Alteração da gamaglutamiltransferase em pacientes com cirrose hepática e sua associação com a apresentação clínica e etilismo
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Data
2018
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
A aferição da gamaglutamiltransferase (GGT) tem sido utilizada na prática clínica,
principalmente como marcador de consumo excessivo de álcool, porém sua
alteração não é específica. Tem sido também demonstrada associação entre
elevação da GGT e o carcinoma hepatocelular (CHC). Objetivo: analisar a
associação entre a GGT e etilismo ativo nos pacientes com cirrose hepática bem
como, sua associação com o diagnóstico do CHC. Material e métodos: foram
incluídos os pacientes com cirrose internados em um hospital geral no sul do Brasil
no período de 2009 a 2014, com idade superior a 18 anos e que tinham um
resultado de GGT no momento da admissãohospitalar. Para efeito de comparação,
os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1, pacientes com etilismo ativo e
grupo 2, não etilistas/ etilistas em abstinência.As complicações da cirrose: ascite,
encefalopatia hepática, hemorragia digestiva alta, icterícia, síndrome hepatorrenal e
CHC também foram avaliados, bem como o tempo de internação, a ocorrência de
hepatite alcoólica e a mortalidade. O nível de significância considerado foi de
5%.Resultados:A amostra foi constituída por 174 pacientes com cirrose. Os
pacientes do grupo de etilista ativos (19) eram do gênero masculino (100%), com
média de idade de 56,2±10,9anos. No grupo 2 (155 pacientes), 91 pacientes (58,7%)
eram do gênero masculino e a média de idade nesse subgrupo foi 57,6±13,6anos.A
média diária de álcool ingerida foi de 187g (mediana de 140g).A maioria dos
pacientes apresentouelevaçãoséricada GGT (86.2%). A mediana da GGT nos
pacientes etilistas foi de 119 U/L e no grupo não etilistas/etilistas em abstinência foi
de 97U/L (p=0,338). Por outro lado, a mediana dos níveis séricos de GGT de
pacientes com CHC foi de 147U/L enquanto que nos pacientes sem CHC a mediana
foi de 89U/L (p=0,002). Em análise de regressão de Poisson, os pacientes com CHC
apresentaram um aumento na probabilidade em 9,74 vezes de apresentar GGT
alterada (1,50-63,2). Conclusão: a GGT não se associou com o etilismo ativo em
pacientes com hepatopatia crônica. Foi observada uma associação entre a presença
do CHC e a alteração da GGT.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Gamaglutamiltransferase, Etilismo, Hepatopatia Crônica Induzida por Substâncias e Drogas, Carcinoma Hepatocelular, [en] gamma-Glutamyltransferase, [en] Chemical and Drug Induced Liver Injury, Chronic, [en] Carcinoma, Hepatocellular