Esteatose hepática metabólica: existe correlação entre consumo de alimentos ultraprocessados e o comportamento alimentar e a qualidade de vida?

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Data
2022-12-20
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Editor Literário
Resumo
Introdução: A Esteatose Hepática Metabólica (MASLD) é reconhecida como um desafio global para a saúde pública, começando com o acúmulo de gordura no fígado, que pode progredir para cirrose ou até mesmo carcinoma hepatocelular. O tratamento está associado à mudança de estilo de vida, com ênfase na melhoria da qualidade da alimentação, priorizando o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. No entanto, observa-se em todo o mundo um aumento simultâneo da obesidade e do consumo de alimentos ultraprocessados. Considerando que a qualidade de vida de pacientes com doença hepática crônica pode ser afetada por fatores fisiológicos, comportamentais e emocionais, é relevante investigar o perfil alimentar dessa população. Objetivo: Avaliar possíveis correlações entre o consumo de alimentos ultraprocessados, o comportamento alimentar e a qualidade de vida em pacientes com MASLD. Método: Estudo transversal no qual 49 pacientes adultos (idade 41,59 anos, média ponderada) com MASLD foram avaliados. O consumo de alimentos ultraprocessados foi obtido por meio do Questionário de Frequência Alimentar. O Questionário de Comportamento Alimentar de Três Fatores foi utilizado para avaliar o comportamento alimentar, enquanto a qualidade de vida foi medida por meio do Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida Global e da percepção do estado de saúde da Organização Mundial da Saúde reduzido. Resultados: Foi observada uma correlação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o escore global de qualidade de vida (quanto maior o consumo de ultraprocessados, menor o escore de qualidade de vida; r² = -0,31, p = 0,02). De maneira semelhante, o consumo de ultraprocessados se correlacionou com o domínio de restrição cognitiva no comportamento alimentar (quanto maior o consumo de ultraprocessados, menor o escore de restrição cognitiva; r² = -0,282, p = 0,05). Conclusão: Em pacientes com MASLD, o consumo de alimentos ultraprocessados foi correlacionado com a redução da restrição cognitiva e da qualidade de vida. Além disso, o aumento de peso, alterações na composição corporal, piora na saúde geral e o aumento da mortalidade foram observados a esse padrão alimentar. Esses resultados demonstraram a importância de analisar o perfil alimentar e comportamental como condição sine qua non para propor uma abordagem nutricional estratégica e eficaz visando mudanças no estilo de vida para reduzir a esteatose e risco de progressão da doença.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Esteatose Hepática, Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica, Qualidade de vida, Comportamento Alimentar, Alimentos Ultraprocessados, [en] Hepatopatia Gordurosa não Alcoólica, [en] Quality of Life, [en] Feeding Behavior, [en] Food, Processed
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