Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
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Item Alimentação de pessoas em situação de refúgio e imigração(2023) Vacca, Eduarda Fellomena; Vinholes, Daniele BotelhoIntrodução: Diversos conflitos ao redor do mundo levam ao deslocamento de milhões de pessoas, onde o Brasil é um dos principais destinos da América. Essa população é afetada por diversos fatores, inclusive saúde e alimentação. Objetivo: Construir, validar e aplicar questionário alimentar em refugiados e imigrantes de uma região de cidade do Sul do Brasil. Método: Utilizou-se o Método Delphi para validação do questionário, através de um painel de especialistas. O instrumento foi elaborado com base nas recomendações alimentares específicas traduzidas e adaptadas. Foi disponibilizado de forma online o questionário para população-alvo usuária de uma associação especializada em Porto Alegre-RS. A análise dos dados foi realizada pelo pacote estatístico SPSS Statistics versão 25, considerando p<0,05. Resultados: O questionário foi validado com um índice de concordância de conteúdo (IVC) de 80,2% na segunda rodada do método Delphi por 14 especialistas. Na aplicação do questionário, 68 indivíduos participaram. O grupo alimentar mais frequentemente consumido de forma diária foi o dos cereais. Demais grupos alimentares e alimentos específicos tiveram um consumo mais frequente de forma semanal ou mensal. Observou-se associação entre consumo de alimentos fritos e sexo; consumo de cereais e cor autodeclarada; consumo de biscoitos e bebidas achocolatadas e escolaridade; consumo de embutidos e idade. Conclusão: Condutas baseadas em evidência e que se adequem a realidade do grupo atendido pelos profissionais de saúde e nutrição sucedem de uma avaliação adequada, o qual o questionário permite. É importante conhecer e visibilizar a situação em saúde e alimentação de refugiados e imigrantes a fim de contribuir para o processo de aculturação.Item Alimentos minimamente processados: utilização no segmento de produção de refeições em hospitais de uma capital do sul do Brasil/RS.(2022-12-22) Marques, Thais Sampaio; Zani, Valdeni TerezinhaIntrodução: Os alimentos minimamente processados correspondem a alimentos in natura, que foram submetidos a processos de limpeza e remoção de partes não comestíveis. A adesão ao seu uso, está diretamente associada a otimização das atividades desenvolvidas nas Unidades de Alimentação e Nutrição, no sentido de reduzir o tempo, número de equipamentos e os fatores de risco alimentar, contribuindo diretamente com a qualidade da gestão da produção destas refeições. Neste contexto, quaisquer desalinhamentos podem gerar consequências que poderão refletir no sistema econômico e na saúde dos comensais. Objetivos: Identificar e mensurar a utilização de alimentos minimamente processados e a aplicabilidade da Portaria SES 90/2017 em unidades de alimentação e nutrição hospitalares, em uma cidade no sul do Brasil, RS. Metodologia: Para tanto, foi realizado junto aos gestores um estudo transversal, descritivo, quantitativo e qualitativo, por meio de um questionário, sobre a utilização e a praticabilidade da legislação do uso destes alimentos, aplicado aos 21 hospitais da cidade, n total. Resultados e Discussão: A pesquisa obteve participação de 85,71% dos hospitais cadastrados junto a secretaria de saúde, sendo que destes 72,2% eram administrados por nutricionistas e o volume de alimentos minimamente processados utilizados foi em média 557kg/semana, para servir 1737 refeições/dia. Os participantes, elencaram como aspectos positivos na adesão dos alimentos minimamente processados a qualidade e a redução desperdício, e como negativos o alto custo e pouca validade. Ainda, 94,4% afirmaram conhecer esta categoria de alimentos e 72,2% se mantem atualizados sobre a legislação vigente, aplicando então visitas de boas práticas aos seus fornecedores (61,1%). Conclusão: Este estudo evidenciou a relevância da escolha do alimento minimamente processado como ferramenta de gestão para melhoria da qualidade de formação do nutricionista em gestão hospitalar, quando devidamente associado às legislações vigentes, que são essenciais à administração deste serviço.Item Análise custo-efetividade de lanches e refeições na alimentação escolar de um município do sul do Brasil(2024-05-26) Costa, Gabriela Marques; Vinholes, Daniele Botelho; Sarti, Flávia Mori; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoA fome segue sendo um problema global atualmente. Países em desenvolvimento estão distantes de atingir a meta da ONU para o desenvolvimento sustentável do planeta de erradicar a fome até 2030. Diante da importância da efetiva execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) na promoção da segurança alimentar e nutricional das crianças brasileiras, o presente estudo propõe uma avaliação econômica do cardápio da alimentação escolar (AE) em um município do Sul do Brasil. Foram analisados todos os cardápios durante um ano letivo, aplicando-se a razão custo-efetividade (RCE), que relaciona o custo monetário de cada dia de alimentação com seus respectivos benefícios nutricionais, estimados por meio da aplicação do Índice de Qualidade da Refeição (IQR). Na análise estatística foram utilizados os testes de Mann-Whitney e coeficiente de correlação de Spearman (p- valor=0,05). O cardápio avaliado foi composto por 191 dias de alimentação, sendo 95 lanches e 96 refeições. Lanches apresentaram-se significativamente mais custo- efetivos na comparação com refeições [RCE=0,11 (P25=0,09; P75=0,12) vs RCE=0,08 (P25=0,06; P75=0,1), respectivamente, p-valor < 0,001], o que representa uma vantagem à opção por refeições em vez de lanches, utilizando-se como critério estritamente objetivo a relação custo e qualidade nutricional. Lanches apresentaram maior quantidade de carboidratos, gorduras, fibras alimentares, ferro, vitamina C, gorduras saturadas e açúcares de adição do que refeições (p-valor < 0,001). Já refeições mostraram-se mais ricas em proteínas e gorduras insaturadas do que lanches, porém apresentaram maior quantidade de sódio e colesterol na mesma comparação (p-valor< 0,001). Para retinol, não houve diferença significativa entre lanches e refeições (p-valor=0,931). A análise também permitiu apontar a necessidade de revisão das refeições para melhoria de alguns indicadores nutricionais. A aplicação da RCE como instrumento de decisão para gestão de cardápios em AE foi positiva, uma vez que permite classificar a alimentação oferecida, em uma análise objetiva e de fácil aplicação que combina economia e saúde. A análise custo-efetividade mede eficiência e pode ser considerada um instrumento de análise de valor no planejamento de cardápios, que parece estar de acordo com o novo gerencialismo público. Sendo assim, mais estudos devem ser conduzidos para que os gestores de unidades de alimentação e nutrição possam fundamentar suas práticas em evidências científicas.Item Aplicabilidade da ultrassonografia e da impedância bioelétrica na avaliação nutricional de pacientes críticos: síntese da evidência científica(2023) Lima, Júlia; Silva, Flávia Moraes; Gonzalez, Maria CristinaIntrodução: A depleção de massa muscular (MM) e a presença de hiper-hidratação são condições prevalentes em pacientes críticos e associadas com piores desfechos clínicos. Entretanto, os métodos disponíveis na prática clínica para avaliar essas condições são limitados. O uso de ultrassom (US) para avaliação de depleção de MM ao longo da internação na UTI parece ser promissor. Contudo, a ausência de um consenso sobre o protocolo ideal resulta em estudos com metodologia diversa o que dificulta a comparação dos resultados. A aplicabilidade de parâmetros brutos oriundos da impedância bioelétrica (BIA), como o ângulo de fase (AF) e o vetor da impedância bioelétrica (BIVA) também parece ser promissora. O AF é considerado um marcador substituto de MM e o BIVA um indicador de hiper-hidratação, condição comum em pacientes críticos e de difícil avaliação. O valor prognóstico do AF e do BIVA foi investigado em diversos estudos primários, mas os resultados não foram analisados conjuntamente para que se possa definir a magnitude da associação e certeza da evidência para que recomendações específicas quanto a sua incorporação em protocolos de avaliação nutricional na UTI possam ser feitas. Objetivo: A presente dissertação teve como objetivos: 1) identificar, explorar e mapear os objetivos, aspectos metodológicos e resultados dos estudos que utilizaram o US para avaliação de MM em pacientes críticos; 2) avaliar se o AF reduzido e a hiper-hidratação definida pelo BIVA estão associados com piores desfechos clínicos em pacientes críticos. Método: A fim de responder aos objetivos acima descritos foram desenvolvidos dois estudos. O estudo 1 foi uma revisão de escopo (OSF https://doi.org/10.17605/OSF.IO/UTN2S) de acordo com a metodologia proposta pelo instituto Joanna Briggs. Foram incluídos estudos primários quantitativos, independente do delineamento, que avaliaram MM utilizando o US em pacientes críticos. A busca na literatura foi conduzida no PubMed, Embase, Scopus e Web of Science até dezembro de 2022. Dois revisores independentes selecionaram os estudos, e seis duplas de revisores extraíram os dados a partir de uma ficha padronizada e foram calculadas estatísticas descritivas das características gerais dos estudos, objetivos, detalhes do protocolo de US utilizado, e os resultados. O estudo 2 foi uma revisão sistemática (protocolo no CRD42021274271) de estudoa observacionais (coorte e transversal) que avaliaram a associação entre o AF e BIVA com desfechos clínicos em pacientes críticos. A busca na literatura foi conduzida no PubMed, Embase, Scopus e Web of Science até abril de 2022. Dois revisores independentes selecionaram os estudos e extraíram os dados. O risco de viés dos estudos primários foi avaliado com a ferramenta Newcastle-Ottawa, e a certeza da evidência foi avaliada pelos critérios do GRADE. O desfecho primário foi óbito, e os desfechos secundários incluíram tempo de internação na UTI, tempo de internação hospitalar, duração da ventilação mecânica, risco nutricional e desnutrição. A meta-análise foi conduzida para combinar os dados utilizando o modelo de efeito randômico no software R versão 3.6.2. Resultados: Na revisão de escopo sobre o US para avaliação de MM, foram incluídos 107 estudos, sendo a maioria coortes prospectivas (59.8%), realizadas na Austrália (11.2%), em UTI geral (49.5%). O objetivo mais frequente dos estudos foi avaliar a depleção de MM durante a internação na UTI (21.5%), seguido de avaliar o seu valor prognóstico (18.6%). A maioria dos estudos realizou avaliações seriadas durante a internação na UTI (76.6%). A área de secção transversa do reto femoral foi avaliada na maioria dos estudos (66.1%), seguida da espessura do reto femoral (49.2%), e da espessura do quadríceps (47.6%). Os estudos demonstraram viabilidade e reprodutibilidade satisfatória do US para avaliação de MM, a acurácia do US para mensurar MM foi divergente entre os estudos, o valor prognóstico de medidas isoladas de MM foi confirmado na maioria deles (92.3%). A maioria dos estudos demonstrou depleção significativa de MM durante a internação (70.3%) e o valor prognóstico da depleção foi confirmado em 62.9% dos estudos. Os pontos de corte adotados dos parâmetros de MM do ultrassom foram heterogêneos entre os estudos. Foram incluídos 27 estudos (4,872 participantes) na revisão sistemática que avaliou o valor prognóstico do AF e do BIVA. A análise agrupada demonstrou que pacientes com AF reduzido apresentaram maior risco de óbito [14 estudos; risco relativo (RR) = 1.82, 95%CI 1.46 - 2.26, I2 = 42%] e permaneceram mais dias internados na UTI [6 estudos; diferença médica (DM) = 1.79, 95% CI 0.33 - 3.24, I2 = 69%] em comparação aos pacientes com AF normal. A análise agrupada também demonstrou maiores valores de AF nos pacientes sobreviventes comparado aos não-sobreviventes (12 estudos; DM = 0.75o, 95% CI 0.60o - 0.91o, I2 = 31%). Hiperhidratação, definida pelo BIVA, não foi preditor de óbito (4 estudos; RR = 1.01, 95% CI 0.70 - 1.46, I2 = 0%). Mais de 40% dos estudos foram classificados com alto risco de viés, e a certeza da evidência variou de baixa a muito baixa. Conclusão: A literatura acerca do US em terapia intensiva sugere que o método apresenta viabilidade, reprodutibilidade e valor prognóstico satisfatório. Pacientes com AF reduzido apresentam maior risco de óbito e maior tempo de internação na UTI em comparação àqueles com AF normal, enquanto que o BIVA não parece estar associado à óbito em pacientes críticos. A heterogeneidade nos protocolos de avaliação de MM por US na UTI e a baixa certeza da evidência acerca do valor prognóstico dos parâmetros brutos da BIA apontam para a necessidade de novos estudos avaliando US e BIA em pacientes críticos.Item Aplicação de azeite de oliva extravirgem em formulações de molho pesto: conservação, características físico-químicas e análise sensorial(2024-10-21) Pinheiro, Jéssica Bauer; Garavaglia, Juliano; Machado, Isabel Cristina Kasper; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoO azeite de oliva extravirgem possui maior atividade antioxidante que outros óleos que passam por um processo de refino, em função da grande concentração de compostos fenólicos presentes na sua composição. Evitando o processo de refino é possível preservar características sensoriais e antioxidantes, por isso, o azeite de oliva extravirgem pode auxiliar na conservação de alimentos como o molho pesto, um clássico mediterrâneo, que depende de algum método de conservação para manter o seu frescor e durabilidade. O objetivo deste estudo foi explorar a capacidade antioxidante do azeite de oliva extravirgem produzido no estado do Rio Grande do Sul e verificar sua eficácia como conservante em formulações de molho pesto, através da manutenção das características sensoriais do molho, verificando os atributos sensoriais específicos através da análise descritiva quantitativa (ADQ) e sua preferência e aceitação pelo consumidor. Nas formulações foram utilizados AOEI (Azeite de Oliva Extravirgem Intenso), AOEL (Azeite de Oliva Extravirgem Leve), AOV (Azeite de Oliva Virgem) e OC (Óleo de Canola) para comparação na elaboração do molho pesto. Estas amostras foram conservadas em bags à vácuo e sob refrigeração (abaixo de 5°C) por 10 dias e, também, em congelamento (abaixo de -18°C) por 45 dias. As amostras refrigeradas tiveram seus dados coletados nos dias 0, 2, 7 e 10. Já as amostras congeladas foram analisadas somente no último dia de armazenamento (45 dias). Além disso, foram avaliados os parâmetros físico-químicos de pH, compostos fenólicos totais (método de Folin-Ciocalteau), atividade antioxidante (método ABTS e DPPH), acidez total, umidade e análise de cor. Foi possível verificar que as amostras com óleo de canola apresentaram os menores índices de compostos fenólicos totais e os maiores índices de acidez, enquanto as amostras com azeite de oliva extravirgem apresentaram menor teor de umidade e acidez, maior atividade antioxidante e sensorialmente obtiveram os melhores resultados para os atributos positivos na ADQ. Por fim, concluiu-se que é necessário destacar a importância da valorização do azeite de oliva extravirgem nacional e fica claro que o azeite de oliva extravirgem possui qualidades significativas para a conservação de alimentos, como o molho pesto, além de modificar sensorialmente o produto, mantendo sua qualidade ao longo da vida de prateleira.Item Associação entre marcadores inflamatórios e consumo proteico com desfechos clínicos em pacientes hospitalizados em risco de sarcopenia ou sarcopênicos em um Hospital do Sul do Brasil(2024-11-29) Flores, Cintia Aparecida de Oliveira; Busnello, Fernanda Michielin; Beretta, Mileni Vanti; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoIntrodução: A sarcopenia é uma condição caracterizada pela perda progressiva e generalizada de massa muscular esquelética, acompanhada por redução na força e função muscular. Pacientes hospitalizados, frequentemente apresentam patologias que cursam com inflamação, ocasionando redução do consumo alimentar e consequentemente maior risco de desnutrição e sarcopenia.. Objetivo: Analisar a associação entre o consumo proteico e o perfil inflamatório com tempo de internação em pacientes adultos e idosos, bem como avaliar se o consumo proteico é um preditor de sarcopenia. Método: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, incluindo pacientes adultos, com idade > de 18 anos, hospitalizados em um Complexo Hospitalar no Sul do Brasil. A triagem para risco de sarcopenia foi realizada pelo questionário SARC-F. Para avaliar a força muscular foi realizado a força da preensão palmar (FPP) e para avaliar a massa muscular foi realizada a circunferência da panturrilha (CP). Para definição de sarcopenia se utilizou os critérios definidos pelo consenso European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2). O consumo de proteínas foi avaliado através do recordatório de 24 horas, aplicado em dois momentos. Os dados laboratorias e de PCR foram coletados através do prontuário eletrônico. Para avaliar a associação entre níveis de PCR, consumo proteico e tempo de internação hospitalar, foram aplicados os testes da correlação de Pearson ou Spearman. Para comparar médias dos níveis de PCR e consumo protéico em relação aos desfechos de óbito, alta e internação prolongada foram utilizados o teste t de Student e modelo multivariados. Resultados: Foram incluídos 114 pacientes. No momento da admissão, 43,9% (n=50) dos pacientes apresentavam sarcopenia, e entre aqueles que permaneceram hospitalizados por 7 dias, a prevalência de sarcopenia foi 79,1% (n=34). Em relação ao consumo proteico, 72,8% dos pacientes consumiam menos proteína que o recomendado na admissão, e esse valor se reduziu para 55,8% após 7 dias. Pacientes com consumo proteico >0,8g/kg/ dia apresentaram menor risco de sarcopenia. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam uma elevada prevalência de sarcopenia e de risco para sarcopenia em pacientes hospitalizados, com piora significativa durante a internação. A maioria dos pacientes apresentou consumo proteico abaixo das recomendações, podendo contribuir, desse modo, para o desenvolvimento e progressão da sarcopenia. Esses achados sugerem que estratégias nutricionais voltadas ao aumento da ingestão proteica devem ser priorizadas em pacientes hospitalizados, especialmente aqueles em risco de sarcopenia.Item Avaliação da composição química e do perfil sensorial de licor de banana (Musa spp.) e canela (Cinnamomum cassia presl.) durante o processo de envelhecimento(Wagner Wessfll, 2020) Nascimento, Gicele Santos do; Garavaglia, JulianoA banana (Musa spp.) é uma das frutas mais consumidas e pode ser aplicada na elaboração de uma variedade de produtos, tais como, doces, bolos, snacks e também licores. O licor é uma bebida alcoólica que se caracteriza pela alta proporção de açúcar misturada ao álcool neutro, podendo apresentar graduação alcoólica de 15% a 54%. As especiarias são ingredientes adicionais usados para evidenciar o sabor ou para acrescentar aromas desejáveis e potencializar seu valor funcional. O processo de envelhecimento de licores ocasiona uma série de modificações, as quais levam a formação de alguns compostos, enquanto outros como odores e sabores desagradáveis, são reduzidos, tornando a bebida mais agradável ao consumo. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi estudar o perfil sensorial e a composição química de licor de banana elaborado com distintas concentrações de canela (0,25%, 0,5% e 0,75%) adicionada na forma de pó e em cascas. Foram avaliados parâmetros físico químicos (teor alcoólico, densidade, acidez titulável, pH, sólidos solúveis totais, açúcares redutores, extrato seco, cinzas, metanol e cobre), as mudanças de cor através da análise colorimétrica dos licores durante o período de envelhecimento de 03 meses. O perfil sensorial foi avaliado por um painel de 08 avaliadores treinados, através da metodologia de Análise Descritiva Quantitativa (ADQ), utilizando uma escala não estruturada de 10 cm, em que cada atributo foi ancorado nos extremos, “fraco” ou “nenhum” e “forte” ou “muito”. Os licores obtidos em diferentes quantidades de canela (em pó e em casca), mostraram todos os parâmetros de acordo com a legislação brasileira, principalmente, quanto ao teor alcóolico (24,7 a 28,4%), mesmo após três meses de envelhecimento (20,9 a 24,7%). A adição de canela não modificou os principais parâmetros físico-químicos dos licores, foram estimados os valores médios de densidade (0,29 a 0,40g/L) e (0,39 a 0,48g/L); acidez titulável (1,35 a 1,42meq/L) e (1,42 a 1,5meq/L); pH (4,65 a 4,87) e (4,89 a 5,08); sólidos solúveis totais (30,5 a 31,7) e (30,63 a 31,7); extrato seco (21,3 a 22,8g/mL) e (19,8 a 21,8g/mL); cinzas (1,19 a 1,20g/L) e (1,57 a 1,71g/mL); metanol (0,008 a 0,023%) e (0,008 a 0,023%); cobre (0,0003 a 0,013mg/L) e (0,0003 a 0,013mg/L) para as amostras com canela em casca e canela em pó desde e após 03 meses de envelhecimento, respectivamente. Quanto a coloração, a amostra 0,75 de canela em pó foi a que se destacou, resultando em um amarelo-amarronzado com intensidade mais nítida para essa tonalidade. Do ponto de vista sensorial, a adição da canela corroborou para uma maior percepção de diferentes atributos sensoriais, tais como, aroma frutado, adocicado, aroma e sabor de banana, aroma e sabor de canela e o sabor doce. Todos estes atributos foram maiores quanto maior a quantidade canela adicionada no licor. Desta forma, verificou-se que a adição de canela, principalmente em pó e na concentração de 0,75%, melhorou a percepção sensorial do licor e não modificou a sua composição, mesmo após 03 meses de envelhecimento. Além disso, a formulação com 0,75% de canela em pó foi a preferida por 70% dos avaliadores. Espera-se oferecer ao consumidor final um produto seguro e de qualidade, além de melhor caracterizar o processo de envelhecimento do licor de banana e canela quanto a sua composição e seus possíveis benefícios.Item Avaliação da gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar em municípios de um estado do sul do Brasil(2024-11-07) Soares, Tatiane Dupont; Garcez, Anderson da Silva; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoIntrodução: O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma política pública que tem por objetivo contribuir para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem, rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis por meio da oferta de alimentação adequada e de ações de educação alimentar e nutricional. Objetivos: Avaliar a gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em municípios de um estado do sul do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo-avaliativo realizado com nutricionistas atuantes na alimentação escolar de municípios do estado do Rio Grande do Sul (RS). Os dados foram coletados de forma on-line, utilizando-se de um instrumento validado contendo 13 indicadores de desempenho da gestão do PNAE. Análise descritiva foi realizada por meio das frequências absoluta simples (n), relativa simples e acumulada (%). Os indicadores avaliados também foram agrupados e categorizados conforme o número de indicadores para cada parâmetro. Resultados: Um total de 136 municípios foram avaliados (27,4% do total de municípios do estado). Apenas 3,7% dos municípios investigados foram avaliados como adequado em todos os indicadores. Os indicadores referentes à execução dos recursos financeiros, universalidade do atendimento, oferta de alimentos ultraprocessados, apoio à agricultura familiar, necessidades alimentares especiais contaram com mais de 90% dos municípios classificados no parâmetro adequado de avaliação (“manter/avançar”). Já os indicadores com piores parâmetros foram monitoramento técnico do programa, oferta de alimentos in natura, adequação às necessidades nutricionais, apoio ao aleitamento materno e controle social. Ademais, observou-se que 67% dos municípios não atenderam aos parâmetros numéricos mínimos de nutricionistas junto ao quadro técnico do PNAE. Conclusões: Este estudo identificou indicadores inadequados e que necessitam de especial atenção da gestão local para uma melhor execução do PNAE, especialmente no que se refere ao monitoramento técnico realizado por nutricionista, à adequação dos cardápios, à promoção do aleitamento materno, à atuação do controle social e ao cumprimento dos parâmetros numéricos de nutricionistas no âmbito do PNAEItem Avaliação do risco de exposição à acrilamida na população brasileira: impacto do consumo de biscoitos ultraprocessados à base de farinha de trigo(2024-09-16) Rigo, Daniela; Klein, Manuela Poletto; Gurak , Poliana Deyse; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoA acrilamida (ACR) é um composto químico formado em alimentos ricos em carboidratos, e aminoácidos, sendo este último especificamente a asparagina, quando são submetidos a temperaturas superiores a 120°C. Seu principal mecanismo de formação é por meio da reação de Maillard. A acrilamida está presente em uma grande gama de alimentos, porém ela é encontrada em maiores quantidades nos produtos de panificação, batata frita, cereais e café. No entanto, devido aos seus possíveis efeitos carcinogênicos, neurotóxicos e prejudiciais à reprodução humana, evidenciados na literatura, o consumo deste composto tem demonstrado preocupação. Assim, o objetivo principal deste estudo foi determinar o teor de acrilamida em biscoitos ultraprocessados à base de farinha de trigo e avaliar o risco de exposição dietética à acrilamida pela população brasileira. A seleção das amostras se deu a partir de uma pesquisa referente ao consumo dos produtos em questão no Brasil. O preparo da amostra para análise foi feito pelo método de Rápido, Fácil, Barato, Eficaz, Robusto e Seguro QuEChERS - Quick, Easy, Cheap, Effective, Rugged and Safe) e a quantificação de acrilamida foi por meio de Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência acoplada a Espectrometria de Massas com fonte de Ionização por Electrospray (UPLC-ESI-MS/MS - Ultra-performance Liquid Chromatography-electrospray Ionization-tandem Mass Spectrometry). Em seguida, foi calculada a estimativa de ingestão de acrilamida usando dados de consumo dos produtos ultraprocessados à base de farinha de trigo extraídos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), e a margem de exposição (MOE) à acrilamida foi determinada. Onze amostras foram selecionadas, sendo representadas por biscoito de maizena (n=4), biscoito de água e sal (n=4) e biscoito recheado (n=3). Os teores de ACR encontrados variaram de 56,87 μg/kg a 900,16 μg/kg. No total, oito amostras apresentaram concentrações superiores aos níveis médios referenciados pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e destas, quatro amostras excederam os valores máximos referenciados pela regulamentação da Comissão Europeia (CE), sendo estas amostras de biscoitos de amido de milho. Os valores da estimativa ingestão média diária de ACR a partir do consumo de biscoitos de água e sal, biscoitos de amido de milho e biscoitos recheados não apresentaram riscos de exposição quanto a efeitos neurotóxicos para ambos as faixas etárias, visto que não houve valores de MOEs inferiores a 125. Entretanto, a estimativa de ingestão de ACR a partir do consumo de biscoito recheado apresentou um risco aumentado de exposição a efeitos carcinógenos para adolescentes. O biscoito de água e sal e biscoito de amido de milho apresentaram risco aumentado de exposição a efeitos carcinogênicos, assim como o consumo de todos os biscoitos no mesmo dia, para todas as faixas etárias já que foi evidenciado MOEs abaixo de 10.000.Item Comparação de duas ferramentas de avaliação de qualidade da dieta em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: estudo NUGLIC(2021-12) Bauer, Julia; Busnello, Fernanda MichielinIntrodução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica e metabólica prevalente em cerca de 10,5% da população. Por ser uma doença de etiologia multifatorial, seu tratamento requer cuidados contínuos, especialmente com a alimentação. Para o monitoramento da adesão de populações às recomendações alimentares, destaca-se o Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R), que avalia uma combinação de diferentes tipos de alimentos, nutrientes e constituintes da dieta em relação às recomendações dietéticas e desfechos de saúde. Outro modelo que vem sendo usado é a NOVA, que categoriza os alimentos de acordo com seu grau de processamento. Sabe-se que o excesso de alimentos ultraprocessados está associado a piores prognósticos de saúde. Objetivos: O objetivo desse estudo foi a comparação de dois métodos de avaliação da qualidade da dieta, com parâmetros antropométricos e exames laboratoriais em indivíduos com DM2. Métodos: Estudo transversal, realizado com indivíduos adultos diagnosticados com DM2. A qualidade da dieta foi avaliada através de dois modelos, o IQD-R e NOVA. Ainda, foram avaliados IMC (Índice de Massa Corporal) e CC (Circunferência da cintura), bem como hemoglobina glicada (Hb1Ac), glicemia de jejum, colesterol total (CT), HDL e LDL e triglicerídeos (TG). Resultados: A amostra foi composta por 326 sujeitos, sendo 60,1% do sexo feminino, 58,9% casados, 49,4% de raça branca e 27,6% analfabetos ou com ensino fundamental I incompleto. Na avaliação do IQD-R, o maior consumo de gorduras saturadas e Gord_AA (calorias provenientes de açúcares, álcool e gordura trans), se associou a valores mais altos de CT e LDL. Assim como, o escore total do índice se associou inversamente com estes dois parâmetros, ou seja, quanto melhor qualidade da dieta, menor os índices de CT e LDL. Indivíduos que consumiam mais frutas, tinham um perfil lipídico melhor e menor CC. O maior consumo de cereais integrais foi associado a valores mais baixos de CT, LDL, TG e Hb1Ac. Com relação a NOVA, quanto maior o consumo de alimentos processados, maiores os índices de CT e LDL. Em contrapartida, quanto maior o consumo de in natura e minimamente processados, menores foram estes índices. E por fim, a maior ingestão de ultraprocessados se associou com maiores índices de glicose. Conclusões: Ambos os modelos utilizados para avaliação da qualidade da dieta mostraram que os grupos mais presentes em um contexto de alimentação saudável (frutas, cereais integrais, alimentos in natura e minimamente processados) estavam associados com melhores exames e antropometria, e aqueles associados a dietas mais inadequadas (ultra processados, ricos em gorduras saturadas, sódio, açúcar) com piores desfechos. Portanto, ambos modelos mostraram-se satisfatórios para a avaliação da qualidade da dieta em pacientes diabéticos.Item Comprometimento nutricional de pacientes hospitalizados por exacerbação da doença pulmonar obstrutiva crônica: desnutrição e sarcopenia(Wagner Wessfll, 2020) Araújo, Bruna Espíndola de; Silva, Flávia MoraesIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por seu caráter progressivo e irreversível e pela presença de inflamação crônica, a qual é intensificada nos quadros de exacerbação. Isso contribui para um intenso catabolismo proteico e, consequentemente, para o comprometimento do estado nutricional de pacientes com DPOC. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de desnutrição por diferentes ferramentas integrativas e a validade concorrente e preditiva dessas em predizer desfechos intra-hospitalares. Além disso, foi avaliada a prevalência de sarcopenia, os fatores associados a essa condição e a sua associação com desfechos clínicos em pacientes com DPOC hospitalizados por exacerbação da doença. Metodologia: Estudo de coorte prospectiva com pacientes internados por exacerbação da DPOC em um hospital público terciário brasileiro. A coleta de dados foi realizada em até 72 horas após a admissão hospitalar. O diagnóstico de desnutrição foi realizado pela ferramentas Avaliação Subjetiva Global (ASG), Global Leadership Initiative of Malnutrition (GLIM), Academy of Nutrition and Dietetics–American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (AND-ASPEN) e European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN). O diagnóstico de sarcopenia foi realizado de acordo com o consenso proposto pelo European Work Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP 2) considerando força do aperto de mão (FAM) e índice de massa livre de gordura (IMLG) ou circunferência da panturrilha (CP) reduzidos. Os desfechos avaliados foram tempo de internação hospitalar e mortalidade intra-hospitalar. Testes estatísticos apropriados foram aplicados e p valores <0,05 foram considerados significativos. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital e todos os pacientes deram seu consentimento. Resultados: Foram incluídos no estudo 241 pacientes (68,3 ± 10,2 anos e 53,5% mulheres). A prevalência de desnutrição variou entre 20,2% a 54,4%, de acordo com a ferramenta utilizada. O diagnóstico de desnutrição pela AND-ASPEN apresentou melhor acurácia (AUC = 0,837; IC95% 0,783-0,841) e concordância com a ASG (k = 0,674). Além disso, foi preditor de tempo de internação hospitalar prolongado (>14 dias) (OR = 1,73; IC95% 1,01-3,37). Em 208 pacientes foi possível estabelecer o diagnóstico de sarcopenia, sendo identificada em 16,3%. Os fatores associados à presença de sarcopenia foram os estágios 2 e 3 de severidade da doença (OR = 4,69; IC95% 1,30- 16,91) e a presença de desnutrição (OR = 16,46 IC95% 3,50- 77,41). Quando empregada a CP reduzida associada a força do aperto de mão (FAM) reduzida para diagnóstico de sarcopenia, foi identificada prevalência de 20,3% e esse diagnóstico apresentou acurácia satisfatória, (AUC = 0,886; IC 95% 0,811-0,961) e alta concordância (kappa = 0,703, p<0,001) com o diagnóstico realizado a partir da FAM e IMLG reduzidos. Conclusão: Desnutrição e sarcopenia foram identificados em 20-50% e 16-20% dos pacientes, respectivamente, variando conforme diagnóstico aplicado. A ferramenta da AND-ASPEN apresentou validade preditiva e concorrente satisfatórias em diagnosticar desnutrição no paciente hospitalizado por DPOC exacerbado. Fatores como desnutrição e estágio da DPOC foram associados à presença de sarcopenia, a qual pode ser diagnosticada com a CP como medida de massa muscular quando IMLG não estiver disponível.Item Consumo alimentar por trabalhadores da área da saúde de Porto Alegre(Wagner Wessfll, 2020) Fracalossi, Michele Girolometto; Antunes, Maria TerezinhaIntrodução: Os efeitos da globalização que levaram a mudanças no estilo de vida, nos hábitos alimentares, no consumo de alimentos ultra processados, entre outros, contribuindo para o sobrepeso e a obesidade. No primeiro trimestre de 2019 a população em idade de trabalhar representava 81,6% da população total brasileira. Assim, os restaurantes institucionais têm como objetivo principal oferecer alimentação equilibrada e adequada às necessidades nutricionais de seus funcionários, de forma que satisfaçam as necessidades energéticas e em nutrientes, garantindo saúde e aptidão para o trabalho. Com o objetivo de garantir a qualidade das refeições fornecidas, bem como a segurança alimentar e nutricional dos trabalhadores, foi criado o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), no qual se propõe a garantir aos trabalhadores o direito do benefício-alimentação ou refeição fornecidos regularmente pelas empresas e contribuir na socialização, na integração, no desempenho e na motivação dos funcionários. Objetivos: Avaliar o consumo alimentar de trabalhadores de hospitais de Porto Alegre e relacionar com o estado nutricional. Metodologia: Estudo quantitativo, observacional, descritivo e analítico. Foi realizada avaliação do consumo alimentar em dois hospitais Cidade de Porto Alegre entre os meses de janeiro a agosto de 2019, evitando prejuízos relacionados à sazonalidade dos alimentos, e contemplando os períodos de inverno e verão ou início e fim do mês. Para cada consumo alimentar calculou-se o somatório de todos as preparações servidas para o Valor Energético Total (VET), sódio e fibras; para os macronutrientes calculou-se o percentual de participação de cada item no VET da refeição, a fim de possibilitar a comparação com os parâmetros estipulados pelo PAT, todas as análises foram realizadas em triplicatas. A estatística foi avaliada pelo software SPSS 25.0, com análises descritivas (frequências, percentuais, médias e desvios-padrão) e bivariadas (testes t de Student, teste de Mann-Whitney e correlações de Spearman). A normalidade dos dados foi testada através do teste de Kolmogov-Smirnov. Resultados: Foram avaliados 446 comensais, sendo 74,47% de mulheres. 46,6% dos colaboradores trabalha em turno integral e 43,5% no segmento assistencial. Quanto a escolaridade, 50,0% da amostra possui ensino médio completo e 16,4% ensino superior completo. Apenas o consumo de calorias e gordura saturada esteve dentro da recomendação do Programa de Alimentação do Trabalhador, carboidratos e proteínas estava acima, de gorduras totais abaixo, fibras e sódio também acima. Não foi observada correlação entre o consumo alimentar com a variação do IMC. Já o tempo de serviço apresentou correlação direta com a variação do IMC da amostra: quanto maior o tempo, maior a variação do IMC (p<0,001). Sugere–se que atividades de educação nutricional sejam desenvolvidas sistematicamente, dentro das instituições, a fim de conscientizar e incentivar estes trabalhadores. Ainda, considera– se relevante o desenvolvimento de pesquisas que avaliem o consumo destes trabalhadores de forma mais ampla.Item Correlação entre influências externas nos hábitos alimentares e o grau de processamento de alimentos e seu estado nutricional em indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2(2020) Ayala, Fernanda Oliveira; Busnello, Fernanda Michielin; Oliveira, Aline Marcadenti deIntrodução: Mudanças no estilo de vida estimulam influências externas na alimentação que podem impactar nas escolhas alimentares. A alimentação consciente pode ajudar a identificar esses padrões e encontrar padrões nutricionais mais adequados. Este estudo transversal analisou a correlação entre o ambiente e sua influência na ingestão de alimentos ultra processados e nas escolhas alimentares de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Materiais e métodos: Foram coletados dados de 325 pacientes com DM2. O Questionário de Alimentação Consciente (MEQ) e seus domínios foram usados para determinar o nível de alimentação consciente dos pacientes. A qualidade da dieta foi avaliada pelo Índice de Qualidade da Dieta Revisado (DQI-R) e pelo Sistema de Classificação NOVA. Resultados: A amostra foi composta por 60% do sexo feminino, com média de idade de 60,85 ± 9,3 anos. Em relação ao estado nutricional, o índice de massa corporal (IMC) médio foi de 30,3 ± 4,6 kg/m2, e a circunferência da cintura (CC) média ficou entre 103,1 ± 11,7 cm. O Sistema de Classificação NOVA identificou maior pontuação no consumo de alimentos in natura e minimamente processados de 64,4% (53,4 – 73,5) e menor percentual de ingredientes culinários processados, 1,8% (0 – 5,3). Houve correlação positiva, estatisticamente relevante, entre o domínio externo do MEQ com o IMC (r=0,124; p<0,01), o peso (r=0,119; p<0,01) e a CC (r=0,151; p<0,01); no entanto, as últimas correlações foram consideradas fracas. Conclusão: Este estudo encontrou correlação entre alimentos in natura ou minimamente processados com o domínio externo do MEQ, sendo que quanto maiores as influências externas na alimentação, maiores os valores de peso, IMC e CC.Item Critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição em pacientes adultos hospitalizados críticos e não críticos: evidências acerca da sua aplicação, viabilidade e validade concorrente e preditiva(2022-12-02) Milanez, Danielle Silla Jobim; Silva, Flávia Moraes; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoIntrodução: Um grupo de especialistas em terapia nutricional de diferentes sociedades internacionais constituiu o Global Leadership Initiative on Malnutrition (GLIM) recentemente e publicou uma proposta com critérios para diagnóstico de desnutrição mais específica e objetiva em comparação a outras alternativas, como a Avaliação Subjetiva Global (ASG). Os critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição envolvem a avaliação de três critérios fenotípicos e dois critérios etiológicos, sendo o paciente diagnosticado quando pelo menos um de cada tipo estiver presente. Porém, esses critérios requerem validação nos diferentes cenários, sendo evidenciado um crescente aumento no número de estudos publicados envolvendo pacientes hospitalizados com a aplicação dos mesmos. A avaliação detalhada da metodologia desses estudos é essencial para que se possa avaliar a certeza da evidência acerca da aplicabilidade e validade dos critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição no ambiente hospitalar. Dentre os pacientes hospitalizados, o paciente crítico apresenta uma resposta metabólica mediada por citocinas pró-inflamatórias e hormônios contrarreguladores, que contribuem para o comprometimento do estado nutricional, sendo o diagnóstico de desnutrição um desafio na unidade de terapia intensiva (UTI) considerando-se os métodos tradicionais como a ASG. Sendo assim, os critérios do GLIM surgem como uma alternativa para o ambiente de terapia intensiva, contudo a sua validade de critério em pacientes críticos foi pouco explorada até o presente momento. Objetivos: Mapear a literatura acerca da aplicação dos critérios GLIM em pacientes hospitalizados e investigar a validade de critério dos mesmos para diagnóstico de desnutrição em pacientes críticos. Métodos: Foram conduzidos dois estudos independentes para compor a presente dissertação. Realizamos uma revisão de escopo de acordo com a metodologia proposta pelo Instituto Joanna Briggs, com protocolo registrado no Open Science Framework (DOI 10.17605/OSF.IO/TGQU8). A busca da literatura foi conduzida em quatro bases de dados (até 16 de abril de 2022) para identificar estudos de acordo com o acrônimo PCC ('População': adultos ou idosos, 'Conceito': diagnóstico de desnutrição pelos critérios GLIM e 'Contexto ': ambiente hospitalar). Títulos e resumos foram selecionados e os dados foram extraídos dos estudos elegíveis através de um formulário padronizado por dois revisores independentes. Os resultados foram resumidos em tabelas e figuras por meio de estatística descritiva. Conduzimos também um estudo de coorte envolvendo pacientes adultos e idosos admitidos em seis UTIs de um complexo hospitalar do Sul do Brasil. Os dados necessários para o diagnóstico de desnutrição a partir da ASG e dos critérios GLIM foram coletados prospectivamente em até 24 horas após a admissão na UTI, assim como dados clínicos e laboratoriais. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar para avaliação dos desfechos intra-hospitalares (mortalidade e tempo de internação na UTI e no hospital, duração da ventilação mecânica e readmissão na UTI). Os pacientes foram contatados pelo telefone para obtenção dos dados dos desfechos 3 meses após a alta hospitalar (óbito e readmissão hospitalar). Testes de concordância e acurácia e regressão de Cox e logística foram realizados para avaliar a validade concorrente e preditiva, respectivamente. Resultados: Um total de 96 estudos foram elegíveis para revisão de escopo (54,2% publicados em 2021 e 96% em inglês, 35,4% da China, 30,2% incluindo pacientes oncológicos e 30,5% coortes prospectivas). A frequência dos critérios do GLIM variou de 22,2% (índice de massa corporal reduzido) a 84,7% (inflamação), e a prevalência de desnutrição variou de 0,96% a 87,9% entre os estudos. Menos de 30% (n=26) dos estudos tiveram como objetivo avaliar a validade concorrente e/ou preditiva dos critérios do GLIM. Para o estudo de validação dos critérios do GLIM na UTI avaliamos 450 pacientes (64 [54–71] anos, 52,2% homens), e os critérios do GLIM puderam ser aplicados em 83,7% (n=377) dos participantes. A desnutrição foi diagnosticada em 47,8% e 65,5% dos pacientes pelos critérios do GLIM e pela ASG, respectivamente. Os critérios do GLIM apresentaram área sob a curva ROC de 0,835 (IC 95%, 0,790–0,880), sensibilidade de 96,6% e especificidade de 70,3%. O diagnóstico de desnutrição de acordo com os critérios do GLIM aumentou a chance de permanência prolongada na UTI em 1,75 vezes (IC 95%, 1,08–2,82) e de readmissão na UTI 2,66 vezes (IC 95%, 1,15–6,14). Conclusão: O mapeamento de estudos sobre os critérios do GLIM em ambiente hospitalar demonstrou sua aplicação de forma heterogênea, refletindo em uma ampla faixa de prevalência de desnutrição, falta de detalhamento sobre os métodos aplicados para avaliar cada critério, com número reduzido de estudos que se propuseram a avaliar a sua validade de critério. Em pacientes críticos, os critérios do GLIM apresentaram factibilidade superior a 80%,, sensibilidade superior a 90%, especificidade superior a 70% e concordância substancial com a ASG. A desnutrição diagnosticada pelos critérios do GLIM foi um preditor independente de permanência prolongada na UTI e readmissão na UTI.Item Cuidado nutricional do paciente crítico: avaliação das diretrizes para a prática clínica a partir das ferramentas AGREE II e AGREE-REX(Wagner Wessfll, 2021) Cattani, Aline; Silva, Flávia MoraesFundamentação: O cuidado nutricional do paciente crítico deve seguir a prática baseada em evidência, sendo as diretrizes de prática clínica desenvolvidas por sociedades de nutrição e de terapia intensiva amplamente utilizadas por profissionais da área como norteadores da tomada de decisões para esse cuidado. Contudo, para que as diretrizes e suas recomendações possam ser confiáveis é necessário que apresentem qualidade, a qual pode ser avaliada por ferramentas específicas como o Advancing Guideline Development, Reporting and Evaluation in Health Care II (AGREE II) e AGREE-Recommendation Excellence (AGREE-REX). Objetivo: O presente estudo teve como objetivos: 1. Revisar sistematicamente a literatura acerca de diretrizes para a prática do cuidado nutricional de pacientes críticos; 2. Avaliar criticamente a qualidade metodológica e das recomendações dessas diretrizes; 3. Avaliar a concordância das recomendações estabelecidas pelas diretrizes. Método: Foi realizada uma revisão sistemática (protocolo número CRD42020184199) de diretrizes acerca das etapas do cuidado nutricional do paciente crítico adulto/idoso. A busca da literatura foi conduzida no Pubmed, Embase, Cochrane Library e outras quatro bases de dados específicas de diretrizes até junho de 2021. Dois revisores independentemente, avaliaram títulos e resumos e realizaram a leitura do texto completo das diretrizes potencialmente elegíveis para determinar ou não sua inclusão e coletaram dados de interesse através de uma ficha padronizada. Divergências foram resolvidas por um terceiro revisor. Subsequentemente, quatro revisores avaliaram a qualidade das diretrizes usando a ferramenta AGREE II e das recomendações com o suporte da ferramenta AGREE-REX. As diretrizes foram classificadas em recomendadas, recomendadas com modificações ou não recomendadas a partir do escore global obtido no AGREE II. Naquelas diretrizes classificadas como tendo qualidade moderada ou superior foi avaliada a qualidade das recomendações, a qual foi classificada como baixa, moderada ou alta a partir do escore global obtido no AGREE-REX. Foi calculada a frequência relativa da concordância entre as diretrizes acerca das recomendações estabelecidas para as diferentes etapas do cuidado nutricional. Resultados: Nove diretrizes de terapia nutricional para pacientes críticos foram identificadas. A média do escore global para o AGREE II foi igual a 3,5 ±1,4. Nenhuma das diretrizes apresentou escore global de qualidade > 80%, duas apresentaram escore entre 60-79% e cinco apresentaram escore global de qualidade < 40%. Apenas a Academy of Nutrition and Dietetics e European Society of Intensive Care Medicine tiveram uma qualidade global aceitável e foram recomendadas para uso na prática diária de acordo com o AGREE II. O domínio que apresentou maior escore entre as diretrizes foi o de "clareza da apresentação", enquanto que o domínio "aplicabilidade" foi o que apresentou o menor escore. Em sete diretrizes o domínio "rigor metodológico" apresentou escore menor do que 60%. Nenhuma das recomendações das quatro diretrizes com qualidade moderada/alta apresentou escore de qualidade global acima de 70%, sendo os seus conjuntos de recomendações classificados como de moderada qualidade de acordo com o AGREE-REX. As principais recomendações para cada etapa do processo de cuidado nutricional para pacientes críticos foram baseadas no consenso de especialistas e para a maioria delas a frequência de concordância entre as diretrizes foi menor ou igual a 50%. Conclusão: A maioria das diretrizes para a prática do cuidado nutricional de pacientes críticos atingiu escore global de qualidade abaixo de 40% e apenas duas atingiram qualidade aceitável e podem ser recomendadas de acordo com o AGREE II. De acordo com o AGREE-REX as recomendações das diretrizes apresentam qualidade moderada. A maioria das recomendações sobre as etapas do cuidado nutricional do paciente crítico é baseada em consenso de especialistas e a concordância entre as diretrizes foi igual ou inferior a 50% para a maior parte delas. Tais achados demonstram que a forma como as diretrizes para cuidado nutricional do paciente crítico estão apresentadas requer melhorias e que a área de nutrição no paciente crítico carece de estudos primários bem delineados para que as recomendações possam ser estabelecidas com base em evidências científicas com maior poder para testar hipóteses.Item Desempenho de ferramentas integrativas para diagnóstico nutricional em predizer desnutrição e morbimortalidade em pacientes hospitalizados(Wagner Wessfll, 2020) Burgel, Camila Ferri; Silva, Flávia MoraesIntrodução: Embora não exista um método universalmente aceito para diagnóstico de desnutrição, a Avaliação Subjetiva Global (ASG) é considerada uma referência para avaliação nutricional no ambiente hospitalar; contudo ela depende da habilidade do avaliador. Na última década, sociedades internacionais de nutrição clínica propuseram novas ferramentas para diagnóstico de desnutrição: Academy of Nutrition and Dietetics–American Society of Enteral and Parenteral Nutrition (AND-ASPEN), European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN) e Global Leadership Initiative on Malnutrition (GLIM). Essas ferramentas não foram validadas no Brasil para uso em pacientes hospitalizados não críticos, poucos estudos avaliaram seus desempenhos em predizer morbimortalidade, e a acurácia delas em uma mesma amostra parece ainda não ter sido comparada. Objetivo: Avaliar validade concorrente e preditiva da ferramenta da AND-ASPEN em pacientes hospitalizados e comparar sua acurácia com a das demais ferramentas integrativas para diagnóstico de desnutrição. Métodos: Coorte prospectiva com pacientes hospitalizados > 18 anos. A coleta de dados foi realizada nas primeiras 48 horas de admissão. Dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos do prontuário e a gravidade clínica dos pacientes foi classificada a partir do Índice de Comorbidades de Charlson (ICC). As ferramentas ASG, AND-ASPEN, ESPEN e GLIM foram aplicadas para o diagnóstico de desnutrição. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar para coleta dos desfechos tempo de internação hospitalar (TIH) e óbito intra hospitalar, bem como contatados por telefone após seis meses da alta para coleta dos desfechos readmissão hospitalar e óbito. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa do hospital e todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento. Resultados: Foram avaliados 600 pacientes (55,7 ± 14,8 anos; 51,3% homens, 78,2% de etnia autodeclarada branca). O TIH mediano foi 10,0 (5,0 - 18,0) dias e 2,7% da amostra foi a óbito durante a internação. Entre pacientes contatados após seis meses (n= 566), 35,3% tiveram readmissão e 8,3% foram a óbito. A frequência de desnutrição foi de 34,0% pela ASG, 34,6% pela AND-ASPEN, 5,7% pela ESPEN e 41,7% pelo GLIM. Desnutrição pela ferramenta da AND-ASPEN apresentou concordância substancial com a ASG (kappa=0,690), assim como foi preditora de maior risco de TIH prolongado (RR= 1,4; IC 95% 1,2–1,6), mortalidade hospitalar (HR=5,0; IC 95% 1,3– 18,8), readmissão (RR=1,4; IC 95% 1,2–1,8) e de maior chance de óbito em seis meses (OR=5,1; IC 95% 2,6–9,9), após ajuste para o ICC. AND-ASPEN e GLIM apresentaram acurácia satisfatória em identificar pacientes desnutridos (AUC= 0,846; IC 95% 0,810–0,883 e AUC= 0,842; IC 95% 0,807–0,877, respectivamente), e significativamente superior a acurácia da ESPEN, a qual não foi satisfatória (AUC= 0,572; IC 95% 0.522 – 0.622). AND-ASPEN também foi testada sem o critério de força do aperto de mão (FAM), apresentando boa validade concorrente e preditiva. Conclusão: Desnutrição avaliada pela AND-ASPEN é preditora de pior prognóstico clínico em pacientes hospitalizados. Além disso, AND-ASPEN (com ou sem avaliação da FAM) e GLIM são métodos acurados para identificar pacientes desnutridos no ambiente hospitalar, enquanto o uso da ferramenta da ESPEN deve ser desencorajado.Item Desenvolvimento de produtos e segurança alimentar: folhas de oliveira (Olea europaea L)(Wagner Wessfll, 2019) Menezes, Rafaella Câmara Rocha; Dal Bosco, Simone Morelo; Garavaglia, Juliano; Dallegrave, ElianeAs folhas de oliveira (Olea europea L) possuem um potencial antioxidante devido a presença de polifenóis, como a oleuropeína. Estudos mostram um potencial benéfico a partir do consumo de oleuropeína, ainda que muitos estejam em fase experimental e não tenham sido desenvolvidos com a população humana. O objetivo deste trabalho foi elaborar uma patente de método de produção de farinha de oliveira, avaliando seu perfil toxicológico e aplicação comercial através do desenvolvimento de produtos. Para isso, o processo de produção da farinha de folha de oliveira foi fundamentado através de uma patente. Em seguida, a fim de avaliar a segurança alimentar da farinha de folha de oliveira, foi realizada avaliação de toxicidade subcrônica (OECD 407) em ratas Wistar Após, foi verificado potencial de aplicação em produtos alimentícios através de cookies adicionados de farinha de folha de oliveira. Os resultados encontrados através da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) indicam que a farinha produzida possui oleuropeína (160.76 ± 3.01 mg/g DW) em quantidades promissoras. Os dados do teste de toxicidade subcrônica demonstram que os animais tratados com farinha de folha de oliveira reduziram o ganho de peso em relação ao grupo controle (p<0.001), não havendo alterações nos parâmetros hematológicos e bioquímicos.Para a elaboração de cookies de farinha de folha de oliveira foi avaliada a estabilidade da oleuropéina pós-cocção através do HPLC sendo presente em todos os grupos amostrais testados. Na análise descritivo-quantitativa com painelistas treinados (n=11) os atributos que apresentaram diferença estatística foram aroma herbáceo e maciez (p<0,05). Por fim, as folhas de oliveira se apresentam como um potencial insumo a ser absorvido pelo mercado interno devido ao seu potencial benéfico à saúde humana. A utilização de um produto subexplorado apresenta-se como uma oportunidade para a indústria de alimentos. Embora, devido ao baixo número de estudos de toxicidade e, consequentemente, em humanos, são necessários dados mais consistentes para afirmar a segurança do produto. A inovação em produtos alimentícios representa uma janela de conjuntura favorável ao desenvolvimento de produtos que visem a melhoria da saúde.Item Direito humano à alimentação da população em situação de rua: construção, validação e aplicação de um questionário de acesso à alimentação(2022) Martins, Natália Borges ; Vinholes, Daniele BotelhoEstima-se que o número de pessoas em situação de rua (PSR) no país ultrapassa 220 mil pessoas. Esta população se caracteriza por ser um grupo heterogêneo que habita ruas e logradouros e muitas vezes têm seus vínculos familiares rompidos, além de vivenciar, muitas vezes, a extrema pobreza. Dentro deste contexto de desigualdade social e vulnerabilidade, as pessoas em situação de rua têm seus direitos violados, como direitos constitucionais à alimentação, saúde e moradia. A insegurança alimentar está presente nos domicílios de 125 milhões de pessoas, segundo último inquérito da Rede de Soberania e Segurança Alimentar em 2021. Apesar da população em situação de rua não estar dentro da amostra deste inquérito, a fome pode estar presente em sua rotina. Além disso, vivenciar a situação de rua é estar em constante violência física e psicológica, além de condições inadequadas de saúde. A literatura não apresenta instrumentos que avaliem o acesso à alimentação deste grupo social e não há dados que verifiquem como é este acesso na cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul. Assim, esta dissertação teve como objetivo construir e validar um instrumento de aceso à alimentação da população em situação de rua. Após esta etapa, foi realizada a aplicação deste instrumento em usuários do Centros de Referência Especializados (Centros Pop´s) para pessoas em situação de rua. A validação do questionário se deu em duas etapas, totalizando trinta questões e o questionário foi construído através da análise de documentos que versam sobre alimentação, nutrição, segurança alimentar e população em situação de rua. Na primeira rodada, participaram vinte e três especialistas, já na segunda, dezoito realizaram a validação. O processo de validação com o método Delphi permitiu que o resultado final do instrumento representasse questões mais condizentes com a realidade da população em situação de rua. A aplicação do questionário validado foi realizada em dois Centros Pop´s de Porto Alegre, com indicação da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC). Ao aplicar o questionário, foram totalizados 65 participantes, que aceitaram participar da pesquisa após o aceite no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados foram analisados através da análise descritiva através de frequências absolutas e relativas (N e %), média e desvio padrão. Segundos os resultados, as principais formas de acesso à alimentação foram aquelas obtidas por meio de instituições públicas e projetos sociais. Também se identificou que o consumo de arroz e feijão era realizado por todos os participantes. Importante destacar que o público desta pesquisa é composto por pessoas que tem acesso aos serviços e, por isso, o acesso à alimentação de pessoas em situação de rua que não têm acesso aos serviços pode ser diferente dos resultados encontrados nesta pesquisa. Compreender o acesso à alimentação pode contribuir com políticas públicas já existentes, bem como visibilizar este grupo social para o meio acadêmico afim de pensar novas pesquisas e projetos. Ademais, a sociedade civil deve ter sua participação e controle social ativos na sua relação com o Estado, o qual deve garantir o direito à alimentação bem como os demais direitos sociais a todos.Item Discriminação racial autopercebida e hábitos alimentares: revisão sistemática e modelo conceitual(Wagner Wessfll, 2020) Rodrigues, Ylana Elias; Canuto, Raquel; Fanton, MarcosIntrodução: Vários estudos demonstraram uma associação entre experiências de discriminação racial ao longo da vida e hábitos alimentares inadequados. Apesar do crescente corpo de evidências sobre essa questão, não há uma organização sistemática das evidências disponíveis sobre a relação entre discriminação racial e hábitos alimentares. Além disso, não há consenso sobre seu mecanismo causal. Objetivos: Uma revisão sistemática foi realizada para sintetizar evidências sobre a associação entre a discriminação racial percebida e hábitos alimentares (comportamento alimentar e consumo alimentar). Um modelo conceitual foi desenvolvido para descrever os mecanismos mais comuns usados para explicar essa associação. Metodologia: Artigos e dissertações foram recuperados das bases de dados PubMed, EMBASE, Lilacs e PsycINFO desde o início até setembro de 2020. Resultados: Dezenove estudos foram incluídos. A avaliação da qualidade metodológica foi realizada por meio da Escala de Newcastle-Ottawa. Em média, os estudos mostraram uma qualidade metodológica de 66%. Foram avaliadas 46 associações. Houve 38 associações entre percepção de discriminação racial e hábitos alimentares negativos, 29 em relação ao comportamento alimentar e 17 em relação ao consumo alimentar. Conclusões: Esta revisão sistemática sugere que a percepção da discriminação racial afeta negativamente os hábitos alimentares. Além disso, um arcabouço conceitual mais amplo baseado na teoria ecossocial é sugerido para orientar pesquisas futuras que desejam incluir dimensões mais amplas das discriminações raciais, como as discriminações internalizadas e estruturais.Item Efeito de três intervenções dietéticas sobre o perfil de ácidos graxos plasmáticos em pacientes com doença arterial coronariana: uma subanálise do estudo GENUTRI(Wagner Wessfll, 2019) Araújo, Aline Ramos de; Oliveira, Aline Marcadenti deIntrodução e objetivo: A doença arterial coronariana (DAC) é uma condição clínica cuja gênese pode ser influenciada pela presença de dislipidemias, pela dieta e pela concentração de ácidos graxos plasmáticos (AGP). O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de três intervenções dietéticas sobre a concentração de AGP e possíveis correlações com o perfil lipídico de pacientes com DAC. Métodos: Nesta subanálise do estudo GENUTRI – que avaliou a interação entre genética, fatores de risco cardiovasculares, e os efeitos de uma dieta saudável baseada em alimentos regionais (grupo controle [GC]), enriquecida ou não com 30g/dia de nozes pecãs (grupo noz-pecã [GNP]) ou 30ml/dia de azeite extravirgem (grupo azeite de oliva [GAO]) em pacientes com DAC por 12 semanas, foram avaliadas as concentrações plasmáticas dos ácidos graxos (AG) oléico, linoléico, linolênico, eicosatrienóico, araquidônico, eicosapentanóico, docosahexanóico, docosapentanóico, palmitoléico, mirístico, palmítico e esteárico. Resultados: Foram avaliados 149 participantes do estudo GENUTRI, sendo 43 do GC, 51 do GNP e 55 de GAO. Após o seguimento, as concentrações do AG linolênico foram significativamente maiores entre os usuários de atorvastatina em comparação aos que não utilizavam. Observou-se correlações entre AGP e marcadores de perfil lipídico após o seguimento, mesmo após ajustes para os valores basais e para o uso de estatinas. Em comparação ao início do estudo, somente o GAO diminuiu significativamente as concentrações do AG palmitoleico (P= 0,015), que se mostrou correlacionado positivamente com triglicerídeos (TG) (P<0,05) e com a lipoproteína de alta densidade (HDL) (P<0,01). Comparativamente ao GC e ao GNP, GAO aumentou significativamente as concentrações do AG oleico (diferença 1,18% (IC 95% 0,27 – 2,10; P= 0,02) após 12 semanas, sendo que não houve diferença nos demais AGP. Conclusão: A adesão à uma dieta saudável e a suplementação diária com 30ml/dia de azeite de oliva extravirgem mostrou-se capaz de aumentar as concentrações plasmáticas do AG oleico, diminuir AG palmitoleico, em pacientes com DAC após 12 semanas de intervenção. Além disso, observou-se correlações entre AGP e marcadores do perfil lipídico independente do uso de estatinas, correlações positivas entre o AG palmitoleico com TG e HDL no GAO, e com TG no GNP, entre o AG esteárico com LDL no GAO, negativas entre AG Linoleico com TG no GC e com HDL no GAO, e positiva com lipoproteína de baixa densidade (LDL) no GNP e GAO. Ainda observamos correlações positivas entre AG eicosatrienoico com colesterol total (CT), LDL, e Colesterol não HDL (CnHDL) no GC, com HDL no GNP, o AG araquidônico demonstrou correlação negativa com CT no GC, e com TG no GNP, eicosapentaenoico (EPA) e positiva com HDL no GNP.