessários para elucidar esse mecanismo e caracterizar efetivamente esses marcadores como marcadores de células tronco tumorais.Item Estudo de biomarcadores e do polimorfismo da MnSOD em pacientes com câncer de bexiga(2016) Ranzi, Alana Durayski; Bica, Claudia Giuliano; Graziottin, Túlio MeyerIntrodução: O câncer de bexiga (Ca de bexiga) é a sétima (7ª) neoplasia mais comum em homens diagnosticados no mundo, caindo para décima primeira (11ª) quando ambos os sexos são observados. A suscetibilidade ao Ca de bexiga depende da associação de fatores de risco genéticos e ambientais, tais como exposição ocupacional, fator dietético e tabagismo. Espécies reativas de oxigênio (ERO), também presente na fumaça de cigarro, são constantemente geradas pelo organismo aeróbio como resultado do metabolismo normal. No entanto, um aumento do nível de ERO causa estresse oxidativo a cria um ambiente potencialmente tóxico para as células. As variações dos genes envolvidos no metabolismo das ERO são considerados potenciais fatores de risco no desenvolvimento do câncer, portanto, o presente estudo observou a associação entre o risco para o Ca de bexiga e as variantes genéticas da enzima antioxidante MnSOD. Além da associação do estresse oxidativo e a carcinogênese, nós revisamos e investigamos o uso de diferentes biomarcadores imunoistoquímicos (IHQ) no diagnóstico e prognóstico do Ca de bexiga, a fim de melhorar a escolha do tratamento, reduzir o número de cistoscopias e detectar a recorrência e progressão mais cedo que os testes tradicionais. Métodos: Uma revisão, um estudo de coorte e um estudo de caso-controle foram conduzidos para avaliar a associação dos biomarcadores IHQ e o polimorfirsmo da MnSOD com o Ca de bexiga. Um total de 357 indivíduos foram incluídos, dos quais, 110 casos e 247 controles. De acordo com os bancos de dados do Pubmed, Medline e Cochrane Library, uma revisão foi realizada em “estudos experimentais sobre biomarcadores histopatológicos para câncer de bexiga não músculo invasivo” publicados no período entre 2009 e 2014. Para o estudo de coorte, 93 pacientes forneceram o tecido histopatológico para análises IHQ das seguintes proteínas: p16, p21, p27, p53, pRb e Ki67. No estudo de casocontrole todos os 357 indivíduos tiveram 5 ml de sangue coletado e fragmentos de DNA genômico contendo o polimorfismo MnSOD Ala9Val na sequência do gene humano SOD2, foram amplificados por PCR. Resultados: Após revisão da literatura foi possível identificar os biomarcadores e dividi-los de acordo com a sua via de sinalização, fornecendo os achados obtidos, referência e amostra do estudo. Foi possível então identificar os marcadores considerados promissores (p53, Ki-67, CK20 e EN2) e avaliar seus potenciais valores prognóstico e preditivo em estudos com Ca de bexiga. No estudo de coorte, as principais categorias de estadiamento observadas nos pacientes foram T1 (53%) e Ta (29%) e a distribuição entre o grau tumoral foram de 58% baixo grau e 42% alto grau. As expressões IHQ de p16, p21, p27, p53, pRb e Ki-67 foram alteradas em 31%, 42%, 60%, 91%, 27% e 56%, respectivamente. A expressão IHQ de Ki-67 foi associada com grau histológico (p = 0,016) e expressão de pRb com a sobrevida livre de recidiva (p = 0,035). Nenhum marcador foi estatisticamente significativo na análise multivariada, porém o número de marcadores alterados mostrou-se relacionado à sobrevida livre de recidiva (p = 0,004). No estudo de caso-controle nós encontramos um importante aumento do risco no desenvolvimento do câncer de bexiga entre os indivíduos com o alelo Ala comparados aos portadores do alelo Val (OR = 2,31). O sexo masculino, como já reportado por outros autores, é um fator de risco associado ao Ca de bexiga e os principais estadiamentos observados foram o Ta (24,5%) e T1 (50,9%). Nós também observamos uma tendência da correlação do genótipo Val/Val e a ocorrência de Ca de bexiga não músculo invasivo. Conclusão: O Ca de bexiga é uma neoplasia heterogênea que apresenta alta probabilidade de recorrência e progressão. Os biomarcadores atuam neste contexto para aumentar a precisão do prognóstico e consequentemente permitir uma modulação adequada da doença. No entanto, as anormalidades moleculares do Ca de bexiga são altamente complexas, sendo assim pouco provável que um único marcador seja capaz de identificar e estratificar pacientes em categorias prognósticas precisas. Como demonstrado pelos nossos dois estudos, de revisão e coorte, a combinação de marcadores independentes, porém complementares, pode permitir um diagnóstico ou prognóstico mais preciso que um marcador isolado, sendo um tópico importante para investigação a pesquisa por um painel de biomarcadores IHQ para o Ca de bexiga. Em adição, sabe-se que ERO podem desempenhar um papel importante na carcinogênese da bexiga, e a susceptibilidade individual ao câncer pode ser modulada pelo polimorfismo da MnSOD. Este estudo demonstrou que a genótipo Ala/Ala pode ser considerada como um fator de risco para o câncer da bexiga e que novos estudos devem ser feitos correlacionando estresse oxidativo, fatores ambientais e genéticos ao risco de recorrência, progressão e desenvolvimento do Ca de bexiga.Item Avaliação in vitro da toxicidade do Thirdhand Smoke(2016) Figueiró, Luciana Rizzieri; Dantas, Denise Conceição Mesquita; Ziulkoski, Ana LuizaIntrodução: O Thirdhand Smoke (THS) consiste nos poluentes residuais da fumaça de cigarro que permanecem nos ambientes. A principal preocupação com o THS é embasada na presença e longa persistência de muitos compostos tóxicos, alguns ausentes na fumaça emitida enquanto o cigarro está aceso. Além de pouca informação sobre o THS, há um desconhecimento da sua existência e seus efeitos na saúde. Objetivo: Avaliar a toxicidade do THS por meio de ensaios in vitro. Materiais e Métodos: Papel cromatográfico e discos de algodão foram impregnados com fumaça produzida pela queima espontânea de cigarros em câmara ou utilizados para coletar o THS em casas de fumantes (n= 9) e casas de não fumantes (n= 3). Os materiais coletados foram imersos em meio de cultivo DMEM (Dulbecco's Modified Eagle Medium) para recuperação dos compostos retidos na amostra. Linhagens celulares A549, Hep-2 e 3T3 foram expostas por 24 horas ao DMEM utilizado para recuperação do THS. Ensaios de redução do MTT, recaptação do vermelho neutro (VN) e exclusão do azul de tripano foram realizados para avaliação da funcionalidade mitocondrial, viabilidade lisossomal e número de células. Resultados: Nas amostras impregnadas com fumaça de cigarro, observaram-se aumento na atividade mitocondrial e diminuição da taxa de proliferação nas células 3T3, enquanto que, nas células Hep-2, houve alteração na viabilidade lisossomal. Nas amostras coletadas nas casas de fumantes, a principal alteração celular encontrada foi aumento na atividade mitocondrial nas três linhagens celulares. Conclusão: O THS provocou alterações em funções importantes para a sobrevivência celular. Devido à diferente sensibilidade das células ao THS, é importante estudar seus efeitos em diferentes ensaios e tipos celulares. Mesmo que nossos resultados não tenham mostrado efeito citotóxico clássico, como morte ou diminuição crítica da função celular, esse foi o primeiro estudo sobre os efeitos do THS coletado em casas de fumantes.Item Exame microscópico de sedimento urinário como biomarcador de lesão renal aguda após cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea(2016) Goldani, João Carlos; Keitel, ElizeteA Lesão Renal Aguda (LRA) é uma síndrome frequente, principalmente em pacientes hospitalizados, sendo associada com morbidade e mortalidade aumentadas .Pacientes submetidos a cirurgia cardíaca apresentam LRA como complicação em 22,3% dos casos, sendo que 2,3% necessitam terapia renal substitutiva. LRA é definida como uma diminuição abrupta da taxa de filtração glomerular avaliada pelo aumento do nível sérico de creatinina e a diminuição do volume de diurese de acordo com critérios do KDIGO. Entretanto estes critérios tem limitações, o que motivou a busca de novos biomarcadores que indicassem a lesão renal precocemente, estratificassem a gravidade e fossem preditores de desfechos adversos. O exame de urina pode ser considerado um biomarcador. Há evidências de que o sedimento urinário pode ser útil na distinção de LRA pré-renal da renal. O objetivo deste trabalho é avaliar a capacidade de o sedimento urinário predizer LRA em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea. Avaliamos 114 pacientes com média de idade de 62,3 anos, 67,5% homens, com creatinina média de 0,91 mg/dL (DP 0,22). A urina foi examinada nas primeiras 24 horas após a cirurgia. O sedimento urinário foi avaliado quanto à presença de células epiteliais tubulares e cilindros granulosos e correlacionado com o desenvolvimento de LRA, de acordo com os critérios do KDIGO. Vinte e três pacientes (20,17%) desenvolveram LRA com o critério da Cr e 76 (66,67%) com o critério de oligúria. Quatro pacientes necessitaram diálise. A mortalidade foi de 3,51%. O exame do sedimento como preditor de LRA-critério creatinina mostrou uma sensibilidade de 34,78% e especificidade de 86,81%, com uma razão de verossimilhança positiva de 2,64 e negativa de 0,75. Considerando LRA com critério de oligúria, a sensibilidade foi de 23,8% e a especificidade de 92,11%, com razão de verossimilhança positiva de 3,0 e negativa de 0,83. Concluímos que o sedimento urinário pode ser considerado um biomarcador de LRA mas deverá ser usado juntamente com os novos biomarcadores para aumentar seu poder de discriminação.Item Câncer de mama e derrame pleural neoplásico: características morfológicas e marcadores tumorais(2016) Santos, Giovana Tavares dos; Bica, Claudia Giuliano; Prolla, João Carlos; Introíni, Gisele OrlandiIntrodução: Cerca de 20% das pacientes com câncer de mama, mesmo em estágio inicial, desenvolverão a doença metastática e 90% das mortes por essa neoplasia decorrem de complicações oriundas de sua disseminação. Dessa forma, identificar características biológicas relacionadas à agressividade do câncer de mama metastático e ao prognóstico das pacientes faz-se necessário. Objetivos: Investigar marcadores tumorais no derrame pleural neoplásico de pacientes com câncer de mama metastático, relacionando ao prognóstico das pacientes. Metodologia: estudo de coorte histórica, onde foram inseridos pacientes com derrame pleural neoplásico e história de câncer de mama. Para cada um dos 4 trabalhos realizados (Artigos I, II, III e Apêndice 1), foi necessário recorrer a metodologias que envolveram a análise morfológica e a expressão de marcadores tumorais. Resultados: No Artigo I, intitulado “Impact of Her-2 overexpressed on survival of patients with metastatic breast cancer”, evidenciamos alteração na expressão do painel imuno-histoquímico do câncer de mama metastático, quando comparado ao tumor primário, e que a super-expressão de Her-2 na metástase pleural representa mau prognóstico para as pacientes com câncer de mama avançado. No Artigo II, intitulado “Impact of Cell Arrangement of Pleural Effusion in Survival of Patients with Breast Cancer”, verificamos que o derrame pleural neoplásico com células isoladas está associado a prognóstico desfavorável. No Artigo III, descrevemos uma técnica de distensão citológica, que apresenta como vantagem, uma melhor distribuição das células com interesse diagnóstico. No apêndice 1, apresentamos a descrição do padrão esferoide, através da microscopia eletrônica de transmissão. Conclusão: A heterogeneidade intra-tumoral, conforme observamos nos tumores estudados, referente à forma de organização celular, a proliferação, capacidade de metastatizar, sensibilidade a drogas, dependência de sinais de crescimento, são características importantes nas neoplasias, além da forma de interação de subclones geneticamente distintos durante esta evolução desse tumor, sugerindo uma grande importância em conhecer as características biológicas da metástase, permitindo sua aplicação na medicina personalizada.
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