PPGNUT - Dissertações
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Item Perfil dos profissionais nutricionistas frente às metas para década da ação em nutrição no Brasil(Wagner Wessfll, 2019) Souza, Letícia Botti de; Vinholes, Daniele BotelhoIntrodução: O Brasil formalizou para Década da Ação em Nutrição da Organização das Nações Unidas o objetivo de deter o crescimento da obesidade, reduzir o consumo de bebidas açucaradas e aumentar o consumo de hortaliças e frutas, em adultos, até o ano de 2019. Objetivo: Avaliar a frequência do consumo de frutas, vegetais, refrigerantes/sucos artificiais e obesidade em profissionais nutricionistas no Brasil. Metodologia: Estudo transversal, com aplicação de um questionário, entre janeiro e abril de 2019, que incluiu perguntas sobre dados sociodemográficos, ocupacionais, de saúde,sobre alimentação e peso e altura auto-referidos. Para as análises ajustadas foi utilizada regressão de Poisson. Resultados: A amostra consistiu em 284 nutricionistas, na sua quase totalidade composta por mulheres, com idade média de 33,43 anos (±8,42). A prevalência da obesidade foi de 9,6%, a frequência de consumo de frutas e vegetais ≥5 dias/semana foi de 88% e do consumo de refrigerantes e sucos artificiais ≥5 dias/semana foi de 2,5%. Após análise ajustada, a obesidade foi associada de forma significativa a não trabalhar na área da nutrição, ter diagnóstico de HAS e colesterol ou triglicerídios elevados. Consumo <5 dias/semana de frutas e vegetais foi associado a colesterol ou trigliceridios elevados. Consumo de refrigerantes e sucos artificiais ≥5 dias/semana foi associado ao sexo masculino e ao diagnóstico de diabetes. Conclusão: A população de nutricionistas se caracterizou como tendo um perfil mais saudável que a população em geral, estando em adequação com as metas para Década da Ação em Nutrição.Item Efeito de três intervenções dietéticas sobre o perfil de ácidos graxos plasmáticos em pacientes com doença arterial coronariana: uma subanálise do estudo GENUTRI(Wagner Wessfll, 2019) Araújo, Aline Ramos de; Oliveira, Aline Marcadenti deIntrodução e objetivo: A doença arterial coronariana (DAC) é uma condição clínica cuja gênese pode ser influenciada pela presença de dislipidemias, pela dieta e pela concentração de ácidos graxos plasmáticos (AGP). O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de três intervenções dietéticas sobre a concentração de AGP e possíveis correlações com o perfil lipídico de pacientes com DAC. Métodos: Nesta subanálise do estudo GENUTRI – que avaliou a interação entre genética, fatores de risco cardiovasculares, e os efeitos de uma dieta saudável baseada em alimentos regionais (grupo controle [GC]), enriquecida ou não com 30g/dia de nozes pecãs (grupo noz-pecã [GNP]) ou 30ml/dia de azeite extravirgem (grupo azeite de oliva [GAO]) em pacientes com DAC por 12 semanas, foram avaliadas as concentrações plasmáticas dos ácidos graxos (AG) oléico, linoléico, linolênico, eicosatrienóico, araquidônico, eicosapentanóico, docosahexanóico, docosapentanóico, palmitoléico, mirístico, palmítico e esteárico. Resultados: Foram avaliados 149 participantes do estudo GENUTRI, sendo 43 do GC, 51 do GNP e 55 de GAO. Após o seguimento, as concentrações do AG linolênico foram significativamente maiores entre os usuários de atorvastatina em comparação aos que não utilizavam. Observou-se correlações entre AGP e marcadores de perfil lipídico após o seguimento, mesmo após ajustes para os valores basais e para o uso de estatinas. Em comparação ao início do estudo, somente o GAO diminuiu significativamente as concentrações do AG palmitoleico (P= 0,015), que se mostrou correlacionado positivamente com triglicerídeos (TG) (P<0,05) e com a lipoproteína de alta densidade (HDL) (P<0,01). Comparativamente ao GC e ao GNP, GAO aumentou significativamente as concentrações do AG oleico (diferença 1,18% (IC 95% 0,27 – 2,10; P= 0,02) após 12 semanas, sendo que não houve diferença nos demais AGP. Conclusão: A adesão à uma dieta saudável e a suplementação diária com 30ml/dia de azeite de oliva extravirgem mostrou-se capaz de aumentar as concentrações plasmáticas do AG oleico, diminuir AG palmitoleico, em pacientes com DAC após 12 semanas de intervenção. Além disso, observou-se correlações entre AGP e marcadores do perfil lipídico independente do uso de estatinas, correlações positivas entre o AG palmitoleico com TG e HDL no GAO, e com TG no GNP, entre o AG esteárico com LDL no GAO, negativas entre AG Linoleico com TG no GC e com HDL no GAO, e positiva com lipoproteína de baixa densidade (LDL) no GNP e GAO. Ainda observamos correlações positivas entre AG eicosatrienoico com colesterol total (CT), LDL, e Colesterol não HDL (CnHDL) no GC, com HDL no GNP, o AG araquidônico demonstrou correlação negativa com CT no GC, e com TG no GNP, eicosapentaenoico (EPA) e positiva com HDL no GNP.Item Efeito da dieta low-carb em comparação à dieta low-fat em marcadores inflamatórios e adipocinas: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados(2019-12-16) Stein, Elana; Peres, Alessandra; Marcadenti, Aline; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoCom o aumento das taxas de obesidade e das DCNT, ocorreu também o crescimento nas pesquisas em áreas que estão envolvidas no tratamento destas comorbidades. Na área que envolve alimentação, fator que contribui substancialmente com a obesidade, diversos padrões de dieta surgiram na tentativa de identificar qual poderia promover melhor perda de peso e efeitos benéficos na saúde, visando a melhora das DCNT. A obesidade é acompanhada de um estado de inflamação crônica de baixo grau, e tal condição é considerada iniciadora das DCNT. ECR de intervenções com dietas low-fat e low-carb, que tinham como objetivo verificar os efeitos em marcadores inflamatórios e adipocinas foram realizados, com resultados conflitantes. Ainda não está claro se dietas pobres em carboidratos e pobres em gorduras afetam esses desfechos e se há superioridade de alguma dessas dietas para melhora da inflamação. Por isso, o objetivo deste estudo será verificar os possíveis efeitos de dietas low-carb e low-fat em marcadores inflamatórios e adipocinas pré-estabelecidos de adultos, com ou sem DM2 e síndrome metabólica, com diferentes graus de IMC, através de uma revisão sistemática da literatura.Item Evolução pós-envase da qualidade físico-química e sensorial de azeites de oliva produzidos no sul do Brasil(Wagner Wessfll, 2020) Averbuch, Natália Cristina; Garavaglia, JulianoAzeite de oliva virgem é o produto obtido das azeitonas unicamente por meios físicos e/ou mecânicos. A qualidade do azeite de oliva é influenciada por processos hidrolíticos e oxidativos que ocorrem ao longo do envelhecimento, podendo ser avaliada por meio de parâmetros físico-químicos e sensoriais. O objetivo do presente estudo foi avaliar os principais parâmetros de qualidade físico-química e sensorial de azeites de oliva do tipo extra virgem, produzidos no Sul do Brasil, durante seis meses de armazenamento pós-envase. As amostras foram constituídas por três tipos comerciais de azeites de oliva (KO, BL e AA), elaboradas com diferentes variedades de azeitonas e produzidas na safra de 2019 no Estado do Rio Grande do Sul. Acidez livre (AL), índice de peróxidos (IP), coeficientes da extinção específica (K232, K270 e ΔK), composição de ácidos graxos (CAG) e perfil sensorial foram analisados em todas as amostras de azeite de oliva até o sexto mês de armazenamento pós-envase. Com relação à AL, IP e CAG, não foram encontradas diferenças significativas em ambos os tipos de azeite de oliva ao longo do tempo. Contudo, os coeficientes da extinção específica apresentaram grande variabilidade, mas nenhuma tendência linear de aumento ou redução foi identificada. Sobre o perfil sensorial, observou-se para a amostra de azeite BL maior amargor no sexto mês pós-envase quando comparado ao primeiro mês. Todas as amostras estudadas apresentaram qualidade físico-química e sensorial satisfatórias durante o período de armazenamento de acordo com a legislação vigente. Conclui-se que os azeites de oliva avaliados podem permanecer classificados na categoria ‘extra virgem’ até o sexto mês de armazenamento pós-envase.Item Consumo alimentar por trabalhadores da área da saúde de Porto Alegre(Wagner Wessfll, 2020) Fracalossi, Michele Girolometto; Antunes, Maria TerezinhaIntrodução: Os efeitos da globalização que levaram a mudanças no estilo de vida, nos hábitos alimentares, no consumo de alimentos ultra processados, entre outros, contribuindo para o sobrepeso e a obesidade. No primeiro trimestre de 2019 a população em idade de trabalhar representava 81,6% da população total brasileira. Assim, os restaurantes institucionais têm como objetivo principal oferecer alimentação equilibrada e adequada às necessidades nutricionais de seus funcionários, de forma que satisfaçam as necessidades energéticas e em nutrientes, garantindo saúde e aptidão para o trabalho. Com o objetivo de garantir a qualidade das refeições fornecidas, bem como a segurança alimentar e nutricional dos trabalhadores, foi criado o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), no qual se propõe a garantir aos trabalhadores o direito do benefício-alimentação ou refeição fornecidos regularmente pelas empresas e contribuir na socialização, na integração, no desempenho e na motivação dos funcionários. Objetivos: Avaliar o consumo alimentar de trabalhadores de hospitais de Porto Alegre e relacionar com o estado nutricional. Metodologia: Estudo quantitativo, observacional, descritivo e analítico. Foi realizada avaliação do consumo alimentar em dois hospitais Cidade de Porto Alegre entre os meses de janeiro a agosto de 2019, evitando prejuízos relacionados à sazonalidade dos alimentos, e contemplando os períodos de inverno e verão ou início e fim do mês. Para cada consumo alimentar calculou-se o somatório de todos as preparações servidas para o Valor Energético Total (VET), sódio e fibras; para os macronutrientes calculou-se o percentual de participação de cada item no VET da refeição, a fim de possibilitar a comparação com os parâmetros estipulados pelo PAT, todas as análises foram realizadas em triplicatas. A estatística foi avaliada pelo software SPSS 25.0, com análises descritivas (frequências, percentuais, médias e desvios-padrão) e bivariadas (testes t de Student, teste de Mann-Whitney e correlações de Spearman). A normalidade dos dados foi testada através do teste de Kolmogov-Smirnov. Resultados: Foram avaliados 446 comensais, sendo 74,47% de mulheres. 46,6% dos colaboradores trabalha em turno integral e 43,5% no segmento assistencial. Quanto a escolaridade, 50,0% da amostra possui ensino médio completo e 16,4% ensino superior completo. Apenas o consumo de calorias e gordura saturada esteve dentro da recomendação do Programa de Alimentação do Trabalhador, carboidratos e proteínas estava acima, de gorduras totais abaixo, fibras e sódio também acima. Não foi observada correlação entre o consumo alimentar com a variação do IMC. Já o tempo de serviço apresentou correlação direta com a variação do IMC da amostra: quanto maior o tempo, maior a variação do IMC (p<0,001). Sugere–se que atividades de educação nutricional sejam desenvolvidas sistematicamente, dentro das instituições, a fim de conscientizar e incentivar estes trabalhadores. Ainda, considera– se relevante o desenvolvimento de pesquisas que avaliem o consumo destes trabalhadores de forma mais ampla.Item Desempenho de ferramentas integrativas para diagnóstico nutricional em predizer desnutrição e morbimortalidade em pacientes hospitalizados(Wagner Wessfll, 2020) Burgel, Camila Ferri; Silva, Flávia MoraesIntrodução: Embora não exista um método universalmente aceito para diagnóstico de desnutrição, a Avaliação Subjetiva Global (ASG) é considerada uma referência para avaliação nutricional no ambiente hospitalar; contudo ela depende da habilidade do avaliador. Na última década, sociedades internacionais de nutrição clínica propuseram novas ferramentas para diagnóstico de desnutrição: Academy of Nutrition and Dietetics–American Society of Enteral and Parenteral Nutrition (AND-ASPEN), European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN) e Global Leadership Initiative on Malnutrition (GLIM). Essas ferramentas não foram validadas no Brasil para uso em pacientes hospitalizados não críticos, poucos estudos avaliaram seus desempenhos em predizer morbimortalidade, e a acurácia delas em uma mesma amostra parece ainda não ter sido comparada. Objetivo: Avaliar validade concorrente e preditiva da ferramenta da AND-ASPEN em pacientes hospitalizados e comparar sua acurácia com a das demais ferramentas integrativas para diagnóstico de desnutrição. Métodos: Coorte prospectiva com pacientes hospitalizados > 18 anos. A coleta de dados foi realizada nas primeiras 48 horas de admissão. Dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos do prontuário e a gravidade clínica dos pacientes foi classificada a partir do Índice de Comorbidades de Charlson (ICC). As ferramentas ASG, AND-ASPEN, ESPEN e GLIM foram aplicadas para o diagnóstico de desnutrição. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar para coleta dos desfechos tempo de internação hospitalar (TIH) e óbito intra hospitalar, bem como contatados por telefone após seis meses da alta para coleta dos desfechos readmissão hospitalar e óbito. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa do hospital e todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento. Resultados: Foram avaliados 600 pacientes (55,7 ± 14,8 anos; 51,3% homens, 78,2% de etnia autodeclarada branca). O TIH mediano foi 10,0 (5,0 - 18,0) dias e 2,7% da amostra foi a óbito durante a internação. Entre pacientes contatados após seis meses (n= 566), 35,3% tiveram readmissão e 8,3% foram a óbito. A frequência de desnutrição foi de 34,0% pela ASG, 34,6% pela AND-ASPEN, 5,7% pela ESPEN e 41,7% pelo GLIM. Desnutrição pela ferramenta da AND-ASPEN apresentou concordância substancial com a ASG (kappa=0,690), assim como foi preditora de maior risco de TIH prolongado (RR= 1,4; IC 95% 1,2–1,6), mortalidade hospitalar (HR=5,0; IC 95% 1,3– 18,8), readmissão (RR=1,4; IC 95% 1,2–1,8) e de maior chance de óbito em seis meses (OR=5,1; IC 95% 2,6–9,9), após ajuste para o ICC. AND-ASPEN e GLIM apresentaram acurácia satisfatória em identificar pacientes desnutridos (AUC= 0,846; IC 95% 0,810–0,883 e AUC= 0,842; IC 95% 0,807–0,877, respectivamente), e significativamente superior a acurácia da ESPEN, a qual não foi satisfatória (AUC= 0,572; IC 95% 0.522 – 0.622). AND-ASPEN também foi testada sem o critério de força do aperto de mão (FAM), apresentando boa validade concorrente e preditiva. Conclusão: Desnutrição avaliada pela AND-ASPEN é preditora de pior prognóstico clínico em pacientes hospitalizados. Além disso, AND-ASPEN (com ou sem avaliação da FAM) e GLIM são métodos acurados para identificar pacientes desnutridos no ambiente hospitalar, enquanto o uso da ferramenta da ESPEN deve ser desencorajado.Item Correlação entre influências externas nos hábitos alimentares e o grau de processamento de alimentos e seu estado nutricional em indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2(2020) Ayala, Fernanda Oliveira; Busnello, Fernanda Michielin; Oliveira, Aline Marcadenti deIntrodução: Mudanças no estilo de vida estimulam influências externas na alimentação que podem impactar nas escolhas alimentares. A alimentação consciente pode ajudar a identificar esses padrões e encontrar padrões nutricionais mais adequados. Este estudo transversal analisou a correlação entre o ambiente e sua influência na ingestão de alimentos ultra processados e nas escolhas alimentares de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Materiais e métodos: Foram coletados dados de 325 pacientes com DM2. O Questionário de Alimentação Consciente (MEQ) e seus domínios foram usados para determinar o nível de alimentação consciente dos pacientes. A qualidade da dieta foi avaliada pelo Índice de Qualidade da Dieta Revisado (DQI-R) e pelo Sistema de Classificação NOVA. Resultados: A amostra foi composta por 60% do sexo feminino, com média de idade de 60,85 ± 9,3 anos. Em relação ao estado nutricional, o índice de massa corporal (IMC) médio foi de 30,3 ± 4,6 kg/m2, e a circunferência da cintura (CC) média ficou entre 103,1 ± 11,7 cm. O Sistema de Classificação NOVA identificou maior pontuação no consumo de alimentos in natura e minimamente processados de 64,4% (53,4 – 73,5) e menor percentual de ingredientes culinários processados, 1,8% (0 – 5,3). Houve correlação positiva, estatisticamente relevante, entre o domínio externo do MEQ com o IMC (r=0,124; p<0,01), o peso (r=0,119; p<0,01) e a CC (r=0,151; p<0,01); no entanto, as últimas correlações foram consideradas fracas. Conclusão: Este estudo encontrou correlação entre alimentos in natura ou minimamente processados com o domínio externo do MEQ, sendo que quanto maiores as influências externas na alimentação, maiores os valores de peso, IMC e CC.Item Discriminação racial autopercebida e hábitos alimentares: revisão sistemática e modelo conceitual(Wagner Wessfll, 2020) Rodrigues, Ylana Elias; Canuto, Raquel; Fanton, MarcosIntrodução: Vários estudos demonstraram uma associação entre experiências de discriminação racial ao longo da vida e hábitos alimentares inadequados. Apesar do crescente corpo de evidências sobre essa questão, não há uma organização sistemática das evidências disponíveis sobre a relação entre discriminação racial e hábitos alimentares. Além disso, não há consenso sobre seu mecanismo causal. Objetivos: Uma revisão sistemática foi realizada para sintetizar evidências sobre a associação entre a discriminação racial percebida e hábitos alimentares (comportamento alimentar e consumo alimentar). Um modelo conceitual foi desenvolvido para descrever os mecanismos mais comuns usados para explicar essa associação. Metodologia: Artigos e dissertações foram recuperados das bases de dados PubMed, EMBASE, Lilacs e PsycINFO desde o início até setembro de 2020. Resultados: Dezenove estudos foram incluídos. A avaliação da qualidade metodológica foi realizada por meio da Escala de Newcastle-Ottawa. Em média, os estudos mostraram uma qualidade metodológica de 66%. Foram avaliadas 46 associações. Houve 38 associações entre percepção de discriminação racial e hábitos alimentares negativos, 29 em relação ao comportamento alimentar e 17 em relação ao consumo alimentar. Conclusões: Esta revisão sistemática sugere que a percepção da discriminação racial afeta negativamente os hábitos alimentares. Além disso, um arcabouço conceitual mais amplo baseado na teoria ecossocial é sugerido para orientar pesquisas futuras que desejam incluir dimensões mais amplas das discriminações raciais, como as discriminações internalizadas e estruturais.Item Comprometimento nutricional de pacientes hospitalizados por exacerbação da doença pulmonar obstrutiva crônica: desnutrição e sarcopenia(Wagner Wessfll, 2020) Araújo, Bruna Espíndola de; Silva, Flávia MoraesIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por seu caráter progressivo e irreversível e pela presença de inflamação crônica, a qual é intensificada nos quadros de exacerbação. Isso contribui para um intenso catabolismo proteico e, consequentemente, para o comprometimento do estado nutricional de pacientes com DPOC. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de desnutrição por diferentes ferramentas integrativas e a validade concorrente e preditiva dessas em predizer desfechos intra-hospitalares. Além disso, foi avaliada a prevalência de sarcopenia, os fatores associados a essa condição e a sua associação com desfechos clínicos em pacientes com DPOC hospitalizados por exacerbação da doença. Metodologia: Estudo de coorte prospectiva com pacientes internados por exacerbação da DPOC em um hospital público terciário brasileiro. A coleta de dados foi realizada em até 72 horas após a admissão hospitalar. O diagnóstico de desnutrição foi realizado pela ferramentas Avaliação Subjetiva Global (ASG), Global Leadership Initiative of Malnutrition (GLIM), Academy of Nutrition and Dietetics–American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (AND-ASPEN) e European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN). O diagnóstico de sarcopenia foi realizado de acordo com o consenso proposto pelo European Work Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP 2) considerando força do aperto de mão (FAM) e índice de massa livre de gordura (IMLG) ou circunferência da panturrilha (CP) reduzidos. Os desfechos avaliados foram tempo de internação hospitalar e mortalidade intra-hospitalar. Testes estatísticos apropriados foram aplicados e p valores <0,05 foram considerados significativos. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital e todos os pacientes deram seu consentimento. Resultados: Foram incluídos no estudo 241 pacientes (68,3 ± 10,2 anos e 53,5% mulheres). A prevalência de desnutrição variou entre 20,2% a 54,4%, de acordo com a ferramenta utilizada. O diagnóstico de desnutrição pela AND-ASPEN apresentou melhor acurácia (AUC = 0,837; IC95% 0,783-0,841) e concordância com a ASG (k = 0,674). Além disso, foi preditor de tempo de internação hospitalar prolongado (>14 dias) (OR = 1,73; IC95% 1,01-3,37). Em 208 pacientes foi possível estabelecer o diagnóstico de sarcopenia, sendo identificada em 16,3%. Os fatores associados à presença de sarcopenia foram os estágios 2 e 3 de severidade da doença (OR = 4,69; IC95% 1,30- 16,91) e a presença de desnutrição (OR = 16,46 IC95% 3,50- 77,41). Quando empregada a CP reduzida associada a força do aperto de mão (FAM) reduzida para diagnóstico de sarcopenia, foi identificada prevalência de 20,3% e esse diagnóstico apresentou acurácia satisfatória, (AUC = 0,886; IC 95% 0,811-0,961) e alta concordância (kappa = 0,703, p<0,001) com o diagnóstico realizado a partir da FAM e IMLG reduzidos. Conclusão: Desnutrição e sarcopenia foram identificados em 20-50% e 16-20% dos pacientes, respectivamente, variando conforme diagnóstico aplicado. A ferramenta da AND-ASPEN apresentou validade preditiva e concorrente satisfatórias em diagnosticar desnutrição no paciente hospitalizado por DPOC exacerbado. Fatores como desnutrição e estágio da DPOC foram associados à presença de sarcopenia, a qual pode ser diagnosticada com a CP como medida de massa muscular quando IMLG não estiver disponível.Item Efeito do perfil alimentar na taxa de oxidação de gordura em indivíduos com sobrepeso e obesidade(Wagner Wessfll, 2021) Bueno, Márjory de Camillis; Peres, Alessandra; Riboldi, BárbaraIntrodução: A dieta é um dos fatores modificáveis determinantes do padrão imunológico no indivíduo por meio da modulação de mecanismos pró-inflamatórios e anti-inflamatórios e seu impacto na saúde humana se apresenta bem elucidado, principalmente no risco de desenvolvimento de doenças crônicas. No entanto, são necessários maiores esclarecimentos sobre a influência da qualidade da dieta no âmbito inflamatório em parâmetros relacionados a melhores resultados de saúde, como o consumo máximo de oxigênio (V̇ O2max), e na taxa de oxidação de gordura (MFO), tendo em vista o estado nutricional do indivíduo não treinado com sobrepeso ou obesidade. Uma maior compreensão dos efeitos do perfil alimentar pode possibilitar uma otimização de recursos, como o exercício físico, para a manutenção da saúde metabólica. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do perfil alimentar, por meio da ferramenta Índice inflamatório da Dieta (IID), no V̇ O2max e MFO em indivíduos não treinados com sobrepeso e obesidade. Métodos: Estudo observacional retrospectivo, de caráter analítico, a partir da avaliação do banco de dados de estudos realizados entre agosto de 2011 e outubro de 2017 no Laboratório de Imunologia Celular e Molecular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Parâmetros antropométricos e alimentares, valor de V̇ O2max e de MFO e classificação de atividade física foram considerados para verificar a elegibilidade dos participantes. Os escores finais foram divididos e analisados em percentis de consumo e em escores positivos e negativos. Resultados: Não houve diferença entre médias dos quartis e entre os grupos Dieta anti-inflamatória e Dieta inflamatória em relação as variáveis IMC, V̇ O2max e MFO. A classificação do IMC não apresentou associação com os quartis de consumo e com os escores positivos e negativos. Não houve correlação entre os escores de IID e as variáveis de estudo. Conclusão: O perfil alimentar, no âmbito inflamatório, não apresentou influência no V̇ O2max e na MFO.Item Comparação de duas ferramentas de avaliação de qualidade da dieta em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: estudo NUGLIC(2021-12) Bauer, Julia; Busnello, Fernanda MichielinIntrodução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica e metabólica prevalente em cerca de 10,5% da população. Por ser uma doença de etiologia multifatorial, seu tratamento requer cuidados contínuos, especialmente com a alimentação. Para o monitoramento da adesão de populações às recomendações alimentares, destaca-se o Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R), que avalia uma combinação de diferentes tipos de alimentos, nutrientes e constituintes da dieta em relação às recomendações dietéticas e desfechos de saúde. Outro modelo que vem sendo usado é a NOVA, que categoriza os alimentos de acordo com seu grau de processamento. Sabe-se que o excesso de alimentos ultraprocessados está associado a piores prognósticos de saúde. Objetivos: O objetivo desse estudo foi a comparação de dois métodos de avaliação da qualidade da dieta, com parâmetros antropométricos e exames laboratoriais em indivíduos com DM2. Métodos: Estudo transversal, realizado com indivíduos adultos diagnosticados com DM2. A qualidade da dieta foi avaliada através de dois modelos, o IQD-R e NOVA. Ainda, foram avaliados IMC (Índice de Massa Corporal) e CC (Circunferência da cintura), bem como hemoglobina glicada (Hb1Ac), glicemia de jejum, colesterol total (CT), HDL e LDL e triglicerídeos (TG). Resultados: A amostra foi composta por 326 sujeitos, sendo 60,1% do sexo feminino, 58,9% casados, 49,4% de raça branca e 27,6% analfabetos ou com ensino fundamental I incompleto. Na avaliação do IQD-R, o maior consumo de gorduras saturadas e Gord_AA (calorias provenientes de açúcares, álcool e gordura trans), se associou a valores mais altos de CT e LDL. Assim como, o escore total do índice se associou inversamente com estes dois parâmetros, ou seja, quanto melhor qualidade da dieta, menor os índices de CT e LDL. Indivíduos que consumiam mais frutas, tinham um perfil lipídico melhor e menor CC. O maior consumo de cereais integrais foi associado a valores mais baixos de CT, LDL, TG e Hb1Ac. Com relação a NOVA, quanto maior o consumo de alimentos processados, maiores os índices de CT e LDL. Em contrapartida, quanto maior o consumo de in natura e minimamente processados, menores foram estes índices. E por fim, a maior ingestão de ultraprocessados se associou com maiores índices de glicose. Conclusões: Ambos os modelos utilizados para avaliação da qualidade da dieta mostraram que os grupos mais presentes em um contexto de alimentação saudável (frutas, cereais integrais, alimentos in natura e minimamente processados) estavam associados com melhores exames e antropometria, e aqueles associados a dietas mais inadequadas (ultra processados, ricos em gorduras saturadas, sódio, açúcar) com piores desfechos. Portanto, ambos modelos mostraram-se satisfatórios para a avaliação da qualidade da dieta em pacientes diabéticos.Item Os efeitos da suplementação oral de zinco no tratamento da acne vulgar, acne inversa e acne rosácea: uma overview de revisões sistemáticas(2022) Mata, Isabella Rosa da; Bosco, Simone Morelo DalA pele, uma barreira física de proteção contra ameaças do ambiente externo, pode ser local de resposta a distúrbios crônicos inflamatórios da pele, como acnes e outras doenças dermatológicas, que promovem um elevado impacto social e psicológico nos indivíduos que as manifestam. Abordagens terapêuticas naturais, como a suplementação oral de zinco, podem ser uma alternativa a ser investigada, para maior segurança e qualidade de vida desses pacientes. Assim, o presente estudo teve por objetivo revisar e analisar sistematicamente produções que examinaram os efeitos do zinco oral no tratamento e manejo da acne vulgar, acne rosácea e acne inversa, bem como avaliar criticamente a qualidade metodológica e o grau de evidência das recomendações descritas. Metodologia: Sob o protocolo de registro PROSPERO, nº CRD42022345337, realizou-se, nas bases de dados eletrônicas, PubMed, Scopus, Cochrane Library e Web of Science, uma busca de revisões sistemáticas e metanálises publicados até setembro de 2022. Para avaliação dos artigos incluídos foram utilizadas as ferramentas: Risk of Bias in Systematic Reviews (ROBIS), para análise do risco de viés; MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews (AMSTAR-2), para análise da qualidade metodológica; e Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE), para análise da qualidade da evidência dos desfechos observados. Resultados: Dezesseis artigos de revisão atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos no presente estudo. Desses, 6 artigos abordaram os efeitos da suplementação oral de zinco na acne inversa, 5 na acne rosácea, 4 na acne vulgar e 1 estudo abordou nas três doenças. A qualidade metodológica variou de criticamente baixa à alta, e a recomendação da qualidade dos desfechos analisados apresentaram nível de evidência baixo ou moderado. Conclusão: Potenciais benefícios do uso oral de zinco foram observados nos estudos. A suplementação com zinco mostrou-se benéfica para o tratamento e manejo da acne inversa, assim como uma opção de tratamento de segunda linha para pacientes selecionados com acne vulgar leve a moderada; contudo, para este último desfecho, menor grau de evidência foi indicado. No que tange a acne rosácea, não há evidência suficiente para apoiar ou não a eficácia do zinco oral como alternativa terapêutica. Assim, a realização de novos estudos de alta qualidade metodológica, que possibilitam apreciar a efetiva eficácia da suplementação oral de zinco no tratamento de doenças de pele, com destaque à acne vulgar, acne inversa e acne rosácea, faz-se pertinente.Item Direito humano à alimentação da população em situação de rua: construção, validação e aplicação de um questionário de acesso à alimentação(2022) Martins, Natália Borges ; Vinholes, Daniele BotelhoEstima-se que o número de pessoas em situação de rua (PSR) no país ultrapassa 220 mil pessoas. Esta população se caracteriza por ser um grupo heterogêneo que habita ruas e logradouros e muitas vezes têm seus vínculos familiares rompidos, além de vivenciar, muitas vezes, a extrema pobreza. Dentro deste contexto de desigualdade social e vulnerabilidade, as pessoas em situação de rua têm seus direitos violados, como direitos constitucionais à alimentação, saúde e moradia. A insegurança alimentar está presente nos domicílios de 125 milhões de pessoas, segundo último inquérito da Rede de Soberania e Segurança Alimentar em 2021. Apesar da população em situação de rua não estar dentro da amostra deste inquérito, a fome pode estar presente em sua rotina. Além disso, vivenciar a situação de rua é estar em constante violência física e psicológica, além de condições inadequadas de saúde. A literatura não apresenta instrumentos que avaliem o acesso à alimentação deste grupo social e não há dados que verifiquem como é este acesso na cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul. Assim, esta dissertação teve como objetivo construir e validar um instrumento de aceso à alimentação da população em situação de rua. Após esta etapa, foi realizada a aplicação deste instrumento em usuários do Centros de Referência Especializados (Centros Pop´s) para pessoas em situação de rua. A validação do questionário se deu em duas etapas, totalizando trinta questões e o questionário foi construído através da análise de documentos que versam sobre alimentação, nutrição, segurança alimentar e população em situação de rua. Na primeira rodada, participaram vinte e três especialistas, já na segunda, dezoito realizaram a validação. O processo de validação com o método Delphi permitiu que o resultado final do instrumento representasse questões mais condizentes com a realidade da população em situação de rua. A aplicação do questionário validado foi realizada em dois Centros Pop´s de Porto Alegre, com indicação da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC). Ao aplicar o questionário, foram totalizados 65 participantes, que aceitaram participar da pesquisa após o aceite no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados foram analisados através da análise descritiva através de frequências absolutas e relativas (N e %), média e desvio padrão. Segundos os resultados, as principais formas de acesso à alimentação foram aquelas obtidas por meio de instituições públicas e projetos sociais. Também se identificou que o consumo de arroz e feijão era realizado por todos os participantes. Importante destacar que o público desta pesquisa é composto por pessoas que tem acesso aos serviços e, por isso, o acesso à alimentação de pessoas em situação de rua que não têm acesso aos serviços pode ser diferente dos resultados encontrados nesta pesquisa. Compreender o acesso à alimentação pode contribuir com políticas públicas já existentes, bem como visibilizar este grupo social para o meio acadêmico afim de pensar novas pesquisas e projetos. Ademais, a sociedade civil deve ter sua participação e controle social ativos na sua relação com o Estado, o qual deve garantir o direito à alimentação bem como os demais direitos sociais a todos.Item A implicação dos alimentos à saúde humana: alimentos ultraprocessados e azeite de oliva(2022) Peres, Kathleen Krüger; Dal Bosco, Simone MoreloIntrodução: Com base no estudo em alimentos tem-se como objeto de estudo dessa dissertação os alimentos ultraprocessados e o azeite de oliva. Os alimentos ultraprocessados são classificados de acordo com o grau de processamento e adição de ingredientes que são apenas a nível industrial. O processamento gera diversos alimentos com aditivos e conservantes, e o consumo desses alimentos pela população gera um potencial risco à saúde, associando principalmente ao maior risco de mortalidade. Em relação ao azeite de oliva e seus compostos fenólicos tem- se estudado os potenciais efeitos cardioprotetores de seu consumo na população, avaliando que sua composição pode atuar na saúde como um potencial protetor às doenças cardiovasculares e seus fatores de risco, como no nível de pressão arterial, teor de perfil lipídico e de marcadores inflamatórios que causam danos à saúde cardiovascular. Objetivo: Relacionar dados sobre o consumo de alimentos ultraprocessados como fator de risco de mortalidade e também o consumo de azeite de oliva e sua composição como fator protetor de doenças cardiovasculares e seus fatores de risco. Metodologia: Foram realizadas uma revisão sistemática e uma revisão de revisões sistemáticas, sendo o objetivo da revisão sistemática avaliar o consumo dos alimentos ultraprocessados e o risco de mortalidade, por meio da pesquisa científica através dos bancos de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Foram sistematicamente pesquisados estudos que examinam a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de mortalidade. A análise de evidências foi realizada usando uma ferramenta para avaliar o risco de viés e qualidade metodológica (NOS), e baseada no protocolo PRISMA e suas etapas, um total de cinco estudos foram incluídos. A revisão de revisões sistemáticas foi realizada por meio da busca sistemática de revisões nos bancos de dados científicos PubMed, Web of Science e Cochrane Library. Foram incluídos artigos que analisaram a relação entre o consumo de azeite de oliva e as doenças cardiovasculares, totalizando seis artigos. Utilizou-se ferramentas para avaliar o risco de viés (ROBIS), qualidade metodológica (AMSTAR-2) e qualificação da evidência (GRADE). Conclusão: O efeito do consumo dos alimentos ultraprocessados gera um aumento de risco de mortalidade, e tal risco aumenta quanto maior é a ingestão desses alimentos, portanto o consumo desse grupo alimentício está associado a um maior risco de mortalidade da população. Já com relação ao efeito potencial cardioprotetor do azeite de oliva e de seus compostos fenólicos, demonstrou-se que quanto maior o teor de compostos fenólicos do azeite de oliva maior é a redução dos possíveis fatores de risco cardiovasculares, como a melhora do perfil lipídico, pressão arterial e marcadores inflamatórios.Item Impacto de uma intervenção nutricional baseada em Mindful Eating no comportamento alimentar de divíduos com sobrepeso e obesidade(2022) Moreira, Maria Fernanda Souza; Busnello, Fernanda MichielinIntrodução: A obesidade representa um importante problema de Saúde Pública. As dietas restritivas, não resultam na mudança do comportamento alimentar e têm maior relação com reganho de peso, insatisfação corporal e comportamentos alimentares disfuncionais. Uma abordagem Mindful Eating visa aumentar a consciência dos processos envolvidos na escolha dos alimentos, resultando em bem-estar psicológico, melhora da saúde metabólica, redução ou manutenção de peso. Objetivo: Avaliar o efeito de uma abordagem baseada em Mindful Eating, na mudança de comportamento alimentar, de indivíduos com excesso de peso. Método: Um ensaio clínico randomizado foi conduzido por 16 semanas, para comparar a efetividade de uma intervenção de aconselhamento nutricional em grupo e online, baseada em Mindful Eating (GI), com o tratamento dietético individual e online (GC). Foram incluídos 61 voluntários, recrutados por meio de chamada pública digital. O comportamento alimentar foi avaliado através do TFEQ-21, o nível de atividade física pelo IPAQ e as medidas antropométricas coletadas por autorrelato. O efeito da intervenção ao final do estudo foi avaliado pela ANCOVA, com a estimativa da medida final, ajustada pela medida inicial e os resultados apresentados através da média e intervalo de confiança (IC 95%). A correlação entre as diferenças dos domínios do comportamento alimentar, e destes com as medidas antropométricas foram estimadas com a correlação de Pearson. O estudo foi aprovado pelo CEP da UFCSPA e o protocolo foi cadastrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos. Resultados: O domínio de restrição cognitiva foi menor ao final do estudo, no GI, demonstrando um tamanho de efeito grande (GI:46,7 [39,7; 53,6]; GC:68,0 [61,5; 74,5]; p<0,001; ηp2=0,33). A redução de peso foi discreta, semelhante a encontrada no GC (diferença média de peso final=2,2kg [-0,20; 4,47]; p=0,072; ηp2=0,08). Identificamos uma correlação positiva e moderada da alimentação emocional com o descontrole alimentar, em ambos os grupos (GI: r=0,607; p=0,004; GC: r=0,489; p=0,015). Enquanto no GI, apenas alimentação emocional foi correlacionada positivamente com a restrição cognitiva (r=0,532; p=0,013). Conclusão: Uma abordagem Mindful Eating pode contribuir para o tratamento do excesso de peso, reduzindo o comportamento de restrição cognitiva e atuando de forma similar, ao tratamento dietético convencional, para redução de peso, a curto prazo. Estudos adicionais devem esclarecer os efeitos de uma intervenção por período prolongado e se a melhor forma de inserção no tratamento é como estratégia complementar ou alternativa.Item Critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição em pacientes adultos hospitalizados críticos e não críticos: evidências acerca da sua aplicação, viabilidade e validade concorrente e preditiva(2022-12-02) Milanez, Danielle Silla Jobim; Silva, Flávia Moraes; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoIntrodução: Um grupo de especialistas em terapia nutricional de diferentes sociedades internacionais constituiu o Global Leadership Initiative on Malnutrition (GLIM) recentemente e publicou uma proposta com critérios para diagnóstico de desnutrição mais específica e objetiva em comparação a outras alternativas, como a Avaliação Subjetiva Global (ASG). Os critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição envolvem a avaliação de três critérios fenotípicos e dois critérios etiológicos, sendo o paciente diagnosticado quando pelo menos um de cada tipo estiver presente. Porém, esses critérios requerem validação nos diferentes cenários, sendo evidenciado um crescente aumento no número de estudos publicados envolvendo pacientes hospitalizados com a aplicação dos mesmos. A avaliação detalhada da metodologia desses estudos é essencial para que se possa avaliar a certeza da evidência acerca da aplicabilidade e validade dos critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição no ambiente hospitalar. Dentre os pacientes hospitalizados, o paciente crítico apresenta uma resposta metabólica mediada por citocinas pró-inflamatórias e hormônios contrarreguladores, que contribuem para o comprometimento do estado nutricional, sendo o diagnóstico de desnutrição um desafio na unidade de terapia intensiva (UTI) considerando-se os métodos tradicionais como a ASG. Sendo assim, os critérios do GLIM surgem como uma alternativa para o ambiente de terapia intensiva, contudo a sua validade de critério em pacientes críticos foi pouco explorada até o presente momento. Objetivos: Mapear a literatura acerca da aplicação dos critérios GLIM em pacientes hospitalizados e investigar a validade de critério dos mesmos para diagnóstico de desnutrição em pacientes críticos. Métodos: Foram conduzidos dois estudos independentes para compor a presente dissertação. Realizamos uma revisão de escopo de acordo com a metodologia proposta pelo Instituto Joanna Briggs, com protocolo registrado no Open Science Framework (DOI 10.17605/OSF.IO/TGQU8). A busca da literatura foi conduzida em quatro bases de dados (até 16 de abril de 2022) para identificar estudos de acordo com o acrônimo PCC ('População': adultos ou idosos, 'Conceito': diagnóstico de desnutrição pelos critérios GLIM e 'Contexto ': ambiente hospitalar). Títulos e resumos foram selecionados e os dados foram extraídos dos estudos elegíveis através de um formulário padronizado por dois revisores independentes. Os resultados foram resumidos em tabelas e figuras por meio de estatística descritiva. Conduzimos também um estudo de coorte envolvendo pacientes adultos e idosos admitidos em seis UTIs de um complexo hospitalar do Sul do Brasil. Os dados necessários para o diagnóstico de desnutrição a partir da ASG e dos critérios GLIM foram coletados prospectivamente em até 24 horas após a admissão na UTI, assim como dados clínicos e laboratoriais. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar para avaliação dos desfechos intra-hospitalares (mortalidade e tempo de internação na UTI e no hospital, duração da ventilação mecânica e readmissão na UTI). Os pacientes foram contatados pelo telefone para obtenção dos dados dos desfechos 3 meses após a alta hospitalar (óbito e readmissão hospitalar). Testes de concordância e acurácia e regressão de Cox e logística foram realizados para avaliar a validade concorrente e preditiva, respectivamente. Resultados: Um total de 96 estudos foram elegíveis para revisão de escopo (54,2% publicados em 2021 e 96% em inglês, 35,4% da China, 30,2% incluindo pacientes oncológicos e 30,5% coortes prospectivas). A frequência dos critérios do GLIM variou de 22,2% (índice de massa corporal reduzido) a 84,7% (inflamação), e a prevalência de desnutrição variou de 0,96% a 87,9% entre os estudos. Menos de 30% (n=26) dos estudos tiveram como objetivo avaliar a validade concorrente e/ou preditiva dos critérios do GLIM. Para o estudo de validação dos critérios do GLIM na UTI avaliamos 450 pacientes (64 [54–71] anos, 52,2% homens), e os critérios do GLIM puderam ser aplicados em 83,7% (n=377) dos participantes. A desnutrição foi diagnosticada em 47,8% e 65,5% dos pacientes pelos critérios do GLIM e pela ASG, respectivamente. Os critérios do GLIM apresentaram área sob a curva ROC de 0,835 (IC 95%, 0,790–0,880), sensibilidade de 96,6% e especificidade de 70,3%. O diagnóstico de desnutrição de acordo com os critérios do GLIM aumentou a chance de permanência prolongada na UTI em 1,75 vezes (IC 95%, 1,08–2,82) e de readmissão na UTI 2,66 vezes (IC 95%, 1,15–6,14). Conclusão: O mapeamento de estudos sobre os critérios do GLIM em ambiente hospitalar demonstrou sua aplicação de forma heterogênea, refletindo em uma ampla faixa de prevalência de desnutrição, falta de detalhamento sobre os métodos aplicados para avaliar cada critério, com número reduzido de estudos que se propuseram a avaliar a sua validade de critério. Em pacientes críticos, os critérios do GLIM apresentaram factibilidade superior a 80%,, sensibilidade superior a 90%, especificidade superior a 70% e concordância substancial com a ASG. A desnutrição diagnosticada pelos critérios do GLIM foi um preditor independente de permanência prolongada na UTI e readmissão na UTI.Item Práticas alimentares parentais e dificuldades alimentares na infância e suas implicações no risco nutricional de pacientes pediátricos hospitalizados: um estudo transversal(2022-12-20) Cavalcanti, Jessica Batista Minho; Molle, Roberta Dalle; Programa de Pós-Graduação em Ciências da NutriçãoA família é o principal modelo no desenvolvimento de hábitos e preferências alimentares do indivíduo. Tal influência pode ser observada desde os primeiros 1000 dias, onde da concepção à introdução da alimentação complementar, preferências e práticas alimentares parentais estão presentes, moldando o comportamento alimentar para o longo da vida. No entanto, estima-se que entre 25% e 40% dos lactentes e crianças pequenas saudáveis apresentam algum sintoma de dificuldade alimentar sem etiologia médica conhecida. Já entre as crianças com doenças orgânicas ligadas a desconfortos gastrointestinais e problemas de desenvolvimento, como prematuridade e baixo peso ao nascer, 33% a 80% apresentam alguma dificuldade alimentar. Estudos envolvendo crianças não hospitalizadas mostraram que tanto as práticas alimentares parentais quanto as dificuldades alimentares da própria criança estão associadas ao seu estado nutricional. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo verificar a associação entre as práticas alimentares parentais e as dificuldades alimentares na infância com o risco nutricional em pacientes pediátricos de um hospital de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo transversal realizado com pacientes pediátricos hospitalizados, de ambos os sexos, com idades entre 2 e 9 anos. O questionário Comprehensive Feeding Practices Questionnaire (CFPQ) foi utilizado para avaliação das práticas alimentares parentais e a Escala Brasileira de Alimentação Infantil (EBAI) para avaliação das dificuldades alimentares na infância, ambos preenchidos pelo cuidador principal da criança. A avaliação do risco nutricional foi realizada através da aplicação da ferramenta de triagem de risco nutricional StrongKids. Noventa e seis pacientes com mediana de idade de 73,5 meses, sendo 61,5% meninos, participaram do estudo. As especialidades médicas mais prevalentes foram oncologia (27,1%) e gastroenterologia (21,9%). Vinte e um (21,9%) pacientes foram classificados com alto risco nutricional, 61 (63,5%) com médio risco e 14 (14,6%) com baixo risco; e 20 (35,1%) apresentaram algum grau de dificuldade alimentar. Somente a presença de dificuldades alimentares na infância esteve associada com o risco nutricional: os pacientes em alto risco nutricional apresentaram escores mais elevados no EBAI, mesmo controlando a análise pela condição clínica no momento da internação e pelo escore-z do índice de massa corporal/idade (IMC/I). Ainda, o escore de dificuldades alimentares foi maior naquelas crianças com redução do consumo alimentar nos dias anteriores à internação. As práticas alimentares parentais estiveram relacionadas com questões específicas da StrongKids: o escore de orientação para uma alimentação saudável foi maior naqueles pacientes que relataram recomendação de intervenção nutricional preexistente e perda ou pouco ganho de peso, e o escore de pressão para comer foi menor nas crianças que apresentaram diarréia e/ou vômitos excessivos nos dias anteriores à internação. Nossos resultados mostraram que o risco nutricional no momento da internação hospitalar se mostrou associado às dificuldades alimentares, mas não às práticas alimentares parentais. Outros estudos podem verificar se há associação entre as práticas alimentares dos pais e o risco nutricional frente a doenças específicas, e se essas podem sofrer influências conforme patologia, efeitos colaterais ou características particulares da própria criança.Item Alimentos minimamente processados: utilização no segmento de produção de refeições em hospitais de uma capital do sul do Brasil/RS.(2022-12-22) Marques, Thais Sampaio; Zani, Valdeni TerezinhaIntrodução: Os alimentos minimamente processados correspondem a alimentos in natura, que foram submetidos a processos de limpeza e remoção de partes não comestíveis. A adesão ao seu uso, está diretamente associada a otimização das atividades desenvolvidas nas Unidades de Alimentação e Nutrição, no sentido de reduzir o tempo, número de equipamentos e os fatores de risco alimentar, contribuindo diretamente com a qualidade da gestão da produção destas refeições. Neste contexto, quaisquer desalinhamentos podem gerar consequências que poderão refletir no sistema econômico e na saúde dos comensais. Objetivos: Identificar e mensurar a utilização de alimentos minimamente processados e a aplicabilidade da Portaria SES 90/2017 em unidades de alimentação e nutrição hospitalares, em uma cidade no sul do Brasil, RS. Metodologia: Para tanto, foi realizado junto aos gestores um estudo transversal, descritivo, quantitativo e qualitativo, por meio de um questionário, sobre a utilização e a praticabilidade da legislação do uso destes alimentos, aplicado aos 21 hospitais da cidade, n total. Resultados e Discussão: A pesquisa obteve participação de 85,71% dos hospitais cadastrados junto a secretaria de saúde, sendo que destes 72,2% eram administrados por nutricionistas e o volume de alimentos minimamente processados utilizados foi em média 557kg/semana, para servir 1737 refeições/dia. Os participantes, elencaram como aspectos positivos na adesão dos alimentos minimamente processados a qualidade e a redução desperdício, e como negativos o alto custo e pouca validade. Ainda, 94,4% afirmaram conhecer esta categoria de alimentos e 72,2% se mantem atualizados sobre a legislação vigente, aplicando então visitas de boas práticas aos seus fornecedores (61,1%). Conclusão: Este estudo evidenciou a relevância da escolha do alimento minimamente processado como ferramenta de gestão para melhoria da qualidade de formação do nutricionista em gestão hospitalar, quando devidamente associado às legislações vigentes, que são essenciais à administração deste serviço.Item Aplicabilidade da ultrassonografia e da impedância bioelétrica na avaliação nutricional de pacientes críticos: síntese da evidência científica(2023) Lima, Júlia; Silva, Flávia Moraes; Gonzalez, Maria CristinaIntrodução: A depleção de massa muscular (MM) e a presença de hiper-hidratação são condições prevalentes em pacientes críticos e associadas com piores desfechos clínicos. Entretanto, os métodos disponíveis na prática clínica para avaliar essas condições são limitados. O uso de ultrassom (US) para avaliação de depleção de MM ao longo da internação na UTI parece ser promissor. Contudo, a ausência de um consenso sobre o protocolo ideal resulta em estudos com metodologia diversa o que dificulta a comparação dos resultados. A aplicabilidade de parâmetros brutos oriundos da impedância bioelétrica (BIA), como o ângulo de fase (AF) e o vetor da impedância bioelétrica (BIVA) também parece ser promissora. O AF é considerado um marcador substituto de MM e o BIVA um indicador de hiper-hidratação, condição comum em pacientes críticos e de difícil avaliação. O valor prognóstico do AF e do BIVA foi investigado em diversos estudos primários, mas os resultados não foram analisados conjuntamente para que se possa definir a magnitude da associação e certeza da evidência para que recomendações específicas quanto a sua incorporação em protocolos de avaliação nutricional na UTI possam ser feitas. Objetivo: A presente dissertação teve como objetivos: 1) identificar, explorar e mapear os objetivos, aspectos metodológicos e resultados dos estudos que utilizaram o US para avaliação de MM em pacientes críticos; 2) avaliar se o AF reduzido e a hiper-hidratação definida pelo BIVA estão associados com piores desfechos clínicos em pacientes críticos. Método: A fim de responder aos objetivos acima descritos foram desenvolvidos dois estudos. O estudo 1 foi uma revisão de escopo (OSF https://doi.org/10.17605/OSF.IO/UTN2S) de acordo com a metodologia proposta pelo instituto Joanna Briggs. Foram incluídos estudos primários quantitativos, independente do delineamento, que avaliaram MM utilizando o US em pacientes críticos. A busca na literatura foi conduzida no PubMed, Embase, Scopus e Web of Science até dezembro de 2022. Dois revisores independentes selecionaram os estudos, e seis duplas de revisores extraíram os dados a partir de uma ficha padronizada e foram calculadas estatísticas descritivas das características gerais dos estudos, objetivos, detalhes do protocolo de US utilizado, e os resultados. O estudo 2 foi uma revisão sistemática (protocolo no CRD42021274271) de estudoa observacionais (coorte e transversal) que avaliaram a associação entre o AF e BIVA com desfechos clínicos em pacientes críticos. A busca na literatura foi conduzida no PubMed, Embase, Scopus e Web of Science até abril de 2022. Dois revisores independentes selecionaram os estudos e extraíram os dados. O risco de viés dos estudos primários foi avaliado com a ferramenta Newcastle-Ottawa, e a certeza da evidência foi avaliada pelos critérios do GRADE. O desfecho primário foi óbito, e os desfechos secundários incluíram tempo de internação na UTI, tempo de internação hospitalar, duração da ventilação mecânica, risco nutricional e desnutrição. A meta-análise foi conduzida para combinar os dados utilizando o modelo de efeito randômico no software R versão 3.6.2. Resultados: Na revisão de escopo sobre o US para avaliação de MM, foram incluídos 107 estudos, sendo a maioria coortes prospectivas (59.8%), realizadas na Austrália (11.2%), em UTI geral (49.5%). O objetivo mais frequente dos estudos foi avaliar a depleção de MM durante a internação na UTI (21.5%), seguido de avaliar o seu valor prognóstico (18.6%). A maioria dos estudos realizou avaliações seriadas durante a internação na UTI (76.6%). A área de secção transversa do reto femoral foi avaliada na maioria dos estudos (66.1%), seguida da espessura do reto femoral (49.2%), e da espessura do quadríceps (47.6%). Os estudos demonstraram viabilidade e reprodutibilidade satisfatória do US para avaliação de MM, a acurácia do US para mensurar MM foi divergente entre os estudos, o valor prognóstico de medidas isoladas de MM foi confirmado na maioria deles (92.3%). A maioria dos estudos demonstrou depleção significativa de MM durante a internação (70.3%) e o valor prognóstico da depleção foi confirmado em 62.9% dos estudos. Os pontos de corte adotados dos parâmetros de MM do ultrassom foram heterogêneos entre os estudos. Foram incluídos 27 estudos (4,872 participantes) na revisão sistemática que avaliou o valor prognóstico do AF e do BIVA. A análise agrupada demonstrou que pacientes com AF reduzido apresentaram maior risco de óbito [14 estudos; risco relativo (RR) = 1.82, 95%CI 1.46 - 2.26, I2 = 42%] e permaneceram mais dias internados na UTI [6 estudos; diferença médica (DM) = 1.79, 95% CI 0.33 - 3.24, I2 = 69%] em comparação aos pacientes com AF normal. A análise agrupada também demonstrou maiores valores de AF nos pacientes sobreviventes comparado aos não-sobreviventes (12 estudos; DM = 0.75o, 95% CI 0.60o - 0.91o, I2 = 31%). Hiperhidratação, definida pelo BIVA, não foi preditor de óbito (4 estudos; RR = 1.01, 95% CI 0.70 - 1.46, I2 = 0%). Mais de 40% dos estudos foram classificados com alto risco de viés, e a certeza da evidência variou de baixa a muito baixa. Conclusão: A literatura acerca do US em terapia intensiva sugere que o método apresenta viabilidade, reprodutibilidade e valor prognóstico satisfatório. Pacientes com AF reduzido apresentam maior risco de óbito e maior tempo de internação na UTI em comparação àqueles com AF normal, enquanto que o BIVA não parece estar associado à óbito em pacientes críticos. A heterogeneidade nos protocolos de avaliação de MM por US na UTI e a baixa certeza da evidência acerca do valor prognóstico dos parâmetros brutos da BIA apontam para a necessidade de novos estudos avaliando US e BIA em pacientes críticos.Item Alimentação de pessoas em situação de refúgio e imigração(2023) Vacca, Eduarda Fellomena; Vinholes, Daniele BotelhoIntrodução: Diversos conflitos ao redor do mundo levam ao deslocamento de milhões de pessoas, onde o Brasil é um dos principais destinos da América. Essa população é afetada por diversos fatores, inclusive saúde e alimentação. Objetivo: Construir, validar e aplicar questionário alimentar em refugiados e imigrantes de uma região de cidade do Sul do Brasil. Método: Utilizou-se o Método Delphi para validação do questionário, através de um painel de especialistas. O instrumento foi elaborado com base nas recomendações alimentares específicas traduzidas e adaptadas. Foi disponibilizado de forma online o questionário para população-alvo usuária de uma associação especializada em Porto Alegre-RS. A análise dos dados foi realizada pelo pacote estatístico SPSS Statistics versão 25, considerando p<0,05. Resultados: O questionário foi validado com um índice de concordância de conteúdo (IVC) de 80,2% na segunda rodada do método Delphi por 14 especialistas. Na aplicação do questionário, 68 indivíduos participaram. O grupo alimentar mais frequentemente consumido de forma diária foi o dos cereais. Demais grupos alimentares e alimentos específicos tiveram um consumo mais frequente de forma semanal ou mensal. Observou-se associação entre consumo de alimentos fritos e sexo; consumo de cereais e cor autodeclarada; consumo de biscoitos e bebidas achocolatadas e escolaridade; consumo de embutidos e idade. Conclusão: Condutas baseadas em evidência e que se adequem a realidade do grupo atendido pelos profissionais de saúde e nutrição sucedem de uma avaliação adequada, o qual o questionário permite. É importante conhecer e visibilizar a situação em saúde e alimentação de refugiados e imigrantes a fim de contribuir para o processo de aculturação.
