PPGPAT - Dissertações
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Item Análise da estabilidade de genes endógenos de referência para estudos de expressão gênica no sistema nervoso central de ratas por PCR em tempo real(2012) Moura, Ana Carolina de; Veiga, Ana Beatriz Gorini da; Giovenardi, MárciaIntrodução: Compreender os mecanismos moleculares envolvidos na regulação de vias de sinalização no sistema nervoso central (SNC) tem sido a base de muitos estudos comportamentais em neurociências. Tais estudos visam abordar como um padrão de comportamento é controlado através da expressão de genes candidatos. A quantificação de mRNA nesses estudos é realizada pela reação em cadeia da polimerase (PCR), necessitando ser normalizada por um controle interno, ou seja, um gene endógeno de referência (normalizador) – geralmente um gene constitutivo (housekeeping gene; HKG). A expressão gênica dos HKGs também pode ser variável, de modo que a escolha do controle interno mais estável em cada tecido analisado é fundamental para a obtenção de resultados confiáveis. Neste trabalho foi avaliado o HKG mais estável em áreas do SNC relacionadas com o comportamento maternal em modelo animal. Objetivos: Avaliar, por meio da expressão em nível transcricional, qual o gene constitutivo mais estável em regiões encefálicas relacionadas ao comportamento maternal de ratas. Material e Métodos: Foram utilizadas ratas Wistar virgens (n=6), no período de diestro, das quais foram coletadas as seguintes regiões encefálicas: bulbo olfatório (OB), hipocampo (HP), estriado (ST) e córtex pré-frontal (CPF). O RNA total foi extraído e o cDNA sintetizado por RT-PCR. A amplificação foi realizada por PCR em tempo real (método SYBR Green), com primers para os genes constitutivos mais utilizados segundo a literatura: β-actina (ActB), ciclofilina A (CypA) e ubiquitina C (UbC); suas estabilidades foram determinadas pelo programa NormFinder. Resultados: Os resultados mostram que, no HP e ST, o gene mais estável foi ActB, enquanto no CPF e no OB os genes mais estáveis foram CypA e UbC, respectivamente. Conclusões: Os níveis de expressão gênica de HKGs são variáveis no SNC, principalmente quando diferentes estruturas cerebrais são analisadas. Os resultados do presente trabalho poderão servir como base na escolha do HKG mais adequado para ser utilizado como controle interno em análises dos níveis de expressão gênica no SNC, como por exemplo em estudos de genes associados ao comportamento maternal de ratas.Item Aspectos clínicos de pacientes com fenótipo de Síndrome de Incontinência Pigmentar em amostra hospitalar do sul do Brasil(2013) Poziomczyk, Cláudia Schermann; Bonamigo, Renan Rangel; Bau, Ana Elisa KiszewskiIntrodução: A Incontinência Pigmentar (IP) é uma doença rara. Há acometimento cutâneo em mais de 90% dos pacientes, podendo acometer também outros tecidos ectodérmicos. As mutações que ocasionam a IP afetam a proteína NEMO, causando uma perda de sua função. A avaliação clínica planejada do paciente e de seus familiares deve otimizar os cuidados com a saúde geral dos portadores. São escassos os estudos brasileiros transversais e longitudinais a cerca do assunto. Objetivos: Verificar as características clínicas e os principais aspectos da história familiar e gestacional de indivíduos com fenótipo de IP. Materiais e Métodos: Revisão dos prontuários de pacientes pediátricos com diagnóstico de IP, desde o nascimento, entre 2003 e 2012, do Serviço de Dermatologia Pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio, Brasil. Pacientes e seus familiares, após a confirmação da doença, foram submetidos a uma avaliação contemporânea dos aspectos dermatológicos, genéticos, oftalmológicos, neurológicos e odontológicos. Resultados: A amostra constituiu-se de 20 pacientes, entre eles, 13 pediátricos. Observaram-se lesões do estágio I em 84,6% dos casos, do II, em 69,2%, do III em 100% e do IV em 7,6%. Acometimento dentário ocorreu em 62,5% da amostra; ocular, em 11,1%; e neurológico, em 25,3%. Dentre os sete familiares afetados pela doença, 85,7% possuíam lesões do estágio IV e 14,2% do estágio III. Anormalidades dentárias foram observadas em 71,4% e alterações oculares em todos. Nenhuma alteração neurológica foi encontrada. Mais da metade pacientes pediátricos (61,5%) apresentava história familiar de IP. Conclusão: As características do pré-natal, do nascimento e do desenvolvimento ponderal dos pacientes com fenótipo de IP foram semelhantes às encontradas na população em geral. As manifestações cutâneas, dentárias, oftalmológicas e neurológicas dos afetados foram relativamente similares às descritas na literatura. Devido ao possível acometimento extracutâneo da doença, é muito importante o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar.Item Aspectos clínicos, citogenéticos e moleculares de uma amostra de pacientes com fenótipo de espectro óculo-aurículo-vertebral (síndrome de Goldenhar): um estudo prospectivo(2013) Silva, Alessandra Pawelec da; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Rosa, Rafael Fabiano MachadoIntrodução: O espectro óculo-aurículo-vertebral (EOAV) é considerado um defeito da embriogênese que envolve as estruturas originárias dos primeiros arcos branquiais. Fenótipos similares ao do EOAV podem ser encontrados em pacientes com anomalias cromossômicas, gênicas e expostos a diferentes teratógenos, sendo importante o diagnóstico diferencial. Objetivo: Descrever as características clínicas e citogenéticas de uma amostra de pacientes com fenótipo de EOAV. Material e Métodos: A amostra foi composta por 23 pacientes que apresentavam achados em pelo menos duas dentre as quatro áreas: oro-crânio-facial, ocular, auricular e vertebral. Todos os pacientes foram submetidos ao cariótipo de alta resolução em sangue por bandas GTG (com contagem de 100 metáfases), hibridização in situ fluorescente para as microdeleções 22q11 e 5p, e pesquisa de instabilidade cromossômica para anemia de Fanconi. Resultados: Alterações citogenéticas foram observadas em 3 pacientes (todos através do cariótipo): 47,XX,+mar; 47,XX,+mar/46,XX e 46,XX,t(6;10)(q13;q24). Observamos casos de EOAV com história de exposição gestacional à fluoxetina e ao ácido retinóico. Um dos pacientes foi um gemelar monozigótico discordante para o EOAV que apresentou restrição assimétrica de crescimento durante a gestação. Os pacientes com EOAV caracterizaram-se por um espectro clínico amplo, sendo que intercorrências e necessidade de realização de procedimentos cirúrgicos (tanto cosméticos como curativos) e hospitalizações foram frequentes entre os mesmos. Alguns apresentaram achados atípicos, como defeito de redução de membro inferior e tumoração no terço distal do braço direito, sugestiva de um hemangioma/linfangioma. Conclusões: Apesar da não identificação de pacientes com anemia de Fanconi, este estudo procura ressaltar a importância do diagnóstico diferencial do EOAV com esta condição. Além disso, os autores sugerem que a análise de metáfases no exame de cariótipo seja ampliada em casos de EOAV sem uma etiologia definida para aumentar a possibilidade de que casos de mosaicismo possam ser identificados.Item Anormalidades cromossômicas entre pacientes com cardiopatia congênita hospitalizados em uma Unidade de Tratamento Intensivo Cardíaca de um Hospital Pediátrico do Sul do Brasil(2013) Trevisan, Patrícia; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Rosa, Rafael Fabiano MachadoIntrodução: Malformações congênitas são detectadas em aproximadamente 3 a 5% dos recém-nascidos. Dentre estas, destacam-se as cardiopatias congênitas (CC). Diferentes causas podem estar associadas a CC, incluindo alterações gênicas e exposições a teratógenos. Além disso, sabe-se que cerca de 1 em cada 10 pacientes com CC apresentam anormalidades cromossômicas (ACs). Objetivo: Determinar a frequência de indivíduos portadores de ACs de uma amostra prospectiva e consecutiva de pacientes com CC. Além disso, verificar os tipos de ACs juntamente com suas características clínicas. Material e Métodos: Nossa amostra foi composta por pacientes com CC avaliados em sua primeira hospitalização em uma unidade de tratamento intensivo cardíaca de um hospital pediátrico de referência do Sul do Brasil. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica e citogenética, através do cariótipo de alta resolução. Os defeitos cardíacos foram classificados segundo Botto e cols. 2001. Na análise estatística utilizou-se do qui-quadrado, teste exato de Fisher e odds ratio (P<0,05). Resultados: Nossa amostra foi composta de 298 pacientes, 53,4% do sexo masculino, com idades variando de 1 dia a 14 anos. Anormalidades cromossômicas foram observadas em 50 pacientes (16,8%), sendo que 49 deles eram sindrômicos. Quanto às ACs, 44 delas (88%) eram numéricas (40 pacientes com +21, dois com +18, um com triplo X e um com 45,X) e seis (12%), estruturais [dois pacientes com der(14;21),+21, um com i(21q), um com dup(17p), um com del(6p) e 1 com add(18p)]. O grupo de CCs mais associado a ACs foi o do defeito de septo atrioventricular. Conclusão: ACs detectadas pelo cariótipo são frequentes entre pacientes com CC. Assim, profissionais, especialmente aqueles que trabalham em Serviços de Cardiologia Pediátrica, devem estar cientes das implicações que a realização do cariótipo pode trazer tanto para o diagnóstico, tratamento e prognóstico desses pacientes como para o seu aconselhamento genético.Item Aspectos clínicos, terapêuticos e prognósticos de pacientes com tumor de Wilms: um estudo retrospectivo(2013) Provenzi, Valentina Oliveira; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Roehe, Adriana Vial; Rosa, Rafael Fabiano MachadoIntrodução: o Tumor de Wilms (TW) é a neoplasia renal maligna mais comum da infância. Estudos epidemiológicos são importantes para caracterizar a apresentação da doença em uma população específica e identificar sinais e sintomas que auxiliariam na suspeita diagnóstica e no manejo clínico. Objetivos: verificar o perfil epidemiológico e o prognóstico de uma amostra de pacientes com TW diagnosticados em um hospital de referência do Sul do Brasil. Material e Métodos: a amostra foi composta de pacientes com TW diagnosticados consecutivamente pelo Serviço de Onco-hematologia do HCC, entre 1989 e 2009. Foram coletados dados clínicos, radiológicos, anatomopatológicos e de prognóstico dos pacientes. Resultados: a amostra final foi composta de 45 pacientes. A relação entre os sexos masculino e feminino foi de 1,25:1. A média de idade foi de 43,9 meses e todos eram eurodescendentes. Massa abdominal palpável foi o principal motivo do encaminhamento (70,7%). Os sinais e sintomas mais frequentes foram: massa abdominal em 42 (93,3%) e hipertensão arterial em 34 (79,1%). Malformações associadas foram observadas em 9 pacientes (20%), destacando-se a criptorquidia (4,4%). Havia um caso em associação com anemia de Fanconi (2,2%). Três casos eram bilaterais (6,7%). A maioria dos pacientes apresentava estádios III e IV (62,2%). Pacientes com malformações apresentavam idade mais precoce ao diagnóstico e mais doença bilateral. O volume tumoral pós-quimioterapia pré-operatória (VTPOS) foi associado com o tempo de vida. Conclusões: Embora as crianças com TW estejam apresentando uma melhora considerável no prognóstico nas últimas décadas, ainda apresentam um risco considerável de recidivas e de comorbidades. Isto talvez se relacione com o seu diagnóstico tardio. Nossos resultados indicam também que o valor absoluto do VTPOS poderia ser considerado um fator preditivo de pior prognóstico. Assim, a avaliação das características clínicas e da evolução de indivíduos portadores de TW é constantemente necessária.Item Hábitos alimentares em amostra de pacientes com melanoma cutâneo: um estudo de casos e controles(2013) Hohmann, Clarissa Barlem; Bonamigo, Renan RangelIntrodução: A incidência de Melanoma Cutâneo Primário (MC) tem crescido, nas últimas décadas, principalmente entre a população caucasiana. Determinados fatores de risco para melanoma são bem estabelecidos; porém, ainda há outros fatores de risco potenciais em estudo, como aspectos nutricionais. Objetivos: Avaliar hábitos alimentares dos pacientes com melanoma cutâneo em amostra da população do Rio Grande do Sul. Comparar hábitos alimentares dos pacientes com melanoma cutâneo ao dos pacientes sem história de melanoma cutâneo. Avaliar outros fatores de risco que possam contribuir na gênese dos melanomas cutâneos em nossa população. Material e Métodos: Estudo caso-controle, entre 2012 e 2013, em três centros de referência em saúde pública em Porto Alegre, Brasil. Foram alocados 191 pacientes, entre casos e controles, com pareamento para sexo e idade. O principal desfecho foi melanoma cutâneo primário e, entre os fatores avaliados estavam os hábitos alimentares, o índice de massa corporal e os fatores de risco clássicos. Resultados: A ingestão de manteiga apresentou-se menor entre os casos (nunca/raramente ingere: 60%) e maior entre os controles (nunca/raramente ingere: 39,6%), com OR= 1,96 (1,10 – 3,71) e p<0,05. A ingestão de tomate apresentou-se menor entre os casos (nunca/raramente ingere: 31,6%) e maior entre os controles (nunca/raramente ingere: 14,6%), com OR= 3,91 (1,73 – 8,82) e p<0,001. Já o consumo frequente (5 ou mais vezes na semana: 76,8%) de carne bovina mostrou-se associada ao grupo de casos, quando comparado aos controles (5 ou mais vezes na semana: 67,7%), com OR= 5,05 (1,05 – 24,25) e p<0,05. Conclusões: Nosso estudo indica que o consumo de manteiga e de tomate possa ter um papel significativo como fator de proteção para o melanoma cutâneo. Já o consumo de carne é visto como um possível fator de risco para o desenvolvimento de tal neoplasia. Estudos adicionais são necessários para confirmar esses achados.Item Prevalência de fatores de risco histopatológicos de recidiva em pacientes submetidas ao tratamento cirúrgico por câncer de colo uterino avaliados no laboratório de Patologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre(2013) Armando, Sandra Jane José de Barros; Hartmann, Antonio AtalíbioItem Avaliação sorológica para HTLV I/II e perfil clinicoepidemiológico de pacientes com doença sexualmente transmissível em uma amostra ambulatorial no município de Porto Alegre-RS(2013) Silveira, Fabíola Suris da; Bonamigo, Renan RangelO HTLV I/II (Human T Lymphotropic Virus type I and II) foi o primeiro retrovírus humano a ser descoberto e infecta entre 10 e 20 milhões de pessoas em todo o mundo. O presente estudo objetiva principalmente verificar a prevalência de soropositividade para HTLV I/II em pacientes com o diagnóstico sindrômico de DST, de acordo com definições do Ministério da Saúde do Brasil, e comparar a indivíduos doadores de sangue. Também é objetivo a avaliação do perfil clínico dos pacientes portadores de DST e de fatores que possam estar associados à presença deste diagnóstico. Foram incluídos os pacientes com sintomatologia clínica compatível com infecções sexualmente transmissíveis que procuraram um centro de referência em Dermatologia do município de Porto Alegre, RS. Foram 120 pacientes incluídos em um período de dois meses, sendo 68 (56,7%) do sexo masculino. A idade média dos participantes foi 30,9 (±13,3) anos, variando de 14 a 77 anos. Nenhum paciente da amostra apresentou sorologia reagente para HTLV I/II (método ELISA), enquanto 0,08% (n= 3) dos 3567 doadores de sangue foram reagentes. Entre as DST, as verrugas genitais por papilomavírus foram as mais prevalentes (48,3%). O nível de escolaridade de oito ou mais anos foi associado ao uso maior de preservativo, comparando com escolaridade inferior a oito anos (p< 0,05). A maioria (60,8%) declarou ter parceiro sexual fixo, um terço relatou história prévia de DST, mas apenas 64,2% haviam realizado exames sorológicos em algum momento. Os indivíduos que se declararam portadores de HIV somaram 11,7% da amostra dos pacientes com DST e doze pacientes (10%) apresentaram sorologia reagente para VDRL. É delineado um perfil clínico dos pacientes com DST, em abordagem sindrômica, em uma amostra sul-rio-grandense, na qual a positividade ao HTLV demonstrou-se irrelevanteItem Estudo dos espinhos dendríticos na amígdala medial póstero-dorsal de ratos: morfologia e conectividade(2013) Dalpian, Francine de Souza; Rasia Filho, Alberto Antonio; Moreira, Jorge EduardoIntrodução: O subnúcleo póstero-dorsal da amígdala medial (MePD) modula comportamentos sociais e fatores de transcrição LIM (Lhx) participam da diferenciação de neurônios locais. Espinhos dendríticos são especializações pós-sinápticas, mas detalhes sobre sua morfologia em fêmeas (comparativamente com machos), em diferentes subpopulações neuronais e a ocorrência de receptores glutamatérgicos e GABAérgico nesses espinhos são conhecimentos ainda inéditos para o MePD. Objetivos: 1) Estudar a morfologia dos espinhos dendríticos de neurônios do MePD em ratas ao longo do ciclo estral, 2) Estudar a morfologia dos espinhos dendríticos das subpopulações neuronais Lhx6, Lhx5 e Lhx9 e, 3) Estudar a presença e distribuição dos receptores AMPA (subunidade GluR1-4), NMDA (subunidade GluN1) e GABAA em espinhos dendríticos do MePD de ratos. Material e Métodos: Estudaram-se ratos Wistar adultos mantidos sob condições padrão de biotério e cuidados éticos. Os experimentos envolveram secções coronais do MePD e reconstrução tridimensional das imagens dos espinhos dendríticos visualizados com fluorescência pela carbocianina DiI associada com imunomarcações sob microscopia confocal. Resultados: A densidade de espinhos dendríticos das fêmeas, respectivamente em diestro, proestro e estro, foi (média+desvio padrão): 0,9±0,1; 0,6±0,2; e, 0,6±0,1 espinhos/µm dendríticos. A imunomarcação para Lhx6, Lhx5 e Lhx9 ficou restrita ao corpo neuronal e espinhos dendríticos dos tipos fino e espessos/achatados foram os mais abundantes nesses neurônios (80% do total), variando entre 0,4-2,3 espinhos/µm, sem diferença estatística entre as diferentes subpopulações neuronais locais. Imunomarcações para os receptores testados ocorreram nos ramos dendríticos proximais e distais e em diferentes espinhos. Observamos a presença espinhos multisinápticos, ou seja, a co-localização desses receptores sugere que os espinhos recebem mais de uma sinapse ao mesmo tempo. Conclusões: Esses resultados complementam os obtidos pela técnica de Golgi e microscopia eletrônica ao revelar características importantes dos espinhos dendríticos e da composição celular do MePD de ratos adultos, além de proporcionar uma nova visão sobre a complexidade da organização sináptica deste subnúcleo.Item Efeito da microinjeção intracerebroventricular de somatostatina nos comportamentos apetitivos e de ingestão alimentar de ratos(2013) Scalcon, Marli Teresinha Sita; Rasia Filho, Alberto AntonioIntrodução: Diversos estudos evidenciaram a ação de neuropeptídeos no comportamento alimentar e seleção de macronutrientes a serem ingeridos para a homeostasia energética. Essas ações envolvem complexas conexões de diversas áreas do sistema nervoso central (SNC). A somatostatina (SST) é um neuropeptídeo cuja ação nos comportamentos ingestivos ainda é pouco estudada, porém, nos relatos existentes, há efeitos contraditórios sobre o comportamento alimentar em ratos. Objetivos: Estudar o efeito da microinjeção intracerobroventricular (icv) de SST nos comportamentos apetitivo e consumatório alimentar de ratos no modelo de acesso à dieta de seleção de macronutrientes isolados (com composição preferencial glicídica, proteica ou lipídica). Material e Método: O desenho experimental envolveu 16 dias sequenciais para cada grupo experimental, em projeto aprovado pelo CEUA/UFCSPA (protocolo no 066/11). Ratos Wistar adultos machos, inicialmente mantidos em condições padrão de biotério, compuseram aleatoriamente os seguintes grupos experimentais (n = 8 em cada grupo): controle geral submetido a procedimento “sham” para microinjeção icv, animais microinjetados com líquido cefalorraquidiano artificial (aCSF, 5 µl) ou com SST (nas doses de 1 µg e 10 µg/5 µl). Todos os animais foram colocados isoladamente em gaiolas metabólicas e a adaptação adequada dos ratos a cada nova condição experimental foi avaliada ao longo de todo o estudo. Foram registrados os resultados do consumo alimentar tanto de dieta padrão quanto das dietas de seleção de macronutrientes. As microinjeções ocorreram no último dia X experimental e, como teste para os grupos experimentais, o comportamento alimentar foi analisado durante 2 horas de livre acesso às dietas seletivas, após período de jejum forçado. Os comportamentos apetitivos analisados foram o de busca pelos potes contendo alimento e o número de vezes que o animal procurou comer qualquer uma das dietas. O consumo alimentar foi avaliado pelo peso (em gramas) efetivamente ingerido de cada dieta seletiva. Os dados foram analisados com comparações “intragrupo” e entre os grupos experimentais e o nível de significância estatística foi estabelecido em p < 0,05. Resultados: Em todos os grupos experimentais, ratos preferiram ingerir dieta hiperglicídica. A microinjeção de ambas as doses de SST aumentou a ocorrência dos comportamentos apetitivos em relação aos grupos controle, mas não promoveu maior consumo da dieta hiperglicídica. Conclusão: No presente modelo experimental em ratos, SST por via icv gerou aumento da procura por alimento, mas não a ingestão de dieta seletiva de macronutrientes isolados, o que indica ser este peptídeo um neuromodulador do comportamento alimentar mais do que uma substância crucial para sua ocorrência.Item Insuficiência renal aguda em pós-operatório imediato de pacientes submetidos a transplante hepático(2013) Klaus, Fabiano; Keitel, ElizeteIntrodução: A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma complicação frequente no pós-operatório dos pacientes submetidos ao transplante hepático, associada a maior mortalidade. Objetivos: Determinar a incidência de IRA no período inicial do transplante hepático, fatores de risco e mortalidade em nosso serviço. Pacientes e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, revisados os prontuários médicos dos pacientes submetidos a transplante hepático entre Abril de 2008 a Abril de 2011. Os critérios de exclusão de pacientes foram depuração de creatinina endógena calculada (DCE) menor que 60 mL/min/1,73m², IRA ou necessidade de hemodiálise no período pré-operatório. IRA foi definida como um aumento maior ou igual a 50% da creatinina sérica em relação ao exame pré-operatório durante a internação hospitalar. Os critérios de alocação de órgãos para transplante hepático foram baseados no cálculo do MELD. Resultados: Foram incluídos 113 pacientes com idade média de 55 anos e 69% do sexo masculino. A creatinina média no período pré-operatório foi de 0,9 mg/dL, DCE calculada média de 82,76 mL/min/1,73m² e a média do MELD calculado foi 13. Sorologia para hepatite C estava presente em 70,8%, hepatite B em 11,5%, carcinoma hepatocelular em 75,2% e associação com uso de álcool em 31,9% dos pacientes. A incidência de IRA no período foi de 56,6% (64 pacientes), destes, 22 pacientes necessitaram de terapia renal substitutiva. Os fatores de risco encontrados foram menor nível de hemoglobina (p=0,01) e albumina sérica (p<0,01), maior nível de bilirrubina (p=0,03), maior escore de MELD calculado (p<0,01), uso de diurético (p<0,01) e presença de proteína no exame de urina (p<0,01). Após análise multivariada, o uso de diurético e o MELD calculado permaneceram como fatores de risco independentes para IRA e o uso de diurético permaneceu como fator de risco independente para necessidade de terapia renal substitutiva. Os pacientes que apresentaram IRA necessitaram maior tempo de internação em unidade de terapia intensiva (p=0,02) e hospitalar (p<0,01) e apresentaram maior nível de creatinina sérica na alta hospitalar (p<0,01) e um ano após o transplante (p<0,01). A mortalidade hospitalar no grupo que desenvolveu IRA foi 25,0%, e entre os pacientes que não apresentaram foi 6,5% [OR: 5,11 (1,39-18,7); p<0,01]. Entre os pacientes que necessitaram hemodiálise a mortalidade hospitalar foi 54,5% (12/22 pacientes) comparada a 7,7% (7/91 pacientes) entre os demais pacientes do estudo [OR 14,40 (4,60 – 45,00); p<0,01]. Conclusão: Este estudo demonstra a alta incidência de IRA em pacientes submetidos ao transplante hepático e maior mortalidade entre os pacientes que necessitaram de terapia renal substitutiva.Item Estudo clínico-epidemiológico do câncer de esôfago no Brasil: análise de fatores prognósticos e de sobrevida(2013) Coral, Roberto Viña; Roehe, Adriana Vial; Hartmann, Antonio AtalíbioINTRODUÇÃO: O câncer de esôfago é uma das neoplasias mais comuns do mundo apresentando altas taxas de mortalidade com baixa sobrevida. A região Sul do Brasil está incluída numa zona de alta incidência da doença, levando a um importante problema de saúde. Recentemente, a estratificação dos linfonodos metastáticos foi proposta para aprimorar o conhecimento dos fatores prognósticos da neoplasia e melhorar seu tratamento. OBJETIVOS: Traçar o perfil clínico-epidemiológico da doença em nosso meio, assim como verificar seus fatores prognósticos. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi conduzido um estudo de coorte histórica através da análise de prontuários de pacientes com diagnóstico de câncer de esôfago em um centro de referência para seu tratamento no período de Janeiro de 2000 até Junho de 2011, cruzando seus dados clínicos com a sobrevida e correlacionando-os com o novo estadiamento da doença. RESULTADOS: Foram incluídos 487 pacientes, sendo 90,6% com diagnóstico de carcinoma epidermóide, resultando em sobrevida geral de 7,2 meses em 5 anos. Os procedimentos cirúrgicos foram capazes de remover a média de 10,1 linfonodos. Pior sobrevida foi observada na presença de metástases linfonodais (HR: 1,63, P=0,010), em homens (HR: 1,67; P=0,019), e em tumores T3 em relação aos tumores T1-T2 (HR: 1,52, P=0,032). CONCLUSÕES: Ratificamos em nosso estudo importantes fatores prognósticos da doença, no entanto, não observamos significância ao estratificar linfonodos metastáticos conforme o novo estadiamento da AJCC.Item Candidemia por candida parapsilosis, C. orthopsilosis e C. metapsilosis: estudo dos fatores de risco, tipagem molecular e suscetibilidade in vitro a caspofungina(2013) Constante, Caroline Collioni; Pasqualotto, Alessandro ComarúIntrodução: Candida parapsilosis é conhecida como uma importante causa de infecções da corrente sanguínea. Recentemente, C. parapsilosis foi dividida em três espécies distintas: C. parapsilosis sensu stricto, C. orthopsilosis e C. metapsilosis. Existe carência de dados clínicos e epidemiológicos destas espécies, e segundo alguns estudos prévios foi possível detectar que existem diferenças de suscetibilidade entre as espécies do complexo Candida parapsilosis. Objetivos: Identificar variáveis que são fatores de risco para o desenvolvimento de candidemia pelas espécies do complexo C. parapsilosis, a prevalência de cada espécie e também avaliar a suscetibilidade in vitro a caspofungina. Material e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo. Os fatores de risco para candidemia foram analisados através da revisão de prontuários. Para identificação das espécies do complexo C. parapsilosis foi utilizado PCR em tempo real com sondas específicas (Molecular Beacons). A suscetibilidade á caspofungina foi determinada através da técnica de microdiluição em caldo. Resultados: Dos 119 isolados incluídos no estudo, 83,3% foram identificados como C. parapsilosis, 15,0% C. orthopsilosis e 1,7% C. metapsilosis. Tumor sólido (p=0,013), uso prévio de beta-lactâmicos (p<0,001) e corticosteróides (p=0,050) foram fatores de risco associados com candidemia por C. parapsilosis, enquanto que insuficiência renal (p<0,001) e doença hepática crônica (p=0,022) foram fatores de risco associados com as espécies de C. orthopsilosis e C. metapsilosis. C. parapsilosis apresentou maiores MICs para caspofungina quando comparado com C. orthopsilosis (p=0,036). Conclusões: A prevalência das novas espécies e o perfil de sensibilidade encontrada em nosso estudo foi semelhante à de estudos prévios. Nossos resultados também indicam que pacientes infectados por C. orthopsilosis e C. metapsilosis apresentaram maior frequência de imunocomprometimento em comparação com C. parapsilosis, sugerindo reduzida virulência destas duas espécies. É de grande importância epidemiológica a identificação do complexo C. parapsilosis, pois existem diferenças entre estas espécies.Item Exposição a pesticidas e o desenvolvimento de melanoma cutâneo: um estudo de casos e controles(2013) Segatto, Majoriê Mergen; Bonamigo, Renan RangelIntrodução: o Melanoma Cutâneo (MC) é uma neoplasia de elevada letalidade, cuja incidência tem crescido nas últimas décadas. Fatores de risco como número de nevos, presença de nevos atípicos, cor dos cabelos e dos olhos, pele clara, fototipo, presença de sardas, história pessoal e familiar de melanoma, história pessoal de câncer de pele não-melanoma, exposição à radiação ultravioleta são bem conhecidos. No entanto, fatores potenciais de risco como o uso de pesticidas necessitam de estudos novos para confirmação. Objetivos: Avaliar a possível associação entre os pesticidas domésticos e ocupacionais e o desenvolvimento de MC, em uma amostra da população do Rio Grande do Sul. Material e Métodos: Estudo caso-controle, entre 2012 e 2013, em três centros de referência em Dermatologia em Porto Alegre, Brasil. Foram alocados 191 pacientes, entre casos e controles, com pareamento para sexo e idade. O principal desfecho foi o MC. Entre os fatores avaliados estavam a exposição a pesticidas domésticos e ocupacionais e os fatores de risco bem estabelecidos para MC. Testes para análises de associações e regressão logística binária foram empregados. Resultados: Quando utilizados dentro de casa, o uso de pesticidas por > 10 anos e com frequência elevada ( 4 vezes ao ano) foi associado a risco para MC (respectivamente, OR: 2,23; IC 95%: 1,44-6,87 e OR: 1,36; IC 95%: 1,08 3,96). O uso doméstico de pesticidas fora de casa não foi diferente entre os grupos. A exposição ocupacional aos pesticidas também foi maior entre portadores de MC (OR= 3,2; IC 95% 1,2-6,8). Conclusões: O estudo aponta que os pesticidas domésticos usados internamente, de forma frequente e por tempo prolongado, e os pesticidas ocupacionais podem ser um fator de risco ambiental independente para o MC.Item Análise de polimorfismos em genes da via de sinalização da adiponectina e sua associação com efeitos adversos da terapia antirretroviral em pessoas vivendo com HIV e AIDS(2013) Castilhos, Janaína Kehl de; Mattevi, Vanessa SuñéIntrodução: A adiponectina é uma proteína, secretada por adipócitos maduros, que participa da regulação do metabolismo da glicose e dos lipídeos. Ela é um potente antidiabético e antiinflamatório, sendo responsável por minimizar os riscos associados à obesidade. Em pacientes infectados pelo HIV que utilizam a terapia antirretroviral (TARV), os baixos níveis de adiponectina foram associados à presença de lipodistrofia em estudo previamente realizado por nosso grupo de pesquisa. Objetivos: Avaliar a associação de cinco polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) presentes nos genes dos receptores de adiponectina (ADIPOR1 - rs1342387 e rs10920533, ADIPOR2 - rs11061925, rs929434 e rs767870) com a síndrome da lipodistrofia em pessoas vivendo com HIV e AIDS sob terapia antirretroviral. Materiais e Métodos: Foram genotipados, por PCR em tempo real, 410 pacientes infectados pelo HIV em utilização da TARV. Foram avaliadas medidas antropométricas e bioquímicas destes pacientes. As médias destas medidas antropométricas e bioquímicas foram comparadas para os diferentes genótipos através da análise de variância. Resultados: Foram analisados cinco SNPs localizados nos genes que codificam os receptores da adiponectina: dois no gene ADIPOR1 (rs1342387 e rs10920533) e três no gene ADIPOR2 (rs11061925, rs929434 e rs767870). Para o gene ADIPOR2, houve associação entre os níveis de triglicerídeos e os três SNPs analisados e entre o SNP rs11061925 e os níveis de colesterol total na amostra total. Igualmente para este gene, obtiveram-se associações entre os três SNPs analisados e variáveis bioquímicas (níveis de triglicerídeos, colesterol total, adiponectina e glicose), somente nos homens. Para as variantes do gene do ADIPOR1 não foram encontradas associações significativas. Conclusões: SNPs no gene ADIPOR2 podem estar envolvidos nas alterações metabólicas em pacientes infectados pelo HIV em TARV. As associações mais significativas foram encontradas entre os genótipos e as variáveis bioquímicas quando a análise foi restrita ao sexo masculino, mostrando um efeito gênero-específico destas variantes.Item Estudo imunoistoquímico e clinicopatológico de pacientes jovens com câncer de mama(2013) Schneider, Daniele Luzia dos Reis; Roehe, Adriana Vial; Damin, Andréa Pires SoutoIntrodução: O câncer de mama é um dos tumores malignos mais comuns entre as mulheres. Estudos recentes evidenciaram um aumento da incidência da doença em pacientes com idade inferior a 35 anos. Nesta faixa etária, segundo a literatura, a neoplasia possui comportamento biológico mais agressivo. Objetivo: Analisar as características clinicopatológicas e imunoistoquímicas do carcinoma de mama em pacientes com idade inferior a 35 anos e a partir dos 45 anos. Métodos: Estudo prospectivo que analisou pacientes atendidas no Serviço de Mastologia do Hospital Fêmina de Porto Alegre, entre julho de 2008 a outubro de 2011. Sete pacientes com diagnóstico de carcinoma de mama e idade inferior a 35 anos e 130 pacientes a partir de 45 anos foram testadas para os marcadores BRCA1, vimentina, 34βE12 e Ki67. Dados clínicos e anatomopatológicos foram comparados com os marcadores imunoistoquímicos e submetidos à analises estatística. Resultados: Pacientes com idade inferior a 35 anos de idade apresentaram maior freqüência de grau histológico III em relação às mais velhas (42,9 versus 24,2%). A expressão de HER2 foi maior nas jovens (42,9% versus 15,7%), assim como alterações no BRCA1 (57,1% versus 27,1%). A expressão de Ki67 (>14%) apresentou relação proporcional com o aumento do grau histológico (P = 0,04) e estadiamentos clínicos mais avançados da doença (P = 0,03). O fenótipo triplo negativo, considerado um dos mais agressivos, apresentou alta expressão de ki67 (P<0,001). Observou-se ainda diminuição da sobrevida global de pacientes com alta expressão deste marcador (P=0,029). Pacientes jovens apresentaram menor sobrevida global em relação às mais velhas (P=0,019). Conclusão: Não observamos aumento da incidência da doença entre as jovens, no entanto, estas pacientes apresentaram diminuição da sobrevida global em relação às mais velhas, fortalecendo as evidências de desfecho clínico desfavorável nesta faixa etária. A expressão aumentada de Ki67 mostrou relação direta com os parâmetros clinicopatológicos associados ao aumento da agressividade do tumor e diminuição da sobrevida, corroborando o papel deste marcador como ferramenta prognóstica no carcinoma de mama.Item Vigilância laboratorial da dengue no Rio Grande do Sul, no período de 2007 a 2013(2014) Tumioto, Gabriela Luchiari; Veiga, Ana Beatriz Gorini da; Gregianini, Tatiana SchäfferIntrodução: A dengue, doença infecciosa viral, tem como principal hospedeiro o homem, e como principal transmissor mosquitos do gênero Aedes. Estima-se que entre 50-100 milhões de pessoas/ano são infectadas pela dengue. O curso da doença pode ser de benigno a grave. Os primeiros registros oficiais no Brasil datam de 1981-1982; hoje a dengue ocorre em todos os Estados brasileiros, com circulação dos quatro sorotipos virais. O Estado do Rio Grande do Sul (RS) vem apresentando crescente número de casos de dengue nos últimos anos, desde a introdução de casos autóctones em 2007. Objetivos: Caracterizar o padrão epidemiológico da dengue no RS, no período de janeiro de 2007 a maio de 2013, a partir dos resultados obtidos por métodos moleculares e sorológicos, descrever a sazonalidade dos casos positivos e os sorotipos encontrados. Material e Métodos: Um total de 9779 amostras de sangue de pacientes com suspeita de dengue foram submetidas à análise sorológica (análise de detecção do antígeno NS1 e MAC-ELISA) e à análise molecular (qRT-PCR) para identificação dos sorotipos (DENV-1 a 4). Dados demográficos e outras informações dos pacientes foram levantados e analisados. Resultados: Em 2007 ocorreram os primeiros casos autóctones de dengue (DENV-3) no RS. Enquanto 2008 e 2009 ocorreram apenas casos importados, desde 2010 muitos casos autóctones vêm sendo registrados no Estado. Hoje, circulam no RS os sorotipos DENV-1, DENV-2 e DENV-4. Mulheres foram mais acometidas em 2007 enquanto que, em 2008 e 2009, o sexo masculino foi mais frequente. O maior número de infecções ocorreram em adultos, no verão. Em 2007 cinco municípios gaúchos apresentavam casos autóctones de dengue; hoje, esse número passou para 53. Nenhuma morte foi notificada no período analisado. Conclusão: O número de casos de dengue no RS vem aumentando significativamente, e esse aumento se deve, possivelmente, à introdução de novos sorotipos virais e às dificuldades encontradas para controle do vetor.Item Avaliação ultrassonográfica das dimensões do timo em fetos de gestantes hipertensas(2014) Fell, Paulo Renato Krahl; El Beitune, PatríciaIntrodução: A predição acurada da pré-eclâmpsia (PE) continua sendo um importante desafio na atualidade. Especula-se que em situações de morbidade intrauterina como a PE possa haver alterações no eixo hipotálamo-hipófise adrenal (HHA) e, secundariamente, provocar a redução do tamanho do timo fetal. Objetivos: Comparar a análise da medida do timo fetal por meio de três técnicas utilizando a ultrassonografia bidimensional e a sua aplicabilidade frente a gestantes hipertensas. Material e métodos: Estudo de coorte prospectivo com 40 gestantes entre 28 34 semanas divididas em dois grupos (grupo controle, n=13; e grupo hipertensão gestacional, n=27). Foram obtidas as avaliações do timo fetal por meio de três técnicas, medida do perímetro (Timo P), diâmetro transverso (Timo DT) e razão timo-tórax (RTT), considerando-se significativas as diferenças cujo valor de p<0,05. Resultados: Não se identificou diferenças significativas entre as medidas do diâmetro transverso do timo e Razão Timo-Tórax de gestantes do grupo de estudo comparadas a gestantes do grupo controle (p>0,05). Houve associação significativa entre as medidas de Timo DT e P (r=0,698; p<0,001), sendo que os valores elevados de Timo DT também são elevados no Timo P. Com a Razão Timo-Tórax, não houve associação significativa com o Timo DT (r=0,164; p=0,386) e Timo P (r=0,291; p=0,118). O timo P apresentou média de 71,4 enquanto no grupo controle a média foi 60,3 (p=0,002) . Conclusão: Identificou-se valores de timo P significativamente inferiores no grupo controle em relação ao grupo hipertensão gestacional. A utilização desse parâmetro não serve para predizer pré-eclâmpsia.Item Implicações do tratamento conservador e expectante na gestação ectópica em um hospital de Porto Alegre(2014) Cardoso, Rodrigo Bernardes; Jiménez, Mirela Foresti; Uberti, Elza Maria HartmannINTRODUÇÃO: A gestação ectópica (GE) ocorre quando a implantação embrionária se dá em outro sítio que não a cavidade uterina. O diagnóstico e o tratamento precoces reduzem a morbimortalidade materna e podem promover a conservação da fertilidade. OBJETIVOS: Avaliar o resultado dos tratamentos expectante ou conservador com metotrexato (MTX) em pacientes com GE e avaliar os fatores de risco associados com evolução para tratamento cirúrgico em um hospital de Porto Alegre. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal retrospectivo com 88 pacientes com diagnóstico de GE entre janeiro de 1995 e dezembro de 2012, divididas em três grupos: tratamento expectante; tratamento conservador; e tratamento cirúrgico. Foram realizadas análises demográficas dos três grupos e avaliados fatores de risco para progressão para cirurgia e risco para falha do tratamento com MTX nos grupos 1 e 2 utilizando P<0,05. Análises fitas com SPSS 17.0. RESULTADOS: Grupo 1 foi composto de 35 pacientes, o 2 de 30 e o 3 de 15 respectivamente. Na análise univariada de Poisson o teste positivo para Chlamidia e o beta-hCG acima de 1.000,00 mUI/mL apresentaram-se como fatores de risco para evolução para cirurgia (P=0,016 com RR=5,65 e IC=1,38-23,2; e P=0,033 com RR=3,00 e IC=1,10-8,22 respectivamente), sendo este risco mantido quando controlado os fatores de confusão através da regressão multivariada de Poisson (P=0,011 com RR=5,92 e IC=1,49-23,5 e P=0,033 com RR=2,91 e IC=1,097,74 respectivamente). A Chlamidia foi considerada fator de risco para o não sucesso ao tratamento com metotrexato (P=0,044 com RR=0,5 com IC=0,26-0,98). CONCLUSÕES: A presença de Chlamidia trachomatis ou beta-hCG maior que 1.000,00 mUI/mL apresentam maior risco de evolução para cirurgia e poderiam ser considerados indicadores desta. A identificação de indicadores de tratamento cirúrgico poderia diminuir o número de pacientes que, desnecessariamente seriam submetidas a tratamentos clínicos frustrantes.Item Diarreia por Clostridium difficile em pacientes críticos e em pacientes transplantados(2014) Pires, Renata Neto; Pasqualotto, Alessandro ComarúIntrodução: A infecção por Clostridium difficile (CDI) está associada a um aumento da mortalidade, internação prolongada e aumento dos custos hospitalares. Entretanto, muito pouco se sabe sobre a epidemiologia da CDI no Brasil. Objetivo: Determinar a frequência de CDI e identificar fatores de risco em dois hospitais do Sul do Brasil. Materiais e métodos: Estudo prospectivo observacional multicêntrico em que foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, que tiveram 3 ou mais evacuações líquidas ao longo do período de 24 horas, admitidos no Hospital 1: hospital de transplante; e Hospital 2: hospital terciário, incluindo apenas 40 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Analisamos a presença de comorbidades, hospitalização e uso de antibióticos prévios (últimos 100 dias), imunossupressão, uso de ácidos supressores. Os pacientes foram considerados como tendo CDI na presença de ELISA positivo, em associação com uma cultura positiva para C. difficile ou teste positivo em tempo real. Resultados: Foram analisados 96 pacientes no período de 12 meses (2011-2012). A frequência de CDI nesta coorte foi de 8,3% (8/96). A idade média dos pacientes com CDI foi de 62 anos (19-87), a maioria do sexo masculino (n=7, 87,5%). 50% dos pacientes foram transplantados de órgãos sólidos, e 75% eram transplantados de fígado. A mediana do tempo de internação hospitalar até o diagnóstico foi de 35 dias. A mortalidade intra-hospitalar dos pacientes foi de 50% e 39,8% para os pacientes negativos para CDI. Fatores de risco independentes para CDI foram choque séptico na apresentação (p=0,007) e transplante de órgão sólido (p=0,045). Conclusão: Este é o primeiro estudo prospectivo realizado no Brasil. Nossos dados reforçam que C. difficile é responsável por um grande número de casos de diarréia nosocomial. O conhecimento da epidemiologia da CDI no ambiente hospitalar é um elemento chave para a implementação de precauções e práticas de segurança.