PPGNUT - Dissertações

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    Análise custo-efetividade de lanches e refeições na alimentação escolar de um município do sul do Brasil
    (2024-05-26) Costa, Gabriela Marques; Vinholes, Daniele Botelho; Sarti, Flávia Mori; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    A fome segue sendo um problema global atualmente. Países em desenvolvimento estão distantes de atingir a meta da ONU para o desenvolvimento sustentável do planeta de erradicar a fome até 2030. Diante da importância da efetiva execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) na promoção da segurança alimentar e nutricional das crianças brasileiras, o presente estudo propõe uma avaliação econômica do cardápio da alimentação escolar (AE) em um município do Sul do Brasil. Foram analisados todos os cardápios durante um ano letivo, aplicando-se a razão custo-efetividade (RCE), que relaciona o custo monetário de cada dia de alimentação com seus respectivos benefícios nutricionais, estimados por meio da aplicação do Índice de Qualidade da Refeição (IQR). Na análise estatística foram utilizados os testes de Mann-Whitney e coeficiente de correlação de Spearman (p- valor=0,05). O cardápio avaliado foi composto por 191 dias de alimentação, sendo 95 lanches e 96 refeições. Lanches apresentaram-se significativamente mais custo- efetivos na comparação com refeições [RCE=0,11 (P25=0,09; P75=0,12) vs RCE=0,08 (P25=0,06; P75=0,1), respectivamente, p-valor < 0,001], o que representa uma vantagem à opção por refeições em vez de lanches, utilizando-se como critério estritamente objetivo a relação custo e qualidade nutricional. Lanches apresentaram maior quantidade de carboidratos, gorduras, fibras alimentares, ferro, vitamina C, gorduras saturadas e açúcares de adição do que refeições (p-valor < 0,001). Já refeições mostraram-se mais ricas em proteínas e gorduras insaturadas do que lanches, porém apresentaram maior quantidade de sódio e colesterol na mesma comparação (p-valor< 0,001). Para retinol, não houve diferença significativa entre lanches e refeições (p-valor=0,931). A análise também permitiu apontar a necessidade de revisão das refeições para melhoria de alguns indicadores nutricionais. A aplicação da RCE como instrumento de decisão para gestão de cardápios em AE foi positiva, uma vez que permite classificar a alimentação oferecida, em uma análise objetiva e de fácil aplicação que combina economia e saúde. A análise custo-efetividade mede eficiência e pode ser considerada um instrumento de análise de valor no planejamento de cardápios, que parece estar de acordo com o novo gerencialismo público. Sendo assim, mais estudos devem ser conduzidos para que os gestores de unidades de alimentação e nutrição possam fundamentar suas práticas em evidências científicas.
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    Insegurança alimentar e síndrome metabólica em adultos: uma revisão sistemática com metanálise
    (2023-06-01) Camargo, Taiana Lemos; Garcez, Anderson da Silva; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    Objetivos: A insegurança alimentar (IA) consiste na indisponibilidade de acesso a alimentos seguros e nutritivos, sendo que esta condição tem sido associada com a ocorrência de síndrome metabólica (SM). Assim, o presente estudo objetivou realizar uma síntese quantitativa (metanálise) para resumir as evidências de estudos epidemiológicos sobre a associação entre IA e SM. Métodos: Uma busca sistemática foi realizada nas bases PubMed, Embase, Web of Science e LILACS para resgatar os estudos epidemiológicos publicados até junho de 2022. Todo o processo de seleção, extração dos dados e avaliação da qualidade dos artigos foram realizados de forma independente por dois revisores. A qualidade dos estudos foi avaliada pelos critérios do intrumento proposto pelo National Institutes of Health (NIH). O modelo de efeitos aleatórios foi utilizado para relatar a síntese quantitativa de dados combinados. O Teste Q e o índice I² foram utilizados para avaliar a heterogeneidade. Os testes de Egger e Begger foram usados para avaliar o viés de publicação. Resultados: Um total de nove (9) artigos que contemplaram aos critérios de elegibilidade foram selecionados e incluídos nesta metanálise. Foi verificado uma alta heterogeneidade entre os estudos (I 2 > 70), assim como um baixo risco de viés de publicação entre os estudos. Considerando todos os nove (9) estudos incluídos, verificou-se uma associação positiva entre IA e SM, porém sem significância estatística (OR [Odds Ratio] = 1,24; IC 95% [Intervalo de Confiança de 95%]: 0,93 – 1,64; I 2 = 79,4%). Contudo, ao se considerar os seis (6) estudos que incluíram indivíduos de ambos os sexos, observou-se um resultado estaticamente significativo para a associação entre IA e SM. Indivíduos com IA (segurança alimentar muito baixa) apresentaram uma probabilidade 47% maior (OR = 1,47; IC 95%: 1,05 – 2,07; I 2 = 73,2%) de terem SM, quando comparado aos indivíduos com segurança alimentar total. Conclusões: Os achados desta metanálise apontaram uma possível presença de associação entre IA e SM, indicando uma maior ocorrência de SM entre indivíduos com IA. Contudo, novos estudos tornam-se necessários para ampliar a evidência científica sobre esta relação.
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    Perfil Inflamatório da Dieta e Dano ao DNA em Atletas Soropositivo para SARS-COV-2
    (2024-04-18) Kuyven, Caroline Joana; Peres, Alessandra; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    A COVID-19 provocou alterações temporárias e permanentes na saúde dos indivíduos, podendo gerar estresse oxidativo e dano ao DNA celular (DDC). A falta ou excesso de exercício físico é capaz de aumentar a inflamação e possibilita a geração de danos ao DNA. A alimentação rica em compostos inflamatórios e oxidantes é capaz de exacerbar ou atenuar tais malefícios. O presente estudo de caráter observacional teve a inclusão de atletas adultos de corrida (10 ou 21 km), com ou sem diagnóstico prévio de COVID-19. Foram realizadas coletas sanguíneas pré corrida, pós corrida imediata, e após 24 horas da corrida, a fim de avaliar o dano ao DNA através de ensaio cometa. Houve a aplicação de Índice Alimentar Inflamatório (IIA) para avaliação do perfil inflamatório alimentar
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    Opinião de nutricionistas sobre o uso de especiarias em dietas hospitalares
    (2023-12-14) Vale, Renata Silva de Ávila; Zani, Valdeni Terezinha; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    A baixa ingestão alimentar durante a internação hospitalar pode estar associada à baixa aceitabilidade e aumento do risco de desnutrição. As especiarias contribuem para uma melhor experiência sensorial, estimulando o consumo alimentar. O objetivo deste estudo é avaliar a opinião dos nutricionistas gestores das Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) de hospitais do sul do Brasil sobre o uso de especiarias em dietas hospitalares, bem como as especiarias utilizados e sua relação com as dietas hospitalares, modelo de sistema de saúde do hospital, modelo de gerenciamento de UAN e presença de profissional de gastronomia. Trata-se de uma pesquisa survey, de caráter transversal, realizada através de um questionário online contemplando hospitais do sul do Brasil com responsável técnico nutricionista. As associações entre variáveis foram avaliadas através do teste qui quadrado. A significância estatística adotada foi de 0,05. Participaram da pesquisa 158 hospitais. 100% dos nutricionistas acreditam que o uso de especiarias melhora o aspecto sensorial e aumenta a aceitabilidade. As principais especiarias identificadas pelo estudo foram cebola e cheiro verde (96,8%), na forma fresca (71,5%). 58,2% dos hospitais utilizam especiarias em todas as dietas, mas principalmente na dieta livre e dieta para diabetes. A prevalência de uso é no grupo de carnes e derivados (100%). O maior limitante de uso é a dificuldade de conseguir fornecedor (19,6%), seguido por custo elevado (18,4%) e a maioria dos hospitais (97,5%) não possui serviço de gastronomia. Os resultados sugerem que os nutricionistas acreditam que as especiarias melhoram o aspecto sensorial dos alimentos e a aceitabilidade de quem os consome. Cebola e cheiro verde são as principais especiarias utilizadas nos hospitais do sul do Brasil. Uma maior variabilidade de especiarias pode ser explorada para melhorar a experiência sensorial dos pacientes.
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    Prevalência de excesso de peso e fatores associados em trabalhadores da área da saúde em um complexo hospitalar do sul do Brasil
    (2023-11-22) Kerber, Guenevere De Franceschi; Vinholes, Daniele Botelho; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    Introdução: O excesso de peso (sobrepeso e obesidade) tem aumentado de modo expressivo ao longo das décadas em todo o mundo, afetando todos os grupos populacionais, inclusive os trabalhadores da saúde. Objetivo: Identificar a prevalência e os principais fatores associados ao excesso de peso em trabalhadores da área da saúde de um complexo hospitalar do sul do Brasil. Método: Trata-se de um estudo transversal com dados secundários do setor de Medicina do Trabalho do local. Investigaram-se informações antropométricas, demográficas, socioeconômica, de estilo de vida e ocupacionais. A análise multivariada foi realizada através da regressão de Poisson, para identificar os fatores associados ao excesso de peso, com suas respectivas razões de prevalência e nível de significância p<0,05. Resultados: Foram incluídos 3.198 trabalhadores, sendo 2.398 mulheres (75,0%) e 800 homens (25,0%) com média de idade de 34,7±9,69 anos. A prevalência de excesso foi de 64,2%, sendo esta significativamente maior entre os homens do que entre as mulheres (67,5% vs 63,1%, respectivamente). O excesso de peso mostrou-se associado à menor escolaridade, a falta de atividade física, ser profissional da área assistencial e trabalhar menos de 5 anos na instituição. Escala de trabalho, turno de trabalho e carga horária semanal não apresentaram associação com o excesso de peso. Conclusões: Foi identificada alta prevalência de excesso de peso entre os profissionais da saúde e os fatores associados incluíram características demográficas, socioeconômicas, estilo de vida e ocupacionais.
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    Práticas alimentares parentais e dificuldades alimentares na infância e suas implicações no risco nutricional de pacientes pediátricos hospitalizados: um estudo transversal
    (2022-12-20) Cavalcanti, Jessica Batista Minho; Molle, Roberta Dalle; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    A família é o principal modelo no desenvolvimento de hábitos e preferências alimentares do indivíduo. Tal influência pode ser observada desde os primeiros 1000 dias, onde da concepção à introdução da alimentação complementar, preferências e práticas alimentares parentais estão presentes, moldando o comportamento alimentar para o longo da vida. No entanto, estima-se que entre 25% e 40% dos lactentes e crianças pequenas saudáveis apresentam algum sintoma de dificuldade alimentar sem etiologia médica conhecida. Já entre as crianças com doenças orgânicas ligadas a desconfortos gastrointestinais e problemas de desenvolvimento, como prematuridade e baixo peso ao nascer, 33% a 80% apresentam alguma dificuldade alimentar. Estudos envolvendo crianças não hospitalizadas mostraram que tanto as práticas alimentares parentais quanto as dificuldades alimentares da própria criança estão associadas ao seu estado nutricional. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo verificar a associação entre as práticas alimentares parentais e as dificuldades alimentares na infância com o risco nutricional em pacientes pediátricos de um hospital de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo transversal realizado com pacientes pediátricos hospitalizados, de ambos os sexos, com idades entre 2 e 9 anos. O questionário Comprehensive Feeding Practices Questionnaire (CFPQ) foi utilizado para avaliação das práticas alimentares parentais e a Escala Brasileira de Alimentação Infantil (EBAI) para avaliação das dificuldades alimentares na infância, ambos preenchidos pelo cuidador principal da criança. A avaliação do risco nutricional foi realizada através da aplicação da ferramenta de triagem de risco nutricional StrongKids. Noventa e seis pacientes com mediana de idade de 73,5 meses, sendo 61,5% meninos, participaram do estudo. As especialidades médicas mais prevalentes foram oncologia (27,1%) e gastroenterologia (21,9%). Vinte e um (21,9%) pacientes foram classificados com alto risco nutricional, 61 (63,5%) com médio risco e 14 (14,6%) com baixo risco; e 20 (35,1%) apresentaram algum grau de dificuldade alimentar. Somente a presença de dificuldades alimentares na infância esteve associada com o risco nutricional: os pacientes em alto risco nutricional apresentaram escores mais elevados no EBAI, mesmo controlando a análise pela condição clínica no momento da internação e pelo escore-z do índice de massa corporal/idade (IMC/I). Ainda, o escore de dificuldades alimentares foi maior naquelas crianças com redução do consumo alimentar nos dias anteriores à internação. As práticas alimentares parentais estiveram relacionadas com questões específicas da StrongKids: o escore de orientação para uma alimentação saudável foi maior naqueles pacientes que relataram recomendação de intervenção nutricional preexistente e perda ou pouco ganho de peso, e o escore de pressão para comer foi menor nas crianças que apresentaram diarréia e/ou vômitos excessivos nos dias anteriores à internação. Nossos resultados mostraram que o risco nutricional no momento da internação hospitalar se mostrou associado às dificuldades alimentares, mas não às práticas alimentares parentais. Outros estudos podem verificar se há associação entre as práticas alimentares dos pais e o risco nutricional frente a doenças específicas, e se essas podem sofrer influências conforme patologia, efeitos colaterais ou características particulares da própria criança.
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    Influência do Padrão Alimentar nos Marcadores Inflamatórios em Mulheres com Câncer de Mama
    (2023-11-10) Martins, Carolina Carvalho; Peres, Alessandra; Busnello, Fernanda Michielin; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    Introdução: O câncer de mama representa uma das principais causas de mortalidade no Brasil, com um aumento notável na sua incidência. A relação entre o câncer e a obesidade destaca-se como um dos fatores de risco mais relevantes para a progressão da doença, já que a obesidade é conhecida por induzir um estado inflamatório crônico, que, por sua vez, desempenha um papel no desenvolvimento e na evolução de várias doenças, incluindo o câncer. No contexto do câncer de mama, o excesso de peso é um fator de risco, especialmente em mulheres pós-menopausa. A alimentação desempenha um papel modulador da inflamação, tornando-se um componente fundamental nas relações entre dieta, inflamação e câncer. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto da dieta nos marcadores inflamatórios em pacientes com câncer de mama). Métodos: Este estudo transversal, contou com a participação de 14 pacientes com diagnóstico prévio de câncer de mama. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos e bioquímicos, bem como informações sobre o consumo alimentar por meio de um Questionário de Frequência Alimentar (QFA) específico, e posteriormente foi utilizado o Índice Inflamatório Dietético (IID) para avaliar o potencial inflamatório do padrão alimentar. Além disso, foram analisadas as concentrações de citocinas inflamatórias das pacientes. Resultados: De acordo com o IMC 42,86% das pacientes foram classificadas com obesidade, e 35,71% com sobrepeso. O consumo de carne processada foi maior no grupo ‘Adultos menores de 60 anos’: 3,73 (1,87 – 56). O IID médio foi de +181,42, ± +179,38. Assim, a amostra foi dividida em dois grupos: grupo de dieta anti-inflamatória (ANTI-IID) e próinflamatória (PRO-IID). Houve correlação positiva entre IMC médio e o IID, quando dividida por idade, para o grupo de adultos com mais de 60 anos (r=0,877; p=0,05). Vimos uma correlação negativa entre IID e Leptina em idosos, maior IID foi correlacionado com menor leptina (r=0,985; p=0,014). Conclusão: Este estudo ressalta a importância da dieta na modulação dos marcadores inflamatórios em pacientes com câncer de mama. Embora a correlação entre o Índice Inflamatório Dietético (IID) e os marcadores inflamatórios tenha sido mais significativa em pacientes mais velhas, é fundamental considerar a dieta como um fator modulador da inflamação em todos os estágios do câncer de mama.
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    Prevalência de Obesidade Sarcopênica: uma metanálise
    (2023-05-30) Rupolo, Viviane Locatelli; Garcêz, Anderson; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    Objetivo: A obesidade sarcopênica (OS) consiste na presença concomitante de obesidade e sarcopenia em um mesmo indivíduo, sendo associada à desfechos negativos em saúde como quedas, hospitalização, incapacidade funcional e mortalidade. Desse modo, este estudo objetivou realizar uma análise sumarizada da prevalência de OS em idosos por meio da condução de uma revisão sistemática com metanálise da literatura científica. Métodos: Uma busca sistemática foi realizada nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science e LILACS para estudos observacionais publicados até julho de 2022 sobre a prevalência de OS em idosos, com 65 anos ou mais de idade. Os dados dos artigos selecionados e incluídos foram coletados, incluindo informações gerais dos estudos, características demográficas das amostras, métodos e resultados obtidos. A qualidade dos estudos foi avaliada pelos critérios do instrumento Newcastle−Ottawa Scale (NOS). O modelo de efeitos aleatórios foi utilizado para relatar a síntese quantitativa (metanálise) de dados de prevalência combinados e a estatística I ao quadrado (I2 ) foi usada para avaliar a heterogeneidade. O gráfico de funil e teste de Egger foram utilizados para avaliar o viés de publicação. Resultados: Um total de 34 artigos que atenderam aos critérios de elegibilidade foram selecionados e incluídos nesta metanálise. Foi observada uma presença de heterogeneidade entre os estudos, assim como uma evidência de viés de publicação. A maioria dos estudos foram classificados com alto risco de viés. A prevalência agrupada de OS em idosos foi de 9% (IC 95% [Intervalo de Confiança de 95%]: 7%−12%; I²: 99,16%, p<0,001). Resultado semelhante foi observado após estratificação por sexo, observando-se uma prevalência de 10% tanto em homens (IC 95%: 8%−12%; I²: 97,57%, p<0,001) quanto em mulheres (IC 95%: 7%−12%; I²: 98,82%, p<0,001). Após análises de subgrupos e de sensibilidade, verificou-se que o ambiente de estudo, critério utilizado para o diagnóstico de obesidade e risco de viés dos estudos apresentaram-se como potenciais características relacionadas com uma heterogeneidade nas prevalências de OS em idosos. Conclusão: Esta metanálise indicou uma prevalência significativa de OS entre idosos, sem diferença por sexo, indicando a OS como um importante problema de saúde neste grupo populacional. Assim, esses achados sugerem a importância de intervenções para reduzir a ocorrência de OS em idosos.
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    Prevalência de insatisfação corporal e fatores associados em universitários da área da saúde
    (2023-12-14) Paim, Lisiane Daniela; Garcêz, Anderson; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    Objetivos: Verificar a prevalência de insatisfação com a imagem corporal e fatores associados em universitários da área da saúde. Métodos: Estudo transversal conduzido com 534 universitários de uma universidade pública localizada no Sul do Brasil. Insatisfação corporal foi avaliada utilizando-se uma escala de silhuetas. Fatores associados incluíram características sociodemográficas, acadêmicas, comportamentais, estado nutricional e de saúde, explorados por meio de regressão logística multinomial estratificado por sexo. Resultados: A média de idade da amostra foi 23,3 ± 6,2 anos e composta por 78,3% do sexo feminino. A prevalência de insatisfação da imagem corporal foi de 64,6% (IC95%: 60,5–68,7). Acadêmicas do sexo feminino apresentaram uma maior prevalência de insatisfação por excesso de peso em relação aos do sexo masculino (54,8% vs. 44,0%), estando associada à pressão acadêmica, fumo, insatisfação com a vida e aparência física (redes sociais), autopercepção de saúde e risco de transtornos alimentares. Uma maior insatisfação por baixo peso foi observada nos acadêmicos em relação às acadêmicas (22,4% vs. 9,3%), estando associada à insatisfação com a aparência física e autopercepção de saúde. Conclusão: Verificou-se elevada prevalência de insatisfação com a imagem corporal, sendo que o sexo pode influenciar em padrões diferenciados em relação à insatisfação da imagem corporal.
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    Critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição em pacientes adultos hospitalizados críticos e não críticos: evidências acerca da sua aplicação, viabilidade e validade concorrente e preditiva
    (2022-12-02) Milanez, Danielle Silla Jobim; Silva, Flávia Moraes; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    Introdução: Um grupo de especialistas em terapia nutricional de diferentes sociedades internacionais constituiu o Global Leadership Initiative on Malnutrition (GLIM) recentemente e publicou uma proposta com critérios para diagnóstico de desnutrição mais específica e objetiva em comparação a outras alternativas, como a Avaliação Subjetiva Global (ASG). Os critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição envolvem a avaliação de três critérios fenotípicos e dois critérios etiológicos, sendo o paciente diagnosticado quando pelo menos um de cada tipo estiver presente. Porém, esses critérios requerem validação nos diferentes cenários, sendo evidenciado um crescente aumento no número de estudos publicados envolvendo pacientes hospitalizados com a aplicação dos mesmos. A avaliação detalhada da metodologia desses estudos é essencial para que se possa avaliar a certeza da evidência acerca da aplicabilidade e validade dos critérios do GLIM para diagnóstico de desnutrição no ambiente hospitalar. Dentre os pacientes hospitalizados, o paciente crítico apresenta uma resposta metabólica mediada por citocinas pró-inflamatórias e hormônios contrarreguladores, que contribuem para o comprometimento do estado nutricional, sendo o diagnóstico de desnutrição um desafio na unidade de terapia intensiva (UTI) considerando-se os métodos tradicionais como a ASG. Sendo assim, os critérios do GLIM surgem como uma alternativa para o ambiente de terapia intensiva, contudo a sua validade de critério em pacientes críticos foi pouco explorada até o presente momento. Objetivos: Mapear a literatura acerca da aplicação dos critérios GLIM em pacientes hospitalizados e investigar a validade de critério dos mesmos para diagnóstico de desnutrição em pacientes críticos. Métodos: Foram conduzidos dois estudos independentes para compor a presente dissertação. Realizamos uma revisão de escopo de acordo com a metodologia proposta pelo Instituto Joanna Briggs, com protocolo registrado no Open Science Framework (DOI 10.17605/OSF.IO/TGQU8). A busca da literatura foi conduzida em quatro bases de dados (até 16 de abril de 2022) para identificar estudos de acordo com o acrônimo PCC ('População': adultos ou idosos, 'Conceito': diagnóstico de desnutrição pelos critérios GLIM e 'Contexto ': ambiente hospitalar). Títulos e resumos foram selecionados e os dados foram extraídos dos estudos elegíveis através de um formulário padronizado por dois revisores independentes. Os resultados foram resumidos em tabelas e figuras por meio de estatística descritiva. Conduzimos também um estudo de coorte envolvendo pacientes adultos e idosos admitidos em seis UTIs de um complexo hospitalar do Sul do Brasil. Os dados necessários para o diagnóstico de desnutrição a partir da ASG e dos critérios GLIM foram coletados prospectivamente em até 24 horas após a admissão na UTI, assim como dados clínicos e laboratoriais. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar para avaliação dos desfechos intra-hospitalares (mortalidade e tempo de internação na UTI e no hospital, duração da ventilação mecânica e readmissão na UTI). Os pacientes foram contatados pelo telefone para obtenção dos dados dos desfechos 3 meses após a alta hospitalar (óbito e readmissão hospitalar). Testes de concordância e acurácia e regressão de Cox e logística foram realizados para avaliar a validade concorrente e preditiva, respectivamente. Resultados: Um total de 96 estudos foram elegíveis para revisão de escopo (54,2% publicados em 2021 e 96% em inglês, 35,4% da China, 30,2% incluindo pacientes oncológicos e 30,5% coortes prospectivas). A frequência dos critérios do GLIM variou de 22,2% (índice de massa corporal reduzido) a 84,7% (inflamação), e a prevalência de desnutrição variou de 0,96% a 87,9% entre os estudos. Menos de 30% (n=26) dos estudos tiveram como objetivo avaliar a validade concorrente e/ou preditiva dos critérios do GLIM. Para o estudo de validação dos critérios do GLIM na UTI avaliamos 450 pacientes (64 [54–71] anos, 52,2% homens), e os critérios do GLIM puderam ser aplicados em 83,7% (n=377) dos participantes. A desnutrição foi diagnosticada em 47,8% e 65,5% dos pacientes pelos critérios do GLIM e pela ASG, respectivamente. Os critérios do GLIM apresentaram área sob a curva ROC de 0,835 (IC 95%, 0,790–0,880), sensibilidade de 96,6% e especificidade de 70,3%. O diagnóstico de desnutrição de acordo com os critérios do GLIM aumentou a chance de permanência prolongada na UTI em 1,75 vezes (IC 95%, 1,08–2,82) e de readmissão na UTI 2,66 vezes (IC 95%, 1,15–6,14). Conclusão: O mapeamento de estudos sobre os critérios do GLIM em ambiente hospitalar demonstrou sua aplicação de forma heterogênea, refletindo em uma ampla faixa de prevalência de desnutrição, falta de detalhamento sobre os métodos aplicados para avaliar cada critério, com número reduzido de estudos que se propuseram a avaliar a sua validade de critério. Em pacientes críticos, os critérios do GLIM apresentaram factibilidade superior a 80%,, sensibilidade superior a 90%, especificidade superior a 70% e concordância substancial com a ASG. A desnutrição diagnosticada pelos critérios do GLIM foi um preditor independente de permanência prolongada na UTI e readmissão na UTI.
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    Alimentos minimamente processados: utilização no segmento de produção de refeições em hospitais de uma capital do sul do Brasil/RS.
    (2022-12-22) Marques, Thais Sampaio; Zani, Valdeni Terezinha
    Introdução: Os alimentos minimamente processados correspondem a alimentos in natura, que foram submetidos a processos de limpeza e remoção de partes não comestíveis. A adesão ao seu uso, está diretamente associada a otimização das atividades desenvolvidas nas Unidades de Alimentação e Nutrição, no sentido de reduzir o tempo, número de equipamentos e os fatores de risco alimentar, contribuindo diretamente com a qualidade da gestão da produção destas refeições. Neste contexto, quaisquer desalinhamentos podem gerar consequências que poderão refletir no sistema econômico e na saúde dos comensais. Objetivos: Identificar e mensurar a utilização de alimentos minimamente processados e a aplicabilidade da Portaria SES 90/2017 em unidades de alimentação e nutrição hospitalares, em uma cidade no sul do Brasil, RS. Metodologia: Para tanto, foi realizado junto aos gestores um estudo transversal, descritivo, quantitativo e qualitativo, por meio de um questionário, sobre a utilização e a praticabilidade da legislação do uso destes alimentos, aplicado aos 21 hospitais da cidade, n total. Resultados e Discussão: A pesquisa obteve participação de 85,71% dos hospitais cadastrados junto a secretaria de saúde, sendo que destes 72,2% eram administrados por nutricionistas e o volume de alimentos minimamente processados utilizados foi em média 557kg/semana, para servir 1737 refeições/dia. Os participantes, elencaram como aspectos positivos na adesão dos alimentos minimamente processados a qualidade e a redução desperdício, e como negativos o alto custo e pouca validade. Ainda, 94,4% afirmaram conhecer esta categoria de alimentos e 72,2% se mantem atualizados sobre a legislação vigente, aplicando então visitas de boas práticas aos seus fornecedores (61,1%). Conclusão: Este estudo evidenciou a relevância da escolha do alimento minimamente processado como ferramenta de gestão para melhoria da qualidade de formação do nutricionista em gestão hospitalar, quando devidamente associado às legislações vigentes, que são essenciais à administração deste serviço.
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    Comparação de duas ferramentas de avaliação de qualidade da dieta em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: estudo NUGLIC
    (2021-12) Bauer, Julia; Busnello, Fernanda Michielin
    Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica e metabólica prevalente em cerca de 10,5% da população. Por ser uma doença de etiologia multifatorial, seu tratamento requer cuidados contínuos, especialmente com a alimentação. Para o monitoramento da adesão de populações às recomendações alimentares, destaca-se o Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R), que avalia uma combinação de diferentes tipos de alimentos, nutrientes e constituintes da dieta em relação às recomendações dietéticas e desfechos de saúde. Outro modelo que vem sendo usado é a NOVA, que categoriza os alimentos de acordo com seu grau de processamento. Sabe-se que o excesso de alimentos ultraprocessados está associado a piores prognósticos de saúde. Objetivos: O objetivo desse estudo foi a comparação de dois métodos de avaliação da qualidade da dieta, com parâmetros antropométricos e exames laboratoriais em indivíduos com DM2. Métodos: Estudo transversal, realizado com indivíduos adultos diagnosticados com DM2. A qualidade da dieta foi avaliada através de dois modelos, o IQD-R e NOVA. Ainda, foram avaliados IMC (Índice de Massa Corporal) e CC (Circunferência da cintura), bem como hemoglobina glicada (Hb1Ac), glicemia de jejum, colesterol total (CT), HDL e LDL e triglicerídeos (TG). Resultados: A amostra foi composta por 326 sujeitos, sendo 60,1% do sexo feminino, 58,9% casados, 49,4% de raça branca e 27,6% analfabetos ou com ensino fundamental I incompleto. Na avaliação do IQD-R, o maior consumo de gorduras saturadas e Gord_AA (calorias provenientes de açúcares, álcool e gordura trans), se associou a valores mais altos de CT e LDL. Assim como, o escore total do índice se associou inversamente com estes dois parâmetros, ou seja, quanto melhor qualidade da dieta, menor os índices de CT e LDL. Indivíduos que consumiam mais frutas, tinham um perfil lipídico melhor e menor CC. O maior consumo de cereais integrais foi associado a valores mais baixos de CT, LDL, TG e Hb1Ac. Com relação a NOVA, quanto maior o consumo de alimentos processados, maiores os índices de CT e LDL. Em contrapartida, quanto maior o consumo de in natura e minimamente processados, menores foram estes índices. E por fim, a maior ingestão de ultraprocessados se associou com maiores índices de glicose. Conclusões: Ambos os modelos utilizados para avaliação da qualidade da dieta mostraram que os grupos mais presentes em um contexto de alimentação saudável (frutas, cereais integrais, alimentos in natura e minimamente processados) estavam associados com melhores exames e antropometria, e aqueles associados a dietas mais inadequadas (ultra processados, ricos em gorduras saturadas, sódio, açúcar) com piores desfechos. Portanto, ambos modelos mostraram-se satisfatórios para a avaliação da qualidade da dieta em pacientes diabéticos.
  • Item
    Os efeitos da suplementação oral de zinco no tratamento da acne vulgar, acne inversa e acne rosácea: uma overview de revisões sistemáticas
    (2022) Mata, Isabella Rosa da; Bosco, Simone Morelo Dal
    A pele, uma barreira física de proteção contra ameaças do ambiente externo, pode ser local de resposta a distúrbios crônicos inflamatórios da pele, como acnes e outras doenças dermatológicas, que promovem um elevado impacto social e psicológico nos indivíduos que as manifestam. Abordagens terapêuticas naturais, como a suplementação oral de zinco, podem ser uma alternativa a ser investigada, para maior segurança e qualidade de vida desses pacientes. Assim, o presente estudo teve por objetivo revisar e analisar sistematicamente produções que examinaram os efeitos do zinco oral no tratamento e manejo da acne vulgar, acne rosácea e acne inversa, bem como avaliar criticamente a qualidade metodológica e o grau de evidência das recomendações descritas. Metodologia: Sob o protocolo de registro PROSPERO, nº CRD42022345337, realizou-se, nas bases de dados eletrônicas, PubMed, Scopus, Cochrane Library e Web of Science, uma busca de revisões sistemáticas e metanálises publicados até setembro de 2022. Para avaliação dos artigos incluídos foram utilizadas as ferramentas: Risk of Bias in Systematic Reviews (ROBIS), para análise do risco de viés; MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews (AMSTAR-2), para análise da qualidade metodológica; e Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE), para análise da qualidade da evidência dos desfechos observados. Resultados: Dezesseis artigos de revisão atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos no presente estudo. Desses, 6 artigos abordaram os efeitos da suplementação oral de zinco na acne inversa, 5 na acne rosácea, 4 na acne vulgar e 1 estudo abordou nas três doenças. A qualidade metodológica variou de criticamente baixa à alta, e a recomendação da qualidade dos desfechos analisados apresentaram nível de evidência baixo ou moderado. Conclusão: Potenciais benefícios do uso oral de zinco foram observados nos estudos. A suplementação com zinco mostrou-se benéfica para o tratamento e manejo da acne inversa, assim como uma opção de tratamento de segunda linha para pacientes selecionados com acne vulgar leve a moderada; contudo, para este último desfecho, menor grau de evidência foi indicado. No que tange a acne rosácea, não há evidência suficiente para apoiar ou não a eficácia do zinco oral como alternativa terapêutica. Assim, a realização de novos estudos de alta qualidade metodológica, que possibilitam apreciar a efetiva eficácia da suplementação oral de zinco no tratamento de doenças de pele, com destaque à acne vulgar, acne inversa e acne rosácea, faz-se pertinente.
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    Alimentação de pessoas em situação de refúgio e imigração
    (2023) Vacca, Eduarda Fellomena; Vinholes, Daniele Botelho
    Introdução: Diversos conflitos ao redor do mundo levam ao deslocamento de milhões de pessoas, onde o Brasil é um dos principais destinos da América. Essa população é afetada por diversos fatores, inclusive saúde e alimentação. Objetivo: Construir, validar e aplicar questionário alimentar em refugiados e imigrantes de uma região de cidade do Sul do Brasil. Método: Utilizou-se o Método Delphi para validação do questionário, através de um painel de especialistas. O instrumento foi elaborado com base nas recomendações alimentares específicas traduzidas e adaptadas. Foi disponibilizado de forma online o questionário para população-alvo usuária de uma associação especializada em Porto Alegre-RS. A análise dos dados foi realizada pelo pacote estatístico SPSS Statistics versão 25, considerando p<0,05. Resultados: O questionário foi validado com um índice de concordância de conteúdo (IVC) de 80,2% na segunda rodada do método Delphi por 14 especialistas. Na aplicação do questionário, 68 indivíduos participaram. O grupo alimentar mais frequentemente consumido de forma diária foi o dos cereais. Demais grupos alimentares e alimentos específicos tiveram um consumo mais frequente de forma semanal ou mensal. Observou-se associação entre consumo de alimentos fritos e sexo; consumo de cereais e cor autodeclarada; consumo de biscoitos e bebidas achocolatadas e escolaridade; consumo de embutidos e idade. Conclusão: Condutas baseadas em evidência e que se adequem a realidade do grupo atendido pelos profissionais de saúde e nutrição sucedem de uma avaliação adequada, o qual o questionário permite. É importante conhecer e visibilizar a situação em saúde e alimentação de refugiados e imigrantes a fim de contribuir para o processo de aculturação.
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    Impacto de uma intervenção nutricional baseada em Mindful Eating no comportamento alimentar de divíduos com sobrepeso e obesidade
    (2022) Moreira, Maria Fernanda Souza; Busnello, Fernanda Michielin
    Introdução: A obesidade representa um importante problema de Saúde Pública. As dietas restritivas, não resultam na mudança do comportamento alimentar e têm maior relação com reganho de peso, insatisfação corporal e comportamentos alimentares disfuncionais. Uma abordagem Mindful Eating visa aumentar a consciência dos processos envolvidos na escolha dos alimentos, resultando em bem-estar psicológico, melhora da saúde metabólica, redução ou manutenção de peso. Objetivo: Avaliar o efeito de uma abordagem baseada em Mindful Eating, na mudança de comportamento alimentar, de indivíduos com excesso de peso. Método: Um ensaio clínico randomizado foi conduzido por 16 semanas, para comparar a efetividade de uma intervenção de aconselhamento nutricional em grupo e online, baseada em Mindful Eating (GI), com o tratamento dietético individual e online (GC). Foram incluídos 61 voluntários, recrutados por meio de chamada pública digital. O comportamento alimentar foi avaliado através do TFEQ-21, o nível de atividade física pelo IPAQ e as medidas antropométricas coletadas por autorrelato. O efeito da intervenção ao final do estudo foi avaliado pela ANCOVA, com a estimativa da medida final, ajustada pela medida inicial e os resultados apresentados através da média e intervalo de confiança (IC 95%). A correlação entre as diferenças dos domínios do comportamento alimentar, e destes com as medidas antropométricas foram estimadas com a correlação de Pearson. O estudo foi aprovado pelo CEP da UFCSPA e o protocolo foi cadastrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos. Resultados: O domínio de restrição cognitiva foi menor ao final do estudo, no GI, demonstrando um tamanho de efeito grande (GI:46,7 [39,7; 53,6]; GC:68,0 [61,5; 74,5]; p<0,001; ηp2=0,33). A redução de peso foi discreta, semelhante a encontrada no GC (diferença média de peso final=2,2kg [-0,20; 4,47]; p=0,072; ηp2=0,08). Identificamos uma correlação positiva e moderada da alimentação emocional com o descontrole alimentar, em ambos os grupos (GI: r=0,607; p=0,004; GC: r=0,489; p=0,015). Enquanto no GI, apenas alimentação emocional foi correlacionada positivamente com a restrição cognitiva (r=0,532; p=0,013). Conclusão: Uma abordagem Mindful Eating pode contribuir para o tratamento do excesso de peso, reduzindo o comportamento de restrição cognitiva e atuando de forma similar, ao tratamento dietético convencional, para redução de peso, a curto prazo. Estudos adicionais devem esclarecer os efeitos de uma intervenção por período prolongado e se a melhor forma de inserção no tratamento é como estratégia complementar ou alternativa.
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    Direito humano à alimentação da população em situação de rua: construção, validação e aplicação de um questionário de acesso à alimentação
    (2022) Martins, Natália Borges ; Vinholes, Daniele Botelho
    Estima-se que o número de pessoas em situação de rua (PSR) no país ultrapassa 220 mil pessoas. Esta população se caracteriza por ser um grupo heterogêneo que habita ruas e logradouros e muitas vezes têm seus vínculos familiares rompidos, além de vivenciar, muitas vezes, a extrema pobreza. Dentro deste contexto de desigualdade social e vulnerabilidade, as pessoas em situação de rua têm seus direitos violados, como direitos constitucionais à alimentação, saúde e moradia. A insegurança alimentar está presente nos domicílios de 125 milhões de pessoas, segundo último inquérito da Rede de Soberania e Segurança Alimentar em 2021. Apesar da população em situação de rua não estar dentro da amostra deste inquérito, a fome pode estar presente em sua rotina. Além disso, vivenciar a situação de rua é estar em constante violência física e psicológica, além de condições inadequadas de saúde. A literatura não apresenta instrumentos que avaliem o acesso à alimentação deste grupo social e não há dados que verifiquem como é este acesso na cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul. Assim, esta dissertação teve como objetivo construir e validar um instrumento de aceso à alimentação da população em situação de rua. Após esta etapa, foi realizada a aplicação deste instrumento em usuários do Centros de Referência Especializados (Centros Pop´s) para pessoas em situação de rua. A validação do questionário se deu em duas etapas, totalizando trinta questões e o questionário foi construído através da análise de documentos que versam sobre alimentação, nutrição, segurança alimentar e população em situação de rua. Na primeira rodada, participaram vinte e três especialistas, já na segunda, dezoito realizaram a validação. O processo de validação com o método Delphi permitiu que o resultado final do instrumento representasse questões mais condizentes com a realidade da população em situação de rua. A aplicação do questionário validado foi realizada em dois Centros Pop´s de Porto Alegre, com indicação da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC). Ao aplicar o questionário, foram totalizados 65 participantes, que aceitaram participar da pesquisa após o aceite no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados foram analisados através da análise descritiva através de frequências absolutas e relativas (N e %), média e desvio padrão. Segundos os resultados, as principais formas de acesso à alimentação foram aquelas obtidas por meio de instituições públicas e projetos sociais. Também se identificou que o consumo de arroz e feijão era realizado por todos os participantes. Importante destacar que o público desta pesquisa é composto por pessoas que tem acesso aos serviços e, por isso, o acesso à alimentação de pessoas em situação de rua que não têm acesso aos serviços pode ser diferente dos resultados encontrados nesta pesquisa. Compreender o acesso à alimentação pode contribuir com políticas públicas já existentes, bem como visibilizar este grupo social para o meio acadêmico afim de pensar novas pesquisas e projetos. Ademais, a sociedade civil deve ter sua participação e controle social ativos na sua relação com o Estado, o qual deve garantir o direito à alimentação bem como os demais direitos sociais a todos.
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    Efeitos do extrato da folha de oliveira sobre fatores de risco cardiometabólicos: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados e metanálise
    (2021) Álvares, Andressa Anelo; Garavaglia, Juliano; Garcêz, Anderson
    Introdução – Estudos recentes sugerem que o extrato das folhas de oliveira contém maior quantidade de compostos fenólicos comparado ao azeite de oliva, e estão supostamente relacionados a potentes atividades biológicas e efeitos benéficos na saúde, como anti-inflamatório, antioxidante, anti-hipertensivo, hipoglicemiante, entre outros. O objetivo desta revisão é avaliar o efeito do extrato da folha de oliveira (EFO) sobre fatores de risco cardiometabólicos em adultos. Métodos – De acordo com as diretrizes PRISMA e sob o registro CRD42020200877, os bancos de dados PubMed, EMBASE e Web of Science foram sistematicamente pesquisados em busca de estudos relevantes, publicados até agosto de 2020. A estratégia de busca foi baseada em descritores associados a intervenção. Os desfechos primários avaliados foram alterações no metabolismo da glicose, na pressão arterial e no perfil lipídico; os secundários foram: mudanças em marcadores inflamatórios, na função hepática e renal, IMC e composição corporal. A seleção das referências foi realizada por dois revisores independentes, sendo as discordâncias examinadas por um terceiro revisor. O risco de viés dos estudos foi avaliado (RoB2) considerando o processo de randomização, cegamento, desfechos, características demográficas e outros. A síntese quantitativa foi apresentada em diferença de médias, com IC=95% e resultados com p≤0,05 considerados significativos. Resultados – Foram selecionados doze ensaios clínicos randomizados (ECRs) que preencheram os critérios de inclusão da pesquisa, somando uma população total de 703 pessoas, com médias de idade = 38,5 anos, e IMC = 24,5kg/m², sendo 5 ensaios realizados com indivíduos saudáveis e 7 com participantes com alguma condição clínica. Quanto à intervenção, os estudos utilizaram o EFO em cápsula e/ou líquido como tratamento, enquanto o grupo comparativo recebeu placebo (apenas 1 ensaio utilizou medicação como controle), com períodos de seguimento que variaram de 2 dias a 12 meses. Entre os desfechos avaliados, foi encontrada relação positiva para o grupo intervenção (EFO) para metabolismo da glicose (4 ECRs), pressão arterial (2 ECRs), perfil lipídico (2 ECRs) e marcadores inflamatórios (2 ECRs). Quanto à metanálise apenas a glicemia de jejum, avaliada nos estudos que utilizaram baixa dose do EFO, apresentou resultado significativo, com p<0,001 (WMD 0.10mmol/L; IC 95% [0.08 a 0,12]), favorecendo o grupo controle. Conclusão – O extrato da folha de oliveira parece ter efeitos positivos sobre fatores de risco cardiometabólicos, mas são necessários mais ensaios clínicos em humanos, com metodologias similares para que a comparação entre os dados apresente resultados mais confiáveis.
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    Aplicabilidade da ultrassonografia e da impedância bioelétrica na avaliação nutricional de pacientes críticos: síntese da evidência científica
    (2023) Lima, Júlia; Silva, Flávia Moraes; Gonzalez, Maria Cristina
    Introdução: A depleção de massa muscular (MM) e a presença de hiper-hidratação são condições prevalentes em pacientes críticos e associadas com piores desfechos clínicos. Entretanto, os métodos disponíveis na prática clínica para avaliar essas condições são limitados. O uso de ultrassom (US) para avaliação de depleção de MM ao longo da internação na UTI parece ser promissor. Contudo, a ausência de um consenso sobre o protocolo ideal resulta em estudos com metodologia diversa o que dificulta a comparação dos resultados. A aplicabilidade de parâmetros brutos oriundos da impedância bioelétrica (BIA), como o ângulo de fase (AF) e o vetor da impedância bioelétrica (BIVA) também parece ser promissora. O AF é considerado um marcador substituto de MM e o BIVA um indicador de hiper-hidratação, condição comum em pacientes críticos e de difícil avaliação. O valor prognóstico do AF e do BIVA foi investigado em diversos estudos primários, mas os resultados não foram analisados conjuntamente para que se possa definir a magnitude da associação e certeza da evidência para que recomendações específicas quanto a sua incorporação em protocolos de avaliação nutricional na UTI possam ser feitas. Objetivo: A presente dissertação teve como objetivos: 1) identificar, explorar e mapear os objetivos, aspectos metodológicos e resultados dos estudos que utilizaram o US para avaliação de MM em pacientes críticos; 2) avaliar se o AF reduzido e a hiper-hidratação definida pelo BIVA estão associados com piores desfechos clínicos em pacientes críticos. Método: A fim de responder aos objetivos acima descritos foram desenvolvidos dois estudos. O estudo 1 foi uma revisão de escopo (OSF https://doi.org/10.17605/OSF.IO/UTN2S) de acordo com a metodologia proposta pelo instituto Joanna Briggs. Foram incluídos estudos primários quantitativos, independente do delineamento, que avaliaram MM utilizando o US em pacientes críticos. A busca na literatura foi conduzida no PubMed, Embase, Scopus e Web of Science até dezembro de 2022. Dois revisores independentes selecionaram os estudos, e seis duplas de revisores extraíram os dados a partir de uma ficha padronizada e foram calculadas estatísticas descritivas das características gerais dos estudos, objetivos, detalhes do protocolo de US utilizado, e os resultados. O estudo 2 foi uma revisão sistemática (protocolo no CRD42021274271) de estudoa observacionais (coorte e transversal) que avaliaram a associação entre o AF e BIVA com desfechos clínicos em pacientes críticos. A busca na literatura foi conduzida no PubMed, Embase, Scopus e Web of Science até abril de 2022. Dois revisores independentes selecionaram os estudos e extraíram os dados. O risco de viés dos estudos primários foi avaliado com a ferramenta Newcastle-Ottawa, e a certeza da evidência foi avaliada pelos critérios do GRADE. O desfecho primário foi óbito, e os desfechos secundários incluíram tempo de internação na UTI, tempo de internação hospitalar, duração da ventilação mecânica, risco nutricional e desnutrição. A meta-análise foi conduzida para combinar os dados utilizando o modelo de efeito randômico no software R versão 3.6.2. Resultados: Na revisão de escopo sobre o US para avaliação de MM, foram incluídos 107 estudos, sendo a maioria coortes prospectivas (59.8%), realizadas na Austrália (11.2%), em UTI geral (49.5%). O objetivo mais frequente dos estudos foi avaliar a depleção de MM durante a internação na UTI (21.5%), seguido de avaliar o seu valor prognóstico (18.6%). A maioria dos estudos realizou avaliações seriadas durante a internação na UTI (76.6%). A área de secção transversa do reto femoral foi avaliada na maioria dos estudos (66.1%), seguida da espessura do reto femoral (49.2%), e da espessura do quadríceps (47.6%). Os estudos demonstraram viabilidade e reprodutibilidade satisfatória do US para avaliação de MM, a acurácia do US para mensurar MM foi divergente entre os estudos, o valor prognóstico de medidas isoladas de MM foi confirmado na maioria deles (92.3%). A maioria dos estudos demonstrou depleção significativa de MM durante a internação (70.3%) e o valor prognóstico da depleção foi confirmado em 62.9% dos estudos. Os pontos de corte adotados dos parâmetros de MM do ultrassom foram heterogêneos entre os estudos. Foram incluídos 27 estudos (4,872 participantes) na revisão sistemática que avaliou o valor prognóstico do AF e do BIVA. A análise agrupada demonstrou que pacientes com AF reduzido apresentaram maior risco de óbito [14 estudos; risco relativo (RR) = 1.82, 95%CI 1.46 - 2.26, I2 = 42%] e permaneceram mais dias internados na UTI [6 estudos; diferença médica (DM) = 1.79, 95% CI 0.33 - 3.24, I2 = 69%] em comparação aos pacientes com AF normal. A análise agrupada também demonstrou maiores valores de AF nos pacientes sobreviventes comparado aos não-sobreviventes (12 estudos; DM = 0.75o, 95% CI 0.60o - 0.91o, I2 = 31%). Hiperhidratação, definida pelo BIVA, não foi preditor de óbito (4 estudos; RR = 1.01, 95% CI 0.70 - 1.46, I2 = 0%). Mais de 40% dos estudos foram classificados com alto risco de viés, e a certeza da evidência variou de baixa a muito baixa. Conclusão: A literatura acerca do US em terapia intensiva sugere que o método apresenta viabilidade, reprodutibilidade e valor prognóstico satisfatório. Pacientes com AF reduzido apresentam maior risco de óbito e maior tempo de internação na UTI em comparação àqueles com AF normal, enquanto que o BIVA não parece estar associado à óbito em pacientes críticos. A heterogeneidade nos protocolos de avaliação de MM por US na UTI e a baixa certeza da evidência acerca do valor prognóstico dos parâmetros brutos da BIA apontam para a necessidade de novos estudos avaliando US e BIA em pacientes críticos.
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    Triagem de risco nutricional em paciente crítico: análise comparativa de diferentes ferramentas e desenvolvimento de uma nova proposta mais factível ao ambiente de terapia intensiva
    (2022) Razzera, Elisa Loch; Silva, Flávia Moraes
    Introdução: A triagem de risco nutricional (TRN) é o primeiro passo da sistematização do cuidado de nutrição e deve ser realizada a partir de ferramenta com validação prévia, ser destinada à população em que será aplicada, de baixo custo, rápida aplicabilidade, composta por questionamento simples e com plano de ação que possa ser facilmente aplicado e adaptado. Dentre as ferramentas existentes, apenas o Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), Nutritional Risk Screening (NRS-2002) e Modified Nutrition Risk in Critically Ill (mNUTRIC) já foram previamente estudadas em pacientes críticos. As ferramentas Malnutrition Screening Tool (MST) e Nutritional Risk in Emergency (NRE-2017) parecem ser mais fáceis e acessíveis por não considerarem peso e altura aferidos, porém a validade das mesmas em unidade de terapia intensiva não foi investigada. De acordo com as diretrizes nacionais e internacionais para paciente crítico, recomenda-se utilizar as ferramentas NUTRIC ou NRS-2002 para TRN, no entanto, ambas as ferramentas apresentam limitações. Sendo assim, essa etapa do cuidado nutricional do paciente crítico requer maior investigação. Objetivos: Avaliar a validade de critério de cinco diferentes ferramentas de triagem de risco nutricional em pacientes críticos adultos e desenvolver uma nova ferramenta com maior factibilidade para identificação de risco nutricional no ambiente de terapia intensiva. Métodos: Realizamos um estudo de coorte com coleta de dados prospectiva de pacientes adultos e idosos, admitidos em seis Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de um complexo hospitalar do Sul do Brasil, no período de Julho/2019 e Maio/2022. As ferramentas de triagem de risco nutricional aplicadas foram o mNUTRIC, NRS-2002, MST, MUST e NRE- 2017. Para realizar a análise concorrente das ferramentas utilizamos o mNUTRIC e a NRS- 2002 como métodos de referência. A curva Característica de Operação do Receptor (ROC) e o coeficiente κ avaliaram a acurácia e concordância das ferramentas. A regressão logística verificou a associação entre risco nutricional e tempo de internação na UTI prolongada, e a regressão de Cox foi utilizada para verificar a associação entre risco nutricional e mortalidade na UTI, ambas com ajuste para os confundidores. Realizamos também uma análise secundária para o desenvolvimento de uma nova ferramenta de TRN para pacientes críticos, o escore SCREENIC (Screening of Nutritional Risk In Intensive Care). Foram realizadas quatro etapas para o desenvolvimento da ferramenta, e as variáveis de diferentes ferramentas de TRN e diagnóstico de desnutrição [mNUTRIC, NRS-2002, MST, MUST e NRE-2017, Avaliação Subjetiva Global (ASG) e critérios do Global Leadership Initiative on Malnutrition (GLIM)] foram consideradas para nortear a construção. O ponto de corte para classificação do risco nutricional foi definido através da construção da curva ROC, utilizando o mNUTRIC como referência. Foi calculada a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo. A validade preditiva foi avaliada por regressão logística para tempo de internação na UTI e no hospital, readmissão na UTI e desfechos pós-alta. A regressão de COX foi utilizada para avaliar a associação entre risco nutricional pelo SCREENIC e mortalidade na UTI e no hospital. Resultados: Foram avaliados 450 pacientes (64 [AIQ: 54- 71] anos, 52,2% homens), e o risco nutricional variou de 36,4% (NRS-2002 > 5) a 50,2% (NRS-2002 > 3). A NRS-2002 > 5 apresentou a melhor acurácia [0,63 (IC95% 0,58–0,69]) com mNUTRIC, e o MST com NRS-2002 > 5 [0,76 (IC95% 0,71–0,80]), embora para nenhuma ferramenta essa métrica foi satisfatória. Todas as ferramentas apresentaram concordância fraca com o mNUTRIC (k=0,019–0,268) e concordância moderada com o NRS-2002 > 5 (k=0,474–0,503). O MUST (HR=2,26 (IC95% 1,40–3,63]) e o MST (HR=1,69 (IC95% 1,09–2,60]) foram preditores de óbito na UTI, e o NRS-2002 > 5 [OR=1,56 (IC95% 1,02– 2,40)] e o mNUTRIC (OR=1,86 (IC95% 1,26–2,76)] de permanência prolongada na UTI. Para a construção do SCREENIC a partir de 14 variáveis pré-selecionadas, seis questões com possibilidade de respostas sim/não foram incluídas na ferramenta por estarem associadas com o alto mNUTRIC escore (idade > 65 anos, dias pré- UTI > 1, número de comorbidades > 2, sepse, perda moderada ou grave de massa muscular no exame físico, ventilação mecânica (VM) na admissão). O ponto de corte para classificação de risco nutricional foi de 4,0 pontos, definido a partir do equilíbrio entre maior sensibilidade (88,5%) e especificidade (68,8%). O escore SCREENIC identificou 57,6% pacientes com alto risco nutricional e apresentou concordância moderada (k=0,564) e acurácia alta [0,896 (IC95% 0,867 - 0,925] com o mNUTRIC. O escore SCREENIC foi preditor independente de internação prolongada na UTI [OR=1,81 (IC95% 1,14 - 2,85)] e no hospital [OR=2,15 (IC95% 1,37 - 3,38)]. Conclusão: Nenhuma ferramenta de TRN apresentou validade concorrente satisfatória com o mNUTRIC ou com o NRS-2002 e apenas o MUST e MST foram preditoras de óbito na UTI e NRS-2002 > 5 e mNUTRIC associados independentemente à internação prolongada na UTI. Com isso, foi desenvolvido o escore SCREENIC para TRN para pacientes críticos, composta por seis questões com respostas sim ou não, com variáveis que não necessitam de anamnese e podem ser obtidas em prontuário e a partir do exame físico realizado à beira leito. A nova ferramenta apresentou concordância moderada e alta sensibilidade com o mNUTRIC e foi preditora independente de permanência prolongada na UTI e no hospital. A aplicabilidade, reprodutibilidade e validade preditiva do escore SCREENIC em identificar pacientes que se beneficiarão de terapia nutricional precoce e plena deve ser avaliada em estudos futuros.
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    A implicação dos alimentos à saúde humana: alimentos ultraprocessados e azeite de oliva
    (2022) Peres, Kathleen Krüger; Dal Bosco, Simone Morelo
    Introdução: Com base no estudo em alimentos tem-se como objeto de estudo dessa dissertação os alimentos ultraprocessados e o azeite de oliva. Os alimentos ultraprocessados são classificados de acordo com o grau de processamento e adição de ingredientes que são apenas a nível industrial. O processamento gera diversos alimentos com aditivos e conservantes, e o consumo desses alimentos pela população gera um potencial risco à saúde, associando principalmente ao maior risco de mortalidade. Em relação ao azeite de oliva e seus compostos fenólicos tem- se estudado os potenciais efeitos cardioprotetores de seu consumo na população, avaliando que sua composição pode atuar na saúde como um potencial protetor às doenças cardiovasculares e seus fatores de risco, como no nível de pressão arterial, teor de perfil lipídico e de marcadores inflamatórios que causam danos à saúde cardiovascular. Objetivo: Relacionar dados sobre o consumo de alimentos ultraprocessados como fator de risco de mortalidade e também o consumo de azeite de oliva e sua composição como fator protetor de doenças cardiovasculares e seus fatores de risco. Metodologia: Foram realizadas uma revisão sistemática e uma revisão de revisões sistemáticas, sendo o objetivo da revisão sistemática avaliar o consumo dos alimentos ultraprocessados e o risco de mortalidade, por meio da pesquisa científica através dos bancos de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Foram sistematicamente pesquisados estudos que examinam a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de mortalidade. A análise de evidências foi realizada usando uma ferramenta para avaliar o risco de viés e qualidade metodológica (NOS), e baseada no protocolo PRISMA e suas etapas, um total de cinco estudos foram incluídos. A revisão de revisões sistemáticas foi realizada por meio da busca sistemática de revisões nos bancos de dados científicos PubMed, Web of Science e Cochrane Library. Foram incluídos artigos que analisaram a relação entre o consumo de azeite de oliva e as doenças cardiovasculares, totalizando seis artigos. Utilizou-se ferramentas para avaliar o risco de viés (ROBIS), qualidade metodológica (AMSTAR-2) e qualificação da evidência (GRADE). Conclusão: O efeito do consumo dos alimentos ultraprocessados gera um aumento de risco de mortalidade, e tal risco aumenta quanto maior é a ingestão desses alimentos, portanto o consumo desse grupo alimentício está associado a um maior risco de mortalidade da população. Já com relação ao efeito potencial cardioprotetor do azeite de oliva e de seus compostos fenólicos, demonstrou-se que quanto maior o teor de compostos fenólicos do azeite de oliva maior é a redução dos possíveis fatores de risco cardiovasculares, como a melhora do perfil lipídico, pressão arterial e marcadores inflamatórios.