PPGPAT - Dissertações

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    Oito anos de seguimento após Bypass Gástrico e Sleeve Gástrico de uma coorte brasileira: trajetória de peso e desfechos de saúde
    (2024-10-04) Salerno, Marianna Lins de Souza; Pereira-Lima, Júlia Fernanda Semmelmman; Rech, Carolina Garcia Soares Leães; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Embora a gastrectomia vertical (GV), ou sleeve, seja atualmente a cirurgia bariátrica mais realizada, estudos com mais de 5 anos de acompanhamento mostram diferenças na perda de peso entre este procedimento e o bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR). Neste estudo, apresentamos dados comparativos sobre a eficácia na perda de peso entre essas técnicas em até 8 anos após a cirurgia. Objetivos: Avaliar a evolução da perda de peso e das comorbidades associadas à obesidade em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pelas técnicas BGYR e GV. Material e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo com pacientes de 18 anos ou mais submetidos a BGYR ou GV entre 2015 e 2018 no Centro de Tratamento de Obesidade da Santa Casa de Porto Alegre. Resultados: Entre os 591 pacientes (média de idade, 40 ± 10 anos, mediana do índice de massa corporal basal (IMC), 41,7, [IQR, 39,1;45] kg/m2; 83% mulheres), 327 foram submetidos ao BGYR (55%) e 264 ao GV (45%). No pré-operatório, 14% apresentavam diabetes mellitus tipo 2 (DM2), 40% hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 53% dislipidemia. Após 8 anos, a média do percentual de perda de peso total (%PPT) foi maior no grupo BGYR: 32% (IC 95%, 29,1-34,1) após BGYR e 19% (IC 95%, 11,6-26,6) após GV, com diferença de 13% [IC 95%, 6,5%-18,6%] e p < 0,001. O reganho de peso também foi menor no BGYR em comparação ao GV: 23% [IQR 12,2; 33,3] e 39% [IIQ 27,1;66,9] respectivamente com p<0,001. Na análise das comorbidades aos cinco anos, a remissão do DM2, HAS e dislipidemia foi observada em 63%, 42% e 51% dos pacientes, respectivamente. Conclusão: Pacientes submetidos ao BGYR tiveram maior perda de peso e menor reganho do peso 8 anos após a cirurgia bariátrica quando comparados àqueles submetidos à GV.
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    Apendicite aguda e suas complicações: um estudo transversal dos efeitos da Covid-19 em um hospital terciário do Sul do Brasil.
    (2024-08-30) Gonçales, Tierre Aguiar; Bica, Claudia Giuliano; Alves, Rafael José Vargas; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A inédita crise causada pela pandemia de Covid-19 sobrecarregou ainda mais o sistema de saúde brasileiro, especialmente às emergências. Pacientes podem ter retardado a procura por atendimento, mesmo apresentando dor abdominal cirúrgica. A demora na abordagem cirúrgica da apendicite pode ter impactado na evolução dessa patologia e aumentado a morbimortalidade. Objetivos: Avaliar as apendicectomias realizadas pelo SUS e suas complicações durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19 em um hospital terciário do sul do Brasil. Material e Métodos: Estudo transversal de base hospitalar, que incluiu pacientes adultos apendicectomizados do sistema público de saúde em um hospital terciário do sul do Brasil entre março de 2019 e abril de 2021 (n=162). As coortes pré- pandemia (n=78) e pandemia (n=84) foram divididas conforme a data da cirurgia. As variáveis analisadas foram tempo de internação, internação em UTI, via de acesso cirúrgico, resultado anatomopatológico, testagem para Covid-19, desfecho e sobrevida em 30 dias. Resultados: As coortes tiveram semelhante epidemiologia, sendo mantida a proporção entre os sexos e a média de idade. Em relação ao grau de doença relacionado à anatomopatologia e o tipo de acesso cirúrgico, sobrevida em 30 dias e desfechos clínicos, não houve diferença estatística. Quatro pacientes foram para UTI, desses, 3 são da coorte pandemia e não positivaram para Covid-19. Somente 47,6% dos pacientes da coorte pandemia coletaram PCR de Covid- 19. Desses, um positivou (2,5%). Conclusão: Este estudo é pioneiro no Brasil, demonstra não haver aumento do risco para cirurgias de apendicite associado à primeira onda da pandemia. As apendicectomias foram seguras nesse período. As razões para tal podem estar relacionadas, uma vez que, mesmo com imposições de restrições e orientações sanitárias, os pacientes com dor abdominal cirúrgica não hesitaram em ir às emergências. Os resultados semelhantes observados nas coortes são atribuídos à prontidão das equipes de saúde e à disponibilidade de equipamentos médico cirúrgicos em quantidades seguras.
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    Avaliação da dinâmica da epidemia de COVID-19 pela inferência de carga viral de SARS-CoV-2 na cidade de Porto Alegre
    (2024-09-23) Silva, Larissa Rocha da; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A infeção por SARS-CoV-2 já causou mais de 6,6 milhões de mortes em todo o mundo e seu modelo de transmissão foi estabelecido. No entanto, são necessários mais estudos sobre a relação entre as ondas epidemiológicas da COVID-19 e a carga viral do SARS-CoV-2. Neste sentido, este trabalho avaliou o impacto da carga viral do SARS-CoV-2 nas ondas de positividade da COVID-19. Objetivo do estudo: Avaliar a dinâmica da epidemia por meio do cycle threshold (Ct), de amostras admitidas para testagem SARS-CoV-2 por RT-qPCR no Hospital Santa Casa de Porto Alegre, associando-o às medidas preventivas vigentes à época da pandemia. Materiais e métodos: Amostras de indivíduos com suspeita de COVID-19 foram analisadas por meio de RT-qPCR no Laboratório de Biologia Molecular do Hospital Santa Casa de Porto Alegre. Os dados epidemiológicos foram extraídos de websites da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, bem como do Estado do Rio Grande do Sul. Foram utilizadas análises wavelet com filtro de 3 dias. Resultados: Foram avaliadas 11.302 amostras positivas para COVID-19 de pacientes residentes em Porto Alegre. A maioria dos participantes da pesquisa eram do sexo feminino. Com média de idade de 44,6 anos. A mediana da carga viral relativa (CVR) foi de 9,98. Notou-se que houve uma estreita relação entre a presença de casos positivos e o aumento da carga viral. O espectro de potência local revelou que as correlações positivas foram amplificadas com valores de carga viral relativa acima de 600, enquanto apresentaram baixa correlação com valores inferiores de CVR. Essas correlações foram potencializadas dentro de uma janela de até 3 dias, exercendo influência durante períodos prolongados, mesmo diante de eventos extremos associados aos picos pandêmicos. Essa influência perdurou, em média, por aproximadamente 16 a 32 dias. O período de ocorrência com mais energia foi de 8 dias, dominando estes espectros. Um resultado geral da análise wavelet é que entre os dados de CVR houve influência média de 32 dias de ciclos de ocorrência. Foi realizada análise de CVR filtrado de alta frequência, mostrando que a série temporal apresenta um padrão alternado de valores altos e baixos de CVR resultante da alta variância de CVR em 3 dias. Conclusão: A carga viral relativa de SARS-CoV-2 não conseguiu prever as ondas de positividade de COVID-19 devido à mutação genética do vírus, o que resultou em novas variantes. Houve períodos de alta CVR, em que a transmissão ocorreu em até 32 dias, e períodos de baixo CVR, em que a transmissão ocorreu em até 16 dias.
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    Avaliação da atividade antinociceptiva da neurotoxina recombinante CTK 01512-2 por administração subcutânea e no acuponto E36 em modelo de dor neuropática induzido por oxaliplatina em ratos Wistar
    (2024-06-07) Britto, Fernanda Cristina de; Dallegrave, Eliane; Ferreira, Charles Francisco; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Em roedores, a Oxaliplatina (OXA) induz hiperalgesia ao frio e alodínia mecânica, onde canais de cálcio tipo N (Cav2.2) e receptor de potencial transitório de anquirina 1 (TRPA1) são mais expressos, embora o mecanismo exato não tenha sido completamente elucidado. A neurotoxina recombinante CTK 01512-2 derivada da aranha Phoneutria nigriventer demonstrou bloqueio Cav2.2 afetando o influxo de Cálcio voltagem dependente (Ca2+) intracelular e agonização de TRPA1, apresentando-se como um peptídeo com ação analgésica/antinociceptiva promissor. Objetivos: Analisar a eficácia analgésica da neurotoxina recombinante CTK 01512-2, administrada por via subcutânea e no acuponto E36, em comparação com o tratamento padrão-outro (duloxetina) em um modelo de dor neuropática induzido por oxaliplatina em ratos Wistar. Material e Métodos: Foi utilizado um modelo de dor neuropática periférica induzida por dose única de OXA (6 mg/kg i.p.) em ratos Wistar machos com 60 dias, para realização de 3 ensaios avaliando efeitos do CTK 01512-2: perfil doseresposta da administração subcutânea (SC, N=30); perfil neuroquímico (N=32); eficácia da farmacopuntura (N=32). A via subcutânea do CTK 01512-2 foi testada (n=5/grupo) nas doses de 0,1; 0,2 e 0,4 mg/kg, e comparada com 30 mg/kg SC de Duloxetina (controle positivo). Testes de sensibilidade mecânica (Von Frey) e alodinia fria (acetona) foram realizados antes da indução da dor, três dias após, antes do tratamento e aos 15 e 30min, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7h após. O perfil neuroquímico (GABA, dopamina, acetilcolina) do CTK 01512-2 foi avaliado (n=8/grupo) estruturas cerebrais (córtex, estriado, hipocampo, mesencéfalo, amígdala, hipotálamo), 5h após o tratamento com a dose de 0,2 mg/kg e comparado com a Duloxetina (30 mg/kg SC). Testes de Von Frey e de Acetona foram realizados antes da indução da dor, três dias após, antes do tratamento e aos 15 e 30min, 1, 2, 3, 4 e 5h após. A eficácia da farmacopuntura (acuponto E36) do CTK 01512-2 com 1/10 da dose (0,02 mg/kg) foi avaliada (n=8/grupo) e comparada com a Duloxetina com 1/10 da dose (3 mg/kg) pelos testes de Von Frey e de Acetona, realizados antes da indução da dor, três dias após, antes do tratamento e aos 15 e 30min, 1, 2, 3,4 e 5h após. Em todos os ensaios os grupos experimentais foram comparados com o grupo controle negativo (OXA+Salina) e controle sem dor (Salina+Salina). A eutanásia foi procedida por decaptação sob anestesia prévia com isofluorano. A quantificação simultânea dos neurotransmissores no encéfalo foi realizada através da técnica LC-MS/MS. Resultados: O perfil dose-resposta da administração subcutânea de CTK 05152-2 revelou que a dose mínima efetiva capaz de inibir alodinia mecânica e térmica no modelo de dor neuropática aguda induzida pela OXA foi de 0,2 mg/kg. A inibição da alodinia mecânica inicia em 30min e se mantém pronunciada por 3h, já alodinia ao frio, inicia em 15min e se mantém sustentada por 5h. O perfil neuroquímico sinaliza envolvimento na inibição de aferências do trato espinomesencefálico e de interneurônios inibitórios próprios do estriado, mediado pela Dopamina e GABA. Além disso, no modelo de analgesia por farmacopuntura, 1/10 da dose efetiva de CTK 0512-2 pela via subcutânea foi eficaz na alodínia mecânica e ao frio, quando administrada no acuponto E36, iniciando seu efeito em 15min (alodínia mecânica) ou 30min (alodínia ao frio) e mantendo-se por 5h em ambos. Conclusão: CTK 01512-2 mostrou eficácia equianalgésica em relação à duloxetina no modelo de dor neuropática induzido pela oxaliplatina por via subcutânea e no acuponto E36.
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    Pré-eclâmpsia e transportadores iônicos: uma revisão da literatura
    (2023-09-22) Moura, Thaís Duarte Borges de; Branchini, Gisele; Nunes, Fernanda Bordignon; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A pré-eclâmpsia (PE) é atualmente uma das complicações mais comuns em obstetrícia, envolvendo de 3 a 5% de todas as gestações, e está entre as três principais causas de morbimortalidade materna e perinatal no mundo. A manifestação clínica se dá através da hipertensão gestacional após a 20° semana de gestação. Essa hipertensão deve estar acompanhada por proteinúria e/ou disfunções maternas de órgãos-alvo como, complicações neurológicas, edema pulmonar, trombose microvascular, insuficiência renal, lesão hepática, e/ou disfunção uteroplacentária. A fisiopatologia da PE é complexa e ainda não bem definida. Evidências crescentes sugerem que a regulação dos canais iônicos pode desempenhar um papel fundamental nas adaptações da circulação uterina durante a placentação. Na gestação, os canais iônicos têm papel importante na homeostase do meio materno-fetal, visto que auxiliam na passagem de nutrientes e outros compostos químicos entre a mãe e o feto, regulam a síntese e secreção de hormônios, auxiliam na migração de células trofoblásticas, controlam o transporte de elementos e regulam a contração e o relaxamento de células musculares lisas dos vasos sanguíneos. Objetivos: Elaborar uma revisão narrativa compilando os trabalhos que descrevem o envolvimento dos transportadores iônicos na pré-eclâmpsia. Métodos: Foram rastreados os trabalhos na literatura científica, na base de dados MEDLINE e EMBASE. Como critérios de inclusão foram utilizadas publicações em inglês com resumos disponíveis de janeiro de 2000 a abril de 2023, com os descritores “transportador de membrana”, “canais iônicos” e “pré-eclâmpsia”, com o uso de operadores booleanos. Foram selecionados os artigos de pesquisa original que descreviam algum método de estudo dos canais iônicos na PE, além de artigos adicionais usados na construção da narrativa do texto, que descrevem características da pré-eclâmpsia e dos transportadores iônicos. Artigos duplicados na busca foram excluídos. Resultados e Conclusões: Foram arrolados 157 artigos científicos para elaboração da revisão narrativa, evidenciando o papel das principais famílias de transportadores iônicos entre tecido placentário, células primárias e tecido do cordão umbilical de todos os trimestres da gravidez de pacientes com PE, ensaios laboratoriais em células de cultivo, expressão de mRNA e experimentos em animais induzidos à PE. Em gestações complicadas, como em pacientes com PE, inúmeros estudos apontaram que, em condições prejudiciais, como na hipóxia e no estresse oxidativo, os canais iônicos são regulados negativamente e sua atividade é prejudicada. Assim, identificar as alterações em vias de sinalização dependentes de íons é imprescindível para compreender mais claramente a fisiopatologia da PE, visto que em caso de desregulação e/ou supressão de transportadores iônicos, a gravidez pode vir a apresentar complicações.
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    Reação em cadeia da polimerase (PCR) para a detecção do genoma de Treponema pallidum em amostras de sangue e fluido cerebroespinal de recém-nascidos em diferentes situações de risco para sífilis congênita – uma amostra do sul do Brasil
    (2021-01-28) Melo, Rafaela Caroline Clarinda; Bonamigo, Renan Rangel; Ramos, Mauro Cunha; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A transmissão vertical da sífilis continua sendo um grave problema de saúde pública. Atualmente utilizam-se critérios clínicos e laboratoriais que, em conjunto, sugerem ou não o diagnóstico de sífilis congênita (SC). A multiplicidade de testes solicitados indica que a sensibilidade e a especificidade destes são aquém do ideal e refletem uma interpretação relativa dos resultados. É necessária a busca por testes com maiores sensibilidade e especificidade que auxiliem a tomada de decisão clínica. Objetivos: Desenvolver a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) para identificação do DNA de Treponema pallidum em amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano (LCR) de recém-nascidos em diferentes situações de risco para SC e verificar a positividade da técnica nestes grupos. Materiais e Métodos: Em estudo transversal, com grupo de comparação, conduzido entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020 no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, foram coletadas amostras de sangue e LCR de recém-nascidos expostos verticalmente à sífilis, com indicação de investigação para SC conforme protocolo institucional. O grupo de comparação foi composto por recém-nascidos sem história de exposição à sífilis, mas com outras indicações clínicas para coleta dessas amostras. Todas as amostras coletadas foram submetidas ao exame de PCR convencional. Resultados: Foram incluídos 57 pacientes (35 expostos à sífilis e 22 como grupo comparativo). A PCR foi positiva em 57,6% das amostras de sangue e 66,7% das amostras de LCR nos pacientes expostos à sífilis. Neste grupo, não houve relação entre a positividade da PCR e a positividade de seu RPR, a positividade do RPR da mãe e/ou o tratamento materno prévio. Verificou-se positividade da PCR em duas amostras de sangue e cinco amostras de LCR no grupo de comparação. Conclusão: Embora a PCR pareça ser um método promissor para compor a avaliação de casos suspeitos de SC, há necessidade de continuidade dos estudos sobre a técnica e a importância de seu uso.
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    Avaliação dos efeitos neuroprotetores do extrato seco da Unha de Gato (Uncaria tomentosa e Uncaria guianensis) sobre a memória, perda de neurônios e reatividade glial no hipocampo de ratos após neuroinflamação crônica recorrente
    (2023-12-21) Silva, Gabrielle Nunes da; Fernandes, Marilda da Cruz; Gutierres, Jessié Martins; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Na neuroinflamação, ocorre um aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias, essas moléculas são liberadas pelas células gliais, em resposta a estímulos patológicos, como infecção, trauma e doenças neurodegenerativas. A presença excessiva dessas citocinas pró-inflamatórias podem levar a disfunção sináptica, morte celular, danos neuronais e levar cronicamente a déficits de memória. Objetivos: Este estudo foi desenhado para caracterizar os efeitos do tratamento com Unha de Gato (UG, 30 e 100 mg/kg) no comprometimento de aprendizagem e memória, neurônios maduros, morte celular e ativação glial induzida por neuroinflamação crônica recorrente (CRN) e seus prováveis mecanismos moleculares subjacentes. Materiais e métodos: Foram utilizados 30 ratos Wistar machos adultos, divididos em quatro grupos: grupo veículo (VE), grupo LPS (LPS), grupo LPS + UG30 mg/kg (LPS+UG30) e grupo LPS + UG100 mg/kg (LPS+UG100), que receberam UG, via gavagem e injeção intraperitoneal de LPS a cada 5 dias por 34 dias. Utilizou-se a técnica de imuno-histoquímica para caspase-3, NeuN, Iba1 e GFAP, em cortes do giro denteado do hipocampo desses animais. A quantificação foi feita por densitometria óptica (DO). Resultados: A análise dos dados indicam que (1) a injeção crônica de lipopolissacarídeos (LPS) (i.p) resultou em um declínio significativo no índice de memória episódica de curto e longo prazo (tarefa de reconhecimento de objetos) e aprendizagem espacial e memória (tarefa de labirinto em Y) de ratos; (2) tratamento com ambas as doses de UG efetivamente protegeu contra comprometimento de aprendizagem e memória induzido por CRN; (3) O tratamento com UG diminuiu significativamente a expressão da proteína glial fibrilar ácida (GFAP) no giro dentado do hipocampo (GD), ambas as doses, e na região 1 do Corno de Ammon (CA1), na dose de UG100; e aumentou a expressão da proteína nuclear neuronal (NeuN) no hipocampo DG, CA1 e região 3 do Corno de Ammon (CA3) do CRN, e o mecanismo protetor subjacente do UG pode estar envolvido na influência dos astrócitos na sobrevivência neuronal. Por outro lado, os resultados indicam que o tratamento sistêmico com UG não consegue prevenir eficazmente o aumento da expressão de Iba-1 e caspase-3 clivada induzida por CRN. Conclusões: Assim, a aplicação de UG na dose de 100 mg/kg exerce efeitos protetores sobre a memória, neurônios adultos e astrócitos, mas não o suficiente para reverter os efeitos da ativação microglial ou morte celular induzida pela neuroinflamação crônica
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    Achados histopatológicos do efeito da Alamandina no tecido renal em modelo experimental de fibrose pulmonar
    (2024-04-25) Gavazzoni, Kelli; Dallegrave, Eliane; Rigatto, Katya Vianna; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A doença renal aguda e crônica é um dos problemas mundiais que vem crescendo nas últimas décadas. A toxicidade vascular sustentada com lesão endotelial e apoptose ocasiona lesões renais com acúmulo de tecido fibrótico e perda ou agravamento da função renal. Uma vez que a filtração, secreção e reabsorção renal são dependentes da vasculatura, qualquer fármaco que apresenta efeitos relacionados aos vasos tem grande potencial de influenciar a sua função. Para minimizar os efeitos adversos sobre o sistema renal, foram estudados os possíveis efeitos da Alamandina, um novo e importante peptídeo contraregulatório do sistema renina-angiotensina, recentemente identificada e caracterizada, nos rins de ratos. Objetivos: Avaliar o efeito da Alamandina no tecido renal de ratos em modelo experimental de fibrose pulmonar induzida por Bleomicina. Materiais e Métodos: Foram utilizados 20 ratos Wistar alocados aleatoriamente em 4 grupos (N=5/grupo): Controle (CO), tratados com Alamandina (ALA), tratados com Bleomicina (BLM) e tratados com Bleomicina e Alamandina (BLM + ALA). Os animais pertencentes aos grupos BLM e BLM + ALA, foram anestesiados e tratados por via oral com 2.5 mg/kg de BLM no 1º dia. Os animais dos grupos ALA e BLM + ALA receberam Alamandina (Sigma Aldrich, St Louis, MO, EUA) via minibombas osmóticas (OM; Alzet 2004) por via subcutânea, introduzida no mesmo dia, na dose de 50 µg/kg, fornecendo 0,25 μl/hora, por 14 dias. Resultados: Achados histopatológicos estavam presentes em todos os grupos experimentais, exceto nos ratos controle. As principais alterações glomerulares compreenderam aumento de volume corpuscular, redução de espaço Bowman com lobulação acentuada do tufo glomerular, sinéquia, atrofia e septação do tufo glomerular. O epitélio tubular proximal renal apresentou atrofia, perda da borda em escova e presença de cilindros protéicos no lúmen tubular. Os túbulos contorcidos distais apresentam dilatação, hipertrofia e necrose celular. Conclusão: As alterações apresentadas em glomérulos e túbulos renais evidenciaram que a Alamandina, isolada ou concomitante com Bleomicina, alteram essas estruturas, o que pode comprometer a função renal.
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    Estudo de série de casos e revisão de literatura de pacientes com síndrome de Turner associada a alterações neuropsicológicas
    (2024-03-15) Guaraná, Bruna Baierle; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Rosa, Rafael Fabiano Machado; Mergener, Rafaella; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A síndrome de Turner (TS), também conhecida como síndrome de hipoplasia ovariana congênita, é a aneuploidia cromossômica sexual mais comum encontrada em mulheres. Resulta de uma deleção ou do não funcionamento parcial ou total de um dos cromossomos X. Dentre os seus achados clínicos, estão as alterações neuropsicológicas e a dificuldade cognitiva social. Objetivos: O presente estudo visa realizar uma análise clínica e citogenética, correlacionar o genótipo e fenótipo, de pacientes com síndrome de Turner e com essas alterações neuropsicológicas. Metodologia: Estudo retrospectivo de uma série de casos e revisão de literatura. A amostra do estudo é composta por pacientes com diagnóstico de síndrome de Turner atendidas por médicos geneticistas do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospital no Sul do Brasil. A revisão de literatura foi realizada através da seleção de artigos das plataformas PUBMED e BVS. Resultados: O estudo permitiu analisar os genes e as regiões do cromossomo X candidatos a proporcionar as alterações neuropsicológicas e avaliar o seu circuito gênico neuronal. Foi possível relacionar as vias sinápticas disfuncionais e a redução do volume e espessura cortical cerebral de pacientes com TS. Conclusões: Fica implícita a associação do cromossomo X com as alterações neurológicas e psicossociais, apesar de ainda serem necessários mais estudos acerca do tema.
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    Anormalidades genéticas identificadas entre pacientes encaminhadas para avaliação por amenorreia secundária
    (2023-06-29) Besson, Marina da Rocha; Rosa, Rafael Fabiano Machado; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Nunes, Maurício Rouvel; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    O objetivo da pesquisa é verificar a frequência e os tipos de anormalidades genéticas identificadas em pacientes encaminhadas por AS a um Serviço de Genética Clínica de referência do Sul do Brasil.
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    Potencial Evocado Miogênico Vestibular e Eletrococleografia em Pacientes com Vertigem Posicional Paroxística Benigna
    (2020) Rossetto, Ana Paula; Zen, Paulo Ricardo Gazzola; Sleifer, Pricila; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é considerada a causa mais frequente de vertigem atribuída a uma disfunção vestibular. O Potencial Evocado Miogênico Vestibular (VEMP) e a Eletrococleografia (ECochG) são exames complementares da avaliação otoneurológica que apresentam diversas características favoráveis à sua utilização, pois avaliam estruturas específicas do sistema vestibular. Objetivos: Analisar e associar as respostas do Potencial Evocado Miogênico Vestibular Cervical (cVEMP) e da ECochG em pacientes com diagnóstico VPPB. Material e Métodos: Estudo transversal, com intervenção diagnóstica por meio da audiometria tonal liminar, cVEMP, ECochG, onde foram avaliados indivíduos com diagnóstico de VPPB. Resultados: No procedimento cVEMP, as médias das latências de P13 e N23 foram 16,9 ms e 23,7 ms na OD e, 17,0 ms e 24,0 ms na OE, respectivamente. A média do índice de assimetria foi de 19,3%. Na testagem da ECochG, 21 (91,30%) indivíduos apresentaram alterações. Conclusão: Na associação da ECochG com a VPPB, os resultados evidenciaram relevância estatística, diferentemente dos resultados do cVEMP associados com a VPPB. No entanto, cabe ressaltar que verificou-se nas análises individuais e qualitativas, presença de alterações nos achados do cVEMP.
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    Covid-19 em pacientes com câncer: monitorização prospectiva dos pacientes em tratamento oncológico com radioterapia em uma instituição privada do Sul do Brasil
    (2023-09-25) Alves, Denise Ferreira Silva; Dornelles, Daniela Rosa; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A pandemia do COVID-19 espalhou-se rapidamente por todos os continentes e se tornou uma ameaça invisível. Os pacientes idosos e/ou com várias comorbidades pareciam ser o grupo de maior risco, propensos a desenvolver quadros infecciosos graves e potencialmente fatais. Nesse cenário, a associação de que pacientes imunocomprometidos, como os pacientes oncológicos, também faziam parte do grupo de maior risco era inerente. O impacto sobre a qualidade de vida (QV) dos pacientes oncológicos que tiveram que permanecer em tratamento radioterápico durante a pandemia foi estimado no presente estudo. Objetivos: Avaliar a QV dos pacientes submetidos a tratamento radioterápico durante a pandemia do COVID- 19 em um hospital privado no Sul do Brasil, no período entre setembro de 2020 a setembro de 2021. Material e Métodos: Estudo de coorte prospectivo constituído na aplicação semanal, durante o tratamento radioterápico, de questionários de QV do EORTC QLQ-C30 incluindo perguntas sobre dados demográficos e preocupações sobre a pandemia, através de contato telefônico. Resultados: Cento e quarenta e um pacientes participaram do estudo. A maioria era do sexo feminino (69,5%), com idade média de 61 anos. Os sítios de tratamento mais comuns foram mama (51%) e próstata (19%). A duração da maioria dos tratamentos foi de 3 a 5 semanas (73,77%). Apenas 6 pacientes testaram positivo para COVID-19 (4,26%). O escore médio da QV global foi de 77,95 e o escore médio do funcionamento emocional foi de 87,53. Conclusão: Os pacientes oncológicos que precisaram manter tratamento radioterápico durante a pandemia tiveram uma baixa taxa de infecção por covid19 e mantiveram uma boa qualidade de vida, com baixo impacto emocional durante o período do tratamento.
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    Hipocitratúria como biomarcador de acidose tubular renal em pacientes com doença de Sjögren
    (2023) Coradin, Rafael; Keitel, Elizete; Goldani, João Carlos; Lopes, Maria Lúcia Lemos; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: A Doença de Sjögren (DS), como vem sendo chamada a Síndrome de Sjögren primária, é uma doença inflamatória crônica imunomediada, que pode ou não estar associada a outras doenças reumatológicas imunomediadas. Afeta principalmente tecidos epiteliais, sobretudo glândulas salivares e lacrimais além de manifestações extra glandulares, como pulmão, sistema nervoso e rins. A principal manifestação renal é a nefrite túbulo-intersticial (NTI) podendo se apresentar clinicamente como acidose tubular renal (ATR), entre outras manifestações. Há muito se busca um biomarcador para o diagnóstico de ATR e o citrato urinário pode ser um biomarcador precoce neste grupo de pacientes. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar se a hipocitratúria é um biomarcador preditor de ATR em uma amostra de pacientes com DS em um hospital terciário do Sul do Brasil, bem como descrever as características sociodemográficas da população estudada. Material e Métodos: Foram incluídos todos os pacientes com DS que cumpriram os critérios de inclusão participantes do ambulatório de Reumatologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Dados demográficos, relativos à DS bem como dados sorológicos e urinários foram obtidos. Os pacientes que apresentaram pH urinário persistentemente acima de 5,5 foram submetidos ao teste de acidificação da urina com furosemida e fludrocortisona. Resultados: Foram incluídos 42 pacientes, sendo 95,2% do sexo feminino, com uma mediana de idade de 61,73 anos. A prevalência de ATR distal completa foi de 4,88%. Vinte e oito pacientes foram submetidos ao teste de acidificação da urina, sendo que dois não acidificaram. Cinco pacientes apresentaram hipocitratúria, sendo que dois desses pacientes apresentaram ATR distal completa. A associação entre a hipocitratúria e a ATR foi estatisticamente significativa (p< 0,012) com uma sensibilidade de 100%, especificidade de 91,2% e acurácia de 91,7. O valor preditivo positivo foi de 40% e o valor preditivo negativo foi de 100%. Conclusão: A amostra de pacientes com Doença de Sjögren foi na sua maioria de mulheres brancas, na quinta década de vida e de baixa renda. A prevalência de ATR na população estudada foi de 4,88%. A hipocitratúria teve alta sensibilidade e acurácia no diagnóstico de ATR. Na avaliação do comprometimento renal, uma paciente apresentava insuficiência renal crônica e cinco pacientes proteinúria maior que 0,5g/24h
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    Morbimortalidade Durante a Internação de Pós- Operatório Imediato do Transplante Renal
    (2023-03-31) Dal Magro, Priscila Sartoretto; Keitel, Elizete; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: O transplante renal (TR) tem eficácia e menor custo no tratamento da doença renal terminal. É realizado em pacientes com múltiplas comorbidades, sendo o período perioperatório desafiador. Objetivos: Avaliar a morbimortalidade do pós-operatório imediato do transplante renal em um hospital terciário; avaliar se o Índice de Comorbidades de Charlson (CCI) foi associado a complicações graves pela classificação de Clavien - Dindo. Métodos: Estudo de coorte prospectivo em uma amostra de 230 pacientes adultos que realizaram TR entre setembro de 2020 e março de 2022. Resultados: Dos 230 pacientes,135 eram homens, a média de idade foi 49.212.7 anos, apresentavam sobrepeso 38.3%; obesidade 20.4%; e 96.52% dos transplantes foram de doador falecido; intercorrências no transoperatório ocorreram em 10.9% dos pacientes, a mais frequente foi sangramento com necessidade de hemocomponentes. Dificuldade de via aérea foi a intercorrência anestésica mais comum; dos 11 pacientes com dificuldade de via aérea, 7 tinham sobrepeso e 4 eram obesos (p=0.020); a complicação clínica mais frequente no pós-operatório foi a necessidade de hemodiálise (57.8%), seguida por infecção (21.7%); onze (4.7%) pacientes do estudo tiveram infecção viral por COVID -19 nos 30 dias de acompanhamento; complicações vasculares ocorreram em 11.3%, sendo o hematoma a mais frequente; ocorreram 6 complicações urológicas (3.5%), e a mais comum foi fístula urinária; a reintervenção cirúrgica ocorreu em 12.6% dos pacientes; a taxa de óbito em 30 dias foi de 1.7%; o tempo mediano de internação foi de 16.3±7.8 dias; o CCI não foi associado a complicações graves, somente à presença de insuficiência cardíaca no pré-operatório. Conclusão: As complicações anestésicas foram baixas, o sangramento no transoperatório e dificuldade de via aérea foram as mais frequentes; o retardo do funcionamento do enxerto foi elevado, seguido pela infecção bacteriana; as complicações cirúrgicas mais comuns foram vasculares; o CCI não mostrou associação as complicações graves
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    Tomografia Computadorizada no diagnóstico de comorbidades relacionadas ao tabagismo em estudos de rastreamento de câncer de pulmão no Brasil
    (2023-01-09) Mattos, Juliane Nascimento de; Hochhegge, Bruno; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: O rastreamento de câncer de pulmão, por meio de tomografia computadorizada de tórax (TC) é essencial para o diagnóstico precoce do câncer de pulmão e de outras comorbidades relacionadas ao tabagismo. No entanto, as comorbidades não são identificadas de forma correta durante os estudos de rastreamento (pouco realizados em países em desenvolvimento). Nesse sentido, identificar essas comorbidades durante esses estudos em países em desenvolvimento é essencial. Objetivos: Avaliar e quantificar a prevalência de seis comorbidades relacionadas ao tabagismo (sarcopenia, calcificação da artéria coronária (CAC), enfisema pulmonar, anormalidade intersticial e esteatose hepática). Material e Métodos: Nesse estudo retrospectivo, foram avaliadas TC de baixa dose (n=775) de pacientes submetidos ao rastreamento de câncer de pulmão em um hospital terciário entre os anos de 2016 e 2020. Um grupo controle pareado por idade e sexo foi obtido para comparação (n=370). Foram analisados de forma quantitativa através de um software, a presença das seis comorbidades. O teste t e o teste Qui-quadrado foram usados para avaliar as diferenças entre esses valores. Coeficientes de correlação interclasse (ICCs) e concordância do inter-observador também foram calculados. p <0,05 foram considerados significativos. Resultados: Uma ou mais comorbidades foram identificadas em 86,6% dos pacientes e em 40% dos controles. A osteoporose esteve presente em 44,2% dos pacientes e em 24,8% dos controles. Novos diagnósticos de doenças cardiovasculares, enfisema e osteoporose foram realizados. O coeficiente kappa para calcificação da artéria coronária foi de 0,906 (p<0,001). ICCs para medidas de fígado, baço e densidade óssea foram 0,88, 0,93 e 0,96, respectivamente (p<0,001). Conclusão: Os dados adquiridos durante o estudo de rastreamento de câncer de pulmão utilizando a TC de baixa dose, identificaram as seis comorbidades tabaco-relacionadas. Nesse sentido, a TC em estudos de rastreamento, facilita o diagnóstico de comorbidades em países em desenvolvimento, fornecendo oportunidades para sua prevenção e tratamento
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    Câncer de pele após transplante cardíaco: uma revisão sistemática
    (2023-07-06) Aguzzoli, Nathalia Hoffmann Guarda; Bonamigo, Renan Rangel; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Um amplo espectro de doenças cutâneas afeta os pacientes receptores de transplantes de órgãos sólidos, visto que os mesmos necessitam de terapia imunossupressora de longo prazo para prevenir a rejeição do órgão transplantado. Dentre as complicações cutâneas mais prevalentes no seguimento clínico desses pacientes, encontra-se o câncer de pele. Objetivos: Verificar a frequência de câncer de pele em pacientes transplantados cardíacos a partir de dados da literatura. Através de uma revisão de literatura, avaliar a frequência de câncer de pele não melanoma, melanoma e sarcoma de Kaposi em pacientes transplantados cardíacos. Como objetivos secundários, avaliar possíveis fatores clínicos e medicamentosos associados ao câncer de pele em pacientes transplantados cardíacos. Avaliar a qualidade dos artigos e a metodologia utilizada nos trabalhos existentes na literatura. Organizar os dados encontrados com base na literatura a fim de oferecer estratégias e equidade em cuidados dermatológicos para essa população específica de pacientes. Material e Métodos: realizada revisão sistemática da literatura, a busca compreensiva da literatura foi efetuada utilizando as plataformas do PubMed, EMBASE e Scopus. Resultados: Um total de 2589 artigos foram inicialmente encontrados na literatura. Realizados uma primeira seleção lendo os títulos dos artigos e em seguida a segunda seleção, lendo títulos e resumos, após essas duas etapas, 2123 artigos foram excluídos. Identificamos 175 artigos repetidos. Ao final, 291 artigos foram lidos na íntegra e de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, 43 artigos foram incluídos nessa revisão sistemática. Conclusão: Pacientes transplantados cardíacos apresentam alta frequência de câncer de pele e que chegamos no momento de analisar exclusivamente a população de transplantados cardíacos, especificamente focando no desfecho câncer de pele. Mais estudos são necessários para entender a complexidade da terapia imunossupressora específica desses pacientes e a interação com os fatores de risco individuais para o desenvolvimento de câncer de pele. Este estudo reforça que os dermatologistas desempenham um importante papel no seguimento a curto e longo prazo dos pacientes transplantados cardíacos. Essa população de pacientes merece cuidados contínuos do médico dermatologista, visto que essa prática clínica multidisciplinar pode alterar a morbimortalidade e a qualidade de vida após o transplante cardíaco. Assim, a atuação conjunta entre os cardiologistas especialistas em transplante cardíaco e os dermatologistas é uma ação crucial e essencial no atendimento a essa população
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    Suscetibilidade à neuropatia periférica por Talidomida: avaliação da prevalência de polimorfismos entre variantes genéticas SERPINB2 e PKNOX1 em pacientes com Eritema Nodoso Hansênico
    (2024-01-29) Perazzoli , Simone; Bonamigo, Renan Rangel; Vianna, Fernanda Sales Luiz; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: O Eritema Nodoso Hansênico (ENH) é uma resposta imune humoral ao Mycobacterium leprae, e caracteriza-se por nódulos eritematosos associados ou não a sintomas sistêmicos. O principal medicamento utilizado, no Brasil, para tratar o ENH é a talidomida, no entanto a medicação possui efeitos adversos importantes, como neuropatia periférica (NP). É escasso o conhecimento quanto ao perfil do paciente com hanseníase de maior risco para desenvolver NP por talidomida, sendo possível a influência de fatores clínicos e genéticos. Variantes genéticas dos genes SERPINB2 e PKNOX1 já foram implicadas com a predisposição para desenvolvimento de NP por talidomida em outros contextos clínicos, como mieloma múltiplo, quimioterapia por taxanos e doença inflamatória intestinal pediátrica. Objetivos: Avaliar a prevalência de polimorfismos entre variantes genéticas SERPINB2 e PKNOX1 em pacientes com ENH. Material e Métodos: Estudo transversal incluindo pacientes com diagnóstico de ENH. Foram avaliadas as variantes genéticas SERPINB2 e PKNOX1, variáveis clínicas relacionadas à doença e a ocorrência de NP em usuários de talidomida com os polimorfismos genéticos. Resultados: Foram avaliados 47 pacientes; o polimorfismo rs6103 SERPINB2 teve uma frequência de 66% do alelo C e 34% o alelo G; o polimorfismo rs2839629 do PKNOX1 apresentou uma frequência de 75% para o alelo A e 25% para o alelo G. Os que apresentaram neuropatia tiveram maior frequência dos genótipos homozigoto e heterozigoto C (85% e 77,3% respectivamente) para o polimorfismo rs6103 (SERPINB2) e dos genótipos homo e heterozigoto A (84% e 80%, respectivamente) para o polimorfismo rs2839629 (PKNOX1). Essas diferenças não foram estatisticamente significativas. Conclusão: De acordo com o presente estudo, muitos pacientes com ENH possuem polimorfismos que podem aumentar a suscetibilidade à NP relacionada à talidomida. É provável que fatores genéticos sejam importantes no desenvolvimento desta complicação em pacientes portadores de hanseníase
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    Impactos da pandemia de COVID-19 no Estadiamento Clínico e na vivência de mulheres com Câncer de Mama
    (2023-05-12) Fritsch, Thais Zilles; Bica, Claudia Giuliano; Alves, Rafael José Vargas; Programa de Pós-Graduação em Patologia
    Introdução: Um grande impacto na saúde pública foi evidenciado pela diminuição na procura por mamografias de rastreamento, com consequente efeito no diagnóstico precoce do câncer de mama logo nos primeiros meses de pandemia. Objetivo: Analisar o impacto da pandemia de COVID-19 no diagnóstico clínico de mulheres com câncer de mama e explorar o enfrentamento do câncer. Material e Métodos: Trata-se de um estudo misto retrospectivo transversal e exploratório com análise de conteúdo realizado em duas etapas no Hospital Santa Rita de Porto Alegre. A primeira realizada com banco de dados de procedimentos cirúrgicos da mama no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020. Em seguida, realizou-se entrevistas com 10 pacientes diagnosticadas em 2020 com estadiamento clínico avançado. Resultados: Foram avaliados 1.733 procedimentos entre os anos de 2019 e 2020. Dentre esses, 491 (49,2%) diagnosticaram câncer de mama em 2019 e 335 (45,5%) em 2020. Quando comparamos os anos de 2019 e 2020 não encontramos diferença significativa no estadiamento clínico ou no fenótipo tumoral. No entanto, observamos diferença na frequência de Histologias Lobulares, Grau histológico 2 e da neoadjuvancia como escolha de primeiro tratamento para o ano pandêmico. Das 52 mulheres elegíveis para as entrevistas, 10 foram entrevistadas, as quais relataram desafios e mudanças nas rotinas e fluxos hospitalares desde o diagnóstico até o tratamento. A principal preocupação permeou o medo da morte pela infecção de COVID-19, e deste modo, os cuidados durante o tratamento foram ainda mais intensificados. Conclusão: Na comparação pré e pandemia não evidenciamos diferença significativa no estadiamento clínico. Apesar da instabilidade mundial gerada pela pandemia, as mulheres sobreviveram e enfrentaram o câncer respeitando e se adequando em cada processo, sem serem infectadas pelo vírus. Mostrando, assim, o sucesso da equipe na prevenção de riscos e do esforço das pacientes e de seus familiares na manutenção da saúde mesmo em momentos de desafios para que o atendimento a paciente com câncer de mama seja mais efetivo.
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    Avaliação de Marcadores de Prognóstico no Melanoma
    (2022) Azevedo, Munique Mendonça; Bica, Claudia Giuliano
    Introdução: O melanoma é altamente metastático, representando a causa mais comum de morte por câncer de pele em escala global. Sua classificação e prognostico são definidos pelo sistema de estadiamento da AJCC, o qual não é suficiente para acessar o risco de mortalidade para cada paciente individualmente devido ao caráter heterogêneo da doença, o que garante a busca por novos biomarcadores. Objetivos: Avaliar o estado-da-arte no que diz respeito à biomarcadores de prognóstico no melanoma, bem como analisar a associação entre a neoplasia e os seguintes marcadores: DNA livre circulante (cfDNA), citocinas inflamatórias e polimorfismo Ala16Val do gene SOD2 que codifica a enzima antioxidante superóxido dismutase dependente de manganês (MnSOD). Material e Métodos: Primeiramente, foi realizada uma revisão sistemática da literatura no que se refere a marcadores genéticos e epigenéticos com valor prognóstico no melanoma. Também, foram realizados dois estudos caso-controle onde foram incluídos pacientes com melanoma do Hospital Santa Rita e indivíduos saudáveis. No primeiro, foi realizada a quantificação dos níveis de cfDNA no plasma de casos e controles por meio do Kit Quant-iTTM PicoGreen® dsDNA (Invitrogen) e posterior leitura da fluorescência em fluorômetro. Para avaliar o status inflamatório dos indivíduos, a concentração de citocinas inflamatórias (IL-1, IL-6, TNFα, INFy and IL-10) foi medida. No segundo estudo, foi avaliada a associação entre o melanoma e o polimorfismo Ala16Val do gene SOD2 através da genotipagem de pacientes com melanoma e indivíduos saudáveis. Para tanto, um fragmento do gene SOD2 contendo a região do polimorfismo foi amplificado com primers específicos seguido de clivagem com a enzima de restrição Hae III. Resultados: No artigo científico I, o texto completo de 25 artigos foi avaliado. A análise do perfil de microRNA e a expressão de mRNA associada ao status mutacional dos genes BRAF e NRAS foram as abordagens mais frequentes. No artigo II, níveis elevados de cfDNA e citocinas pró-inflamatórias foram observados nos pacientes com melanoma quando comparados aos controles. Por outro lado, os casos apresentaram níveis reduzidos da citocina anti-inflamatória interleucina 10 em relação aos indivíduos saudáveis. Após a excisão do tumor primário, houve redução significativa da concentração de cfDNA no sangue dos pacientes. Quanto ao artigo III, foi reportada a associação entre o polimorfismo da MnSOD e o risco de melanoma, a qual é influenciada por sexo e idade. Conclusão: Apesar de muito conhecimento ter sido acumulado no que se refere aos marcadores no melanoma, nenhum se mostrou eficiente para detectar o potencial de progressão da doença ainda em seus estágios iniciais. A implementação de biomarcadores sanguíneos pouco invasivos durante o acompanhamento clínico para identificar pacientes em alto risco de metástases é fundamental para melhorar o desfecho dos pacientes com melanoma.
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    Avaliação das Margens Cirúrgicas no Carcinoma Ductal in situ da Mama e o Prognóstico das Pacientes após Tratamento Cirúrgico
    (2016) Schwengber, Indira Dini; Zettler, Cláudio Galleano; Paganini, Cassio Fernando
    Introdução: O carcinoma ductal in situ (CDIS) é uma forma não-invasiva de câncer de mama, representando cerca de 20% das neoplasias diagnosticadas através do rastreamento mamográfico e sua incidência vem aumentando. Mas o tratamento cirúrgico e pós-cirúrgico desta patologia ainda é um assunto em discussão. Objetivos: Determinar a relação entre a extensão das margens cirúrgicas, as características biológicas e as taxas de recorrência local (RL) do CDIS após cirurgia mamária. Material e Métodos: Foi realizada uma coorte retrospectiva a partir da análise dos prontuários das pacientes com diagnóstico de CDIS, que foram submetidas à cirurgia conservadora da mama ou mastectomia, no período de 2000 a 2013, tratadas em um centro de mastologia no sul do Brasil. Critério de inclusão: pacientes com diagnóstico de carcinoma ductal in situ puro. Critério de exclusão: pacientes com CDIS associado à componente invasor e àquelas com dados incompletos no prontuário. Resultados: Das 80 pacientes selecionadas, 21 tinham dados incompletos nos prontuários, restando 59 pacientes para o estudo. A mediana de idade foi de 51 anos (variando entre 34 e 83 anos). A incidência de recidiva local após tratamento de CDIS foi de 6,8%. Não houve associação estatisticamente significativa entre a margem cirúrgica final e a ocorrência de recidiva (p = 0,357). Conclusão: No nosso serviço, a incidência de recidiva local após tratamento de CDIS foi de 6,8%, dado maior do que os 3% descritos na literatura. Isso nos estimula a estudar mais e pesquisar novas maneiras de melhorar o tratamento dessa doença para que os riscos de recidiva sejam mínimos. O CDIS não representa um risco de vida, pois é uma doença local sem envolvimento regional. No entanto, sendo um precursor imediato do câncer de mama invasor, seu diagnóstico e tratamento necessitam uma abordagem adequada e multidisciplinar, já que a recorrência pode ser como um carcinoma invasor.