Insuficiência renal aguda em pós-operatório imediato de pacientes submetidos a transplante hepático

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2013
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Resumo
Introdução: A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma complicação frequente no pós-operatório dos pacientes submetidos ao transplante hepático, associada a maior mortalidade. Objetivos: Determinar a incidência de IRA no período inicial do transplante hepático, fatores de risco e mortalidade em nosso serviço. Pacientes e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, revisados os prontuários médicos dos pacientes submetidos a transplante hepático entre Abril de 2008 a Abril de 2011. Os critérios de exclusão de pacientes foram depuração de creatinina endógena calculada (DCE) menor que 60 mL/min/1,73m², IRA ou necessidade de hemodiálise no período pré-operatório. IRA foi definida como um aumento maior ou igual a 50% da creatinina sérica em relação ao exame pré-operatório durante a internação hospitalar. Os critérios de alocação de órgãos para transplante hepático foram baseados no cálculo do MELD. Resultados: Foram incluídos 113 pacientes com idade média de 55 anos e 69% do sexo masculino. A creatinina média no período pré-operatório foi de 0,9 mg/dL, DCE calculada média de 82,76 mL/min/1,73m² e a média do MELD calculado foi 13. Sorologia para hepatite C estava presente em 70,8%, hepatite B em 11,5%, carcinoma hepatocelular em 75,2% e associação com uso de álcool em 31,9% dos pacientes. A incidência de IRA no período foi de 56,6% (64 pacientes), destes, 22 pacientes necessitaram de terapia renal substitutiva. Os fatores de risco encontrados foram menor nível de hemoglobina (p=0,01) e albumina sérica (p<0,01), maior nível de bilirrubina (p=0,03), maior escore de MELD calculado (p<0,01), uso de diurético (p<0,01) e presença de proteína no exame de urina (p<0,01). Após análise multivariada, o uso de diurético e o MELD calculado permaneceram como fatores de risco independentes para IRA e o uso de diurético permaneceu como fator de risco independente para necessidade de terapia renal substitutiva. Os pacientes que apresentaram IRA necessitaram maior tempo de internação em unidade de terapia intensiva (p=0,02) e hospitalar (p<0,01) e apresentaram maior nível de creatinina sérica na alta hospitalar (p<0,01) e um ano após o transplante (p<0,01). A mortalidade hospitalar no grupo que desenvolveu IRA foi 25,0%, e entre os pacientes que não apresentaram foi 6,5% [OR: 5,11 (1,39-18,7); p<0,01]. Entre os pacientes que necessitaram hemodiálise a mortalidade hospitalar foi 54,5% (12/22 pacientes) comparada a 7,7% (7/91 pacientes) entre os demais pacientes do estudo [OR 14,40 (4,60 – 45,00); p<0,01]. Conclusão: Este estudo demonstra a alta incidência de IRA em pacientes submetidos ao transplante hepático e maior mortalidade entre os pacientes que necessitaram de terapia renal substitutiva.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Insuficiência Renal, Transplante de Fígado, [en] Renal Insufficiency, [en] Liver Transplantation
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