PPGHEP - Dissertações
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Item Associação do consumo da cafeína e dos níveis séricos de vitamina D com o grau de fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica(2013) Oliveira, Kalinca da Silva; Tovo, Cristiane ValleIntrodução - O vírus da hepatite C (HCV) é um importante problema mundial de saúde pública e a principal causa de hepatite C crônica, cirrose, carcinoma hepatocelular e transplante hepático. Recentemente, o consumo de cafeína e os níveis séricos de vitamina D têm sido relacionados à diminuição dos níveis de enzimas hepáticas e menor risco de fibrose, em pacientes portadores de HCV. Objetivos - O presente estudo tem por objetivo avaliar a associação do consumo da cafeína, bem como dos níveis séricos de vitamina D com a atividade inflamatória e o grau de fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica. Métodos - Estudo transversal, constituído por pacientes com infecção crônica pelo HCV. Foram entrevistados 113 pacientes através de questionário referente ao consumo de cafeína e análise de dados antropométricos. Setenta e quatro pacientes realizaram a dosagem de vitamina D. A biópsia hepática foi realizada em um período de no máximo 36 meses antes da inclusão no estudo. Resultados – Foram avaliados 113 pacientes, sendo 67 (59,3%) do sexo feminino, 48 (42,5%) apresentavam idade entre 52 e 62 anos, e 101 (89,4%) eram de cor branca. O consumo médio de cafeína foi 251,41±232,32 mg∕dia, sendo que 70 (62%) pacientes consumiam até 250 mg∕dia de cafeína. Não houve associação entre o consumo de cafeína e a atividade inflamatória na biópsia hepática, o sexo, a cor da pele e o índice de massa corporal. Por outro lado, quando avaliada a associação entre o consumo de cafeína e fibrose hepática observou-se relação inversa, bem como quando analisado o consumo de cafeína e a idade. Quanto à vitamina D, foram avaliados 74 pacientes, sendo 45 (60,8%) do sexo feminino, com média de idade 57,03±9,24 anos e 63 (85,1%) eram de cor branca. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre os níveis séricos de vitamina D e o sexo, a idade, e a cor da pele. Da mesma forma, não houve associação entre a atividade inflamatória e o grau de fibrose hepática com os níveis séricos de vitamina D. Conclusões – O consumo de cafeína abaixo de 250 mg∕dia foi associado com fibrose hepática avançada. Não houve associação entre o consumo de cafeína e a atividade inflamatória. Da mesma forma, não houve associação entre os níveis séricos de vitamina D e atividade inflamatória, bem como com o grau de fibrose hepática.Item Tratamento do carcinoma hepatocelular com quimioembolização transarterial: um estudo de vida real(2013) Lionço, Lívia Caprara; Mattos, Angelo Alves deIntrodução: A quimioembolização transarterial (TACE) é a opção de tratamento mais utilizada para pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) em estágio intermediário, não candidatos à abordagem curativa. Objetivo: Avaliar a sobrevida dos pacientes com CHC irressecável submetidos à TACE. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva em um serviço de referência, que avaliou 95 pacientes submetidos à TACE com o intuito de tratamento paliativo. A TACE, sempre que possível, foi realizada através de cateterismo superseletivo. A resposta ao tratamento foi avaliada pelo Modified Response Evaluation Criteria in Solid Tumor (mRECIST). O método de Kaplan-Meier foi utilizado para analisar a sobrevida. Para avaliar a associação com o óbito, foi utilizado um modelo de regressão de azares proporcionais de Cox. Resultados: Todos os pacientes eram cirróticos, a maioria Child A (66,3%), do sexo masculino (72,6%), com média de idade de 64,8±9,7 anos e média de MELD de 10,4±3,0, sendo o vírus da hepatite C a etiologia mais comum da hepatopatia (61,1%). A mediana da alfa-fetoprotéina (AFP) foi de 29,3 ng/ml (1,1 a 36.600). A média do número de nódulos foi de 2,7±1,5 e do diâmetro do maior nódulo, 5,5±2,9 cm. Intercorrências após a TACE foram observadas em 31,6% dos pacientes. Na avaliação pelo mRECIST da lesão alvo, 35,8% obtiveram resposta completa, 22,1% resposta parcial, 27,4% doença estável e 14,7% doença progressiva. Pelo mRECIST geral, a maioria apresentou doença progressiva (63,2%). O tempo mediano de seguimento foi de 33,2 meses e o tempo mediano de sobrevida calculado a partir do diagnóstico foi de 32 meses. A taxa de sobrevida em 1, 2, 3 e 5 anos foi de 80%, 59%, 44% e 29%, respectivamente. Quando avaliadas as variáveis relacionadas ao óbito, na análise univariada, atingiram significância estatística: AFP ≥ 100 ng/ml e mRECIST. No modelo para o ajuste multivariável do mRECIST da lesão alvo MELD ≥ 15 e uma AFP ≥ 100 ng/ml foram fatores independentes associados a óbito. Resposta completa e resposta parcial foram fatores de proteção independentes. Já no modelo para o ajuste multivariável do mRECIST geral, apenas uma AFP ≥ 100 ng/ml apresentou-se associada a óbito independentemente (p=0,035). Conclusão: A TACE mostrou ser uma terapêutica eficaz para pacientes com CHC irressecável, no entanto, um nível de AFP ≥ 100 ng/ml está associado a um prognóstico mais reservado.Item O valor sérico da alfa-fetoproteína pré-transplante hepático na predição da recorrência do hepatocarcinoma(2013) Schraiber, Luciana dos Santos; Mattos, Angelo Alves de; Zanotelli, Maria LúciaIntrodução: A recidiva do carcinoma hepatocelular (CHC) é um fator limitante na sobrevida dos indivíduos submetidos a transplante ortotópico de fígado (TOF). Avaliar outros marcadores prognósticos, além do número e tamanho do tumor, grau de diferenciação histológica, invasão vascular tumoral, é um passo importante para prever a recidiva e estabelecer estratégias terapêuticas. Objetivos: Analisar o valor prognóstico da alfa-fetoproteína (AFP) e sua relação com a recidiva do CHC após o TOF. Pacientes e métodos: Foram analisados, retrospectivamente, no período de 1997 a 2010, os dados de 206 pacientes com diagnóstico histopatológico de CHC submetidos a TOF. Resultados: Foi registrada uma sobrevida global em 1, 3, 5 e 14 anos, respectivamente, de 78,6%, 65,4%, 60,5% e 38,7%. A frequência de recidiva foi de 15,5%, sendo que a mesma esteve relacionada com a sobrevida dos pacientes (p<0,001). Não foi observada uma relação entre a sobrevida e os níveis de AFP (p=0,153). Por outro lado, constatou-se uma correlação entre a ocorrência de recidiva tumoral e os níveis de AFP (p= 0,002). Quando realizada a análise univariada dos fatores de risco para recidiva, observou-se que o nível de AFP maior que 200 ng/ml, o número de tumores, o grau de diferenciação histológica, a presença de invasão vascular e de nódulos satélites estiveram relacionados com a ocorrência de recidiva. Na análise multivariada, apenas o nível de AFP maior que 200 ng/ml foi considerado como fator de risco, razão de chances (RC) de 3,32 (95% IC, 1,40-7,91, p=0,007). Conclusão: No presente estudo, observou-se que a despeito dos níveis de AFP não terem se correlacionado com a sobrevida dos pacientes submetidos a TOF, estiveram associados a um aumento da chance de recidiva tumoral de 3,32 vezes.Item Prevalência da hepatotoxicidade por quimioterapia pré-operatória e correlação com a morbidade das hepatectomias no câncer colorretal metastático(2013) Santos, Félix Antônio Insaurriaga dos; Kalil, Antonio Nocchi; Coral, Gabriela PerdomoIntrodução: Alguns estudos têm sugerido que a quimioterapia pré-operatória para metástases hepáticas por câncer colorretal pode causar lesão hepatocelular e aumentar a morbidade perioperatória e a mortalidade. Objetivos: Analisar a prevalência de padrões de hepatotoxicidade nos pacientes expostos à quimioterapia pré-operatória por metástase de câncer colorretal e correlacioná-la com os resultados da hepatectomia. Método: O delineamento do estudo foi coorte histórica, no qual 166 pacientes foram submetidos a 185 hepactectomias por metástase de câncer colorretal, com e sem quimioterapia pré-operatória, no período de 2004 a 2011. Os dados foram extraídos da revisão dos prontuários. A amostra foi dividida em grupo “exposto” e “não-exposto” à quimioterapia. Os dados foram analisados por programa estatístico Stata 11.2 e valores p< 0,05 foram considerados como significativos. Resultados: Das hepatectomias, 136 casos (73,5%) receberam quimioterapia pré-operatória, e o regime mais utilizado (62,5%) foi 5-fluorouracila + leucovorina. O padrão histológico predominante foi a esteatose. A exposição à quimioterapia aumentou em 2,2 vezes o seu risco. A média do volume estimado de sangramento transoperatório, no grupo “exposto”, foi o dobro daquela do grupo “nãoexposto”. As complicações ocorreram em 31,9% das hepatectomias. A análise multivariada mostrou que idade de 60 anos ou mais, sangramento transoperatório maior de 300 ml e necessidade de transfusão de sangue foram fatores de risco para as complicações após as ressecções hepáticas. Conclusão: pacientes expostos à quimioterapia têm um risco 2,2 maior de desenvolver esteatose hepática. Neste estudo, sangramento transoperatório maior e necessidade de transfusão foram fatores de risco para complicações pós-operatórias.Item Hepatotoxicidade relacionada ao uso de tuberculostáticos em pacientes transplantados de órgãos sólidos(2013) Schultz, Vanessa; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Marroni, Cláudio AugustoIntrodução: A Tuberculose (TB) tem alta morbi-mortalidade nos receptores de transplante de órgãos sólidos (TOS) e esses pacientes têm chance 20-74 vezes maior que a população geral de desenvolver tal doença. Além dos danos inerentes à doença, o risco de dano hepático causado pelos tuberculostáticos é de grande importância, pois implica em pior desfecho. A incidência da hepatotoxicidade nos receptores de TOS tratando TB varia de 2 a 50%. Sendo um tema escasso e de grande impacto nos transplantados, o objetivo deste estudo é avaliar a incidência de hepatotoxicidade aos tuberculostáticos e os fatores preditores nessa população. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo, realizado em um hospital de referência para transplantes no Brasil. Incluíram-se receptores de TOS que realizaram tratamento para TB após o transplante, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2012. Resultados: Foram incluídos 69 pacientes receptores de rins, fígado e pulmões. A incidência de TB nos receptores de TOS foi de 1,98% e a incidência de hepatotoxicidade aos tuberculostáticos foi de 33,3% (n=23). Os fatores risco independentes para hepatotoxicidade foram o uso de rifampicina em dose diária ≥ 600mg (p=0,016, RR 2,47; IC95% 1,18-5,15) e transplante pulmonar (p=0.017; RR 2.05; IC95% 1,14-3,70). O transplante de rim se apresentou como fator protetor para hepatotoxicidade (p=0,036 RR 0,50, IC95% 0,26-0,96). A mortalidade,foi maior nos pacientes com hepatotoxicidade (52,6% x 19,6%) (p=0,070). Conclusão: A dose de rifampicina igual ou maior a 600mg é um fator de risco para hepatotoxicidade, aumentando o risco em aproximadamente 3 vezes. Os transplantes pulmonar e renal devem ser mais bem estudados nos transplantados de órgãos sólidos com TB para avaliar sua real ação na toxicidade hepática quando esses pacientes estiverem em tratamento para TB.Item Análise do envolvimento do polimorfismo T309G no gene MDM2 no carcinoma hepatocelular(2013) Izaguirre, Andréa Gomes Coelho; Fontes, Paulo Roberto Ott; Kretzmann Filho, Nélson AlexandreINTRODUÇÃO O Carcinoma Hepatocelular é a quinta neoplasia mais comum no mundo. A presença do polimorfismo T309G no gene MDM2 (rs2279744) pode ser um fator de risco para o desenvolvimento desse carcinoma. Esse gene é um regulador negativo da proteína p53 e o polimorfismo T309G no gene MDM2 pode bloquear ou diminuir a atividade da p53 podendo aumentar a ocorrência de Carcinoma Hepatocelular. OBJETIVO: Avaliar o envolvimento do polimorfismo SNP T309G no gene MDM2 em pacientes com Carcinoma Hepatocelular de diferentes etiologias, no Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre. METODOLOGIA: Foram analisados 67 pacientes com diagnóstico de Carcinoma Hepatocelular (CHC), no período de 2000 a 2009. O polimorfismo no gene MDM2 foi determinado pela técnica de PCR Real Time alelo-específico por meio do ensaio TaqMan. RESULTADOS: Quanto ao gênero 56 (83,6%) eram do gênero masculino e 11 (16,4%) do gênero feminino; a média de idade era de 60,6 anos (± 8,8), com idade mínima de 37 e máxima de 85 anos. Quanto à etiologia do Carcinoma Hepatocelular, observou-se que 31 casos (46,3%) estavam relacionados com a infecção pelo vírus da hepatite C (VHC), seguidos pelos casos de infecção pelo vírus da hepatite C + álcool, num total de 24 casos (35,8%), bem como pelo consumo de álcool, evidenciado em 4 casos (6%), e pela presença do vírus da hepatite B (VHB), ocorrente em 4 casos (6%). Outros fatores (VHB+VHC, cirrose +álcool) foram detectados em 4 casos (6%). O transplante hepático foi realizado em 48 casos (71,6%) e a hepatectomia em 19 (28,4%). As frequências dos genótipos foram de 40,3% para TT, 28,4% para TG, e 31,3% para GG. A frequência alélica foi de 54,5% para o alelo T e de 45,5% para o alelo G. CONCLUSÃO: A análise do polimorfismo T309G no gene MDM2 em pacientes com CHC não apresentou diferenças significativas nas frequências genotípicas e alélicas, não sendo viável determinar nesta serie se existe envolvimento do polimorfismo com o Carcinoma Hepatocelular.Item Prevalência e fatores de risco para doença hepática gordurosa não alcoólica em crianças obesas em ambulatório de endocrinologia de um hospital geral(2013) Felix, Deise Rosa; Coral, Gabriela Perdomo; Gottschall, Catarina Bertaso AndreattaO objetivo deste estudo foi determinar a prevalência da DHGNA em crianças obesas e analisar os fatores associados. Material e método: estudo transversal prospectivo com crianças obesas sem evidência de hepatopatia, encaminhadas do ambulatório de endocrinologia. Foi aplicado um questionário sobre hábitos alimentares, atividades regulares como, por exemplo, horas brincando e estudando, horas de sono, tabagismo na gestação, tabagismo na residência, tempo de aleitamento materno e fatores de risco para DHGNA nos familiares. Além disso, foram realizados dois recordatórios alimentares. Foram realizadas medidas antropométricas, exames bioquímicos e ultrassonografia abdominal. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Irmandade Santa Casa de Porto Alegre. O nível de significância estatística considerado foi de 5%. Resultados: foram avaliados 39 pacientes, dos quais 8 (20,5%) tiveram o diagnóstico de DHGNA. O gênero masculino foi o mais prevalente: 87,5% (7). Em análise bivariada houve associação entre as seguintes variáveis e o desfecho: gênero, idade, consumo inadequado de hidratos de carbono, peso, circunferência do braço, da cintura e do quadril, alteração nos exames bioquímicos ALT, AST e GGT, horas de sono e a não realização de atividade física. Após regressão logística, os fatores preditivos independentemente associados com a presença de DHGNA foram o gênero masculino (OR: 1,62; IC95%: 1,08 – 2,44; p=0,038); a não realização de atividade física (OR: 3,35; IC95%:1,97 – 0,006; p=0,006); a alteração da enzima GGT (OR: 3,07; IC95%: 1,03 – 9,11; p=0,10); e o consumo inadequado de hidratos de carbono (OR: 2,17; IC95%: 1,05 – 6,82; p=0,038).Conclusão: a prevalência de DHGNA nas crianças obesas é alta e encontra-se associada com múltiplos fatores de riscos: gênero, hábitos alimentares, pratica de exercício físico e alterações de enzimas hepáticas.Item Efeito da administração de ômega-3 sobre o processo inflamatório no fígado de ratos diabéticos(2013) Nunes, Michely Lopes; Garrido, Marilene PorawskiO diabetes Mellitus (DM) é uma enfermidade endócrino-metabólica frequente, que afeta mais de 246 milhões de pessoas em nível global. A hiperglicemia está associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos. O objetivo foi avaliar os efeitos do ômega-3 no estresse oxidativo e no processo inflamatório no tecido hepático de ratos diabéticos. Foram utilizados 54 ratos Wistar machos, o DM foi induzido através de uma única injeção de estreptozotocina (70 mg/Kg). Os animais foram divididos em 6 grupos e receberam ômega-3 na dose de 4g/Kg durante 15 dias e 30 dias. O tratamento com o ômega-3 reduziu os níveis plasmáticos dos triglicerídeos nos animais diabéticos, porém não houve modificação significativa na glicemia e colesterol nesses animais. Nos animais diabéticos tratados com ômega-3 houve uma redução na lipoperoxidação, porém não significativa. A atividade da superóxido dismutase apresentou-se significativamente aumentada nos animais diabéticos em relação aos tratados com ômega-3(ω 3). A atividade da enzima glutationa peroxidase foi significativamente reduzida nos animais diabéticos da mesma forma que nos controles tratados. A atividade da catalase foi significativamente aumentada nos animais diabéticos em relação aos controles e os diabéticos tratados apresentaram uma diminuição significativa. A interleucina-1 e a interleucina-6, avaliadas no tecido hepático por imunohistoquímica, mostraram-se significativamente aumentadas nos animais diabéticos e reduzidas nos animais tratados. Esses resultados parecem indicar que o tratamento com ômega3 IL-1, IL6 e COX-2, teve uma ação anti-inflamatória, porém mais estudos são necessários para caracterizar uma ação do antioxidante.Item Capacidade de exercício em cirróticos com e sem síndrome hepatopulmonar(2014) Pereira, José Leonardo Faustini; Marroni, Cláudio Augusto; Garcia, EduardoIntrodução – A Síndrome Hepatopulmonar (SHP) é caracterizada por uma tríade clínica que envolve: Doença hepática e/ou hipertensão portal, presença de dilatações vasculares intrapulmonares, e anormalidades da oxigenação arterial. Tais condições podem contribuir para uma piora da força muscular, capacidade de exercício e funcionalidade dessa população. Objetivo – Comparar a capacidade de exercício, condição funcional e força muscular respiratória de indivíduos cirróticos com diagnóstico de SHP e de indivíduos cirróticos sem esse mesmo diagnóstico. Métodos - Estudo transversal com amostra de conveniência, composta por 178 pacientes (92 com SHP e 86 sem SHP) que possuíam o diagnóstico de cirrose hepática por etiologia alcóolica ou pelo vírus VHC. Para verificar a capacidade de exercício utilizamos o Pico de Consumo de Oxigênio (VO2pico), para a funcionalidade o Teste de Caminhada dos Seis Minutos (TC6M) e para a força da musculatura respiratória a Manovacuometria. Na análise estatística foram utilizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e o teste t de Student. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS 16.00 sendo considerado significativo p< 0,05. Resultados – O grupo com diagnóstico de SHP apresentou menor VO2pico (14,2±2,3 vs 17,6±2,6) p<0,001, distância percorrida no TC6M (340,8±50,9 vs 416,5±91,4) p<0,001, pressão inspiratória máxima (-49,1±9,8 vs -74,2±13,9) p=0,001, e pressão expiratória máxima (60,1±12,2 vs 76,8±14,7) p=0,001. Conclusão – O grupo de pacientes cirróticos com diagnóstico de SHP apresentou menor VO2pico, distância percorrida no TC6M e força muscular respiratória do que os indivíduos cirróticos sem o diagnóstico de SHP.Item Avaliação dos níveis de TAFI no perioperatório de transplante hepático: estudo piloto(2014) Nedel, Wagner Luis; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Rodrigues Filho, Edison MoraesIntrodução: Thrombin Activatable Fibrinolysis Inhibitor (TAFI), um fator de coagulação de produção hepática, é associado com um aumento na atividade fibrinolítica assim como uma maior mortalidade nos pacientes portadores de doença hepática terminal, em decorrência da diminuição dos seus níveis séricos nesta população. Tal fato pode estar relacionado tanto à função sintética anormal quanto ao risco aumentado de sangramento nestes pacientes. Seu papel no transplante hepático (TxH), entretanto, não é estabelecido. O principal objetivo deste estudo é avaliar o comportamento fisiológico do TAFI no pré e no pósoperatório de TxH. Metodologia: incluímos 21 pacientes em cuidados perioperatórios de TxH, com aferições dos níveis séricos de TAFI em três momentos: no pré-operatório (TAFI pré), no pós-operatório imediato (TAFI PO) e em 24h de pós-operatório (TAFI 24h). Resultados: os níveis de TAFI pré apresentaram uma forte correlação negativa com os valores pré-operatórios de Model of End-stage Liver Disease (MELD) (r=-0,723; p=0,01). Houve um aumento marcado nos níveis de TAFI 24h em comparação aos dois momentos anteriores (p=0,007 comparado com TAFI pré e p=0,0001 comparado a TAFI PO). Dois pacientes desenvolveram disfunção precoce do enxerto, estes apresentaram níveis de TAFI 24h menores do que aqueles que não tiveram esta complicação (3,0±0,19 versus 1,55±0,31; p=0,0001). Três pacientes evoluíram a óbito, os quais apresentaram níveis menores de TAFI pré (1,26±0,15 versus 2,53±0,53; p=0,001) e de TAFI PO (1,2±0,15 versus 2,4±0,42; p=0,001) em comparação aos sobreviventes. Houve uma associação entre TAFI pré com sangramento perioperatório na análise univariada, mas ela não se confirmou após ajustamento da análise para modelo de regressão linear, também, não houve associação entre valores de TAFI pré ou TAFI PO com transfusão ou não nas primeiras 24h pós transplante (p=0,43 e p=0,23, respectivamente). Conclusões – a avaliação dos níveis de TAFI, tanto no pré quanto no pós-operatório, apresenta um papel potencial na predição de efeitos adversos maiores no TxH.Item Resultados do transplante combinado fígado-rim em pacientes adultos do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre(2014) Gass, Jeferson; Brandão, Ajácio Bandeira de MelloIntrodução: A motivação primária para o transplante combinado fígado-rim (TCFR) em pacientes com doença hepática avançada é o potencial impacto negativo da disfunção renal no pós-transplante hepático. Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes submetidos a TCFR em um programa de transplante hepático adulto. Métodos: Este foi um estudo de coorte retrospectivo. O banco de dados do Grupo de Transplantes Hepáticos do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Brasil, foi utilizado para construção de duas coortes de pacientes adultos (> 18 anos) transplantados com enxertos de doadores falecidos, entre 01 de janeiro de 1991 e 31 de março de 2013. A primeira coorte foi constituída por pacientes submetidos a TCFR e a segunda composta de pacientes submetidos a transplante isolado de fígado (TFI), pareados por data e escore MELD, em uma proporção de 2:1. Resultados: Foram incluídos na análise 30 pacientes submetidos a TCFR, que foram comparados a 60 pacientes submetidos a TFI. A principal indicação de transplante hepático foi cirrose pelo vírus da hepatite C, representando mais da metade dos casos (40,0% TCFR vs 71,7% TFI). A principal indicação de transplante renal foi insuficiência renal crônica secundária à hipertensão arterial sistêmica, associada ou não a diabetes mellitus (30%). A maioria dos pacientes eram homens (83,3% TCFR vs 75,0% TFI) e com média de idade entre 50,4±11,9 anos (TCFR) e 55,1±9,8 anos (TFI). A minoria dos pacientes, na inclusão em lista, apresentava estágio “C” da Classificação de Child-Turcotte-Pugh (CTP): 23,1% TCFR vs 25,0% TFI. Entretanto, no momento do transplante, mais pacientes foram classificados como CTP “C”: 30,8% dos pacientes do grupo TCFR e 43,3% dos pacientes do grupo TFI. O seguimento médio, em ambos os grupos, foi superior a 72 meses. A sobrevida estimada do grupo TCFR foi 83%, 67%, 62%, 62% no 1º, 3º, 5º e 7º anos, respectivamente, enquanto no grupo TFI a sobrevida foi 83%, 75%, 67%, 65% no 1º, 3º, 5º e 7º anos respectivamente. Conclusão: identificamos dados muito semelhantes entre as duas coortes, bem como com os da literatura. Nosso trabalho corrobora a indicação do TCFR como sendo a principal opção terapêutica com vistas curativas aos doentes com hepatopatia crônica e doença renal terminal concomitante.Item Uso da ultrassonografia intraoperatória em ressecções de metástases hepáticas de câncer colorretal(2014) Lucchese, Angélica Maria; Kalil, Antonio NocchiIntrodução: o papel da ultrassonografia intraoperatória (USIO) em cirurgia hepática tem sido largamente estudado. Tem sido documentada como útil tanto no estudo anatômico quanto no estadiamento tumoral. Como a melhoria dos métodos de imagem pré-operatórios é uma constante, a realização repetida de estudos comparativos é justificada ao longo dos anos. Mais recentemente, tem-se buscado quais fatores poderiam influenciar nos achados ultrassonográficos intraoperatórios. Objetivos: verificar a importância da USIO no tratamento cirúrgico dos pacientes submetidos a ressecção de metástases hepáticas por neoplasia colorretal e avaliar isoladamente o impacto da USIO no estadiamento tumoral e na avaliação anatômica destes pacientes. Objetiva também identificar fatores que possam predizer a detecção de novas lesões neste grupo de pacientes. Métodos: foram incluídos prospectivamente pacientes submetidos a hepatectomia via laparotômica por metástase de adenocarcinoma colorretal. Todos os pacientes foram submetidos pelo menos a um dos seguintes exames de imagem, tomografia de abdômen com contraste endovenoso, ressonância nuclear magnética com contraste endovenoso ou PET-CT. Foram individualizados os papéis da USIO e da palpação e/ou visualização nos achados intraoperatórios. Resultados: foram avaliadas 56 hepatectomias, em 49 pacientes. Foram encontradas novas lesões no intraoperatório confirmadas como metastáticas em anatomopatológico em 12 pacientes (21,4% dos casos). Em 11 casos foram detectadas tanto pela palpação quanto pela ultrassonografia. A ecografia ajudou a definir o planejamento cirúrgico fornecendo informações adicionais em 35,7% dos casos. Ocorreu um caso em que a palpação identificou nova lesão, porém a ecografia não a visualizava, tratava-se de nódulo pequeno e superficial. Em análise multivariada, apenas o número de nódulos maior de 4 foi fator preditivo da ocorrência de novas lesões no intraoperatório. O tamanho da maior lesão, quimioterapia préoperatória, re-hepatectomia, sítio do tumor primário e o tempo entre o exame de imagem e a cirurgia não foram associados a uma maior chance de ocorrência de novas lesões. Conclusão: este estudo demonstra que na detecção de novas lesões a ultrassonografia intraoperatória mostrou-se com igual sensibilidade que a palpação e/ou visualização. A ultrassonografia intraoperatória demonstra contribuir no esclarecimento sobre a natureza dos nódulos palpados pelo cirurgião, com importante atuação na definição anatômica. A probabilidade de se identificar lesões durante o ato operatório é influenciada pelo número de lesões diagnosticadas em exames pré-operatórios.Item Prevalência de resistência bacteriana em isolados de pacientes hospitalizados com cirrose no sul do Brasil: um novo desafio(2014) Costabeber, Ane Micheli; Mattos, Angelo Alves de; Sukiennik, Teresa Cristina TeixeiraIntrodução: As infecções bacterianas constituem um importante evento clínico em pacientes com cirrose. Um aumento na frequência de infecções por patógenos multirresistentes tem sido visto em vários países, associado a maior ocorrência de falha da terapia inicial e a mais elevada mortalidade. Objetivo: Avaliar o perfil de resistência das bactérias isoladas em materiais biológicos obtidos de pacientes com e sem diagnóstico de cirrose. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo observacional. Foi avaliada a suscetibilidade aos antimicrobianos de isolados bacterianos provenientes de pacientes com e sem cirrose internados nos setores de emergência, enfermaria e unidade de terapia intensiva (UTI) de janeiro de 2009 a dezembro de 2011 de um centro de referência. Foram avaliados 5839 isolados bacterianos no sangue, secreções respiratórias, urina, ascite e coleções abdominais de 2652 pacientes. Staphylococcus sp coagulase negativo foi excluído da avaliação de multirresistência, sendo analisados, para esse fim, 4505 isolados de 2180 pacientes. Resultados: Apresentaram diagnóstico de cirrose 251 pacientes, com idade média de 57,6±11 anos, sendo a maioria homens (61,8%). O vírus da hepatite C foi a etiologia mais frequente (47,8%). Dos 576 isolados bacterianos provenientes desses pacientes, a metade foi gram-negativa, sendo E. coli e Staphylococcus sp coagulase negativo os mais comuns. Dos 464 isolados bacterianos provenientes dos pacientes com cirrose avaliados quanto à multirresistência, 37,5% foram multirresistentes, enquanto 44,1% dos 4041 isolados nos pacientes sem cirrose foram multirresistentes (p=0,007). E. coli foi a bactéria multirresistente mais comum entre os pacientes com e sem cirrose, seguida por S. aureus, K. pneumoniae e Acinetobacter sp nos primeiros. Foram produtores de ESBL 20,4% dos isolados de E. coli e Klebsiella sp nos pacientes com cirrose e 19,4% dos isolados na população total. Foram resistentes à meticilina 44,3% dos isolados de S. aureus nos pacientes com cirrose e 43% dos isolados na população total. Foram multirresistentes 28,3%, 50% e 40% dos isolados em pacientes com cirrose na emergência, enfermaria e UTI, respectivamente, enquanto 34,5%, 48,1% e 51,8% dos isolados na população total foram multirresistentes nos mesmos setores. Foram resistentes às cefalosporinas de terceira geração 36,2% dos isolados em pacientes com cirrose e 33,8% dos isolados na população total. Nos pacientes com cirrose, foram resistentes a esses antibióticos 35,5% dos isolados em hemocultura, 25% dos isolados em secreções respiratórias, 39,9% dos isolados na urina, 37,3% dos isolados na ascite e 28,6% dos isolados em outros líquidos ou coleções abdominais. Foram resistentes às cefalosporinas de terceira geração 24,9%, 50% e 42,7% dos isolados em pacientes com cirrose na emergência, enfermaria e UTI, respectivamente, enquanto 21,9%, 43,2% e 43,2% dos isolados na população total foram resistentes a esses antibióticos nos mesmos setores. Conclusão: Diante da elevada frequência de bactérias multirresistentes e resistentes às cefalosporinas de terceira geração nas amostras clínicas dos pacientes com cirrose, antibióticos de amplo espectro, adaptados aos padrões de resistência bacteriana observados, devem ser considerados para o tratamento empírico das infecções em pacientes hospitalizados.Item Acompanhamento do estado nutricional de pacientes submetidos ao transplante hepático ao longo de um ano(2014) Aydos, Maria Eugênia Deutrich; Marroni, Cláudio AugustoIntrodução: A avaliação nutricional é fundamental na investigação de alterações associadas às hepatopatias. A escolha do método para a avaliação nutricional dos pacientes submetidos ao transplante hepático é essencial para um diagnóstico preciso, tanto no período pré quanto pós-operatório para um adequado acompanhamento do estado nutricional. Objetivos: Avaliar e comparar o estado nutricional de pacientes cirróticos pré e pós-transplante de fígado ao longo de um ano de acompanhamento por diferentes métodos de avaliação nutricional. Métodos: Foram avaliados pacientes submetidos ao transplante hepático em cinco momentos: pré-transplante, 1 mês, 3, 6 e 12 meses após a realização do procedimento na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil. Os métodos empregados para a avaliação nutricional foram antropometria, força do aperto de mão não dominante (FAM) por dinamometria, espessura do músculo adutor do polegar (MAP) e ângulo de fase (AF) por bioimpedância elétrica (BIA). Em todas as avaliações, foram aferidas todas as medidas, conforme protocolo. Para a análise estatística, foi considerado nível de significância de 5% (p≤0,05). Resultados e discussão: Foram realizadas avaliações em uma coorte de 22 pacientes. Os métodos que mostraram maior prevalência de pacientes desnutridos no pré-transplante foram o AF pela BIA (25%), a circunferência muscular do braço (CMB) (21,9%) e a circunferência do braço (CB) (18,8%). Comparando o estado nutricional dos pacientes ao longo do acompanhamento, houve diferença significativa apenas nos métodos de avaliação da CB (p=0,009), prega cutânea tricipital (p=0,044) e AF pela BIA (p=0,008). Ao final do acompanhamento, os métodos de avaliação nutricional foram novamente comparados e apresentaram diferença significativamente estatística (p=0,049), sendo a FAM o método de maior detecção de desnutrição. Conclusão: Sugere-se que o método de AF pela BIA possa ser mais amplamente utilizado para essa população, pois os resultados vão ao encontro de outros achados na literatura, sendo significativos, confiáveis e reprodutíveis.Item Análise de custo-efetividade da cintilografia óssea de corpo inteiro na avaliação pré-transplante hepático de pacientes com carcinoma hepatocelular em um centro de referência na Região Sul do Brasil(2014) Rodríguez Villafuerte, Santiago Daniel; Brandão, Ajácio Bandeira de Mello; Balbinotto Neto, GiácomoO carcinoma hepatocelular (CHC) é o tumor primário de fígado mais comum, tendo sido responsável por 29.378 óbitos no Brasil, entre os anos 1980 e 2010. Sua incidência difere conforme as áreas geográficas devido à variação da frequência dos fatores de risco, sendo a cirrose hepática o principal fator para seu desenvolvimento. Nos últimos anos, ocorreram importantes avanços no diagnóstico e tratamento da doença, que permitiram definir melhor os pacientes que se beneficiariam de terapias curativas (transplante hepático (TxH) ou ressecção) ou paliativas, evitando gastos e procedimentos desnecessários. Os tratamentos curativos só podem ser oferecidos a pacientes com a doença restrita ao fígado, razão pela qual a pesquisa de metástases extra-hepáticas faz parte da investigação. Em muitos centros, é recomendada a realização de cintilografia óssea de corpo inteiro na avaliação préressecção ou para inclusão em lista de espera para transplante. Objetivo: Avaliar, sob a perspectiva de um centro de referência na Região Sul do Brasil, a pertinência da solicitação sistemática de cintilografia óssea de corpo inteiro, para pacientes adultos com CHC, como requisito para inclusão em lista de espera para TxH, com doador falecido. Pacientes e Métodos: Realizou-se um estudo de prevalência, incluindo todos os pacientes em lista de espera, entre dezembro de 1997 e janeiro de 2013, para TxH por CHC, confirmado por critérios de imagem ou biópsia. Resultados: Analisaram-se, retrospectivamente, 256 prontuários médicos de pacientes com CHC em estágio precoce, que se submeteram a TxH. Destes, 187 pacientes realizaram cintilografia óssea na avaliação pré-transplante (71% homens, média de idade 58 ± 7 anos) e 69 não o fizeram (72% homens, média de idade de 56 ± 8 anos). A etiologia mais comum da cirrose foi infecção pelo vírus da hepatite C e a classe funcional hepática mais prevalente em ambos os dois grupos foi Child B. Análise do explante apontou que 78% dos pacientes transplantados enquadravamse nos critérios de Milão. Nenhuma das 187 cintilografias realizadas foi positiva para metástases. As taxas de sobrevida um e cinco anos depois do transplante nos pacientes que realizaram cintilografia óssea foram de 81% e 69% respectivamente, e nos que não a realizaram, de 78% e 62% respectivamente (p = 0,25). As taxas de recorrência, um e cinco anos após o TxH, em pacientes com cintilografia óssea, foram de 4,8% e 10,7% e sem cintilografia, de 2,9% e 10,1% respectivamente, (p = 0,46). O custo decorrente da atual política gerou um gasto de US$ 27.582,914 sem detectar nenhuma metástase subclínica. Conclusão: Nesta coorte, a atual política de avaliação de pacientes com estágios precoces do CHC candidatos para TxH não foi custo-efetiva.Item Inibidores de bomba de prótons e peritonite bacteriana espontânea: uma indesejável associação?(2015) Miozzo, Suelen Aparecida da Silva; Mattos, Angelo Alves deIntrodução: As infecções bacterianas representam frequente causa de óbito em pacientes com cirrose. A peritonite bacteriana espontânea (PBE) representa a infecção mais característica nesse grupo de pacientes e portanto, é fundamental identificar possíveis fatores de risco para esta complicação. Objetivos: Tendo em vista haver discussões sobre a relação da PBE com o uso dos inibidores de bomba de prótons (IBPs), o objetivo do presente artigo é comparar a incidência de PBE nos pacientes em uso ou não dos IBPs. Métodos: Foi realizado um estudo do tipo coorte histórica, com delineamento prospectivo, sendo incluídos pacientes com cirrose em acompanhamento em um ambulatório de um hospital terciário do sul do Brasil. Resultados: Da casuística total de 738 pacientes com cirrose, 156 preencheram critérios de exclusão e dos 582 seguidos, a média de idade foi de 53,6 ± 12 anos, 58,2% eram do sexo masculino, sendo o vírus da hepatite C (36,2%) e o uso abusivo de álcool (25,6%) as principais etiologias da cirrose. O tempo mediano de seguimento ambulatorial foi de 5 anos. Dentre os 258 pacientes seguidos com ascite, 151 usavam terapia antisecretora ácida, dos quais 34 apresentaram PBE (22,5%) e houve 23 casos em 107 não usuários de IBPs (21,5%) (HR 1,44; IC95% 0,85-2,47; p=0,176). Conclusão: Na presente coorte, não se observou diferença estatisticamente significativa na incidência cumulativa de PBE entre usuários e não usuários de IBPs.Item Impacto da terapia antirretroviral na resposta ao tratamento da hepatite C crônica em indivíduos coinfectados pelo HIV(2015) Leon, Luciana Brosina de; Tovo, Cristiane ValleIntrodução: Muitos pacientes coinfectados pelos vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da hepatite C (HCV) estão em uso de terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), e conhecer o impacto dessas medicações na resposta virológica sustentada (RVS) durante o tratamento do HCV é de grande importância. Objetivo: Este estudo tem por objetivo avaliar se o uso da HAART é preditor de RVS em pacientes coinfectados pelo vírus HIV/HCV que realizaram o tratamento para HCV com Peginterferon (PEG) e Ribavirina (RBV). Métodos: É um estudo de coorte retrospectivo com 215 pacientes HIV/HCV tratados com PEG e RBV entre 2007 e 2013, e analisados por intenção de tratamento. Pacientes previamente tratados para HCV e portadores de Hepatite B crônica (HBsAg positivo) eram excluídos do estudo. Todos os pacientes realizaram HCV-RNA quantitativo no início do tratamento, na semana 12, final do tratamento e 24 semanas após o final do tratamento para avaliar a RVS. Os dados demográficos (gênero, idade), forma de contaminação, genótipo do HCV, carga viral do HCV (HCV-RNA), o grau de fibrose hepática, o status do HIV (contagem de linfócitos T- CD4 e HIV-RNA) e o tipo de PEG utilizado foram avaliados. Cento e oitenta e oito pacientes (87,4%) estavam em uso de HAART e a maioria dos esquemas de HAART continham dois Inibidores da Transcriptase Reversa Análogo de Nucleosídeo (ITRN) e um Inibidor de Protease (IP) ou dois ITRN e um Inibidor da Transcriptase Reversa Não Análogo de Nucleosídeo (ITRNN). Resultados: A RVS foi atingida em 55 (29,3%) pacientes em uso de HAART e 09 (33,3%) pacientes no grupo sem HAART (p=0,86). Não houve diferença na RVS quando avaliadas as diferentes medicações e esquemas HAART utilizando dois ITRN ou quando se comparou o uso de IP e ITRNN (27,1% vs 31,5%; p=0,61). Entre o grupo em uso de ITRN, a medicação mais utilizada foi Lamivudina/3TC (98,4%), seguida de Tenofovir/TDF (46,3%) e Zidovudina/AZT (38,3%). Quatorze (6,5%) pacientes não completaram o tratamento; destes, 11 abandonaram o tratamento e 3 descontinuaram devido a eventos adversos graves, todos eles usando AZT+3TC. Os fatores preditivos para a obtenção de RVS nos pacientes que utilizaram ou não a HAART foram a baixa carga viral do HCV, o genótipo não-1 e o uso de PEG- α2a. Conclusão: O uso de HAART não influencia a RVS em pacientes coinfectados HIV/HCV tratados com PEG e RBV.Item Frequência do polimorfismo C3435T (rs1045642) do gene MDR1 em pacientes coinfectados HCV-HIV(2015) Marasca, Giórgia de Souza; Veiga, Ana Beatriz Gorini da; Kretzmann Filho, Nélson AlexandreIntrodução: Devido à alta prevalência de coinfectados pelos vírus HCV e HIV e às inúmeras complicações que estes apresentam torna-se fundamental que se consiga um maior entendimento do comportamento biológico dos mesmos. Estudos apontam que a resposta ao tratamento pode estar relacionada à resistência aos medicamentos utilizados. O polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) C3435T do gene de resistência a múltiplas drogas MDR1, no qual ocorre modificação do códon ATC para ATT, parece estar relacionado à resposta ao tratamento com uso de fármacos em diversas doenças. Objetivo: Mapear o polimorfismo C3435T do gene MDR1 em paciente coinfectados pelos vírus HCV-HIV e correlacionar sua distribuição com a resposta ao tratamento da hepatite C. Metodologia: Foram analisados 98 pacientes com diagnóstico de coinfecção HCV-HIV no período de janeiro a dezembro de 2013. Foram avaliados os fatores de risco para aquisição dos vírus, resposta ao tratamento da hepatite C e a identificação molecular do polimorfismo do gene MDR1 foi determinado pela técnica de PCR Real Time (qPCR) alelo-específico com primers e sondas específicos para a identificação do polimorfismo. Resultados: Dos pacientes avaliados, 53 (54,1%) eram do gênero masculino e 45 (45,9%) do gênero feminino. A média de idade foi de 46,44 anos (±9,8), com idade mínima de 25 anos e idade máxima de 71 anos. Quanto à etnia, a amostra foi composta por 10 (10,2%) indivíduos negros, 12 (12,2%) pardos, 75 (76,5%) brancos e 1 (1%) indígena. A etiologia de ambos os vírus (HCV-HIV) estava relacionada com relação sexual desprotegida em 38 dos casos (39%), seguida pelo uso de drogas injetáveis (UDI) em 33 casos (34%) e transfusão sanguínea em 7 casos (7%); 20 casos (20%) tinham causa desconhecida. As frequências dos genótipos CC, CT e TT foram de 28,6%, 45,9% e 25,5%, respectivamente e as frequências alélicas foram 52% para alelo C e 48% para alelo T. Não houve associação entre o gene MDR1 e a resposta ao tratamento (p=0,380). Conclusão: Neste estudo, o polimorfismo C3435T do gene MDR1 não apresentou associação com a resposta ao tratamento em indivíduos coinfectados HCV-HIV.Item Análise da influência do polimorfismo T309G do gene MDM2 no prognóstico de pacientes cirróticos com carcinoma hepatocelular submetidos a tratamento cirúrgico(2015) Teixeira, Uirá Fernandes; Fontes, Paulo Roberto OttIntrodução. A descoberta e incorporação de painéis de biomarcadores aos estudos do câncer permitiram o conhecimento de variações genéticas e sua interferência no processo de carcinogênese. A possibilidade de associação do polimorfismo de nucleotídeo simples T309G do gene MDM2 com o aumento da formação de tumores, dentre eles o carcinoma hepatocelular (CHC), tem sido alvo de diversos estudos. Objetivo. Analisar a influência do polimorfismo T309G do gene MDM2 na recidiva tumoral de pacientes cirróticos com CHC submetidos a tratamento cirúrgico. Métodos. Foram analisados retrospectivamente pacientes cirróticos com carcinoma hepatocelular submetidos a tratamento cirúrgico (hepatectomia parcial ou transplante hepático) no período de 2000 a 2009, no Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Foram coletadas amostras de fragmentos tumorais da peça operatória (fígado explantado ou segmento hepático), as quais foram preparadas para estudo em bloco parafinado. Resultados. A sobrevida global foi de 26,7 meses para o grupo HPT e 62,4 meses para o grupo TxH (p<0,01), havendo um total de 66,7% de recidiva global no grupo HPT (10/15), e 17% no grupo TxH (8/47) (X² = 13,602, p<0.01). Níveis de AFP>200ng/mL correlacionaram-se com a recidiva tumoral em ambos os subgrupos cirúrgicos. Observou-se que 83,3% dos pacientes com recidiva também apresentaram invasão microvascular ao exame anátomo-patológico (p<0,01). Não houve significância estatística quando a recidiva neoplásica foi avaliada para os diferentes genótipos e analisada para cada subgrupo cirúrgico. A análise dos fatores prognósticos relacionados à recidiva do carcinoma hepatocelular, quando estratificados para cada padrão genotípico, também não se mostrou significante. Conclusão. O nosso estudo revelou que o genótipo G/G não esteve associado a recidiva tumoral após o tratamento cirúrgico, seja nas hepatectomias parciais ou transplante hepático. Além disso, a presença desse genótipo não mostrou correlação com os fatores prognósticos estudados.Item Impacto da cirurgia videolaparoscópica em ressecções de câncer colorretal quanto ao desenvolvimento de metástases hepáticas a longo prazo(2015) Rostirolla, Renata Andreoli; Fontes, Paulo Roberto Ott; Pinho, Mauro de Souza LeiteIntrodução: O câncer colorretal (CCR) apresenta elevada incidência e mortalidade em todo o mundo, especialmente nos países ocidentais e desenvolvidos. No nosso país, onde a política de prevenção da doença ainda é bastante precária, foram esperados 32.600 casos novos para o ano de 2014 (1). O tratamento do CCR permanece sendo a ressecção cirúrgica e, nos últimos anos, a abordagem laparoscópica vem ganhando espaço mostrando-se factível e segura, com benefícios pós-operatórios em relação a cirurgia aberta, sem comprometer os resultados oncológicos a longo prazo. O objetivo deste estudo é avaliar o desenvolvimento de metástases hepáticas em portadores de CCR potencialmente curável submetidos a ressecções laparoscópicas no nosso meio, com seguimento mínimo de 2 anos, tendo em vista o fato de serem as metástases hepáticas o principal padrão de recorrência da doença e causa de mortalidade associada. Métodos: Através de coorte retrospectiva foram revisados os prontuários de 189 portadores de adenocarcinoma de cólon e reto potencialmente curáveis submetidos a ressecção laparoscópica entre janeiro de 2005 e março de 2012, numa única instituição considerada de referência neste tipo de tratamento. Para análise estatística foram usados os testes χ2 de Pearson e o teste de Log-rank, e os dados analisados pelo pacote estatístico STATA versão 11.0. Resultados: A população elegível do estudo foi de 146 pacientes, sendo 91 mulheres (62%), com idade média de 61 ± 13 anos. O seguimento mínimo foi de 24 meses, sendo o tempo médio de seguimento de 60 ± 27 meses, e o tempo médio de recorrência global da doença de 27 ± 11 meses. Metástases hepáticas ocorreram em 7,5% da população, a maioria proveniente do estadio III e, o num tempo médio de 25 ± 16 meses. Conclusões: Para esta coorte a ressecção do CCR potencialmente curável por via laparoscópica não modificou a incidência de metástases hepáticas a longo prazo quando comparados nossos resultados aos dos grandes ensaios clínicos randomizados. Para os pacientes analisados a ressecção laparoscópica foi eficaz e segura em relação aos resultados oncológicos a longo prazo.
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