PPGHEP - Dissertações
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Item A prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica em pacientes com esquizofrenia(2020) Rayn, Roberta Goulart; Marroni, Cláudio Augusto; Fernandes, Sabrina AlvesIntrodução e objetivos: A prevalência mundial da esquizofrenia é de 1%. O tratamento para a esquizofrenia inclui o uso de medicações, sessões psicológicas, reabilitação e suporte social. O estilo de vida pouco saudável é relatado nessa população, sendo frequente a existência de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Diante disso, o objetivo desse trabalho é identificar a prevalência da DHGNA e a sua associação com a composição corporal, através de bioimpedância elétrica (BIA) - índice de massa corpórea (IMC), taxa metabólica basal (TMB), massa magra (MM) e massa gorda (MG); e com a utilização de fármacos psicotrópicos e seu tempo de uso. Metodologia: Estudo de delineamento transversal (n=37) de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, por meio da realização de ecografia abdominal total, no intuito de identificar a presença da DHGNA, bem como verificar fatores potencializadores de doença hepática como utilização de psicotrópicos e seu tempo de uso e a composição corporal, através da BIA (IMC, TMB, MM e MG). Resultados: A prevalência de DHGNA nessa amostra foi de 32,4%. Na análise multivariada, o IMC se manteve significativo, com razão de prevalências (RP = 1,14; P < 0,01), evidenciando associação direta com a DHGNA. Dentre as variáveis preditoras, quando analisadas por sexo, TMB (P = 0,02) e MM (P = 0,03) foram ambas maiores nos homens. Conclusão: O estudo aponta que pacientes esquizofrênicos diagnosticados com DHGNA tiveram IMC maior do que os sem DHGNA. Nesse caso, o IMC poderia ser um alvo de intervenção nutricional para reduzir essa patologia nesses pacientes.Item Ângulo de fase como marcador prognóstico de pacientes com cirrose: um follow-up de 15 anos(2023-11-23) Pinto, Letícia Pereira; Marroni, Claudio Augusto; Fernandes, Sabrina Alves; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: A cirrose hepática é doença crônica progressiva, caracterizada por fibrose difusa, que contribui para a desnutrição e pior qualidade de vida, acomete milhões de pessoas mundialmente, é responsável por 2,4% dos óbitos globais e demanda altos custos com hospitalizações e tratamentos especializados. Por estas razões é essencial determinar o prognóstico destes pacientes, o que contribui para melhor manejo clínico e tomada de decisões terapêuticas. O Ângulo de Fase da Bioimpedância Elétrica consiste numa medida que avalia a integridade celular e tem se mostrado um bom instrumento para avaliar o prognóstico de algumas doenças crônicas, como câncer e insuficiência cardíaca, e a sua redução está associada a um pior prognóstico. Objetivo: Avaliar o papel prognóstico do Ângulo de Fase na evolução dos indivíduos com cirrose, em 15 anos de seguimento Metodologia: Estudo de coorte retrospectiva de 129 indivíduos com cirrose de diferentes etiologias, atendidos em 2007 no Ambulatório de Hepatologia do Hospital Santa Clara do Complexo Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foi realizado o rastreio dos pacientes através do banco de dados do ambulatório e coletadas as ocorrências de eventos clinicamente relevantes (Varizes de esôfago, ascite, peritonite bacteriana espontânea, encefalopatia, sangramento de varizes de esôfago e óbito), número de internações, tempo de internação, exames bioquímicos e o Ângulo de Fase da Bioimpedância coletado através da bioimpedância Biodynamics p450. Os pacientes foram classificados conforme o seu Ângulo de Fase, utilizando a classificação de Fernandes et al (2012) e Mattiello e colaboradores (2022). Os dados foram tabulados em Excel 2013 para análise estatística. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p < 0,05 e a análise dos dados realizada no programa SPSS versão 26.0. Foi estabelecida a curva de Kaplan Mayer para a análise de sobrevida. Resultados: Os pacientes foram estratificados em dois grupos, um com base no Ângulo de Fase de 5,4 graus (AF > 5,4°, n = 40; AF ≤ 5,4°, n = 89) e outro conforme o percentil do Ângulo de Fase (< P50, n = 56; ≥ P50, n = 73). A avaliação por meio do percentil foi mais precisa na identificação de óbitos no longo prazo do que o ponto de corte de AF 5,4º. Os pacientes com percentil < P50 apresentaram maior número de eventos clinicamente relevantes como ascite, PBE, encefalopatia hepática e CHC. O Ângulo de Fase está fortemente correlacionado com a albumina sérica (P <0,001), Razão Normalizada Internacional (P = 0,01), bilirrubina total (P = 0,02) e bilirrubina direta (P = 0,003). O Ângulo de Fase está associado com o tempo de sobrevivência (P < 0,001) e tempo de internação (P = 0,02). A análise de regressão logística mostra que o aumento de 1° no Ângulo de Fase aumenta em 17,7% a chance de sobrevivência do paciente cirrótico. Conclusão: O ângulo de fase foi um bom preditor prognóstico em indivíduos com cirrose.Item Associação do consumo da cafeína e dos níveis séricos de vitamina D com o grau de fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica(2013) Oliveira, Kalinca da Silva; Tovo, Cristiane ValleIntrodução - O vírus da hepatite C (HCV) é um importante problema mundial de saúde pública e a principal causa de hepatite C crônica, cirrose, carcinoma hepatocelular e transplante hepático. Recentemente, o consumo de cafeína e os níveis séricos de vitamina D têm sido relacionados à diminuição dos níveis de enzimas hepáticas e menor risco de fibrose, em pacientes portadores de HCV. Objetivos - O presente estudo tem por objetivo avaliar a associação do consumo da cafeína, bem como dos níveis séricos de vitamina D com a atividade inflamatória e o grau de fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica. Métodos - Estudo transversal, constituído por pacientes com infecção crônica pelo HCV. Foram entrevistados 113 pacientes através de questionário referente ao consumo de cafeína e análise de dados antropométricos. Setenta e quatro pacientes realizaram a dosagem de vitamina D. A biópsia hepática foi realizada em um período de no máximo 36 meses antes da inclusão no estudo. Resultados – Foram avaliados 113 pacientes, sendo 67 (59,3%) do sexo feminino, 48 (42,5%) apresentavam idade entre 52 e 62 anos, e 101 (89,4%) eram de cor branca. O consumo médio de cafeína foi 251,41±232,32 mg∕dia, sendo que 70 (62%) pacientes consumiam até 250 mg∕dia de cafeína. Não houve associação entre o consumo de cafeína e a atividade inflamatória na biópsia hepática, o sexo, a cor da pele e o índice de massa corporal. Por outro lado, quando avaliada a associação entre o consumo de cafeína e fibrose hepática observou-se relação inversa, bem como quando analisado o consumo de cafeína e a idade. Quanto à vitamina D, foram avaliados 74 pacientes, sendo 45 (60,8%) do sexo feminino, com média de idade 57,03±9,24 anos e 63 (85,1%) eram de cor branca. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre os níveis séricos de vitamina D e o sexo, a idade, e a cor da pele. Da mesma forma, não houve associação entre a atividade inflamatória e o grau de fibrose hepática com os níveis séricos de vitamina D. Conclusões – O consumo de cafeína abaixo de 250 mg∕dia foi associado com fibrose hepática avançada. Não houve associação entre o consumo de cafeína e a atividade inflamatória. Da mesma forma, não houve associação entre os níveis séricos de vitamina D e atividade inflamatória, bem como com o grau de fibrose hepática.Item Avaliação da segurança da cirurgia bariátrica em pacientes com Fibrose Hepática avançada(2023-12-28) Barum, Giovani; Mattos, Ângelo Zambam de; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: A obesidade cresce em todo o mundo em ritmo pandêmico. A relação entre a obesidade e a esteatose hepática metabólica (metabolic dysfunctionassociated steatotic liver disease - MASLD) já é bem estabelecida, sendo um dos mais importantes fatores etiológicos para o desenvolvimento de cirrose hepática. A cirurgia bariátrica é um tratamento efetivo para perda de peso em pacientes com obesidade moderada e severa, tendo também um efeito no controle da MASLD. Contudo, a segurança da cirurgia em pacientes com fibrose hepática avançada não é ainda bem estabelecida. Objetivo: avaliar a segurança e as repercussões da cirurgia bariátrica de acordo com o grau de fibrose hepática. Métodos: foram avaliados retrospectivamente pacientes submetidos à cirurgia bariátrica no período de junho de 2004 a fevereiro de 2020 e que possuíam biópsia hepática realizada no momento da cirurgia. Foram coletados dados do prontuário correspondentes ao pré-operatório e ao período de até 1 ano de pós-operatório, e os resultados, estratificados conforme o grau de fibrose hepática em fibrose inicial (ausente ou estágios 1 e 2) e fibrose avançada (estágios 3 e 4). Resultados: Foram incluídos no estudo 1185 pacientes no período de 2004 a 2020. Foram identificados 1129 pacientes sem fibrose ou com estágios 1 e 2 de fibrose e 56 pacientes com fibrose avançada. O grupo com fibrose avançada tinha maior percentual de homens (35,7% versus 21,6%, p=0,014), portadores de diabete (42,9% versus 16,5%, p<0,001) e de hipertensão arterial sistêmica (57,1% versus 41,4%, p=0,012). Pacientes com fibrose avançada ficaram mais tempo internados (4,64 dias versus 4,06 dias, p<0,001) e necessitaram de internação em Unidade de Terapia Intensiva em uma maior proporção (7,1% versus 2,9%, p=0,038). Não houve diferença significativa com relação à ocorrência de infecções relacionadas ao procedimento, fístulas, hemorragia digestiva, tromboembolismo pulmonar ou trombose venosa profunda. Não houve diferença significativa com relação ao desenvolvimento de estenose da gastroenteroanastomose, colelitíase e anemia em 6 meses. Não houve óbito em quaisquer dos grupos. Conclusão: a cirurgia bariátrica se mostrou um procedimento seguro, com taxas de complicações semelhantes em pacientes portadores de fibrose avançada, quando comparado com pacientes sem fibrose ou com fibrose inicial.Item Avaliação do desempenho dos escores Agile 3+ e Agile 4 em pacientes com Doença Hepática Esteatótica Metabólica: estudo transversal(2025-09-23) Manica, Muriel; Tovo, Cristiane Valle; Ferreira, Luis Fernando; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: O prognóstico da Doença Hepática Esteatótica Metabólica (do inglês – metabolic associated steatotic liver disease – MASLD) está relacionado à presença de fibrose hepática (FH). Os escores Agile 3+ e Agile 4 foram propostos como métodos não invasivos para identificar, respectivamente, fibrose avançada e cirrose, associando a elastografia transitória vibratória (VCTE) com dados clínicos e laboratoriais. Objetivo: Avaliar o desempenho dos escores Agile na avaliação da FH em pacientes com MASLD. Métodos: Estudo transversal multicêntrico realizado em pacientes acompanhados no ambulatório de hepatologia em três hospitais de atendimento terciário no Brasil, que incluiu indivíduos com MASLD comprovada por biópsia hepática. Para o cálculo dos escores Agile 3+ e Agile 4, e visando avaliar respectivamente a fibrose avançada (F≥3) e a cirrose (F4), foi aplicada a fórmula proposta por Sanyal et al. Resultados: Foram incluídos 220 pacientes, a maioria mulheres (n=146; 66%) e com diabetes (n=136; 61,5%). A prevalência de fibrose avançada e cirrose foi de 21,82% (n=48) e 9,55% (n=21), respectivamente. Houve forte correlação entre o escore Agile 3+ (r=0,751) e o VCTE (r=0,729) com o estágio de FH avaliado por biópsia hepática, enquanto a correlação do Agile 4 foi moderada (r=0,535). No entanto, os escores Agile 3+ e Agile 4 demonstraram alta sensibilidade e especificidade (superiores a 80% em todos os casos) quando comparados à biópsia hepática. Além disso, houve significância na AUROC. Conclusão: Foi confirmada boa correlação dos escores Agile e da VCTE com os estágios de fibrose em indivíduos com MASLD. O escore Agile 4 classificou corretamente a presença cirrose de forma mais eficaz que o VCTE isoladamente, com uma menor zona indeterminada.Item Avaliação do sistema de reparo de quebras duplas do DNA em pacientes com metástase hepática de câncer colorretal submetidos à hepatectomia(Wagner Wessfll, 2021) Antonello, Carlos Daniel Hernández; Kalil, Antonio Nocchi; Leguisamo, Natalia Motta; Lucchese, Angélica MariaIntrodução: A identificação de grupos de risco específicos para a recorrências após a cirurgia em metástases hepáticas de câncer colorretal (MHCCR) continua sendo um desafio devido a heterogeneidade da doença. Parâmetros clinicopatológicos clássicos possuem limitado valor prognóstico. Material e métodos: Incluímos 50 pacientes de maneira prospectiva. Amostras de MHCCR e tecido hepático normal adjacente de pacientes que foram submetidos a hepatectomia com intenção curativa foram avaliadas para expressão gênica de genes chave das vias de reparo de quebras duplas (RAD51, BRCA1 e XRCC5), por RT-qPCR (n=32), e para expressão proteica por imunoistoquímica (Ku80 (n=32), MLH1 e MSH6 (n=50). O papel prognóstico dos dados moleculares e clinicopatológicos foi investigado por regressão de Cox para progressão livre de doença (PFS) e sobrevida global (OS). Resultados: Níveis aumentados de mRNA de RAD51 e XRCC5 em tecido tumoral foram associados a tratamento neoadjuvante para MHCCR com deficiência no reparo de malpareamento (dMMR). Baixa expressão de XRCC5 foi associada a pior OS e PFS. Entretanto, análise multivariada não confirmou baixo XRCC5 como fator prognóstico independente (PFS HR IC95% = 6.727 (0.471 - 9.058), p = 0.016; OS HR IC95% = 9.120 (0.918 - 9.612); P= 0.059). O tratamento neoadjuvante para MHCCR e margens cirúrgicas positivas após a hepatectomia foram confirmados como fatores prognósticos independentes para PFS. Baixos níveis de XRCC5 em tumores prediz pior PFS em pacientes com margens cirúrgicas positivas (R1-R2) que receberam tratamento neoadjuvante para MHCCR quando comparados àqueles que não receberam este tratamento. Conclusão: Nossos resultados sugerem o papel de XRCC5 como fator prognóstico em MHCCR ressecáveis. Baixos níveis de mRNA de XRCC5 podem predizer maior risco de recorrência e sobrevida, particularmente em pacientes com margens cirúrgicas positivas que não receberam quimioterapia neoadjuvante para MHCCR.Item Avaliação dos níveis de TAFI no perioperatório de transplante hepático: estudo piloto(2014) Nedel, Wagner Luis; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Rodrigues Filho, Edison MoraesIntrodução: Thrombin Activatable Fibrinolysis Inhibitor (TAFI), um fator de coagulação de produção hepática, é associado com um aumento na atividade fibrinolítica assim como uma maior mortalidade nos pacientes portadores de doença hepática terminal, em decorrência da diminuição dos seus níveis séricos nesta população. Tal fato pode estar relacionado tanto à função sintética anormal quanto ao risco aumentado de sangramento nestes pacientes. Seu papel no transplante hepático (TxH), entretanto, não é estabelecido. O principal objetivo deste estudo é avaliar o comportamento fisiológico do TAFI no pré e no pósoperatório de TxH. Metodologia: incluímos 21 pacientes em cuidados perioperatórios de TxH, com aferições dos níveis séricos de TAFI em três momentos: no pré-operatório (TAFI pré), no pós-operatório imediato (TAFI PO) e em 24h de pós-operatório (TAFI 24h). Resultados: os níveis de TAFI pré apresentaram uma forte correlação negativa com os valores pré-operatórios de Model of End-stage Liver Disease (MELD) (r=-0,723; p=0,01). Houve um aumento marcado nos níveis de TAFI 24h em comparação aos dois momentos anteriores (p=0,007 comparado com TAFI pré e p=0,0001 comparado a TAFI PO). Dois pacientes desenvolveram disfunção precoce do enxerto, estes apresentaram níveis de TAFI 24h menores do que aqueles que não tiveram esta complicação (3,0±0,19 versus 1,55±0,31; p=0,0001). Três pacientes evoluíram a óbito, os quais apresentaram níveis menores de TAFI pré (1,26±0,15 versus 2,53±0,53; p=0,001) e de TAFI PO (1,2±0,15 versus 2,4±0,42; p=0,001) em comparação aos sobreviventes. Houve uma associação entre TAFI pré com sangramento perioperatório na análise univariada, mas ela não se confirmou após ajustamento da análise para modelo de regressão linear, também, não houve associação entre valores de TAFI pré ou TAFI PO com transfusão ou não nas primeiras 24h pós transplante (p=0,43 e p=0,23, respectivamente). Conclusões – a avaliação dos níveis de TAFI, tanto no pré quanto no pós-operatório, apresenta um papel potencial na predição de efeitos adversos maiores no TxH.Item Capacidade de exercício em cirróticos com e sem síndrome hepatopulmonar(2014) Pereira, José Leonardo Faustini; Marroni, Cláudio Augusto; Garcia, EduardoIntrodução – A Síndrome Hepatopulmonar (SHP) é caracterizada por uma tríade clínica que envolve: Doença hepática e/ou hipertensão portal, presença de dilatações vasculares intrapulmonares, e anormalidades da oxigenação arterial. Tais condições podem contribuir para uma piora da força muscular, capacidade de exercício e funcionalidade dessa população. Objetivo – Comparar a capacidade de exercício, condição funcional e força muscular respiratória de indivíduos cirróticos com diagnóstico de SHP e de indivíduos cirróticos sem esse mesmo diagnóstico. Métodos - Estudo transversal com amostra de conveniência, composta por 178 pacientes (92 com SHP e 86 sem SHP) que possuíam o diagnóstico de cirrose hepática por etiologia alcóolica ou pelo vírus VHC. Para verificar a capacidade de exercício utilizamos o Pico de Consumo de Oxigênio (VO2pico), para a funcionalidade o Teste de Caminhada dos Seis Minutos (TC6M) e para a força da musculatura respiratória a Manovacuometria. Na análise estatística foram utilizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e o teste t de Student. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS 16.00 sendo considerado significativo p< 0,05. Resultados – O grupo com diagnóstico de SHP apresentou menor VO2pico (14,2±2,3 vs 17,6±2,6) p<0,001, distância percorrida no TC6M (340,8±50,9 vs 416,5±91,4) p<0,001, pressão inspiratória máxima (-49,1±9,8 vs -74,2±13,9) p=0,001, e pressão expiratória máxima (60,1±12,2 vs 76,8±14,7) p=0,001. Conclusão – O grupo de pacientes cirróticos com diagnóstico de SHP apresentou menor VO2pico, distância percorrida no TC6M e força muscular respiratória do que os indivíduos cirróticos sem o diagnóstico de SHP.Item Comparação da gravidade da doença hepática gordurosa não alcoólica de pacientes obesos diabéticos e não diabéticos(Wagner Wessfll, 2019) Diedrich Neto, João Alfredo; Fontes, Paulo Roberto OttIntrodução: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) apresenta um amplo espectro de alterações histopatológicas, desde a esteatose até a cirrose hepática. A literatura sugere que pacientes com diabete melito (DMT2), por sua relação na fisiopatologia, têm risco aumentado para incidência e gravidade dessa doença. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi determinar a prevalência e a gravidade da DHGNA em pacientes obesos diabéticos e não diabéticos submetidos à cirurgia bariátrica. Também foram analisados e comparados os dados epidemiológicos e demográficos, parâmetros clínicos e laboratoriais. Pacientes e Métodos: Todos os pacientes elencados submeteram-se à cirurgia bariátrica pela mesma equipe cirúrgica, na Santa Casa de Porto Alegre, no período de 2016 a 2018. Realizou-se a avaliação das biópsias hepáticas através do NAFLD activity score (NAS) para avaliação quanto ao grau de esteatose hepática, à presença de balonização, à atividade da inflamação e ao grau de fibrose. Resultados: Foram observados 154 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica com biópsia transoperatória concomitante, divididos em duas faixas de IMC, de 35 a 44.9 e de 45 a 54.9. Não houve complicação relacionada com a biópsia hepática. Dos 154 pacientes, 32 (20,8%) eram diabéticos e 122 (79,2%) eram não diabéticos. Os pacientes com DMT2 eram significativamente mais velhos que os pacientes sem a doença, 41,29 ± 9,40 anos vs 36,71±10,13 anos, no grupo com IMC de 35 a 44.9 (p=0,049) e 45,13 ± 7,10 anos vs 37,00 ± 9,24 anos no grupo com IMC de 45 a 54.9 (p=0,024). Além disso, neste último grupo, observou-se associação significativa dos pacientes diabéticos com a presença de hipertensão arterial sistêmica (HAS) (p=0,033). Na avaliação histológica realizada, os pacientes com DMT2 do grupo com IMC de 35 a 44.9 apresentaram forte associação com maior prevalência e gravidade de estetose, balonização, inflamação, fibrose e esteato-hepatite. Conclusão: Os dados deste estudo confirmam prevalência elevada de DHGNA em pacientes com Obesidade Mórbida. A prevalência e a gravidade aumentam proporcionalmente ao IMC. Pacientes de uma mesma faixa de IMC que possuam DMT2 como comorbidade apresentam maior prevalência e gravidade da doença, sugerindo sua associação com a síndrome metabólica.Item Correlação entre achados na histopatologia Hepática e os níveis de adipocinas em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica(2016) D'Incao, Rafael Bergesch; Tovo, Cristiane Valle; Mattevi, Vanessa SuñéINTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença de abrangência mundial, sendo implicada comprovadamente com inúmeras condições clínicas. Entre elas destacase a doença hepática gordurosa não-alcóolica (DHGNA), presente em cerca de 80% dos obesos e em até 95% dos obesos mórbidos. Atualmente, essa doença vem sendo compreendida como um estado inflamatório crônico, sendo associado à produção de inúmeras citocinas, conhecidas como adipocinas. O objetivo do presente estudo foi analisar os níveis de adipocinas no soro, na gordura visceral e na subcutânea, sendo comparados com os achados histopatológicos hepáticos em uma população de pacientes obesos mórbidos. MÉTODOS: foi realizado um estudo observacional descritivo retrospectivo, onde foram analisados os achados da biópsia hepática em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica e que haviam realizado análise dos níveis de adipocinas (adiponectina, leptina e resistina) no tecido subcutâneo, visceral e no soro. Na avaliação das biópsias hepáticas realizadas durante o procedimento cirúrgico os espécimes obtidos foram avaliados conforme a classificação de Kleiner. RESULTADOS: foram analisados 25 pacientes obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica. Houve correlação estatisticamente significativa da idade e dos níveis de hemoglobina glicada com a esteatohepatite não-alcóolica (EHNA), bem como uma correlação inversa dos níveis séricos de leptina e resistina com os graus de esteatose e da resistina com a presença de fibrose. Não houve correlação entre expressão de adipocinas no tecido subcutâneo e visceral com os achados histopatológicos. CONCLUSÃO: nessa população de obesos mórbidos, os níveis de leptina se apresentaram reduzidos com o aumento do conteúdo hepático de gordura e os níveis séricos de resistina se mostraram diminuídos na presença, tanto de esteatose simples, como de EHNA. A idade avançada mostrou relação com EHNA e os níveis da hemoglobina glicada se mostraram elevados quando associados com a DHGNA, refletindo a resistência insulínica de forma indireta.Item Critérios cardiometabólicos, síndrome metabólica e composição corporal associados à MASLD(2023) Pereira, Victória Quadros da Silveira; Moreira, Thaís Rodrigues; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: Doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) é a mais frequente causa de doença crônica hepática em todo mundo e é a principal causa de morbidade e mortalidade relacionadas ao fígado. A obesidade, a distribuição de gordura e a composição corporal, assim como o comprometimento do metabolismo da glicose, a hipertensão arterial e a dislipidemia aterogênica são fatores de risco para MASLD. A literatura sugere que cada fator pode contribuir isoladamente ou em conjunto para a severidade da doença hepática. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi determinar a associação entre critérios cardiometabólicos e de composição corporal com gravidade histopatológica na MASLD. Métodos: Estudo transversal prospectivo com pacientes atendidos no ambulatório de um hospital terciário do Sul do Brasil. Foram incluídos indivíduos com idade ≥ 18 anos, com MASLD confirmado por biopsia hepática. A coleta ocorreu durante consultas nutricionais, oportunidade em que foram reunidos dados clínicos e referentes aos hábitos de vida. Aferiram-se parâmetros antropométricos e bioimpedância elétrica, para a avaliação da composição corporal. Aplicou-se testes T student, Mann-Withney, para comparar proporções, os testes qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher e correlação de Pearson e Spearman para análise de dados. Resultados: Avaliaram-se 62 pacientes com idade média de 58,04±8,9 anos, com IMC médio de 33,3±5,4kg/m². Hipertensão arterial foi diagnosticada em 80,6% (n=50), 75,8% (n=47) eram diabéticos e 72,6% (n=45) dislipidêmicos. Síndrome metabólica foi identificada em 83,9% (n=53). Risco para sarcopenia foi identificado em 95%(n=59). Na comparação entre níveis de esteatose hepática e variáveis, observou-se que pacientes com pressão arterial aumentada ou hipertensão, a prevalência de balonização foi significativamente maior (p=0,019), apresentaram maior massa gorda (p=0,054) e fibrose moderada/intensa/cirrose (p=0,063). O IMC tendeu a ser maior nos pacientes com balonização (p=0,062). A Síndrome Metabólica foi associada à prevalência de fibrose moderada/intensa/cirrose (p=0,003). Aqueles com risco para sarcopenia apresentaram IMC significativamente mais elevado do que os que não apresentavam risco (p=0,003). Conclusão: A esteatose hepática intensa correlacionou-se com o critério cardiometabólico de pressão aumentada ou HAS e diagnóstico de Síndrome metabólica. Os pacientes com maior IMC e massa gorda também apresentaram maior severidade da doença. Em acréscimo, o risco para sarcopenia foi identificado na maior parte dos indivíduos sendo o risco associado a maiores valores de IMC.Item Desempenho de escores prognósticos que incluem dados do explante na estimativa de recorrência do carcinoma hepatocelular após transplante hepático: uma revisão sistemática e metanálise(2024-11-19) Barros, Iago Christofoli de; Brandão, Ajácio Bandeira de Mello; Rodríguez, Santiago; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaO transplante hepático é o tratamento curativo preferencial para o carcinoma hepatocelular (CHC) em estágio inicial. No entanto, apesar de critérios de seleção rigorosos, cerca de 17% dos pacientes apresentam recidiva de CHC após o transplante. Nosso objetivo foi identificar qual modelo de risco usando dados do explante poderia prever melhor a recidiva do CHC. Foi realizada uma revisão sistemática com metanálise, por meio de busca no PubMed, EMBASE, Web of Science e Cochrane Library, a partir da publicação do escore de Milão em 1996, até 30 de janeiro de 2024. Foram incluídos nove estudos (5.348 pacientes), e três escores preditivos — modelos RETREAT, Decaens e PCRS — foram meta-analisados. Os desfechos analisados foram: (i) taxa de recidiva de CHC após transplante hepático; e (ii) capacidade preditiva dos escores para recidiva de CHC ao longo de cinco anos. Todos os estudos eram retrospectivos, com validação na América do Norte, Europa e Ásia. A taxa de recidiva do CHC foi de 7%. As sensibilidades e especificidades agrupadas para escores de alto risco — RETREAT ≥ 5, Decaens ≥ 4 e PCRS ≥ 3 — foram: 0,381 – 0,953, 0,676 – 0,817 e 0,217 – 0,987, respectivamente. A taxa de recidiva em até 5 anos para pacientes de alto risco foi de 45% (IC 95% 35,12–57,0). As AUCs de cada escore foram comparadas pelo método bivariado, sem diferenças estatisticamente significativas. Portanto, nenhum escore se mostrou superior. Parece, então, que todos os modelos, especialmente quando identificam pacientes de alto risco, podem auxiliar na determinação da imunossupressão e nos intervalos de vigilância, com base nas características tumorais identificadas no explante. No futuro, outros modelos deverão ser explorados, juntamente com o uso de bases de dados — de preferência em estudos prospectivos — e possivelmente com o auxílio de inteligência artificial, permitindo uma estratificação mais precisa dos pacientes e uma vigilância mais adequada.Item Ecocardiograma de estresse com dobutamina, cintilografia de perfusão miocárdica, cineangiocoronariografia percutânea e a avaliação cardiológica pré-transplante hepático de adultos: uma revisão sistemática e meta-análise(Wagner Wessfll, 2016) Soldera, Jonathan; Brandão, Ajácio Bandeira de MelloIntrodução: O conceito do acometimento cardíaco em vigência de doença arterial coronariana (DAC) vem mudando conforme a população arrolada para transplante hepático (TxH) vem envelhecendo. Objetivo: Estimar o valor prognóstico e diagnóstico do ecocardiograma de estresse com dobutamina (EED), cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) e da angiografia coronariana (CAT) para avaliar a presença de DAC em pacientes cirróticos incluídos em lista de TxH. Métodos: A busca de estudos foi baseada nos Medical Subject Headings e Health Sciences Descriptors, que foram combinados a operadores booleanos. Foram buscadas as bases de dados eletrônicas Scopus, Web of Science, Embase, Medline (PubMed), BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences Literature), Cochrane Library for Systematic Reviews e Opengray.eu. Não houve retrições de linguagem ou data de publicação. Listas de referências dos estudos obtidos foram analisadas manualmente. Resultados: A estratégia de busca obteve 322 referências para EED, 90 para CPM e 149 para CAT. Na análise final, 15 referências para EED, 12 para CPM e 8 para CAT foram incluídas. A sensibilidade de EED e CPM para diagnóstico de DAC tendo o CAT como padrão-áureo foi de 28% e 61% e especificidade de 82% e 74%, respectivamente. O risco relativo de eventos cardíacos peri-operatórios para EED, CPM e CAT foi de 30,2, 2,6 e 2,1, enquanto de mortalidade por todas as causas foi de 4,7, 2,7 e 1,5, respectivamente. Conclusão: EED e CPM são inadequadamente sensíveis para definir a presença de DAC, no entanto apresentam espeficidade significativa. EED, CPM e CAT são pouco eficazes para medir eventos adversos no pós-TxH. Carece-se de métodos mais efetivos de análise de DAC em cirróticos.Item Efeito protetor dos ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 na Síndrome Hepatorrenal em ratos Wistar(2023-08-09) Duailibe, João Bruno Beretta de Almeida; Porawski, Marilene; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: A síndrome hepatorrenal (SHR) é um dos tipos mais comuns de lesão renal aguda (LRA) que afeta doentes cirróticos e caracteriza-se pela redução do fluxo sanguíneo renal, não correspondendo à expansão do volume, e é uma das complicações mais graves que afetam os pacientes cirróticos com doença avançada. Objetivo: Estudar o efeito protetor da suplementação de ácidos graxos do tipo ômega3 no tecido renal de ratos cirróticos. Métodos: Trata-se de uma pesquisa experimental em ratos Wistar com revisão da literatura. Para o experimento, foram utilizados 24 ratos Wistar machos divididos nos seguintes grupos: Grupo I (controle); Grupo II (tratado com ômega-3, 1g/kg de peso corporal); Grupo III (LDB tratado com ômega-3, 1g/kg de peso corporal) e Grupo IV (LDB sem tratamento). O ômega-3 utilizado foi da marca Catarinense. A cirrose hepática foi induzida pelo modelo de ligadura do duto biliar (LDB) com duração de 28 dias. Após o período de experimento, os animais foram eutanasiados por sobredose de anestésico. Os rins foram dissecados, retirados e congelados em nitrogênio líquido e armazenados em freezer a -80ºC para posterior análise. Foram avaliados o estresse oxidativo, os metabólitos do óxido nítrico, o dano ao DNA pelo ensaio cometa, o teste de viabilidade celular e a presença de apoptose no tecido renal. Os dados foram estatisticamente aferidos por análise de variância unidirecional (ANOVA), e as médias foram comparadas usando o teste Tukey, com p ≤ 0,05 considerado como estatisticamente significativo usando o programa GraphPad Prism versão 5.0 (Intuitive Software for Science, São Diego, CA, EUA). Resultados: O ômega-3 diminuiu significativamente a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) (p <0,001) e a formação de malondialdeído (MDA) no grupo LDB + ômega3 (p <0,001). A atividade das enzimas antioxidantes SOD e CAT aumentou no grupo LDB + ômega em relação ao grupo LDB (p <0,01). A produção de óxido nítrico, o dano ao DNA e a caspase 9 foram significativamente diminuídas no grupo LDB tratado com ômega-3 e houve um aumento do potencial eletroquímico mitocondrial (p <0,001) no grupo LDB tratado com ômega-3 em relação ao grupo LDB. Não foram observadas alterações no índice de sobrevivência celular na síndrome hepatorrenal com ômega3 quando comparadas ao grupo controle (p> 0,05). Conclusões: O estudo mostra que o ômega-3 é capaz de proteger a integridade e função celular do dano oxidativo através do aumento das enzimas antioxidantes, inibição da formação de radicais livres e diminuição da apoptose.Item Hepatotoxicidade relacionada ao uso de tuberculostáticos em pacientes transplantados de órgãos sólidos(2013) Schultz, Vanessa; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Marroni, Cláudio AugustoIntrodução: A Tuberculose (TB) tem alta morbi-mortalidade nos receptores de transplante de órgãos sólidos (TOS) e esses pacientes têm chance 20-74 vezes maior que a população geral de desenvolver tal doença. Além dos danos inerentes à doença, o risco de dano hepático causado pelos tuberculostáticos é de grande importância, pois implica em pior desfecho. A incidência da hepatotoxicidade nos receptores de TOS tratando TB varia de 2 a 50%. Sendo um tema escasso e de grande impacto nos transplantados, o objetivo deste estudo é avaliar a incidência de hepatotoxicidade aos tuberculostáticos e os fatores preditores nessa população. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo, realizado em um hospital de referência para transplantes no Brasil. Incluíram-se receptores de TOS que realizaram tratamento para TB após o transplante, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2012. Resultados: Foram incluídos 69 pacientes receptores de rins, fígado e pulmões. A incidência de TB nos receptores de TOS foi de 1,98% e a incidência de hepatotoxicidade aos tuberculostáticos foi de 33,3% (n=23). Os fatores risco independentes para hepatotoxicidade foram o uso de rifampicina em dose diária ≥ 600mg (p=0,016, RR 2,47; IC95% 1,18-5,15) e transplante pulmonar (p=0.017; RR 2.05; IC95% 1,14-3,70). O transplante de rim se apresentou como fator protetor para hepatotoxicidade (p=0,036 RR 0,50, IC95% 0,26-0,96). A mortalidade,foi maior nos pacientes com hepatotoxicidade (52,6% x 19,6%) (p=0,070). Conclusão: A dose de rifampicina igual ou maior a 600mg é um fator de risco para hepatotoxicidade, aumentando o risco em aproximadamente 3 vezes. Os transplantes pulmonar e renal devem ser mais bem estudados nos transplantados de órgãos sólidos com TB para avaliar sua real ação na toxicidade hepática quando esses pacientes estiverem em tratamento para TB.Item Impacto da terapia antirretroviral na resposta ao tratamento da hepatite C crônica em indivíduos coinfectados pelo HIV(2015) Leon, Luciana Brosina de; Tovo, Cristiane ValleIntrodução: Muitos pacientes coinfectados pelos vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da hepatite C (HCV) estão em uso de terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), e conhecer o impacto dessas medicações na resposta virológica sustentada (RVS) durante o tratamento do HCV é de grande importância. Objetivo: Este estudo tem por objetivo avaliar se o uso da HAART é preditor de RVS em pacientes coinfectados pelo vírus HIV/HCV que realizaram o tratamento para HCV com Peginterferon (PEG) e Ribavirina (RBV). Métodos: É um estudo de coorte retrospectivo com 215 pacientes HIV/HCV tratados com PEG e RBV entre 2007 e 2013, e analisados por intenção de tratamento. Pacientes previamente tratados para HCV e portadores de Hepatite B crônica (HBsAg positivo) eram excluídos do estudo. Todos os pacientes realizaram HCV-RNA quantitativo no início do tratamento, na semana 12, final do tratamento e 24 semanas após o final do tratamento para avaliar a RVS. Os dados demográficos (gênero, idade), forma de contaminação, genótipo do HCV, carga viral do HCV (HCV-RNA), o grau de fibrose hepática, o status do HIV (contagem de linfócitos T- CD4 e HIV-RNA) e o tipo de PEG utilizado foram avaliados. Cento e oitenta e oito pacientes (87,4%) estavam em uso de HAART e a maioria dos esquemas de HAART continham dois Inibidores da Transcriptase Reversa Análogo de Nucleosídeo (ITRN) e um Inibidor de Protease (IP) ou dois ITRN e um Inibidor da Transcriptase Reversa Não Análogo de Nucleosídeo (ITRNN). Resultados: A RVS foi atingida em 55 (29,3%) pacientes em uso de HAART e 09 (33,3%) pacientes no grupo sem HAART (p=0,86). Não houve diferença na RVS quando avaliadas as diferentes medicações e esquemas HAART utilizando dois ITRN ou quando se comparou o uso de IP e ITRNN (27,1% vs 31,5%; p=0,61). Entre o grupo em uso de ITRN, a medicação mais utilizada foi Lamivudina/3TC (98,4%), seguida de Tenofovir/TDF (46,3%) e Zidovudina/AZT (38,3%). Quatorze (6,5%) pacientes não completaram o tratamento; destes, 11 abandonaram o tratamento e 3 descontinuaram devido a eventos adversos graves, todos eles usando AZT+3TC. Os fatores preditivos para a obtenção de RVS nos pacientes que utilizaram ou não a HAART foram a baixa carga viral do HCV, o genótipo não-1 e o uso de PEG- α2a. Conclusão: O uso de HAART não influencia a RVS em pacientes coinfectados HIV/HCV tratados com PEG e RBV.Item Impacto do Tratamento da Hepatite C Crônica com Sofosbuvir na Função Renal em Pacientes Coinfectados pelo HIV Usando Tenofovir Disoproxil Fumarato com ou sem Atazanavir(2023-09-29) Andrzejewski, Scheila Kohls; Kliemann, Dimas Alexandre; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: Tanto a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) quanto pelo vírus da hepatite C (HCV) podem ser causa de doença renal crônica, seja em decorrência do efeito viral sobre o hospedeiro seja devido aos efeitos dos medicamentos utilizados no seu tratamento, os quais podem afetar a função renal. Este estudo avaliou a nefrotoxicidade em pacientes coinfectados por HIV/HCV em uso de tenofovir disoproxil fumarato (TDF) e sofosbuvir (SOF). Objetivos: Avaliar a incidência de nefrotoxicidade com TDF e SOF na coinfecção HIV/HCV. Métodos: Realizamos uma análise retrospectiva dos prontuários de um centro terciário no Brasil. Acompanhamos pacientes coinfectados por HIV/HCV com idade ≥18 anos por pelo menos 12 semanas após o término do tratamento para HCV. Dois grupos foram formados: um composto por pacientes expostos ao TDF (E-TDF) e outro pelos não expostos ao TDF (NE-TDF). O grupo E-TDF foi organizado de acordo com o tratamento do HCV: SOF+ daclatasvir (DCV); SOF+ ledipasvir (LDV); SOF+DCV+ ribavirina (RBV); SOF+RBV; e SOF+ velpatasvir (VEL); e subdivididos de acordo com o tratamento do HIV: pacientes expostos à combinação de TDF e atazanavir (ATV) ou não expostos a essas associações (N-TDF/ATV). O estágio de disfunção renal foi estabelecido pelo cálculo do índice de proteína/creatinina urinária (IPC) e taxa de filtração glomerular (TFG). O valor de IPC <0.2 g/dl indicava função normal e IPC ≥0.2 g/dl determinava alterações tubulares. A classificação adotada para a TFG foi a estabelecida pela Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO). Resultados: A maioria dos pacientes recebeu SOF+DCV+RBV (71.2%). Os dados socioeconômicos, clínicos e virológicos evidenciaram prevalência de etnia branca (79.5%), genótipo 1 (59%), presença de cirrose (20.5%) e fibrose avançada (31.5%). A maioria dos pacientes apresentou IPC pré-tratamento normal (66%) e TFG prétratamento estágios 1 e 2 (67% e 27%, respectivamente). Apenas 5% (4 pacientes) possuíam TFG pré-tratamento estágio 3. O grupo SOF+DCV+RBV apresentou redução do IPC no pós-tratamento (p>0.0001), e o grupo SOF+LDV apresentou diferença estatística entre o período pré-tratamento e pós-tratamento em relação a TFG (p=0.0108). Não foi observada correlação significativa entre a variação do IPC e o tempo de exposição ao TDF/ATV e ATV. No entanto, foi observada uma fraca correlação negativa na interpretação do IPC e o tempo de exposição ao TDF (r= - 0.3174; p=0.0193; n=54). Conclusão: Mesmo pacientes com função renal normal podem apresentar piora da função renal quando expostos à terapia antirretroviral. Nosso estudo detectou uma variação no IPC, com melhora do IPC ao longo do tempo na exposição ao TDF. No entanto, não foram encontrados achados estatisticamente significativos na análise correlacionada ao tempo de exposição ao TDF com ou sem a associação do ATV. Devido ao pequeno número de participantes e ao desenho retrospectivo, este estudo apresenta limitações que permitam conclusões definitivas, entretanto, não foram encontradas evidências de que o uso de SOF cause piora na função renal de pacientes com HIV em tratamento antirretroviral com TDF e/ou ATV. Ademais, os autores sugerem que a função renal deve ser monitorada de perto, especialmente durante o período inicial da terapia para o HCV.Item Incidência de carcinoma hepatocelular em pacientes cirróticos atendidos em nível ambulatorial(2016) Silva, Marcelo Campos Appel da; Mattos, Angelo Alves deObjetivos: verificar a incidência de carcinoma hepatocelular (CHC) em uma coorte de pacientes com cirrose acompanhados em nível ambulatorial. Metodologia: foi realizado estudo de coorte retrospectiva, com pacientes acompanhados no ambulatório de Hipertensão Portal, no período de março de 2005 a março de 2014, sendo realizadas ecografia e determinação de alfa-fetoproteína sérica periódicas. A incidência cumulativa de CHC e a sobrevida dos pacientes foram avaliadas através de curva de Kaplan-Meier. Resultados: foram incluídos 453 pacientes com cirrose durante o período do estudo. Na população avaliada houve predomínio do sexo masculino (57,6%) e a média de idade foi de 55 anos. O vírus da hepatite C e o etilismo foram as principais etiologias da cirrose. No seguimento foi diagnosticado CHC em 75 pacientes (16,55%), sendo estimada uma incidência cumulativa de 2,6% no primeiro ano, 15,4% no quinto ano e de 28,8% em 10 anos. Mais pacientes foram classificados com estágio tumoral precoce quando aderiram ao programa de vigilância com intervalo dos exames realizados em até 6 meses (p=0,05). A sobrevida mediana foi de 102 meses no grupo de pacientes com CHC, comparada a 234 meses no grupo livre da complicação (p=0,0009). A análise multivariada demonstrou efeito protetor das estatinas no desenvolvimento de CHC. Conclusão: o CHC é uma complicação frequente em pacientes com cirrose, sendo que um diagnóstico precoce favorece um tratamento curativo, motivando a aderência a programas de vigilância.Item Influência do etilismo no desfecho clínico de pacientes internados em centro de referência para doenças hepáticas e gastrointestinais(2016) Santos, Suyan Gehlm Ribeiro dos; Coral, Gabriela PerdomoIntrodução: O alcoolismo é um problema de saúde de significativa relevância em nível mundial e brasileiro, além disso, ele está relacionado a uma mortalidade elevada. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência do etilismo e de sua influência no prognóstico dos pacientes internados em um centro de referência. Metodologia: Estudo retrospectivo, que incluiu todos os pacientes internados entre janeiro de 2009 e dezembro de 2014 na enfermaria de gastroenterologia e hepatologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA). Foram analisados 578 pacientes. Os desfechos clínicos, as condições associadas, as infecções e a mortalidade entre os pacientes etilistas e não etilistas foram avaliados com base em registros médicos Resultados: Dos 578 pacientes avaliados, 340 (58,8%) eram do gênero masculino e 238 (41,2%) do gênero feminino. A média de idade foi de 54,1 anos (±11,3), variando de 15 a 92 anos. Cento e setenta e cinco pacientes (30,3%) eram etilistas. A cirrose hepática foi mais prevalente nos pacientes etilistas 86,9% (p <0,001), assim como as infecções 67,4% (p <0,001), destacando-se a peritonite bacteriana espontânea e a infecção do trato respiratório. A infecção pelo vírus da hepatite C esteve presente em 55,4% dos etilistas. O etilismo esteve associado à cirrose hepática (p <0,001), à ascite (p <0,001), à encefalopatia hepática (p <0,001), à hemorragia digestiva alta (p <0,001), à infecção (p <0,001) e à mortalidade (p = 0,024) na análise multivariada. Conclusão: Neste estudo, o etilismo piorou o prognóstico de pacientes internados, especialmente por aumentar o risco de infecção e óbito.Item Inibidores de bomba de prótons e peritonite bacteriana espontânea: uma indesejável associação?(2015) Miozzo, Suelen Aparecida da Silva; Mattos, Angelo Alves deIntrodução: As infecções bacterianas representam frequente causa de óbito em pacientes com cirrose. A peritonite bacteriana espontânea (PBE) representa a infecção mais característica nesse grupo de pacientes e portanto, é fundamental identificar possíveis fatores de risco para esta complicação. Objetivos: Tendo em vista haver discussões sobre a relação da PBE com o uso dos inibidores de bomba de prótons (IBPs), o objetivo do presente artigo é comparar a incidência de PBE nos pacientes em uso ou não dos IBPs. Métodos: Foi realizado um estudo do tipo coorte histórica, com delineamento prospectivo, sendo incluídos pacientes com cirrose em acompanhamento em um ambulatório de um hospital terciário do sul do Brasil. Resultados: Da casuística total de 738 pacientes com cirrose, 156 preencheram critérios de exclusão e dos 582 seguidos, a média de idade foi de 53,6 ± 12 anos, 58,2% eram do sexo masculino, sendo o vírus da hepatite C (36,2%) e o uso abusivo de álcool (25,6%) as principais etiologias da cirrose. O tempo mediano de seguimento ambulatorial foi de 5 anos. Dentre os 258 pacientes seguidos com ascite, 151 usavam terapia antisecretora ácida, dos quais 34 apresentaram PBE (22,5%) e houve 23 casos em 107 não usuários de IBPs (21,5%) (HR 1,44; IC95% 0,85-2,47; p=0,176). Conclusão: Na presente coorte, não se observou diferença estatisticamente significativa na incidência cumulativa de PBE entre usuários e não usuários de IBPs.
