PPGPAT - Dissertações

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    Avaliação do ganho de peso e fatores de risco cardiovascular em pacientes submetidos ao transplante renal
    (2025-10-20) Monteiro, Raisa Barbosa; Branchini, Gisele; Nunes, Fernanda Bordignon; Moreira, Thaís Rodrigues; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: O transplante renal (TR) é o tratamento mais eficaz para pacientes com doença renal crônica (DRC) em estágio terminal, promovendo melhora da sobrevida e qualidade de vida. Contudo, o pós-transplante envolve riscos, entre eles o ganho de peso, desenvolvimento de diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e desfechos cardiovasculares (DCV), principais causas de morbimortalidade nesses pacientes. Objetivo: Avaliar o ganho de peso, alterações de IMC e a ocorrência de desfechos cardiovasculares em pacientes submetidos ao TR, ao longo de cinco anos de seguimento. Material e Métodos: Estudo de coorte retrospectiva com 709 pacientes submetidos ao TR na Santa Casa de Porto Alegre entre 2012 e 2020. Foram analisados dados demográficos, antropométricos e clínicos, com foco em Índice de Massa Corporal (IMC), incidência de DM, HAS e eventos cardiovasculares (acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e óbito por DCV). A associação entre as categorias de IMC e os desfechos cardiovasculares foi investigada estatisticamente. Resultados: Dos pacientes avaliados, 521 eram adultos e 188 idosos. Entre os adultos, observou-se aumento da prevalência de sobrepeso (33,6% para 49,3%) e obesidade (8,2% para 17,9%) cinco anos após o TR. Entre os idosos, a magreza reduziu (22,4% para 11,8%) e o excesso de peso aumentou (14,5% para 32,9%). No entanto, não houve associação estatisticamente significativa entre o ganho de peso e os desfechos cardiovasculares avaliados. Conclusão: Embora o ganho de peso seja comum no período pós-transplante, os dados não demonstraram associação significativa dos maiores IMCs com a ocorrência de eventos cardiovasculares. Os resultados reforçam a necessidade de um acompanhamento nutricional e clínico contínuo e multidisciplinar, visando prevenir complicações e otimizar os resultados do TR.
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    Terapia com Células CAR-T como possibilidade de tratamento da Fibrose Pulmonar Idiopática
    (2023-10-03) Ritter, Isadora Chiomento; Branchini, Gisele; Nunes, Fernanda Bordignon; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A fibrose pulmonar idiopática é uma forma específica de pneumonia intersticial idiopática crônica, fibrosante e de caráter progressivo, restrita aos pulmões, que ocorre primariamente em adultos idosos, predominantemente nas sexta e sétima décadas de vida. Em virtude de não existir uma cura para a doença, à exceção do transplante pulmonar, a busca por opções terapêuticas para esta condição é um desafio da comunidade científica. Uma nova tecnologia desenvolvida inicialmente para o tratamento de tumores hematológicos pode ser uma alternativa terapêutica para a IPF, as células T com receptor antígeno quimérico – CAR-T cells. Um receptor de antígeno quimérico (CAR) é um receptor desenvolvido para responder a um antígeno específico que converte as células T em células T estimuladas e permite a eliminação das células que expressam este antígeno. Por ser um construto da bioengenharia, existem inúmeras possíveis aplicações teóricas das CAR-T cells para tratamento das mais diversas condições clínicas. Objetivos: Pesquisar e revisar as evidências acerca da fisiopatologia da fibrose pulmonar idiopática e a relação do fator de crescimento transformante beta (TFG-β) com a progressão da doença e gerar uma hipótese sobre a aplicabilidade e eficiência da técnica de uso das CAR-T cells para tratamento da IPF. Materiais e Métodos: Foram pesquisados os artigos publicados sobre o uso da tecnologia das CART cells e sobre os elementos envolvidos na fisiopatologia da IPF. A partir das informações levantadas, elaborou-se um artigo de hipótese descrevendo o potencial uso do TGF-β como alvo das CAR-T cells para um possível tratamento para a Fibrose Pulmonar Idiopática. Resultados: O uso aprovado da terapia com CAR-T cells para tratamento de tumores em terapias ainda é incipiente, embora promissor, uma vez que os avanços de bioengenharia têm fornecido ferramentas que tornam a terapia com as CAR-T cells mais eficiente e direcionada aos tipos específicos de tumor. As evidências encontradas apontam para um potencial terapêutico das CAR-T cells para tratamento da fibrose pulmonar idiopática, com os receptores de antígenos quiméricos construídos para serem ativados pela ligação ao TGF-β, convertendo esta citocina imunossupressora em um potente estimulante de células T. No entanto, por ser um fator solúvel, a tecnologia deve prever a inserção de um receptor de ligação a uma proteína de superfície presente nas células fibróticas, de modo a favorecer a migração e permanência dos linfócitos ativados nos sítios pulmonares. Devido à condição progressiva e de alta morbimortalidade da IPF, é fundamental que se pesquisem e desenvolvam novas estratégias terapêuticas com potencial de sucesso na regressão desta doença.
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    Análise das principais características de hidratantes cutâneos infantis no mercado brasileiro
    (2025-07-23) Branchi, Bruna Rocha Reolon; Bonamigo, Renan Rangel; Kiszewski, Ana Elisa; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: O estudo sobre o microbioma cutâneo está cada vez mais em foco em vista a sua relevância para obter uma pele saudável e uma das possíveis causas do seu desequilíbrio é o uso de dermocosméticos com pH inadequado. Objetivos: Avaliar criticamente diversos hidratantes infantis quanto às suas características para verificar o perfil dos produtos disponíveis no mercado, se são ligeiramente ácidos, sendo condizentes com a manutenção do manto lipídico e da função de barreira da pele. Materiais e métodos: Estudo observacional, analítico, transversal e quantitativo. Foram selecionadas diversas marcas de hidratantes infantis e divididas em dois grupos: o grupo 1 (G1), com hidratantes com foco ao atendimento de crianças de pele normal; e o grupo 2 (G2), com hidratantes com foco terapêutico de crianças atópicas. Analisamos o pH de cada um dos hidratantes, assim como tipo de veículo utilizado, custo, presença de componentes potencialmente alergênicos e outros dados contidos na embalagem. Resultados: Os integrantes do G2 apresentaram um pH médio de 5,42±0,28, enquanto os integrantes do G1 apresentaram um pH médio de 5,81±0,35, sendo essa diferença considerada estatisticamente significativa (p≤0,001). Observamos a preferência da maioria dos produtos pelo veículo em loção em ambos os grupos. O G1 se diferenciou com um custo mais acessível ao usuário, quando comparado ao G2, porém com predominância de potenciais alérgenos na sua composição. Conclusão: Este trabalho demonstra que todos os hidratantes avaliados respeitaram o pH ligeiramente ácido. Outros fatores, como o custo e presença de possíveis alérgenos, também devem ser considerados como itens relevantes no momento de escolha do hidratante.
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    Rastreamento de câncer de pulmão: avaliação do conhecimento de profissionais da saúde
    (2025-06-25) Pertile, Nicole de Moraes; Hocchegger, Bruno; Pautasso, Fernanda Felipe; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: O câncer de pulmão representa uma das principais causas de morte por neoplasia no mundo. Ocorrem cerca de 30 mil casos novos a cada ano no Brasil e apenas 15% dos casos são diagnosticados em estágio inicial da doença, tendo uma sobrevida global inferior a 20% em 5 anos. O rastreamento de câncer de pulmão possibilita a identificação da neoplasia em estágio precoce, reduzindo a mortalidade por essa doença. O principal método recomendado para rastreamento de câncer de pulmão é o exame de tomografia de tórax de baixa dose em pacientes de alto risco, sendo os principais fatores a idade, o tabagismo e a carga tabagica. O conhecimento dos profissionais de saúde sobre programas de rastreamento de câncer de pulmão é fundamental para que as recomendações aos pacientes de alto risco sejam realizadas. O desconhecimento dos critérios para rastreamento de câncer de pulmão pode resultar em oportunidades perdidas para a detecção precoce do câncer de pulmão. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo avaliar o grau de conhecimento multiprofissional sobre rastreamento de câncer de pulmão. Material e Métodos: Estudo observacional transversal, realizado com profissionais da saúde do Brasil. O recrutamento dos participantes foi realizado por conveniência e através do apoio de grandes sociedades brasileiras. Os critérios de inclusão foram: ser profissional da saúde e atender a população em geral. O estudo teve aprovação do CEP e as coletas foram iniciadas em junho de 2023 e se estendeu até abril de 2024. A pesquisa foi realizada por meio de um questionário, construído pelos autores, sobre conhecimento em rastreamento de câncer de pulmão dividido em 3 sessões. Resultados: Foram incluídos no estudo 324 profissionais da saúde, com uma média de idade de 46,2 anos (DP = 12,5). A maioria do sexo feminino (f = 168; 51,8%), com formação acadêmica em medicina (f = 307; 94,7%), o estudo envolveu participantes de diversas regiões do país, predominando moradores do Sul do Brasil (f = 248; 76,5%). Em relação ao nível de conhecimento sobre rastreamento de câncer de pulmão, é essencial destacar a baixa taxa de acertos, 46,2%, entre os profissionais de saúde, dado extremamente relevante. Conclusão: Nossos achados apresentam um baixo percentual de acertos nos critérios de rastreamento, especialmente no número de maços de cigarro ao ano, dos profissionais da saúde. Esse resultado demonstra a importância da implementação de programas de educação continuada sobre o tema no país.
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    Avaliação do potencial preditivo do ki67 em relação à evolução tumoral em pacientes com adenomas hipofisários
    (2017-02-24) Petry, Carolina; Oliveira, Miriam da Costa; Lima, Júlia Fernanda Semmelmann Pereira; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Adenomas hipofisários (AH) são tumores benignos relativamente comuns, sendo que uma parcela significativa deles tem comportamento mais agressivo. Muitos estudos têm sido realizados a fim de descobrir algum marcador deste pior comportamento. Objetivo: Avaliar o potencial do índice Ki67 em predizer a evolução pósoperatória dos adenomas hipofisários em relação ao resíduo e recrescimento tumoral de acordo com o ponto de corte de 3%. Material e Métodos: Foram incluídos 52 pacientes no estudo, 28 mulheres (53,8%), com idade média 43,5±14,1 anos. Os AH eram não-funcionantes em 29 casos, secretores de GH em 18 e secretores de ACTH em 5 casos. Em 23 casos, o Ki67 foi igual ou maior que 3%. Resultados: Quando os dois grupos, de acordo com o Ki67<3% ou Ki67≥3%, foram comparados, o resíduo tumoral na primeira imagem (73 vs. 52%, p=0,15) e na última imagem pós-operatória (56 vs. 48%, p=0,58), a necessidade de nova intervenção (43 vs. 34%, p=0,57) e a invasão do seio cavernoso na última imagem (43 vs. 24%, p=0,23) foram sempre maiores no grupo com Ki67≥3%. Recrescimento tumoral ocorreu somente em 4 pacientes, todos eles com Ki67<3%. Um paciente com adenoma secretor de GH evoluiu com diagnóstico de carcinoma hipofisário. Conclusão: Quando comparados dois grupos de pacientes de acordo com o ponto de corte do Ki67 de 3%, observa-se que a maior ocorrência de resíduo tumoral e invasão do seio cavernoso não são acompanhadas de significância estatística. Estes achados não permitem sugerir neste momento que um manejo terapêutico mais agressivo deva ser indicado, a priori, para pacientes com adenomas hipofisários cujos estudos imuno-histoquímicos revelem um Ki67≥3%.
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    Manifestações cutâneas em pacientes com Covid-19 tratados em um hospital universitário no sul do Brasil
    (2023-06-27) Dupont, Letícia; Bonamigo, Renan Rangel; Duquia, Rodrigo Pereira; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Os achados dermatológicos relacionados ao SARS-CoV-2 são variados e polimórficos, englobando exantemas, lesões urticariformes, livedo, púrpura e perniose-like, entre outras dermatoses. Apesar de alguns estudos mostrarem associação de mortalidade da COVID-19 com manifestações cutâneas, principalmente as com origem vascular, essa relação ainda permanece incerta. Os objetivos primordiais deste estudo foram verificar a frequência de manifestações cutâneas em pacientes positivos para COVID-19 e a existência de associação entre determinadas variáveis (padrão de lesão cutânea, idade, sexo, etnia, uso contínuo de medicações, saturação de oxigênio do primeiro atendimento, local de manejo e quantidade de medicações utilizadas no contexto da infecção pelo SARS-CoV-2) com a mortalidade, em pacientes com diagnóstico confirmado de COVID-19 e manifestações cutâneas. Métodos: Este estudo foi dividido em duas partes: (A) Estudo transversal e retrospectivo, revisando prontuários de todos os pacientes com Polymerase Chain Reaction (RT-PCR) reagente para SARS-CoV-2, atendidos no Hospital Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, entre março de 2020 e novembro de 2020. (B) Série de casos prospectivos, com exame dermatológico presencial, realizado por dermatologista, de todos os pacientes internados em leitos de enfermaria COVID-19, entre abril de 2021 e julho de 2021. Todas as variáveis foram aferidas em ambos os grupos de pacientes. Resultados: Foram coletadas informações de 2.968 indivíduos com COVID-19 (2.826 dos prontuários e 142 do exame presencial por um dermatologista). Destes, foram encontrados 51 pacientes com lesões cutâneas relacionadas à COVID-19 (1,71%), sendo 36 do grupo de prontuários (1,27% de manifestações dermatológicas) e 15 do grupo examinado presencialmente (10,56% de manifestações dermatológicas). Dos 51 pacientes, 15 evoluíram para o óbito (29,41%). Não houve associação entre mortalidade e padrões de manifestações cutâneas. As variáveis sexo masculino (p=0,021), internação em unidade de terapia intensiva (UTI) (p=0,001) e uso de três ou mais antibióticos (p=0,041) foram associadas à maior mortalidade. Conclusões: Este estudo não confirma uma possível associação de risco de determinadas dermatoses em pacientes com diagnóstico de COVID-19 com a mortalidade pela doença viral. Os fatores de risco encontrados para mortalidade em pacientes com COVID-19 e manifestações cutâneas foram sexo masculino, internação em UTI e uso de três ou mais antibióticos. Utilizando a revisão de prontuários como ferramenta para avaliação de manifestações cutâneas relacionadas à COVID-19, há cerca de 10 vezes menos ocorrências quando comparado à avaliação presencial por um dermatologista.
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    A expressão de HER2-LOW no câncer de mama
    (2025-03-31) Alencar, Dido Eliphas Leão de; Roehe, Adriana Vial; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A estratificação refinada do receptor HER2 (Human Epidermal growth factor Receptor 2) em tumores de mama tem ganhado relevância clínica devido tratamentos emergentes com melhora de sobrevida, destacando subgrupos como “HER2-low” e “HER2-ultra-low”. Objetivo: Avaliar o impacto prognóstico dos diferentes níveis de expressão de HER2 (“ultra-low”, “low” e “HER2-0”) e investigar características clínico-patológicas associadas. Métodos: Foram analisadas 171 pacientes com câncer de mama, classificadas em três subgrupos conforme a expressão de HER2. As variáveis clínicas e patológicas foram comparadas por testes de qui-quadrado e ANOVA, e a sobrevida avaliada por curvas de Kaplan-Meier e modelo de Cox multivariável. Resultados: A distribuição dos fatores clínicos não diferiu significativamente entre os grupos. O subgrupo “HER2-ultra-low” apresentou melhor sobrevida global ao longo de um seguimento médio de 80 meses em um landmark de 60 meses. Em comparação ao “ultra-low”, o grupo “low” exibiu maior risco de óbito (HR=3,17; IC95% 1,04–9,68; p=0,043 no modelo multivariável). Não houve diferença estatisticamente significativa entre “HER2-low” e “HER2-0” na sobrevida. A expressão de receptores hormonais (ER e PR) mostrou efeito protetor. O índice de proliferação Ki 67 foi mais baixo em “HER2-0” do que em “low”. Conclusões: Nossos achados indicam que o status “HER2-ultra-low” pode constituir um subtipo biologicamente distinto, com prognóstico mais favorável em relação a “HER2-low”. A ausência de diferenças relevantes entre “HER2-low” e “HER2-0” suscita questionamentos quanto à utilidade clínica de isolar esse último subtipo. Pesquisas adicionais, com a incorporação de novas tecnologias de diagnóstico, são necessárias para elucidar de forma mais robusta o papel do HER2 em níveis baixos na prática oncológica.
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    Estratégias Educacionais para Melhorar o Rastreamento de Cardiopatias Congênitas no Período Do Pré-natal
    (2022) Jacó, Guilhermina Modesto; El Beitune, Patrícia; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A doença cardíaca congênita (DCC) é a malformação fetal mais comum, com uma incidência estimada de 4 a 13 por mil nascidos vivos. Apesar das observações de que a maioria dos recém-nascidos com cardiopatia congênita (CC) nasce de mulheres sem qualquer fator de risco previamente reconhecido, apenas gestantes consideradas de risco superior a 2% para gerar filhos com alteração cardíaca são encaminhadas para realização de ecocardiografia fetal. Objetivo: propor uma nova estratégia educacional que possa melhorar o rastreamento de cardiopatias congênitas no período pré-natal em locais em que restrições de custo são obstáculos para aquisição de novas tecnologias, avaliando o potencial de melhoria e acurácia do rastreamento cardiológico fetal realizado por médicos pré-natalistas, não especialistas em imagem do coração fetal. Material e métodos: Estudo de teste diagnóstico, com 239 avaliações do coração fetal, normal e alterado, avaliados em dois momentos, prévio e após o treinamento em exames normais e com cardiopatia fetal, com a respectiva classificação de acerto (verdadeiro-positivo ou verdadeiro negativo), ou erro (falso positivo ou falso negativo) por médicos residentes em ginecologia e obstetrícia, que realizam o pré-natal, não especialistas em ecocardiografia fetal. Houve o cegamento da identificação dos respondedores aos pesquisadores bem como do desempenho nominal individual obtido. Considerou-se significativo p < 0,05. Resultados: Identifica-se melhora significativa da acurácia diagnóstica após o treinamento em avaliação de exames do coração fetal (p<0,05). Essa melhora da acurácia se obteve especialmente pelo incremento da sensibilidade 8 diagnóstica, demonstrando-se redução da taxa de resultados falso negativos após o treinamento (14,1% vs. 3,9%; p=0,021). Conclusão: Este estudo demonstra potencial para sua aplicação na prática clínica, visto a identificação de melhoria da acurácia de identificação de imagens de cardiopatia fetal, em locais onde o custo para inclusão de novas tecnologias ainda é um impeditivo para sua implantação. A inclusão do prénatalista de forma a capacitá-lo para avaliar as imagens e seu potencial de interlocução junto ao ecografista geral de forma a encorajar este parceiro na aquisição de cortes ideais de avaliação do coração fetal é uma alternativa educacional promissora na melhora da acurácia da identificação de cardiopatia fetal.
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    Análise Clínico-Demográfica de Pacientes com Câncer Colorretal: Comparação entre Idades <50 e ≥ 50 Anos em um Hospital de Referência no Sul do Brasil
    (2024-08-23) Al-Alam, Otávio de Carvalho Modaffar; Bica, Claudia Giuliano; Alves, Rafael Jose Vargas; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Contexto: O câncer colorretal (CCR) é uma malignidade significativa com alta prevalência e letalidade. Este estudo avalia as diferenças nas características clínicas e prognósticas do CCR em pacientes com menos de 50 anos comparados aos com 50 anos ou mais em um hospital de referência no sul do Brasil. Métodos: Este estudo de coorte retrospectivo analisou dados do Registro Hospitalar de Câncer de um hospital de referência em Porto Alegre, RS. Foram inclusos pacientes diagnosticados com adenocarcinoma de cólon ou reto entre janeiro de 2013 e dezembro de 2017. Variáveis como histórico familiar, alcoolismo, tabagismo, estadiamento clínico, lateralidade do tumor, apresentação clínica, níveis de CEA no diagnóstico, quimioterapia adjuvante e relação neutrófilo-linfócito foram coletadas e analisadas. Resultados: A coorte incluiu 1.121 pacientes, dos quais 85% tinham 50 anos ou mais e 15% tinham menos de 50 anos. Diferenças significativas foram observadas no status de tabagismo e na apresentação clínica, com os pacientes mais jovens assinalando características de doenças mais agressivas. Conclusões: A idade e os fatores de estilo de vida, como o tabagismo, impactam significativamente a apresentação clínica e o manejo do câncer colorretal. Esses achados destacaram a necessidade de estratégias de prevenção direcionadas e abordagens de tratamento personalizadas para pacientes mais jovens.
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    Incidência e Caracterização Clínica de Fendas Orais em Pacientes com Trissomia do Cromossomo 18
    (2023-09-25) Martinez, Nadini Cristina Marins; Rosa, Rafael Fabiano Machado; Almeida, Sheila Tamanini de; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
    Introdução: A Trissomia do cromossomo 18, também conhecida como síndrome de Edwards, é uma anomalia cromossômica que ocorre pela presença de um cromossomo 18 extra. O fator mais importante para ocorrência é a idade materna avançada, que predispõe a não disjunção dos cromossomos na gametogênese, mais especificamente na fase de meiose II.A trissomia do cromossomo 18 possui um quadro amplo de manifestações clínicas, acometendo diversos sistemas corporais, sendo descritas na literatura mais de 130 anomalias. Fendas orofaciais não sindrômicas, que incluem lábio leporino, lábio leporino e fenda palatina, e fenda palatina por si só, compreendem uma gama de doenças que afetam os lábios e a cavidade oral, cujas causas permanecem em grande parte desconhecidas. Objetivo: avaliar a frequência e os tipos de fendas orais presentes em uma amostra de pacientes com trissomia do cromossomo 18. Metodologia: a amostra será composta por pacientes diagnosticados com a síndrome no Serviço de Genética Clínica da Universidade Federal de Ciências de Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)/Irmandade da Santa Casa de Porto Alegre (ISCMPA), localizado em Porto Alegre, RS. O período abordado será de 1975 a 2020. Será aplicado um protocolo, que será preenchido a partir das informações obtidas nos prontuários dos pacientes. Os dados consistiram em dados clínicos e laboratoriais, dando ênfase àqueles relacionados às fendas orais. Pacientes em que o prontuário não for localizado serão excluídos do estudo. Em relação à análise estatística, serão considerados como valores estatisticamente significativos, aqueles com P<0,05. Resultados: 4 (5,7%) pacientes apresentaram fenda labial, 2 (2,89%) apresentaram fenda em palato e nenhum apresentou fenda labiopalatina, entre esses 5 pacientes, três são do sexo feminino e dois do sexo masculino, três deles apresentavam também outras malformações não especificadas, dois apresentavam aspectos sindrômicos e um deles era cardiopata. Conclusão: Este estudo trouxe como contribuições o reconhecimento das características e a incidência das fendas orais nos indivíduos com trissomia do cromossomo 18 em uma amostra de pacientes do Sul do Brasil.
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    Oito anos de seguimento após Bypass Gástrico e Sleeve Gástrico de uma coorte brasileira: trajetória de peso e desfechos de saúde
    (2024-10-04) Salerno, Marianna Lins de Souza; Pereira-Lima, Júlia Fernanda Semmelmman; Rech, Carolina Garcia Soares Leães; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Embora a gastrectomia vertical (GV), ou sleeve, seja atualmente a cirurgia bariátrica mais realizada, estudos com mais de 5 anos de acompanhamento mostram diferenças na perda de peso entre este procedimento e o bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR). Neste estudo, apresentamos dados comparativos sobre a eficácia na perda de peso entre essas técnicas em até 8 anos após a cirurgia. Objetivos: Avaliar a evolução da perda de peso e das comorbidades associadas à obesidade em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pelas técnicas BGYR e GV. Material e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo com pacientes de 18 anos ou mais submetidos a BGYR ou GV entre 2015 e 2018 no Centro de Tratamento de Obesidade da Santa Casa de Porto Alegre. Resultados: Entre os 591 pacientes (média de idade, 40 ± 10 anos, mediana do índice de massa corporal basal (IMC), 41,7, [IQR, 39,1;45] kg/m2; 83% mulheres), 327 foram submetidos ao BGYR (55%) e 264 ao GV (45%). No pré-operatório, 14% apresentavam diabetes mellitus tipo 2 (DM2), 40% hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 53% dislipidemia. Após 8 anos, a média do percentual de perda de peso total (%PPT) foi maior no grupo BGYR: 32% (IC 95%, 29,1-34,1) após BGYR e 19% (IC 95%, 11,6-26,6) após GV, com diferença de 13% [IC 95%, 6,5%-18,6%] e p < 0,001. O reganho de peso também foi menor no BGYR em comparação ao GV: 23% [IQR 12,2; 33,3] e 39% [IIQ 27,1;66,9] respectivamente com p<0,001. Na análise das comorbidades aos cinco anos, a remissão do DM2, HAS e dislipidemia foi observada em 63%, 42% e 51% dos pacientes, respectivamente. Conclusão: Pacientes submetidos ao BGYR tiveram maior perda de peso e menor reganho do peso 8 anos após a cirurgia bariátrica quando comparados àqueles submetidos à GV.
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    Apendicite aguda e suas complicações: um estudo transversal dos efeitos da Covid-19 em um hospital terciário do Sul do Brasil.
    (2024-08-30) Gonçales, Tierre Aguiar; Bica, Claudia Giuliano; Alves, Rafael José Vargas; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A inédita crise causada pela pandemia de Covid-19 sobrecarregou ainda mais o sistema de saúde brasileiro, especialmente às emergências. Pacientes podem ter retardado a procura por atendimento, mesmo apresentando dor abdominal cirúrgica. A demora na abordagem cirúrgica da apendicite pode ter impactado na evolução dessa patologia e aumentado a morbimortalidade. Objetivos: Avaliar as apendicectomias realizadas pelo SUS e suas complicações durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19 em um hospital terciário do sul do Brasil. Material e Métodos: Estudo transversal de base hospitalar, que incluiu pacientes adultos apendicectomizados do sistema público de saúde em um hospital terciário do sul do Brasil entre março de 2019 e abril de 2021 (n=162). As coortes pré- pandemia (n=78) e pandemia (n=84) foram divididas conforme a data da cirurgia. As variáveis analisadas foram tempo de internação, internação em UTI, via de acesso cirúrgico, resultado anatomopatológico, testagem para Covid-19, desfecho e sobrevida em 30 dias. Resultados: As coortes tiveram semelhante epidemiologia, sendo mantida a proporção entre os sexos e a média de idade. Em relação ao grau de doença relacionado à anatomopatologia e o tipo de acesso cirúrgico, sobrevida em 30 dias e desfechos clínicos, não houve diferença estatística. Quatro pacientes foram para UTI, desses, 3 são da coorte pandemia e não positivaram para Covid-19. Somente 47,6% dos pacientes da coorte pandemia coletaram PCR de Covid- 19. Desses, um positivou (2,5%). Conclusão: Este estudo é pioneiro no Brasil, demonstra não haver aumento do risco para cirurgias de apendicite associado à primeira onda da pandemia. As apendicectomias foram seguras nesse período. As razões para tal podem estar relacionadas, uma vez que, mesmo com imposições de restrições e orientações sanitárias, os pacientes com dor abdominal cirúrgica não hesitaram em ir às emergências. Os resultados semelhantes observados nas coortes são atribuídos à prontidão das equipes de saúde e à disponibilidade de equipamentos médico cirúrgicos em quantidades seguras.
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    Avaliação da dinâmica da epidemia de COVID-19 pela inferência de carga viral de SARS-CoV-2 na cidade de Porto Alegre
    (2024-09-23) Silva, Larissa Rocha da; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A infeção por SARS-CoV-2 já causou mais de 6,6 milhões de mortes em todo o mundo e seu modelo de transmissão foi estabelecido. No entanto, são necessários mais estudos sobre a relação entre as ondas epidemiológicas da COVID-19 e a carga viral do SARS-CoV-2. Neste sentido, este trabalho avaliou o impacto da carga viral do SARS-CoV-2 nas ondas de positividade da COVID-19. Objetivo do estudo: Avaliar a dinâmica da epidemia por meio do cycle threshold (Ct), de amostras admitidas para testagem SARS-CoV-2 por RT-qPCR no Hospital Santa Casa de Porto Alegre, associando-o às medidas preventivas vigentes à época da pandemia. Materiais e métodos: Amostras de indivíduos com suspeita de COVID-19 foram analisadas por meio de RT-qPCR no Laboratório de Biologia Molecular do Hospital Santa Casa de Porto Alegre. Os dados epidemiológicos foram extraídos de websites da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, bem como do Estado do Rio Grande do Sul. Foram utilizadas análises wavelet com filtro de 3 dias. Resultados: Foram avaliadas 11.302 amostras positivas para COVID-19 de pacientes residentes em Porto Alegre. A maioria dos participantes da pesquisa eram do sexo feminino. Com média de idade de 44,6 anos. A mediana da carga viral relativa (CVR) foi de 9,98. Notou-se que houve uma estreita relação entre a presença de casos positivos e o aumento da carga viral. O espectro de potência local revelou que as correlações positivas foram amplificadas com valores de carga viral relativa acima de 600, enquanto apresentaram baixa correlação com valores inferiores de CVR. Essas correlações foram potencializadas dentro de uma janela de até 3 dias, exercendo influência durante períodos prolongados, mesmo diante de eventos extremos associados aos picos pandêmicos. Essa influência perdurou, em média, por aproximadamente 16 a 32 dias. O período de ocorrência com mais energia foi de 8 dias, dominando estes espectros. Um resultado geral da análise wavelet é que entre os dados de CVR houve influência média de 32 dias de ciclos de ocorrência. Foi realizada análise de CVR filtrado de alta frequência, mostrando que a série temporal apresenta um padrão alternado de valores altos e baixos de CVR resultante da alta variância de CVR em 3 dias. Conclusão: A carga viral relativa de SARS-CoV-2 não conseguiu prever as ondas de positividade de COVID-19 devido à mutação genética do vírus, o que resultou em novas variantes. Houve períodos de alta CVR, em que a transmissão ocorreu em até 32 dias, e períodos de baixo CVR, em que a transmissão ocorreu em até 16 dias.
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    Avaliação da atividade antinociceptiva da neurotoxina recombinante CTK 01512-2 por administração subcutânea e no acuponto E36 em modelo de dor neuropática induzido por oxaliplatina em ratos Wistar
    (2024-06-07) Britto, Fernanda Cristina de; Dallegrave, Eliane; Ferreira, Charles Francisco; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Em roedores, a Oxaliplatina (OXA) induz hiperalgesia ao frio e alodínia mecânica, onde canais de cálcio tipo N (Cav2.2) e receptor de potencial transitório de anquirina 1 (TRPA1) são mais expressos, embora o mecanismo exato não tenha sido completamente elucidado. A neurotoxina recombinante CTK 01512-2 derivada da aranha Phoneutria nigriventer demonstrou bloqueio Cav2.2 afetando o influxo de Cálcio voltagem dependente (Ca2+) intracelular e agonização de TRPA1, apresentando-se como um peptídeo com ação analgésica/antinociceptiva promissor. Objetivos: Analisar a eficácia analgésica da neurotoxina recombinante CTK 01512-2, administrada por via subcutânea e no acuponto E36, em comparação com o tratamento padrão-outro (duloxetina) em um modelo de dor neuropática induzido por oxaliplatina em ratos Wistar. Material e Métodos: Foi utilizado um modelo de dor neuropática periférica induzida por dose única de OXA (6 mg/kg i.p.) em ratos Wistar machos com 60 dias, para realização de 3 ensaios avaliando efeitos do CTK 01512-2: perfil doseresposta da administração subcutânea (SC, N=30); perfil neuroquímico (N=32); eficácia da farmacopuntura (N=32). A via subcutânea do CTK 01512-2 foi testada (n=5/grupo) nas doses de 0,1; 0,2 e 0,4 mg/kg, e comparada com 30 mg/kg SC de Duloxetina (controle positivo). Testes de sensibilidade mecânica (Von Frey) e alodinia fria (acetona) foram realizados antes da indução da dor, três dias após, antes do tratamento e aos 15 e 30min, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7h após. O perfil neuroquímico (GABA, dopamina, acetilcolina) do CTK 01512-2 foi avaliado (n=8/grupo) estruturas cerebrais (córtex, estriado, hipocampo, mesencéfalo, amígdala, hipotálamo), 5h após o tratamento com a dose de 0,2 mg/kg e comparado com a Duloxetina (30 mg/kg SC). Testes de Von Frey e de Acetona foram realizados antes da indução da dor, três dias após, antes do tratamento e aos 15 e 30min, 1, 2, 3, 4 e 5h após. A eficácia da farmacopuntura (acuponto E36) do CTK 01512-2 com 1/10 da dose (0,02 mg/kg) foi avaliada (n=8/grupo) e comparada com a Duloxetina com 1/10 da dose (3 mg/kg) pelos testes de Von Frey e de Acetona, realizados antes da indução da dor, três dias após, antes do tratamento e aos 15 e 30min, 1, 2, 3,4 e 5h após. Em todos os ensaios os grupos experimentais foram comparados com o grupo controle negativo (OXA+Salina) e controle sem dor (Salina+Salina). A eutanásia foi procedida por decaptação sob anestesia prévia com isofluorano. A quantificação simultânea dos neurotransmissores no encéfalo foi realizada através da técnica LC-MS/MS. Resultados: O perfil dose-resposta da administração subcutânea de CTK 05152-2 revelou que a dose mínima efetiva capaz de inibir alodinia mecânica e térmica no modelo de dor neuropática aguda induzida pela OXA foi de 0,2 mg/kg. A inibição da alodinia mecânica inicia em 30min e se mantém pronunciada por 3h, já alodinia ao frio, inicia em 15min e se mantém sustentada por 5h. O perfil neuroquímico sinaliza envolvimento na inibição de aferências do trato espinomesencefálico e de interneurônios inibitórios próprios do estriado, mediado pela Dopamina e GABA. Além disso, no modelo de analgesia por farmacopuntura, 1/10 da dose efetiva de CTK 0512-2 pela via subcutânea foi eficaz na alodínia mecânica e ao frio, quando administrada no acuponto E36, iniciando seu efeito em 15min (alodínia mecânica) ou 30min (alodínia ao frio) e mantendo-se por 5h em ambos. Conclusão: CTK 01512-2 mostrou eficácia equianalgésica em relação à duloxetina no modelo de dor neuropática induzido pela oxaliplatina por via subcutânea e no acuponto E36.
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    Pré-eclâmpsia e transportadores iônicos: uma revisão da literatura
    (2023-09-22) Moura, Thaís Duarte Borges de; Branchini, Gisele; Nunes, Fernanda Bordignon; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A pré-eclâmpsia (PE) é atualmente uma das complicações mais comuns em obstetrícia, envolvendo de 3 a 5% de todas as gestações, e está entre as três principais causas de morbimortalidade materna e perinatal no mundo. A manifestação clínica se dá através da hipertensão gestacional após a 20° semana de gestação. Essa hipertensão deve estar acompanhada por proteinúria e/ou disfunções maternas de órgãos-alvo como, complicações neurológicas, edema pulmonar, trombose microvascular, insuficiência renal, lesão hepática, e/ou disfunção uteroplacentária. A fisiopatologia da PE é complexa e ainda não bem definida. Evidências crescentes sugerem que a regulação dos canais iônicos pode desempenhar um papel fundamental nas adaptações da circulação uterina durante a placentação. Na gestação, os canais iônicos têm papel importante na homeostase do meio materno-fetal, visto que auxiliam na passagem de nutrientes e outros compostos químicos entre a mãe e o feto, regulam a síntese e secreção de hormônios, auxiliam na migração de células trofoblásticas, controlam o transporte de elementos e regulam a contração e o relaxamento de células musculares lisas dos vasos sanguíneos. Objetivos: Elaborar uma revisão narrativa compilando os trabalhos que descrevem o envolvimento dos transportadores iônicos na pré-eclâmpsia. Métodos: Foram rastreados os trabalhos na literatura científica, na base de dados MEDLINE e EMBASE. Como critérios de inclusão foram utilizadas publicações em inglês com resumos disponíveis de janeiro de 2000 a abril de 2023, com os descritores “transportador de membrana”, “canais iônicos” e “pré-eclâmpsia”, com o uso de operadores booleanos. Foram selecionados os artigos de pesquisa original que descreviam algum método de estudo dos canais iônicos na PE, além de artigos adicionais usados na construção da narrativa do texto, que descrevem características da pré-eclâmpsia e dos transportadores iônicos. Artigos duplicados na busca foram excluídos. Resultados e Conclusões: Foram arrolados 157 artigos científicos para elaboração da revisão narrativa, evidenciando o papel das principais famílias de transportadores iônicos entre tecido placentário, células primárias e tecido do cordão umbilical de todos os trimestres da gravidez de pacientes com PE, ensaios laboratoriais em células de cultivo, expressão de mRNA e experimentos em animais induzidos à PE. Em gestações complicadas, como em pacientes com PE, inúmeros estudos apontaram que, em condições prejudiciais, como na hipóxia e no estresse oxidativo, os canais iônicos são regulados negativamente e sua atividade é prejudicada. Assim, identificar as alterações em vias de sinalização dependentes de íons é imprescindível para compreender mais claramente a fisiopatologia da PE, visto que em caso de desregulação e/ou supressão de transportadores iônicos, a gravidez pode vir a apresentar complicações.
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    Reação em cadeia da polimerase (PCR) para a detecção do genoma de Treponema pallidum em amostras de sangue e fluido cerebroespinal de recém-nascidos em diferentes situações de risco para sífilis congênita – uma amostra do sul do Brasil
    (2021-01-28) Melo, Rafaela Caroline Clarinda; Bonamigo, Renan Rangel; Ramos, Mauro Cunha; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A transmissão vertical da sífilis continua sendo um grave problema de saúde pública. Atualmente utilizam-se critérios clínicos e laboratoriais que, em conjunto, sugerem ou não o diagnóstico de sífilis congênita (SC). A multiplicidade de testes solicitados indica que a sensibilidade e a especificidade destes são aquém do ideal e refletem uma interpretação relativa dos resultados. É necessária a busca por testes com maiores sensibilidade e especificidade que auxiliem a tomada de decisão clínica. Objetivos: Desenvolver a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) para identificação do DNA de Treponema pallidum em amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano (LCR) de recém-nascidos em diferentes situações de risco para SC e verificar a positividade da técnica nestes grupos. Materiais e Métodos: Em estudo transversal, com grupo de comparação, conduzido entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020 no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, foram coletadas amostras de sangue e LCR de recém-nascidos expostos verticalmente à sífilis, com indicação de investigação para SC conforme protocolo institucional. O grupo de comparação foi composto por recém-nascidos sem história de exposição à sífilis, mas com outras indicações clínicas para coleta dessas amostras. Todas as amostras coletadas foram submetidas ao exame de PCR convencional. Resultados: Foram incluídos 57 pacientes (35 expostos à sífilis e 22 como grupo comparativo). A PCR foi positiva em 57,6% das amostras de sangue e 66,7% das amostras de LCR nos pacientes expostos à sífilis. Neste grupo, não houve relação entre a positividade da PCR e a positividade de seu RPR, a positividade do RPR da mãe e/ou o tratamento materno prévio. Verificou-se positividade da PCR em duas amostras de sangue e cinco amostras de LCR no grupo de comparação. Conclusão: Embora a PCR pareça ser um método promissor para compor a avaliação de casos suspeitos de SC, há necessidade de continuidade dos estudos sobre a técnica e a importância de seu uso.
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    Avaliação dos efeitos neuroprotetores do extrato seco da Unha de Gato (Uncaria tomentosa e Uncaria guianensis) sobre a memória, perda de neurônios e reatividade glial no hipocampo de ratos após neuroinflamação crônica recorrente
    (2023-12-21) Silva, Gabrielle Nunes da; Fernandes, Marilda da Cruz; Gutierres, Jessié Martins; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Na neuroinflamação, ocorre um aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias, essas moléculas são liberadas pelas células gliais, em resposta a estímulos patológicos, como infecção, trauma e doenças neurodegenerativas. A presença excessiva dessas citocinas pró-inflamatórias podem levar a disfunção sináptica, morte celular, danos neuronais e levar cronicamente a déficits de memória. Objetivos: Este estudo foi desenhado para caracterizar os efeitos do tratamento com Unha de Gato (UG, 30 e 100 mg/kg) no comprometimento de aprendizagem e memória, neurônios maduros, morte celular e ativação glial induzida por neuroinflamação crônica recorrente (CRN) e seus prováveis mecanismos moleculares subjacentes. Materiais e métodos: Foram utilizados 30 ratos Wistar machos adultos, divididos em quatro grupos: grupo veículo (VE), grupo LPS (LPS), grupo LPS + UG30 mg/kg (LPS+UG30) e grupo LPS + UG100 mg/kg (LPS+UG100), que receberam UG, via gavagem e injeção intraperitoneal de LPS a cada 5 dias por 34 dias. Utilizou-se a técnica de imuno-histoquímica para caspase-3, NeuN, Iba1 e GFAP, em cortes do giro denteado do hipocampo desses animais. A quantificação foi feita por densitometria óptica (DO). Resultados: A análise dos dados indicam que (1) a injeção crônica de lipopolissacarídeos (LPS) (i.p) resultou em um declínio significativo no índice de memória episódica de curto e longo prazo (tarefa de reconhecimento de objetos) e aprendizagem espacial e memória (tarefa de labirinto em Y) de ratos; (2) tratamento com ambas as doses de UG efetivamente protegeu contra comprometimento de aprendizagem e memória induzido por CRN; (3) O tratamento com UG diminuiu significativamente a expressão da proteína glial fibrilar ácida (GFAP) no giro dentado do hipocampo (GD), ambas as doses, e na região 1 do Corno de Ammon (CA1), na dose de UG100; e aumentou a expressão da proteína nuclear neuronal (NeuN) no hipocampo DG, CA1 e região 3 do Corno de Ammon (CA3) do CRN, e o mecanismo protetor subjacente do UG pode estar envolvido na influência dos astrócitos na sobrevivência neuronal. Por outro lado, os resultados indicam que o tratamento sistêmico com UG não consegue prevenir eficazmente o aumento da expressão de Iba-1 e caspase-3 clivada induzida por CRN. Conclusões: Assim, a aplicação de UG na dose de 100 mg/kg exerce efeitos protetores sobre a memória, neurônios adultos e astrócitos, mas não o suficiente para reverter os efeitos da ativação microglial ou morte celular induzida pela neuroinflamação crônica
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    Achados histopatológicos do efeito da Alamandina no tecido renal em modelo experimental de fibrose pulmonar
    (2024-04-25) Gavazzoni, Kelli; Dallegrave, Eliane; Rigatto, Katya Vianna; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A doença renal aguda e crônica é um dos problemas mundiais que vem crescendo nas últimas décadas. A toxicidade vascular sustentada com lesão endotelial e apoptose ocasiona lesões renais com acúmulo de tecido fibrótico e perda ou agravamento da função renal. Uma vez que a filtração, secreção e reabsorção renal são dependentes da vasculatura, qualquer fármaco que apresenta efeitos relacionados aos vasos tem grande potencial de influenciar a sua função. Para minimizar os efeitos adversos sobre o sistema renal, foram estudados os possíveis efeitos da Alamandina, um novo e importante peptídeo contraregulatório do sistema renina-angiotensina, recentemente identificada e caracterizada, nos rins de ratos. Objetivos: Avaliar o efeito da Alamandina no tecido renal de ratos em modelo experimental de fibrose pulmonar induzida por Bleomicina. Materiais e Métodos: Foram utilizados 20 ratos Wistar alocados aleatoriamente em 4 grupos (N=5/grupo): Controle (CO), tratados com Alamandina (ALA), tratados com Bleomicina (BLM) e tratados com Bleomicina e Alamandina (BLM + ALA). Os animais pertencentes aos grupos BLM e BLM + ALA, foram anestesiados e tratados por via oral com 2.5 mg/kg de BLM no 1º dia. Os animais dos grupos ALA e BLM + ALA receberam Alamandina (Sigma Aldrich, St Louis, MO, EUA) via minibombas osmóticas (OM; Alzet 2004) por via subcutânea, introduzida no mesmo dia, na dose de 50 µg/kg, fornecendo 0,25 μl/hora, por 14 dias. Resultados: Achados histopatológicos estavam presentes em todos os grupos experimentais, exceto nos ratos controle. As principais alterações glomerulares compreenderam aumento de volume corpuscular, redução de espaço Bowman com lobulação acentuada do tufo glomerular, sinéquia, atrofia e septação do tufo glomerular. O epitélio tubular proximal renal apresentou atrofia, perda da borda em escova e presença de cilindros protéicos no lúmen tubular. Os túbulos contorcidos distais apresentam dilatação, hipertrofia e necrose celular. Conclusão: As alterações apresentadas em glomérulos e túbulos renais evidenciaram que a Alamandina, isolada ou concomitante com Bleomicina, alteram essas estruturas, o que pode comprometer a função renal.
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    Estudo de série de casos e revisão de literatura de pacientes com síndrome de Turner associada a alterações neuropsicológicas
    (2024-03-15) Guaraná, Bruna Baierle; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Rosa, Rafael Fabiano Machado; Mergener, Rafaella; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A síndrome de Turner (TS), também conhecida como síndrome de hipoplasia ovariana congênita, é a aneuploidia cromossômica sexual mais comum encontrada em mulheres. Resulta de uma deleção ou do não funcionamento parcial ou total de um dos cromossomos X. Dentre os seus achados clínicos, estão as alterações neuropsicológicas e a dificuldade cognitiva social. Objetivos: O presente estudo visa realizar uma análise clínica e citogenética, correlacionar o genótipo e fenótipo, de pacientes com síndrome de Turner e com essas alterações neuropsicológicas. Metodologia: Estudo retrospectivo de uma série de casos e revisão de literatura. A amostra do estudo é composta por pacientes com diagnóstico de síndrome de Turner atendidas por médicos geneticistas do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospital no Sul do Brasil. A revisão de literatura foi realizada através da seleção de artigos das plataformas PUBMED e BVS. Resultados: O estudo permitiu analisar os genes e as regiões do cromossomo X candidatos a proporcionar as alterações neuropsicológicas e avaliar o seu circuito gênico neuronal. Foi possível relacionar as vias sinápticas disfuncionais e a redução do volume e espessura cortical cerebral de pacientes com TS. Conclusões: Fica implícita a associação do cromossomo X com as alterações neurológicas e psicossociais, apesar de ainda serem necessários mais estudos acerca do tema.
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    Anormalidades genéticas identificadas entre pacientes encaminhadas para avaliação por amenorreia secundária
    (2023-06-29) Besson, Marina da Rocha; Rosa, Rafael Fabiano Machado; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Nunes, Maurício Rouvel; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    O objetivo da pesquisa é verificar a frequência e os tipos de anormalidades genéticas identificadas em pacientes encaminhadas por AS a um Serviço de Genética Clínica de referência do Sul do Brasil.