Avaliação da viremia pelo BKPyV pós-transplante renal e determinação do ponto de corte para predição de nefropatia associada ao vírus
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Data
2016
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: O transplante renal é o tratamento de escolha para a doença renal
crônica de estágio final. O período de maior mortalidade após o transplante é
até o terceiro mês, entretanto após um ano a taxa de sobrevida é ~80% maior
quando comparada aos pacientes que permaneceram sem diálise. Atualmente
uma das complicações do transplante renal é a infecção por poliomavírus BK
(BKPyV) que pode levar a perda da função do enxerto. Testes não invasivos
como a reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR) são descritos
como testes de escolha para rastreamento da infecção ativa e como o valor da
carga viral pode indicar nefropatia presuntiva por BKPyV em estágios iniciais
da doença. Entretanto, na literatura não há um consenso quanto ao ponto de
corte da virúria e viremia que melhor prediz nefropatia por BKV (BKVN), sendo
necessário que cada centro estabeleça seus próprios valores.
Objetivos: Estabelecer o ponto de corte para carga viral virúria e viremia que
melhor prediz a BKVN em nossas instituições e avaliar os fatores relacionados
do desenvolvimento da BKVN.
Material e Métodos: Foram incluídos 200 pacientes submetidos a transplante
renal, ambos os sexos e ≥18 anos. Os pacientes foram acompanhados por 9
meses e a cada trimestre amostras de urina e sangue foram coletadas para
posterior extração de DNA e pesquisa de BKPyV. A extração de DNA e
detecção do ponto de corte para BKVN foram feitos por kits comerciais. O
desenvolvimento do teste in-house foi validado através da linearidade com o
teste comercial.
IX
Resultados: A prevalência de BKVN foi de 4%. Os pontos de corte para virúria
e viremia que melhor inferiu BKVN foram ≥5,7 log e ≥3,8 log cópias/mL,
respectivamente. Com 100% de sensibilidade e de valor preditivo negativo, a
urina mostra-se como excelente material para o rastreio da doença; já a viremia
mostrou especificidade e valor preditivo positivo de 96% e 64%,
respectivamente, sendo o material de escolha para predizer BKVN.
Conclusões: O uso do qPCR é uma ótima ferramenta de rastreio para
infecção por BKPyV. Ao se definir o melhor ponto de corte para nossas
instituições melhoramos a detecção dos possíveis casos de BKVN, muitos dos
quais possivelmente não viessem a ser diagnosticados se utilizássemos outros
pontos de corte já validados na literatura.
Descrição
Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Transplante Renal, Nefropatia por BK Vírus, qPCR, Biópsia Renal, Viremia, Virúria, [en] Kidney Transplantation, [en] Kidney Diseases, [en] Biopsy