PPGHEP - Dissertações

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    Critérios cardiometabólicos, síndrome metabólica e composição corporal associados à MASLD
    (2023) Pereira, Victória Quadros da Silveira; Moreira, Thaís Rodrigues; Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia
    Introdução: Doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) é a mais frequente causa de doença crônica hepática em todo mundo e é a principal causa de morbidade e mortalidade relacionadas ao fígado. A obesidade, a distribuição de gordura e a composição corporal, assim como o comprometimento do metabolismo da glicose, a hipertensão arterial e a dislipidemia aterogênica são fatores de risco para MASLD. A literatura sugere que cada fator pode contribuir isoladamente ou em conjunto para a severidade da doença hepática. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi determinar a associação entre critérios cardiometabólicos e de composição corporal com gravidade histopatológica na MASLD. Métodos: Estudo transversal prospectivo com pacientes atendidos no ambulatório de um hospital terciário do Sul do Brasil. Foram incluídos indivíduos com idade ≥ 18 anos, com MASLD confirmado por biopsia hepática. A coleta ocorreu durante consultas nutricionais, oportunidade em que foram reunidos dados clínicos e referentes aos hábitos de vida. Aferiram-se parâmetros antropométricos e bioimpedância elétrica, para a avaliação da composição corporal. Aplicou-se testes T student, Mann-Withney, para comparar proporções, os testes qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher e correlação de Pearson e Spearman para análise de dados. Resultados: Avaliaram-se 62 pacientes com idade média de 58,04±8,9 anos, com IMC médio de 33,3±5,4kg/m². Hipertensão arterial foi diagnosticada em 80,6% (n=50), 75,8% (n=47) eram diabéticos e 72,6% (n=45) dislipidêmicos. Síndrome metabólica foi identificada em 83,9% (n=53). Risco para sarcopenia foi identificado em 95%(n=59). Na comparação entre níveis de esteatose hepática e variáveis, observou-se que pacientes com pressão arterial aumentada ou hipertensão, a prevalência de balonização foi significativamente maior (p=0,019), apresentaram maior massa gorda (p=0,054) e fibrose moderada/intensa/cirrose (p=0,063). O IMC tendeu a ser maior nos pacientes com balonização (p=0,062). A Síndrome Metabólica foi associada à prevalência de fibrose moderada/intensa/cirrose (p=0,003). Aqueles com risco para sarcopenia apresentaram IMC significativamente mais elevado do que os que não apresentavam risco (p=0,003). Conclusão: A esteatose hepática intensa correlacionou-se com o critério cardiometabólico de pressão aumentada ou HAS e diagnóstico de Síndrome metabólica. Os pacientes com maior IMC e massa gorda também apresentaram maior severidade da doença. Em acréscimo, o risco para sarcopenia foi identificado na maior parte dos indivíduos sendo o risco associado a maiores valores de IMC.
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    Esteatose hepática metabólica: existe correlação entre consumo de alimentos ultraprocessados e o comportamento alimentar e a qualidade de vida?
    (2022-12-20) Borba, Daniela Luísa; Marroni, Cláudio Augusto; Carter, Randhall Bruce Kreismann; Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia
    Introdução: A Esteatose Hepática Metabólica (MASLD) é reconhecida como um desafio global para a saúde pública, começando com o acúmulo de gordura no fígado, que pode progredir para cirrose ou até mesmo carcinoma hepatocelular. O tratamento está associado à mudança de estilo de vida, com ênfase na melhoria da qualidade da alimentação, priorizando o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. No entanto, observa-se em todo o mundo um aumento simultâneo da obesidade e do consumo de alimentos ultraprocessados. Considerando que a qualidade de vida de pacientes com doença hepática crônica pode ser afetada por fatores fisiológicos, comportamentais e emocionais, é relevante investigar o perfil alimentar dessa população. Objetivo: Avaliar possíveis correlações entre o consumo de alimentos ultraprocessados, o comportamento alimentar e a qualidade de vida em pacientes com MASLD. Método: Estudo transversal no qual 49 pacientes adultos (idade 41,59 anos, média ponderada) com MASLD foram avaliados. O consumo de alimentos ultraprocessados foi obtido por meio do Questionário de Frequência Alimentar. O Questionário de Comportamento Alimentar de Três Fatores foi utilizado para avaliar o comportamento alimentar, enquanto a qualidade de vida foi medida por meio do Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida Global e da percepção do estado de saúde da Organização Mundial da Saúde reduzido. Resultados: Foi observada uma correlação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o escore global de qualidade de vida (quanto maior o consumo de ultraprocessados, menor o escore de qualidade de vida; r² = -0,31, p = 0,02). De maneira semelhante, o consumo de ultraprocessados se correlacionou com o domínio de restrição cognitiva no comportamento alimentar (quanto maior o consumo de ultraprocessados, menor o escore de restrição cognitiva; r² = -0,282, p = 0,05). Conclusão: Em pacientes com MASLD, o consumo de alimentos ultraprocessados foi correlacionado com a redução da restrição cognitiva e da qualidade de vida. Além disso, o aumento de peso, alterações na composição corporal, piora na saúde geral e o aumento da mortalidade foram observados a esse padrão alimentar. Esses resultados demonstraram a importância de analisar o perfil alimentar e comportamental como condição sine qua non para propor uma abordagem nutricional estratégica e eficaz visando mudanças no estilo de vida para reduzir a esteatose e risco de progressão da doença.
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    Impacto do Tratamento da Hepatite C Crônica com Sofosbuvir na Função Renal em Pacientes Coinfectados pelo HIV Usando Tenofovir Disoproxil Fumarato com ou sem Atazanavir
    (2023-09-29) Andrzejewski, Scheila Kohls; Kliemann, Dimas Alexandre; Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia
    Introdução: Tanto a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) quanto pelo vírus da hepatite C (HCV) podem ser causa de doença renal crônica, seja em decorrência do efeito viral sobre o hospedeiro seja devido aos efeitos dos medicamentos utilizados no seu tratamento, os quais podem afetar a função renal. Este estudo avaliou a nefrotoxicidade em pacientes coinfectados por HIV/HCV em uso de tenofovir disoproxil fumarato (TDF) e sofosbuvir (SOF). Objetivos: Avaliar a incidência de nefrotoxicidade com TDF e SOF na coinfecção HIV/HCV. Métodos: Realizamos uma análise retrospectiva dos prontuários de um centro terciário no Brasil. Acompanhamos pacientes coinfectados por HIV/HCV com idade ≥18 anos por pelo menos 12 semanas após o término do tratamento para HCV. Dois grupos foram formados: um composto por pacientes expostos ao TDF (E-TDF) e outro pelos não expostos ao TDF (NE-TDF). O grupo E-TDF foi organizado de acordo com o tratamento do HCV: SOF+ daclatasvir (DCV); SOF+ ledipasvir (LDV); SOF+DCV+ ribavirina (RBV); SOF+RBV; e SOF+ velpatasvir (VEL); e subdivididos de acordo com o tratamento do HIV: pacientes expostos à combinação de TDF e atazanavir (ATV) ou não expostos a essas associações (N-TDF/ATV). O estágio de disfunção renal foi estabelecido pelo cálculo do índice de proteína/creatinina urinária (IPC) e taxa de filtração glomerular (TFG). O valor de IPC <0.2 g/dl indicava função normal e IPC ≥0.2 g/dl determinava alterações tubulares. A classificação adotada para a TFG foi a estabelecida pela Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO). Resultados: A maioria dos pacientes recebeu SOF+DCV+RBV (71.2%). Os dados socioeconômicos, clínicos e virológicos evidenciaram prevalência de etnia branca (79.5%), genótipo 1 (59%), presença de cirrose (20.5%) e fibrose avançada (31.5%). A maioria dos pacientes apresentou IPC pré-tratamento normal (66%) e TFG prétratamento estágios 1 e 2 (67% e 27%, respectivamente). Apenas 5% (4 pacientes) possuíam TFG pré-tratamento estágio 3. O grupo SOF+DCV+RBV apresentou redução do IPC no pós-tratamento (p>0.0001), e o grupo SOF+LDV apresentou diferença estatística entre o período pré-tratamento e pós-tratamento em relação a TFG (p=0.0108). Não foi observada correlação significativa entre a variação do IPC e o tempo de exposição ao TDF/ATV e ATV. No entanto, foi observada uma fraca correlação negativa na interpretação do IPC e o tempo de exposição ao TDF (r= - 0.3174; p=0.0193; n=54). Conclusão: Mesmo pacientes com função renal normal podem apresentar piora da função renal quando expostos à terapia antirretroviral. Nosso estudo detectou uma variação no IPC, com melhora do IPC ao longo do tempo na exposição ao TDF. No entanto, não foram encontrados achados estatisticamente significativos na análise correlacionada ao tempo de exposição ao TDF com ou sem a associação do ATV. Devido ao pequeno número de participantes e ao desenho retrospectivo, este estudo apresenta limitações que permitam conclusões definitivas, entretanto, não foram encontradas evidências de que o uso de SOF cause piora na função renal de pacientes com HIV em tratamento antirretroviral com TDF e/ou ATV. Ademais, os autores sugerem que a função renal deve ser monitorada de perto, especialmente durante o período inicial da terapia para o HCV.
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    Lesão hepática induzida por medicamentos: prevalência e estratégia para detecção por inteligência artificial
    (2023) Ortiz, Gabriela Xavier; Blatt, Carine Raquel; Ulbrich, Ana Helena Dias Pereira dos Santos; Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia
    Introdução: A lesão hepática induzida por medicamento, também conhecida como DILI, é uma reação adversa com impacto na morbimortalidade de pacientes, aumento do tempo de internação hospitalar e dos custos do serviço de saúde. Objetivos: apresentar dados farmacoepidemiológicos de DILI em hospital e descrever o desenvolvimento de algoritmo de detecção de DILI através de inteligência artificial (IA). Métodos: no primeiro momento, foi realizado estudo transversal retrospectivo analítico com dados de pacientes hospitalizados no período de janeiro a junho de 2022. Incluiu-se pacientes sem restrição de idade, com ALT ≥ 3 x Limite superior da normalidade. A ferramenta de detecção por inteligência artificial utilizou dados do prontuário eletrônico hospital multibloco terciário: marcadores hepáticos e palavras-chave relacionadas a hepatopatias para excluir ou incluir pacientes com potencial DILI. A validação ocorreu através de comparações com avaliação manual dos mesmos casos por especialista em hepatologia. Para o desenvolvimento do algoritmo por IA foi utilizado aprendizado de máquina supervisionado e processamento de linguagem natural. Resultados: de um total de 56.014 pacientes internados, 1.274 apresentaram alteração de ALT. Desses, excluiu-se 550 casos por doença hepática não relacionada a medicamento, 186 oncológicos, 178 pacientes sem informações em prontuário, 108 por sepse/choque séptico, 92 por covid-19 positivo, 89 de choque cardiogênico e 30 sem suspeita de medicamento. Aplicou-se RUCAM em 41 casos, com confirmação de DILI em 38. A prevalência de DILI foi de 7 casos por 10.000 pacientes. Uma segunda coorte de pacientes do mesmo hospital foi utilizada para validação da ferramenta de IA, dessas a IA excluiu automaticamente 50,8% (n= 89) dos casos suspeitos utilizando os termos de exclusão em consenso com a análise do revisor manual. Foi verificado uma sensibilidade de 84%, especificidade de 70% e acurácia de 72% para detecção, sendo o valor preditivo positivo de 35% e o valor preditivo negativo de 95%. A aplicação do algoritmo automatizado resultou em uma economia de tempo estimada em 50%. Conclusão: A prevalência de DILI hospitalar no presente estudo é compatível com a literatura. Marcadores hepáticos são importantes alertas para detecção de DILI, porém não podem ser utilizados isoladamente. O algoritmo desenvolvido demonstrou valores de especificidade, VPN, e economia de tempo comparáveis com publicações internacionais. Até o presente momento, esse é o primeiro trabalho de desenvolvimento de algoritmo de detecção automatizada de DILI no contexto da população brasileira.
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    Resultados do downstaging do carcinoma hepatocelular através da quimioembolização transarterial hepática na realização de transplante hepático
    (2023-11-30) Morais, Beatriz Garcia de; Mattos, Angelo Alves de; Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia
    Introdução: O transplante hepático tem papel fundamental no tratamento do carcinoma hepatocelular (CHC) por oferecer um tratamento para a neoplasia e para a doença de base (cirrose hepática). Os critérios de Milão regem a alocação em lista de transplante deste grupo de pacientes. Entretanto, muitas vezes, o diagnóstico ocorre quando as dimensões do tumor ultrapassam estes critérios. Nesse contexto, é frequente a indicação de tratamentos locorregionais com o objetivo de reduzir o tamanho dos nódulos e enquadrar os pacientes dentro dos critérios para o transplante. Objetivo: Avaliar os pacientes cirróticos portadores de CHC submetidos à quimioembolização transarterial (TACE) com intuito de downstaging para o transplante hepático. Métodos: Estudo retrospectivo no qual foram avaliados prontuários de pacientes com idade maior ou igual a 18 anos com diagnóstico de CHC submetidos à TACE com intuito de downstaging, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2021. Na análise da sobrevida foi utilizado o método de Kaplan-Meier. Achados com valor p <0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Foram avaliados 123 pacientes que realizaram TACE com intuito de downstaging, dos quais 44,7% obtiveram êxito e foram submetidos ao transplante hepático. A mortalidade nestes pacientes foi de 32,7% e a probabilidade de sobrevida 1, 2 e 5 anos após o transplante hepático foi de, respectivamente, 80%, 70,8% e 57%. Quando comparado o grupo de downstaging exitoso com o grupo que não obteve sucesso na terapia locorregional, houve diferença significativa em relação ao número de nódulos, tamanho do maior nódulo e na avaliação da resposta por exame de imagem após o procedimento (mRECIST). Também foi realizada uma comparação das características do grupo submetido a TACE para downstaging e do grupo submetido a TACE como ponte para o transplante, selecionando os pacientes através do escore de propensão. Observou-se maior número de nódulos nos pacientes que realizaram downstaging (p= 0,014) e entre as variáveis analisadas nos critérios de Milão do explante (p= 0,007). A sobrevida em 1, 2 e 5 anos foi de 77,8%, 68,7% e 60,7% no grupo downstaging e, respectivamente, de 80%; 75,4% e 67,9% no grupo ponte (p= 0,342). Conclusão: O transplante hepático em pacientes com CHC após downstaging exitoso se mostrou eficaz, uma vez que os pacientes tiveram uma sobrevida adequada.
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    Ângulo de fase como marcador prognóstico de pacientes com cirrose: um follow-up de 15 anos
    (2023-11-23) Pinto, Letícia Pereira; Marroni, Claudio Augusto; Fernandes, Sabrina Alves; Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia
    Introdução: A cirrose hepática é doença crônica progressiva, caracterizada por fibrose difusa, que contribui para a desnutrição e pior qualidade de vida, acomete milhões de pessoas mundialmente, é responsável por 2,4% dos óbitos globais e demanda altos custos com hospitalizações e tratamentos especializados. Por estas razões é essencial determinar o prognóstico destes pacientes, o que contribui para melhor manejo clínico e tomada de decisões terapêuticas. O Ângulo de Fase da Bioimpedância Elétrica consiste numa medida que avalia a integridade celular e tem se mostrado um bom instrumento para avaliar o prognóstico de algumas doenças crônicas, como câncer e insuficiência cardíaca, e a sua redução está associada a um pior prognóstico. Objetivo: Avaliar o papel prognóstico do Ângulo de Fase na evolução dos indivíduos com cirrose, em 15 anos de seguimento Metodologia: Estudo de coorte retrospectiva de 129 indivíduos com cirrose de diferentes etiologias, atendidos em 2007 no Ambulatório de Hepatologia do Hospital Santa Clara do Complexo Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foi realizado o rastreio dos pacientes através do banco de dados do ambulatório e coletadas as ocorrências de eventos clinicamente relevantes (Varizes de esôfago, ascite, peritonite bacteriana espontânea, encefalopatia, sangramento de varizes de esôfago e óbito), número de internações, tempo de internação, exames bioquímicos e o Ângulo de Fase da Bioimpedância coletado através da bioimpedância Biodynamics p450. Os pacientes foram classificados conforme o seu Ângulo de Fase, utilizando a classificação de Fernandes et al (2012) e Mattiello e colaboradores (2022). Os dados foram tabulados em Excel 2013 para análise estatística. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p < 0,05 e a análise dos dados realizada no programa SPSS versão 26.0. Foi estabelecida a curva de Kaplan Mayer para a análise de sobrevida. Resultados: Os pacientes foram estratificados em dois grupos, um com base no Ângulo de Fase de 5,4 graus (AF > 5,4°, n = 40; AF ≤ 5,4°, n = 89) e outro conforme o percentil do Ângulo de Fase (< P50, n = 56; ≥ P50, n = 73). A avaliação por meio do percentil foi mais precisa na identificação de óbitos no longo prazo do que o ponto de corte de AF 5,4º. Os pacientes com percentil < P50 apresentaram maior número de eventos clinicamente relevantes como ascite, PBE, encefalopatia hepática e CHC. O Ângulo de Fase está fortemente correlacionado com a albumina sérica (P <0,001), Razão Normalizada Internacional (P = 0,01), bilirrubina total (P = 0,02) e bilirrubina direta (P = 0,003). O Ângulo de Fase está associado com o tempo de sobrevivência (P < 0,001) e tempo de internação (P = 0,02). A análise de regressão logística mostra que o aumento de 1° no Ângulo de Fase aumenta em 17,7% a chance de sobrevivência do paciente cirrótico. Conclusão: O ângulo de fase foi um bom preditor prognóstico em indivíduos com cirrose.
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    O efeito do treino de força em pacientes diagnosticados com Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica: uma revisão sistemática
    (2023) Medeiros, Daniele Gorski; Rosa, Luís Henrique Telles da
    Antecedentes e Objetivos: A DHGNA se tornou um problema de saúde pública. Um dos focos para tratamento da doença são os exercícios, sendo o treino de força uma modalidade de exercício viável para indivíduos sedentários com DHGNA, no entanto o efeito desse treino não é priorizado nos estudos. Diante disso, justificou-se a realização de uma revisão sistemática com objetivo de analisar o efeito do treino de força nos marcadores clínicos de indivíduos diagnosticados com DHGNA. Métodos: Pesquisamos nas bases de dados Medline (acessado pela PubMed), Lilacs, Embase, Cochrane, Scielo além de busca manual, no período de Janeiro/2011 a Dezembro/2022. Incluiu-se ensaios clínicos randomizados com indivíduos diagnósticados com DHGNA prévia, através de exame de imagem ou biópsia e que apresentavam grupos com intervenção de treino de força isolado. Os desfechos analisados foram: gordura hepática, resistência à insulina e as enzimas hepáticas dos participantes, ao final de cada intervenção.Resultados: Seis estudos foram incluídos, totalizando 232 participantes adultos diagnosticados com DHGNA. A gordura hepática apresentou redução significativa na comparação dentro do mesmo grupo de treino de força e quando comparada com o grupo controle. Houve melhora da sensibilidade ou da resistência à insulina na comparação dentro do mesmo grupo de treino de força. Conclusão:O treino de força pode desempenhar um papel importante na redução da gordura hepática e auxiliar na melhora da sensibilidade e resistência à insulina em pacientes adultos diagnosticados com DHGNA, assim como, a prática do treino de força pode ser uma opção de fácil aceitação e constância para esses indivíduos.
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    A prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica em pacientes com esquizofrenia
    (2020) Rayn, Roberta Goulart; Marroni, Cláudio Augusto; Fernandes, Sabrina Alves
    Introdução e objetivos: A prevalência mundial da esquizofrenia é de 1%. O tratamento para a esquizofrenia inclui o uso de medicações, sessões psicológicas, reabilitação e suporte social. O estilo de vida pouco saudável é relatado nessa população, sendo frequente a existência de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Diante disso, o objetivo desse trabalho é identificar a prevalência da DHGNA e a sua associação com a composição corporal, através de bioimpedância elétrica (BIA) - índice de massa corpórea (IMC), taxa metabólica basal (TMB), massa magra (MM) e massa gorda (MG); e com a utilização de fármacos psicotrópicos e seu tempo de uso. Metodologia: Estudo de delineamento transversal (n=37) de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, por meio da realização de ecografia abdominal total, no intuito de identificar a presença da DHGNA, bem como verificar fatores potencializadores de doença hepática como utilização de psicotrópicos e seu tempo de uso e a composição corporal, através da BIA (IMC, TMB, MM e MG). Resultados: A prevalência de DHGNA nessa amostra foi de 32,4%. Na análise multivariada, o IMC se manteve significativo, com razão de prevalências (RP = 1,14; P < 0,01), evidenciando associação direta com a DHGNA. Dentre as variáveis preditoras, quando analisadas por sexo, TMB (P = 0,02) e MM (P = 0,03) foram ambas maiores nos homens. Conclusão: O estudo aponta que pacientes esquizofrênicos diagnosticados com DHGNA tiveram IMC maior do que os sem DHGNA. Nesse caso, o IMC poderia ser um alvo de intervenção nutricional para reduzir essa patologia nesses pacientes.
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    TACE convencional e DEB-TACE no tratamento do carcinoma hepatocelular
    (2023) Fontana, Priscila Cavedon; Mattos, Angelo Alves de
    Introdução: A quimioembolização transarterial (TACE) é o tratamento mais utilizado em pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) em estágio intermediário não candidatos a tratamento curativo. A diferença na eficácia entre os métodos de TACE convencional (cTACE) e a TACE com drug-eluting beads (DEB-TACE) ainda é controversa. Objetivo: Comparar a eficácia entre a cTACE e a DEB-TACE em pacientes com CHC que não sejam candidatos a terapia curativa. Métodos: Estudo retrospectivo no qual foram avaliados prontuários de pacientes com idade maior ou igual a 18 anos com diagnóstico de CHC submetidos à cTACE ou DEB-TACE com intuito paliativo entre janeiro de 2009 e dezembro 2021. Na análise da sobrevida foi utilizado o método de Kaplan-Meier. Achados com valor p <0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Foram avaliados 268 pacientes dos quais 70 pacientes realizaram DEB-TACE e 198 pacientes realizaram cTACE. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto sexo, idade e etiologia da cirrose. O grupo de cTACE apresentou uma maior porcentagem de resposta completa, nos exames de imagem (31,8% vs. 16,1%) e o grupo da DEB-TACE apresentou maior porcentagem de resposta parcial (33,9% vs.19,7%), p=0,014. A taxa de óbitos foi semelhante nos dois grupos. A sobrevida avaliada nos grupos de DEB-TACE e cTACE foi respectivamente de 87% e 87,9% em 1 ano, 35,1% e 32,9% em 3 anos e 20,5% e 18,1% em 5 anos (p=0,661). Em relação a frequência de eventos adversos não houve diferença significativa entre os grupos (7,1% no DEB- TACE vs. 17,8% cTACE, p=0,052). A intercorrência mais comum em ambos os grupos foi a síndrome pós TACE. Conclusão: Embora tenha se observado uma maior frequência de resposta completa nos pacientes que realizaram a cTACE, não houve diferença na sobrevida dos doentes que realizaram DEB-TACE ou cTACE. A taxa de eventos adversos foi semelhante nos dois grupos avaliados.
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    Eficácia dos imunossupressores não convencionais no tratamento da Hepatite Autoimune: revisão sistemática e metanálise
    (2017) Bonotto, Michele de Lemos; Tovo, Cristiane Valle
    Introdução: A hepatite autoimune (HAI) é uma doença de etiologia multifatorial. O tratamento padrão é a combinação de prednisona e azatioprina. No entanto, entre 10- 20% dos pacientes não respondem a este tratamento. Objetivos: Avaliar a eficácia dos esquemas imunossupressores não convencionais no tratamento da HAI. Métodos: Foi feita uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados MEDLINE (Pubmed), Lilacs, Cochrane e Scielo. A estratégia de busca foi composta por termos descritores (MeSH) referentes a hepatite autoimune. Os termos foram cruzados com cada imunossupressor de interesse. Quando tecnicamente possível, os desfechos foram combinados em metanálise. Resultados: No total, foram encontrados 1532 artigos após exclusão de duplicatas. Destes, foram excluídos 1492 pela leitura do título e resumo. Os 40 estudos restantes foram avaliados por leitura integral do texto, sendo excluídos 25 estudos, restando um total de 15 para análise final. A taxa média de melhora das transaminases foi de 94,3% (IC95% 76,0-99,0) com tacrolimus e prednisona; 78,7% (IC 95% 56,8-91,2) com micofenolato e prednisona; 91,3% (IC95% 53,6-99,0) com ciclosporina e prednisona e 85,5% (IC95% 63,3-95,3) para a budesonida. A melhora histológica foi avaliada com o micofenolato e prednisona, sendo a taxa média 89,6% (IC 95% 67,5-96,7%). A média da necessidade de transplante hepático com o uso de ciclosporina foi de 11,4% (IC95% 4,8–24,6). A taxa de mortalidade média para o esquema micofenolato e prednisona foi estimada em 7,2% (IC95% 3,0–16,1). Conclusão: A droga mais estudada na literatura é o micofenolato. O risco de morte com o esquema micofenolato e prednisona estimado foi 7,2%, sendo que 11,4% dos pacientes necessitaram transplante hepático durante o tratamento e 89,6% tiveram remissão histológica. A experiência acumulada na literatura indica uma probabilidade de melhora das transaminases entre 78,7% e 94,3% entre pacientes tratados para hepatite autoimune com esquemas imunossupressores não convencionais.Entretanto, a evidência...
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    Estágios de cuidados de pacientes com Hepatite C Crônica do Hospital Nossa Senhora Da Conceição
    (2023) Vaucher, Manoela Badinelli; Kliemann, Dimas Alexandre
    Os estágios de cuidados de pacientes com hepatite crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) evidenciam as metas definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O presente estudo tem o objetivo de descrever a cascata de cuidado de pacientes com hepatite crônica pelo HCV do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), definindo os percentuais de pacientes que coletaram exame de biologia molecular (PCR – protein chain reaction), realizaram consulta ambulatorial, fizeram tratamento e atingiram resposta virológica sustentada. Com o delineamento de coorte retrospectivo foram incluídos pacientes com diagnóstico de infecção crônica pelo HCV no HNSC no período entre 1 de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2020, com o cruzamento de dados de fichas de notificação compulsória de HCV, prontuário eletrônico, Sistema informatizado Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e Sistema de Avaliação de Medicações Especiais (AME). Os dados foram coletados em 2022 e todas as informações até aquele período foram consideradas. Eles foram analisados pelo IBM SPSS versão 25, e realizada regressão de Poisson com variância robusta simples para análise de variáveis em relação a cada degrau da cascata. As variáveis com p<0,20 foram incluídas na análise multivariável com valor de p<0,05 considerado significativo. O teste qui-quadrado de Pearson foi aplicado para comparação entre os grupos de pacientes que persistiram em acompanhamento no HNSC e que realizaram acompanhamento em outros locais. Os resultados foram inferiores aos esperados pela OMS com 49% com tratamento para o HCV e 29% com resposta virológica sustentada (RVS) documentada por exame de follow-up. A cidade de moradia e o local de acompanhamento foram as variáveis com maior significância estatística. Na comparação da cascata de pacientes do HNSC com pacientes externos, observamos dados superiores dos pacientes do HNSC na RVS. Os pacientes do interior e região metropolitana consultavam em sua maioria no HNSC e o atendimento especializado e continuado realizado no HNSC foi associado aos resultados superiores, apesar de distantes das metas definidas pela OMS. Com a elaboração da cascata de cuidados do HCV com dados locais foi possível estratificar e avaliar fatores de risco associados às perdas entre cada degrau da cascata, para a elaboração de novas estratégias direcionadas futuramente.
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    Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA): avaliação do papel da cintilografia no diagnóstico da esteato-hepatite
    (2020) Silva, Alessandro D’Ávila da; Mattos, Angelo Alves de
    Introdução: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é a mais frequente causa de doença crônica hepática em todo mundo. A presença de esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) eleva a mortalidade dos pacientes tanto por doenças hepáticas como por causas cardiovasculares. O exame anatomopatológico é o padrão-áureo para diferenciação da atividade e dos diferentes estágios da DHGNA, no entanto, trata-se de um exame invasivo, com variabilidade amostral e observador dependente. Neste contexto, métodos não-invasivos têm sido propostos para tal finalidade. Objetivo: Avaliar o papel da cintilografia no diagnóstico da EHNA em pacientes obesos com DHGNA submetidos a cirurgia bariátrica. Métodos: Foram avaliados prospectivamente pacientes submetidos a cirurgia bariátrica que realizaram biópsia hepática no transoperatório entre outubro 2016 à março 2019. Dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram coletados anteriormente ao procedimento. Foi realizada cintilografia com Tecnécio-99m-fitato (99mTc-fitato) para avaliar as razões de captação fígado/baço, baço/coração e fígado/coração; e com Tecnécio-99m-metoxi-isobutil isonitrila ( 99mTc-MIBI) para avaliar a razão fígado/coração. Posteriormente, os resultados foram comparados com aqueles provenientes do exame anatomopatológico com o intuito de avaliar a presença de EHNA. Resultados: Sessenta e um pacientes com DHGNA foram avaliados e distribuídos em 2 grupos: um com EHNA (n=49) e outro somente com esteatose (grupo sem esteato-hepatite; n=12). Os níveis de ALT no grupo com EHNA apresentaram média superior em relação ao grupo sem esteato-hepatite. Em relação à síndrome metabólica, foi observado que pacientes com esteato-hepatite apresentaram maior resistência insulínica (HOMA-IR). As imagens cintilográficas obtidas após infusão dos radiofármacos e avaliadas as razões 99mTc-fitato fígado/baço, baço/coração, fígado/coração e 99mTc-MIBI fígado/coração, não demonstraram diferença entre os grupos com e sem esteato-hepatite, com acurácia de 47,5%; 37,7%; 50,8% e 52,5% respectivamente. Conclusão: O presente estudo, que utilizou a cintilografia para detecção de EHNA, não demonstrou utilidade em diferenciar os grupos com e sem esteato-hepatite.
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    Deficiência de vitamina D na hepatite autoimune
    (2019) Fichtner, Fernando Sehbe; Coral, Gabriela Perdomo
    Introdução: a hepatite autoimune (HAI) é uma doença hepática inflamatória crônica, de causa desconhecida, que afeta predominantemente as mulheres. Estudos tem apontado uma relação entre deficiência de vitamina D e doenças autoimunes, incluindo a HAI. Objetivo: determinar a prevalência da deficiência de vitamina D em pacientes com HAI e avaliar as variáveis associadas com esta deficiência. Pacientes e métodos: Estudo transversal que incluiu pacientes com HAI atendidos nos ambulatórios de gastroenterologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e São Lucas da PUCRS entre outubro de 2016 a dezembro de 2018. Foram analisados 23 pacientes com HAI e 27 pacientes controles, sem doença hepática, sendo dosado níveis séricos de 25OHD e avaliando as seguintes variáveis: sexo, idade, cirrose, trombocitopenia, fibrose avançada e atividade inflamatória. Resultados: Dos 23 pacientes com HAI, 12 (52%) apresentaram deficiência de 25OHD e 20 (87%) eram do sexo feminino. A mediana da idade foi de 41 (16-69) anos, a mediana dos níveis de 25OHD entre todos os pacientes com HAI foi de 19,2 (11- 44,5) ng/ml e 15 pacientes (65,2%) tinham cirrose hepática. No grupo de 27 participantes usados como controle, 19 (70%) eram do sexo feminino, com uma mediana de idade de 55 (17-82) anos e mediana de 25OHD de 26 (11-45) ng/ml. Análise multivariada demonstrou que HAI foi um fator de risco para deficiência de vitamina D (OR 6,27, IC 1.64-23.97; p=0,01). Não foi encontrada associação entre deficiência de vitamina D e as seguintes variáveis: sexo, idade, cirrose, trombocitopenia, fibrose avançada e atividade inflamatória. Conclusão: A HAI foi um preditor importante de deficiência de 25OHD, sugerindo uma associação entre essas duas doenças. Além disso, a mediana de vitamina D menor que 20 nos pacientes com HAI reforça a necessidade de monitoramento adequado e reposição de vitamina, quando indicado.
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    Avaliação do sistema de reparo de quebras duplas do DNA em pacientes com metástase hepática de câncer colorretal submetidos à hepatectomia
    (Wagner Wessfll, 2021) Antonello, Carlos Daniel Hernández; Kalil, Antonio Nocchi; Leguisamo, Natalia Motta; Lucchese, Angélica Maria
    Introdução: A identificação de grupos de risco específicos para a recorrências após a cirurgia em metástases hepáticas de câncer colorretal (MHCCR) continua sendo um desafio devido a heterogeneidade da doença. Parâmetros clinicopatológicos clássicos possuem limitado valor prognóstico. Material e métodos: Incluímos 50 pacientes de maneira prospectiva. Amostras de MHCCR e tecido hepático normal adjacente de pacientes que foram submetidos a hepatectomia com intenção curativa foram avaliadas para expressão gênica de genes chave das vias de reparo de quebras duplas (RAD51, BRCA1 e XRCC5), por RT-qPCR (n=32), e para expressão proteica por imunoistoquímica (Ku80 (n=32), MLH1 e MSH6 (n=50). O papel prognóstico dos dados moleculares e clinicopatológicos foi investigado por regressão de Cox para progressão livre de doença (PFS) e sobrevida global (OS). Resultados: Níveis aumentados de mRNA de RAD51 e XRCC5 em tecido tumoral foram associados a tratamento neoadjuvante para MHCCR com deficiência no reparo de malpareamento (dMMR). Baixa expressão de XRCC5 foi associada a pior OS e PFS. Entretanto, análise multivariada não confirmou baixo XRCC5 como fator prognóstico independente (PFS HR IC95% = 6.727 (0.471 - 9.058), p = 0.016; OS HR IC95% = 9.120 (0.918 - 9.612); P= 0.059). O tratamento neoadjuvante para MHCCR e margens cirúrgicas positivas após a hepatectomia foram confirmados como fatores prognósticos independentes para PFS. Baixos níveis de XRCC5 em tumores prediz pior PFS em pacientes com margens cirúrgicas positivas (R1-R2) que receberam tratamento neoadjuvante para MHCCR quando comparados àqueles que não receberam este tratamento. Conclusão: Nossos resultados sugerem o papel de XRCC5 como fator prognóstico em MHCCR ressecáveis. Baixos níveis de mRNA de XRCC5 podem predizer maior risco de recorrência e sobrevida, particularmente em pacientes com margens cirúrgicas positivas que não receberam quimioterapia neoadjuvante para MHCCR.
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    O papel da ressecção hepática no tratamento de pacientes HIV positivos com carcinoma hepatocelular: uma revisão integrativa
    (Wagner Wessfll, 2022) Rodrigues, Pablo Duarte; Fontes, Paulo Roberto Ott
    INTRODUÇÃO: Pacientes portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) apresentam risco aumentado de desenvolvimento de Carcinoma Hepatocelular (CHC). Além disso, em comparação com não-infectados, essa neoplasia aparentemente apresenta um comportamento mais agressivo levando a piores desfechos em termos de sobrevida. Há dúvidas em relação ao melhor tratamento do CHC nessa população, principalmente relacionadas ao papel da ressecção cirúrgica. Por outro lado, há alguns trabalhos demonstrando que, após o transplante, indivíduos portadores do HIV apresentam sobrevida global comparável a não infectados. Nesse sentido, o objetivo dessa revisão integrativa da literatura é avaliar e sumarizar os resultados em termos de sobrevida da ressecção no tratamento de pacientes com CHC e soropositivos. MÉTODOS: Revisão de artigos publicados na língua inglesa, nas bases de dados do PubMed e Scielo até outubro de 2021, utilizando-se os termos: HIV, HCC e resection. Critérios de exclusão: artigos de revisão, relatos de caso, editoriais, pacientes HIV-negativos ou com patologia não-CHC, e trabalhos nos quais não se demonstrasse os resultados específicos da ressecção na população de estudo. RESULTADOS: Quatro publicações foram analisadas em relação ao seu conteúdo e relevância à pergunta de pesquisa. Foram identificados 54 pacientes submetidos à ressecção cirúrgica, com grande variabilidade de sobrevida global entre os estudos (mediana entre 18 e 72 meses); apenas um estudo demonstrou a sobrevida livre de doença. Houve também grande variabilidade nas taxas de morbimortalidade após o procedimento. Esses resultados impossibilitaram qualquer tipo de comparação entre os estudos. CONCLUSÃO: Dados relativos aos impactos em termos de sobrevida com a utilização da ressecção cirúrgica em doentes HIV-positivos com CHC são escassos, mantendo dúvidas quanto às melhores opções de tratamento com intenção curativa nesses pacientes. Há a necessidade iminente de mais estudos sobre a temática, tendo em vista a implicação prática sobre a tomada de decisão de equipes capacitadas para oferecer todos os tipos de tratamentos possíveis. Assim, sugere-se que o manejo desses pacientes ainda seja feito à semelhança do que é indicado pelas principais diretrizes acerca do tratamento de doentes com CHC, sem distinção em relação à sorologia para o HIV.
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    Correlação entre os níveis de ferritina sérica e doença hepática gordurosa não-alcoólica em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica
    (Wagner Wessfll, 2020) Giacomazzi, Caroline Becker; Fontes, Paulo Roberto Ott
    INTRODUÇÃO: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) tem se tornando um desafio na saúde pública, a medida que a prevalência da obesidade e sobrepeso vem aumentando em níveis endêmicos nos últimos anos. Diversos estudos estão sendo desenvolvidos na busca de métodos não invasivos e acessíveis para diagnosticar, estadiar e acompanhar a progressão da DHGNA. Os níveis de ferritina sérica (FS) estão comumente elevados em pacientes com DHGNA. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre os níveis de FS e a gravidade da DHGNA, explorando o papel da FS como marcador não invasivo de DHGNA. METODOLOGIA: Foram analisados os dados clínicos, antropométricos, laboratoriais e histológicos de 431 pacientes adultos portadores de obesidade, submetidos a cirurgia bariátrica. Os dados foram coletados no período pré operatório e após o primeiro ano da cirurgia. RESULTADOS: A prevalência de hiperferritinemia no período pré-operatório foi de 18%. Na análise univariada, níveis de FS acima do limite superior da normalidade (LSN) foram significativamente associados ao aumento dos níveis de glicemia de jejum (GJ), aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT) bilirrubinas totais (BT) e uma menor contagem de plaquetas. Estes pacientes apresentaram também significativamente maior peso, prevalência em homens, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e graus histológicos mais avançados de DHGNA, em comparação com o grupo que possuía FS normal. Entretanto, a acurácia dos níveis de FS foi relativamente baixa, com índices de sensibilidade variando de 3- 36%, e especificidade de 83-100%. Após análise de regressão múltipla, valores elevados de FS não foram preditores independentes de esteatose, esteatohepatite não-alcoólica (EHNA) ou fibrose hepática, e seus respectivos graus. Observou-se uma redução significativa dos níveis de FS após o primeiro ano da cirurgia bariátrica. CONCLUSÃO: Níveis de FS aumentados são comuns em pacientes com DHGNA, e estão associados à graus histológicos mais avançados; contudo, não foram considerados fatores preditores independentes de esteatose, EHNA ou fibrose. A FS é um exame de baixo custo e amplamente disponível, que apesar de apresentar uma baixa sensibilidade, possui uma especificidade de 83-100% para identificar as características histológicas da DHGNA (esteatose, EHNA e fibrose), podendo auxiliar no seguimento dos pacientes portadores de obesidade com DHGNA.
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    Avaliação do sistema de reparo por excisão de bases na metástase hepática do câncer colorretal
    (Wagner Wessfll, 2021) Escovar, Carlos Eugênio Santiago; Kalil, Antonio Nocchi; Meirelles, Natalia Motta Leguisamo; Lucchese, Angélica Maria
    Introdução: As metástases hepáticas de câncer colorretal (MHCCR) continuam a ser a principal causa de morte de pacientes com câncer colorretal (CRC). O reparo inadequado dos danos ao DNA promove instabilidade genômica, aumento da carga mutacional e regulação positiva do eixo PD-1/PD-L1. A deficiência no reparo de malpareamento (dMMR) é um biomarcador baseado nos sistemas de reparo do DNA para predizer a resposta à imunoterapia em pacientes com CRC metastático. Uma vez que, apenas 5% dos pacientes com MHCCR apresentam dMMR, a identificação de deficiências em outras vias de reparo do DNA, como o reparo por excisão de base (BER), pode facilitar a identificação de pacientes que possivelmente se beneficiariam da imunoterapia independentemente da dMMR. Métodos: Cinquenta pacientes com MHCCR submetidos à hepatectomia foram incluídos prospectivamente. Metástases hepáticas e tecidos hepáticos adjacentes de 32 pacientes foram avaliados quanto à expressão gênica dos principais genes do BER (OGG1, POLB, PARP1 e XRCC1) por qRT-PCR. Conteúdos de PARP1 e PD-1 foram avaliados por imunohistoquímica. Os dados moleculares e clínicopatológicos, incluindo as razões neutrófilos/linfócitos, linfócitos/monócitos e plaquetas/linfócitos - NLR, LMR e PLR, respectivamente), foram avaliados quanto à presença de associações e valor prognóstico. Resultados: A redução dos níveis de mRNA de OGG1 e POLB em tecidos neoplásicos foi associada à margens cirúrgicas R1-R2 e doença sincrônica, respectivamente. A superexpressão de PARP1 foi associada a presença menores lesões, margem de ressecção cirúrgica R0 e aumento de LMR; e a superexpressão de XRCC1 foi associada a níveis mais baixos de CEA ao diagnóstico do CCR e aumento da PLR. Além disso, demonstramos que a menor imunorreatividade para PARP1 foi associada à presença de invasão perineural em tumores colorretais e aumento da NLR. Em contrapartida, a alta expressão de PARP1 foi associada à expressão positiva de PD1. As análises de sobrevivência não confirmaram o papel prognóstico independente dos componentes de BER ou de PD-1. Conclusões: O BER apresentou-se desequilibrado nas MHCCR. A superexpressão de PARP1 foi associada à expressão positiva de PD-1 positiva e características clínicas de mau prognóstico em CRCLM, o que pode sugerir um novo papel para PARP1 na agressividade das MHCCR através da ativação do sistema imunológico e da modulação do desenvolvimento tumoral.
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    Carga de trabalho da equipe de enfermagem e o índice apache de gravidade de pacientes pós-transplante hepático: estudo de coorte
    (Wagner Wessfll, 2021) Silveira, Andresa Thomé; Marroni, Cláudio Augusto; Treviso, Patrícia
    Introdução: O transplante de fígado é um procedimento cirúrgico de alta complexidade, com pós-operatório em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde se utilizam escores que avaliam constantemente os pacientes, para garantir um atendimento planejado. Objetivo: Avaliar a carga de trabalho de enfermagem e sua relação com a gravidade dos pacientes no pós-transplante hepático, a partir de indicadores de qualidade assistencial utilizados na UTI. Método: Estudo de coorte retrospectivo, no período de janeiro de 2014 a junho de 2018, com análise de 286 prontuários e avaliação do pós-operatório imediato de transplante de fígado em um hospital de referência no sul do Brasil, a partir de dados secundários no prontuário eletrônico e no Sistema Epimed Monitor. Foram coletados os escores Nursing Activity Score (NAS) e o Acute Physiology and Chronic Health Evaluation IV (APACHE IV), como também as características demográficas, clínicas e os desfechos dos transplantados. Para tanto, consideraram-se significativas as associações com valor de p˂0,05. Resultados: A média de idade foi de 57,6 anos (±10 anos), 68,9% masculinos. Os escores médios do The Model for End Stage Liver Disease (MELD) e APACHE IV foram, respectivamente, 24,3 (±5,6) e 58,9 (±23,7); o tempo de UTI ficou em 5 dias (3-7) e 9,1 % dos pacientes foram a óbito na própria unidade de terapia. A média total do NAS foi reduzindo gradativamente nas 24h (94,9 ± 18,5), 48h (87,2 ± 17,0), 72h (83,3 ± 19,6) até a alta (82,3 ± 18,2). Observaram-se associações em diferentes momentos do NAS, com o escore MELD (p˂0,05) e APACHE IV (p˂0,001), tempo de UTI (p˂0,001), desfecho óbito (p˂0,001), não sendo encontrada associação com a idade. As atividades que mais influenciaram na carga de trabalho nas 24h, 48h, 72h e alta estavam ligadas à verificação de sinais vitais e a balanço hídrico, tarefas administrativas e gerenciais (p˂0,001); a atividade de suporte e os cuidados com familiares e pacientes foi significativa nas 24h (p˂0,001). Conclusão: A carga de trabalho da enfermagem é excessiva no pós-operatório de transplante hepático e está relacionada com a gravidade dos pacientes.
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    Associação entre a apneia obstrutiva do sono e a gravidade da doença hepática gordurosa não alcoólica
    (Wagner Wessfll, 2019) Krolow, Graciela Konsgen; Coral, Gabriela Perdomo; Garcia, Eduardo
    Resumo embargado.