Análise de custo-efetividade da cintilografia óssea de corpo inteiro na avaliação pré-transplante hepático de pacientes com carcinoma hepatocelular em um centro de referência na Região Sul do Brasil

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2014
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editora
Editor Literário
Resumo
O carcinoma hepatocelular (CHC) é o tumor primário de fígado mais comum, tendo sido responsável por 29.378 óbitos no Brasil, entre os anos 1980 e 2010. Sua incidência difere conforme as áreas geográficas devido à variação da frequência dos fatores de risco, sendo a cirrose hepática o principal fator para seu desenvolvimento. Nos últimos anos, ocorreram importantes avanços no diagnóstico e tratamento da doença, que permitiram definir melhor os pacientes que se beneficiariam de terapias curativas (transplante hepático (TxH) ou ressecção) ou paliativas, evitando gastos e procedimentos desnecessários. Os tratamentos curativos só podem ser oferecidos a pacientes com a doença restrita ao fígado, razão pela qual a pesquisa de metástases extra-hepáticas faz parte da investigação. Em muitos centros, é recomendada a realização de cintilografia óssea de corpo inteiro na avaliação préressecção ou para inclusão em lista de espera para transplante. Objetivo: Avaliar, sob a perspectiva de um centro de referência na Região Sul do Brasil, a pertinência da solicitação sistemática de cintilografia óssea de corpo inteiro, para pacientes adultos com CHC, como requisito para inclusão em lista de espera para TxH, com doador falecido. Pacientes e Métodos: Realizou-se um estudo de prevalência, incluindo todos os pacientes em lista de espera, entre dezembro de 1997 e janeiro de 2013, para TxH por CHC, confirmado por critérios de imagem ou biópsia. Resultados: Analisaram-se, retrospectivamente, 256 prontuários médicos de pacientes com CHC em estágio precoce, que se submeteram a TxH. Destes, 187 pacientes realizaram cintilografia óssea na avaliação pré-transplante (71% homens, média de idade 58 ± 7 anos) e 69 não o fizeram (72% homens, média de idade de 56 ± 8 anos). A etiologia mais comum da cirrose foi infecção pelo vírus da hepatite C e a classe funcional hepática mais prevalente em ambos os dois grupos foi Child B. Análise do explante apontou que 78% dos pacientes transplantados enquadravamse nos critérios de Milão. Nenhuma das 187 cintilografias realizadas foi positiva para metástases. As taxas de sobrevida um e cinco anos depois do transplante nos pacientes que realizaram cintilografia óssea foram de 81% e 69% respectivamente, e nos que não a realizaram, de 78% e 62% respectivamente (p = 0,25). As taxas de recorrência, um e cinco anos após o TxH, em pacientes com cintilografia óssea, foram de 4,8% e 10,7% e sem cintilografia, de 2,9% e 10,1% respectivamente, (p = 0,46). O custo decorrente da atual política gerou um gasto de US$ 27.582,914 sem detectar nenhuma metástase subclínica. Conclusão: Nesta coorte, a atual política de avaliação de pacientes com estágios precoces do CHC candidatos para TxH não foi custo-efetiva.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Carcinoma Hepatocelular, Metástase Neoplásica, Metástases Ósseas, Cintilografia, Análise Custo-Benefício, [en] Carcinoma, Hepatocellular, [en] Neoplasm Metastasis, [en] Radionuclide Imaging, [en] Cost-Benefit Analysis
Citação