PPGCS - Dissertações

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    Associação entre traumas na infância e internação psiquiátrica durante a gestação e sua relação com Transtorno de Estresse Pós-traumático
    (2025-05-20) Oliveira, Vanessa Görniak de; Ferrão, Ygor Arzeno; Alves, Lucas Primo de Carvalho; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
    Este estudo investigou a relação entre traumas na infância e a internação psiquiátrica durante a gestação, além da associação destes traumas com o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Utilizando um delineamento de estudo observacional do tipo caso-controle, foram analisados três grupos: gestantes internadas em unidade psiquiátrica, mulheres não gestantes internadas em unidade psiquiátrica por transtornos mentais e puérperas sem histórico de internação psiquiátrica na gestação. O objetivo foi compreender o impacto de experiências adversas na infância sobre a saúde mental materna e a necessidade de hospitalização psiquiátrica durante a gestação. A amostra incluiu 149 mulheres, sendo 42 gestantes internadas, 65 não gestantes internadas e 42 puérperas. Os dados foram coletados por meio de questionários sociodemográficos, da Structured Clinical Interview for DSM-5 Disorders (SCID-5) e do Questionário sobre Traumas na Infância (QUESI). A análise estatística foi realizada utilizando testes de qui-quadrado com um nível de significância de 0,05. Os resultados indicaram maior prevalência de abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e negligência física entre as gestantes internadas. O abuso sexual, por outro lado, apresentou alta prevalência em todos os grupos. Quando controlados para todos os tipos de trauma, apenas o abuso emocional aumentou em mais de três vezes a chance de internação psiquiátrica durante a gestação (OR = 3,23; IC95% = 1,24 – 8,4). No entanto, as gestantes internadas apresentaram menos negligência emocional do que nãogestantes internadas (OR = 0,42; IC 95% = 0,18 – 0,98). Houve uma maior associação entre traumas na infância e TEPT no ciclo gravídico-puerperal (gestantes e puérperas), no qual foi encontrada associação com abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e física, do que no grupo de não gestantes, em que a associação foi apenas marginal com a negligência física. Além disso, a prevalência de Transtorno por Uso de Substâncias (TUS) foi significativamente maior entre as gestantes internadas. O estudo também identificou que o suporte social influencia a saúde mental materna. As puérperas sem internação tiveram maior tendência a morar com o companheiro, sugerindo um fator protetor. Em contraste, gestantes e não gestantes internadas apresentaram maior probabilidade de residir com familiares ou amigos, o que aumentou em mais de três vezes a chance de internação psiquiátrica. Conclui-se que traumas na infância estão fortemente associados à prejuízos em relação à saúde mental de mulheres, especialmente durante a gestação, aumentando o risco de internação psiquiátrica durante a gestação e desenvolvimento de TEPT no período gravídico-puerperal. A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas e intervenções clínicas voltadas à prevenção e tratamento dos traumas na infância. Estudos futuros devem explorar a viabilidade de avaliação de traumas na infância durante o pré-natal, visando melhores desfechos na saúde mental materna.
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    Avaliação dos diferentes domínios de atividades físicas na gestação e sua associação com desfechos perinatais em mulheres com transtornos psiquiátricos
    (2025-05-19) Oliveira, Rafael Lopes Ataídes de; Ferrão, Ygor Arzeno; Alves, Lucas Primo de Carvalho; Scherer, Juliana Nichterwitz; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
    O estudo investigou a realização de atividades físicas em gestantes com transtornos psiquiátricos a partir da avaliação de diferentes domínios desfechos perinatais. Fundamentado em uma revisão da literatura sobre saúde mental perinatal e sobre as implicações dos transtornos psiquiátricos durante a gestação, o trabalho enfatiza a necessidade de compreender como a prática de atividade física pode influenciar tanto a saúde mental quanto os desfechos obstétricos. Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo e analítico, realizado com 64 gestantes atendidas em hospital público referência em atendimentos a mulheres em situação de vulnerabilidade clínica e social. Foram utilizados instrumentos padronizados, incluindo a Structured Clinical Interview for DSM-5 Disorders – Clinical Version (SCID-5-CV) para diagnóstico psiquiátrico e o Pregnancy Physical Activity Questionnaire (PPAQ) para avaliação dos níveis e domínios de atividade física, além de questionários para coleta de dados sociodemográficos e clínicos. A amostra apresentou mediana de idade de 29 anos (18-43 anos), baixa escolaridade (17,2% com ensino fundamental incompleto), predomínio de mulheres solteiras (59,4%) e pertencentes à classe social C (48,4%). Embora 84,6% das participantes tenham atingido a recomendação mínima de atividade física semanal, a prática concentrou-se majoritariamente no domínio doméstico (mediana de 315 minutos/semana), enquanto os domínios de lazer, transporte e trabalho apresentaram medianas de zero minutos. Observou-se associação significativa entre níveis mais elevados de atividade física doméstica e ocorrência de intercorrências obstétricas (p=0,009), além de associação entre prática de atividade física vigorosa no lazer e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional (p=0,003). Os resultados reforçam que a prática de atividade física, por si só, não garante proteção para a saúde perinatal, sendo essencial considerar o contexto em que ela ocorre. Atividades realizadas predominantemente no ambiente doméstico, associadas a sobrecarga e obrigação, podem não gerar os mesmos benefícios que práticas de lazer, ligadas à autonomia e prazer. Além disso, a associação observada entre atividade física vigorosa no lazer e o diagnóstico de diabetes mellitus gestacional sugere uma possível causalidade reversa, em que o diagnóstico clínico pode ter motivado o aumento da prática de exercícios como estratégia terapêutica. O estudo reforça a necessidade de estratégias que incentivem práticas voluntárias e prazerosas, especialmente para uma população triplamente vulnerável — marcada pela presença de transtornos psiquiátricos, baixo nível socioeconômico e pelos desafios próprios da gestação —, a fim de promover cuidados mais equitativos e efetivos no período perinatal.
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    Análise da relação entre capacidade funcional, qualidade de vida, sintomas depressivos e medo de cair em idosos
    (2024-05-03) Silva, Juliano Figueira da; Silva, Marcelo Faria; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
    Objetivos: avaliar, descrever e correlacionar a capacidade funcional, a qualidade de vida, o medo de quedas, os sintomas depressivos e o perfil social de idosos do município de Porto Alegre (Brasil). Metodologia: Estudo quantitativo descritivo, correlacional e transversal, realizado entre 2022 e 2024. A amostra foi composta por 51 participantes. Para a coleta de dados foram utilizados: (1) questionário sociodemográfico, (2) Escala de Katz, (3) Escala de Lawton e Brody, (4) Questionário Short Form-36, (5) Escala de Depressão Geriátrica e (6) Falls Efficacy Scale – International e (7) Timed Up and Go. Para a análise estatística foi utilizado o software SPSS versão 25.0. Resultados: Amostra composta por 51 idosos de 60 a 90 anos do município de Porto Alegre (Brasil). Foram encontradas correlações significativas da capacidade funcional com a qualidade de vida, a depressão, o medo de cair e a capacidade funcional entre a capacidade funcional e a qualidade de vida, o medo de cair e o tempo no Timed Up And Go, entre a qualidade de vida, o medo de cair e a depressão. Conclusão: Há uma íntima relação entre os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, sendo necessário por parte dos profissionais da saúde considerar as influências que a capacidade funcional, a depressão, o medo de cair e a qualidade de vida exercem entre si, assim como os determinantes sociais, sobretudo numa população tão vulnerável quanto os idosos. São necessários estudos futuros que demonstrem o quanto estas variáveis são preditoras umas das outras.
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    Avaliação de marcadores inflamatórios e de dano endotelial e cerebral em pacientes hospitalizados com COVID-19
    (2023-06-30) Neves, Carla Lúcia Andretta Moreira; Romão, Pedro Roosevelt Torres; Dorneles, Gilson Pires; Thompson, Claudia Elizabeth
    Embora a COVID-19 seja mais conhecida por causar infecção respiratória, também pode resultar em várias manifestações extrapulmonares. Distúrbios neurológicos foram detectados em pacientes com COVID-19 e foram associados a maior risco de mortalidade intra-hospitalar e menor probabilidade de alta hospitalar. Este estudo teve como objetivo avaliar os níveis sistêmicos de mediadores inflamatórios, de dano endotelial e cerebral em pacientes hospitalizados com COVID-19 grave apresentando sintomas neurológicos (grupo Neuro COVID-19, n=15) e sem sintomas neurológicos (grupo COVID-19, n=15) em comparação com indivíduos apresentando sintomas de infecção respiratória e com RTq-PCR negativo para SARS-CoV-2 (grupo controle, n=5). O estudo incluiu 30 pacientes hospitalizados com COVID-19 grave, com ou sem sintomas neurológicos, e admissão hospitalar entre junho e dezembro de 2020. Além destes, foram incluídos 5 pacientes não hospitalizados sem diagnóstico para COVID-19. O projeto para o estudo foi aprovado no Comitê de Ética da UFCSPA (CAAE: 38886220.0.0000.0000.5345). Amostras de sangue periférico foram realizadas no momento de admissão hospitalar (T1) e 0 - 72 h antes do desfecho (alta e/ou óbito) do paciente com COVID-19 grave (T2). A média de idade dos pacientes do grupo Neuro COVID-19 foi significativamente maior em relação ao grupo controle. Os pacientes do grupo COVID-19 e Neuro COVID-19 apresentaram índices de massa corporal (IMC) superiores em comparação com o grupo controle. Em relação ao tempo de hospitalização, o grupo Neuro COVID-19 apresentou um tempo médio de internação (22,3 dias) bem superior ao grupo COVID-19 (9,3 dias). Com relação às doenças prévias, os pacientes com COVID-19 grave apresentaram hipertensão, doença cardiovascular e diabetes como as mais frequentes, contudo no grupo Neuro COVID-19 observou-se um aumento significativo da frequência de diabetes e doenças neurológicas. Com relação aos biomarcadores sistêmicos avaliados, níveis mais elevados de ICAM-1, CCL26 (eotaxin-3) e VEGF foram encontrados em pacientes COVID-19 em comparação aos pacientes sem COVID-19. Os pacientes COVID-19 com sintomas neurológicos apresentaram níveis reduzidos de BDNF em comparação com o grupo controle, e elevados de SB100 em comparação com os grupos controle e COVID-19. O grupo Neuro COVID-19 também apresentou níveis aumentados de ICAM-1, CCL26 e VEGF em relação ao grupo de pacientes controle. Os níveis de ICAM-1 e CCL26 aumentaram no grupo COVID-19 entre os momentos T1 e T2. No tempo T2, os níveis de BDNF foram mais baixos nos pacientes com Neuro COVID-19 em comparação com T2 do grupo COVID-19. Além disso, em T2 os níveis de S100B, ICAM-1, CCL26 e VEGF aumentaram em relação a T1 em pacientes com Neuro COVID-19, com S100B e CCL26 significativamente maiores em relação ao grupo COVID-19. Este é o primeiro estudo a demonstrar que pacientes COVID-19 com sinais e sintomas neurológicos apresentaram, ao longo da internação, elevação de marcadores sistêmicos de inflamação, dano endotelial e cerebral evidenciando a participação da resposta inflamatória e lesão cerebral na fisiopatologia e gravidade da doença.
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    Modelos in vitro e in sílico para a redução do uso de animais: uma tecnologia crucial para o avanço de pesquisas dermatológicas
    (2022) Zanatelli, Carla; Wink, Márcia Rosângela
    Modelos alternativos são ferramentas para substituir e reduzir o número de animais utilizados nas ciências biomédicas, seja para pesquisas ou testes de produtos industriais. Ao longo dos anos, vários modelos alternativos foram desenvolvidos nos mais diversos campos, com o objetivo final de mimetizar as funções sensoriais da pele, como por exemplo, o uso de substitutos dérmicos sintéticos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar os atuais modelos alternativos disponíveis para as ciências dermatológicas, avaliar suas aplicações e discutir suas vantagens e desvantagens, bem como as perspectivas futuras para uma translação clínica segura. A implementação de métodos alternativos para testes em têm sido notórios na indústria cosmética dermatológica, permitindo a realização de diversos testes químicos e moleculares de triagem sem o uso de animais. Porém, nas ciências dermatológicas ainda existem muitas barreiras que esses métodos alternativos proporcionam, como os diferentes microambientes teciduais e o entendimento das respostas metabólicas sistêmicas. Modelos comerciais de pele equivalente fabricada permitem a substituição de animais em testes de corrosão e irritação, porém, dentre os modelos avaliados, não há um método isolado que possa ser utilizado para excluir por completo os experimentos in vivo, sendo, portanto, necessária a avaliação dos protocolos regulatórios existentes e desenvolvimento de protocolos in sílico, in vitro ou sua combinação. Espera-se que no futuro novas tecnologias alternativas sejam desenvolvidas possibilitando maior redução do uso de modelos animais além de fornecer conhecimento aplicável a todos os campos científicos.
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    Determinação de substâncias psicoativas em amostras de humor vítreo por meio de microextração em fase sólida utilizando folha de cortiça
    (2023) Ossanes, Daniela Souza; Oliveira, Tiago Franco de; Eller, Sarah
    Há um número crescente de pessoas afetadas em todo o mundo por distúrbios de saúde mental, como depressão e ansiedade. Uma das principais linhas de tratamento, em conjunto com a psicoterapia, é o uso de medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos e benzodiazepínicos. Além disso, o uso não prescrito dessas substâncias é um problema de saúde pública preocupante. Portanto, a análise de medicamentos psicotrópicos é obrigatória na toxicologia postmortem e para essa detecção, várias amostras biológicas podem ser empregadas, entre elas destaca-se o humor vítreo (VH), um líquido aquoso localizado no interior do globo ocular, isolado da redistribuição e contaminação bacteriana. Além disso, há uma demanda por metodologias de extração mais sustentáveis e eficientes de acordo com a química verde, e um exemplo são as técnicas de microextração em fase sólida (SPME), que usam um sorvente sólido e pequenas quantidades de solvente. Os biossorventes são substâncias de origem natural com propriedades sortivas, e têm sido utilizados com sucesso em técnicas de microextração sólida no campo da toxicologia ambiental, na análise de água, principalmente. Assim, o objetivo deste estudo foi desenvolver uma metodologia de SPME sustentável, rápida, barata e simples usando tiras de folha de cortiça como biossorvente, para detecção de antidepressivos e benzodiazepínicos em amostras de VH por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas em modo tandem (LC-MS/MS). A metodologia de extração foi conduzida em placas de 96 poços e foi realizada a otimização dos parâmetros relevantes para a extração. Para a otimização do solvente, dois experimentos simplex-centroide foram planejados para extração e dessorção e para avaliar o tempo e pH, um experimento de design Doehlert foi realizado. As melhores condições para os solventes de extração e dessorção foram, respectivamente, uma mistura 1:1 de acetonitrila e etanol, e uma mistura 1:1:1 de acetonitrila, acetato de etila e éter metil terc-butílico (MTBE). Quanto aos experimentos de design Doehlert, uma melhor extração foi adquirida em 15 minutos e em pH neutro de 7. Posteriormente, o método analítico para determinação e quantificação de 17 substâncias por LC-MS/MS foi validado. Quanto à validação do método, os limites de quantificação foram de 5 ng/mL para todos os analitos e as curvas de calibração foram lineares entre 5 e 30 ng/mL. Por fim, este estudo foi capaz de desenvolver um método de microextração eficiente, barato, simples e rápido para 17 analitos em amostras de VH, usando tiras de folha de cortiça para extração e uma placa de 96 poços como recipiente. Além disso, este sistema de abordagem poderia ser possivelmente automatizado para laboratórios toxicológicos de rotina.
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    Avaliação da expressão de CD200 e CD43 em linfoproliferações de células T
    (2021) Staub, Renata Bartolomeu; Rotta, Liane Nanci; Marcondes, Natália Aydos
    As neoplasias de células T são tumores clonais de células T em vários estágios de maturação. O CD200 (ou OX-2) é uma glicoproteína transmembrana expressa em células B, células mieloides, plaquetas e subtipos de células T em linfonodos, cuja expressão em neoplasias parece estar associada a um pior prognóstico. O CD43 é uma proteína transmembrana expressa na superfície da maior parte das células hematopoiéticas (incluindo linfócitos T), em células neoplásicas de leucemias e neoplasias sólidas, cuja expressão parece estar associada à tumorigênese, particularmente de neoplasias hematológicas. O CD200 não é normalmente expresso em células T presentes no sangue periférico e na medula óssea, de modo que sua expressão caracterizaria um imunofenótipo aberrante nesses casos. O CD43, por outro lado, é expresso normalmente nessas células, porém sua expressão pode caracterizar um pior prognóstico em um processo neoplásico e a ausência de expressão pode ser útil para avaliação de doença residual. Por meio de um estudo transversal, avaliamos a expressão de CD200 e CD43 em células de doenças linfoproliferativas de linhagem T utilizando a técnica de citometria de fluxo. Foram utilizadas 34 amostras de medula óssea e 18 amostras de sangue periférico obtidas por conveniência num laboratório especializado em diagnóstico de doenças hematológicas de Porto Alegre (Brasil) entre 2017 e 2020. Em 52 amostras de neoplasias de células T analisadas, CD200 teve expressão detectada em 20 delas. Destas, 84,2% (n = 16; 20) tiveram diagnóstico de neoplasias linfoides precursoras (P = 0,01). CD43 foi expresso em 31 amostras e 93,1% (n = 27; 31) apresentaram diagnóstico de neoplasias maduras (P = 0,013). Amostras positivas para CD200 também apresentaram dados laboratoriais como leucocitose, anemia e plaquetopenia, enquanto amostras positivas para CD43 apresentaram, principalmente, leucocitose. A expressão de CD200 foi expresso mais comumente em leucemia/linfoma linfoblástico de células T (LLA-T) e leucemia linfoide de células T precursoras, enquanto CD43 mostrou ser um bom marcador para as neoplasias de células T maduras mais comuns, como Linfoma periférico de células T, sem outra especificação, Linfoma de células T grandes e granulares e Linfoma de células T do adulto.
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    Associação entre o ganho de peso excessivo e o crescimento linear na infância: estudo de coorte
    (2018) Becher, Paula Machado; Vitolo, Márcia Regina
    Introdução: O crescimento linear é um processo biológico, influenciado por diversos fatores extrínsecos e intrínsecos. A estatura é considerada um marcador das condições nutricionais de longo prazo na infância, no entanto, a grande maioria dos estudos explora somente a baixa estatura como consequência da desnutrição e carência de nutrientes epecíficos. Objetivo: Verificar a relação entre o ganho de peso excessivo e a sua influência no z-score de estatura por idade aos 6 anos, entre meninos e meninas. Métodos: Foram analisados dados oriundos de ensaio de campo randomizado por conglomerados com crianças do Sul do Brasil, acompanhandas dos 6 meses aos 6 anos de idade. Dados antropométricos foram obtidos por meio de aferição de peso e estatura, e os indicadores nutricionais, foram classificados utilizando os padrões de crescimento definidos pela Organização Mundial da Saúde. O teste U de Mann-Whitney foi utilizado visando comparar as medianas de E/I entre as crianças com e sem excesso de peso aos 6 anos de idade. A relação entre o ∆-Índice de massa corporal po idade e o z-score de estatura por idade aos 6 anos foi analisada por meio de regressão linear e ANOVA utilizada a análise multivariada de regressão linear. Resultados: Avaliou-se n= 294 crianças ao longo do período do estudo. Verificou-se que crianças que ganharam peso excessivamente dos 6 meses aos 6 anos apresentam uma probabilidade de 47% de serem significativamente mais altas do que aquelas que apresentaram ganho de peso adequado (p=0,00). Conclusão: Crianças com ganho de peso excessivo sofrem aceleração no processo de crescimento e são mais altas quando comparadas aos seus pares de peso saudável, resultando em prejuízo na expressão do potencial de crescimento linear.
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    Comparação da produção extracelular de adenosina em células estromais mesenquimais isoladas da derme, do tecido adiposo e do cordão umbilical
    (2022) Galgaro, Bruna Campos; Wink, Márcia Rosângela; Beckenkamp, Liziane Raquel
    Desde sua descoberta ainda na década de 60, as células estromais mesenquimais (do inglês mesenchymal stem cells ou MSCs) têm sido exaustivamente estudadas para o uso em terapias celulares devido a suas características intrínsecas. Até o momento, a principal fonte utilizada para o isolamento dessas células é a medula óssea, entretanto a obtenção de células a partir desta fonte é difícil devido à necessidade de realização de um procedimento invasivo. Por isso, outras fontes têm sido exploradas, dentre elas, tecidos doados excedentes de cirurgias hospitalares. Contudo, as MSCs obtidas de diferentes tecidos podem diferir na expressão de certas proteínas, impactando nas suas funções biológicas e nos resultados de ensaios clínicos. Dessa forma, para que o uso das MSCs em terapias celulares torne-se realidade, é necessário compreender as diferenças entre essas células provenientes de diferentes tecidos, em especial em relação aos mecanismos responsáveis pelas principais funções atribuídas a elas. Nesse sentido, o presente estudo propôs-se a revisar a importância da sinalização da adenosina nas funções das MSCs, e avaliar e comparar a produção de adenosina pela hidrólise de AMP extracelular em MSCs obtidas de tecidos humanos doados excedentes de cirurgias hospitalares com o intuito de auxiliar na escolha da fonte tecidual para as terapias celulares. Como resultado, foi produzido e publicado um artigo de revisão sobre a influência da via adenosinérgica nas funções das MSCs, e um manuscrito em preparação com dados experimentais que caracterizam esta via em MSCs obtidas da derme, do tecido adiposo e do cordão umbilical.
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    Eficácia da telemedicina para depressão e ansiedade nos idosos: revisão sistemática e metanálise
    (2022) Oliveira, Paola Bell Felix de; Camozzato, Analuiza
    INTRODUÇÃO: Sintomas ansiosos e depressivos são prevalentes nos idosos e acarretam perda de funcionalidade e aumento da mortalidade. Embora o uso de antidepressivos e psicoterapias presenciais sejam indicados, o atual contexto de telemedicina possibilita uma alternativa, com a vantagem de facilitar o acesso ao atendimento. OBJETIVO: avaliar a eficácia de intervenções por telemedicina para redução de ansiedade e depressão em idosos por meio de uma revisão sistemática com metanálise. MÉTODOS: A revisão sistemática, por meio de uma busca em 7 bases de dados, incluiu estudos que avaliaram o uso de intervenções por telemedicina para sintomas depressivos ou ansiosos em idosos, comparada com outro tipo de teleintervenção ou com tratamento usual ou lista de espera. A avaliação quantitativa foi realizada por meio de metanálise. RESULTADOS: Um total de 30 artigos identificados na busca preencheram os critérios de elegibilidade e quatro foram incluídos para metanálise. Os estudos mostraram que intervenções por telemedicina são viáveis e vários destes estudos demonstraram melhora significativa em sintomas depressivos ou ansiosos. Quatro estudos avaliaram a eficácia da terapia cognitivo comportamental por internet para depressão e ansiedade em idosos comparados com lista de espera e os tamanhos de efeito agrupados foram -1,20 (IC 95% -1,60 a -0,81) e -1,14 (IC 95% -1,56 a -0,72), respectivamente, com baixa heterogeneidade. CONCLUSÃO: intervenções por telemedicina podem ser uma alternativa para tratamento de sintomas de humor em idosos, não só para aqueles com dificuldade de mobilidade ou moradores de áreas rurais, mas como forma de expandir o acesso ao tratamento especializado, alcançando uma maior parcela da população. Estudos de efetividade e protocolos padronizados para aplicação de intervenção por telemedicina são necessários.
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    Relação entre fenótipos imagéticos e desfechos clínico-funcionais em pacientes com DPOC
    (2022) Nogueira, Marcelo Ferreira; Teixeira, Paulo José Zimermann
    Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi avaliar se existe associação entre a classificação fenotípica visual imagética subjetiva com parâmetros clínicos e funcionais em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Métodos: Este estudo transversal analisou TC de pacientes diagnosticados com DPOC por 2 radiologistas torácicos e avaliou a associação de 3 fenótipos de imagem [doença predominante das vias aéreas (DPA), doença predominante do enfisema (DPE) e doença combinada (DPA-DPE)] com as características clínicas dos pacientes (exacerbações, QRSG e TC6M). Resultados: Foi incluída uma amostra de 100 pacientes (68,9 ± 9,8 anos, 50% do sexo masculino, 63% GOLD 3 ou 4 e 63% mMRC 2 ou 3) e em 83 deles houve concordância entre os radiologistas na definição dos fenótipos. Houve um número semelhante de exacerbações nos 3 grupos. O QRSG não apresentou diferença entre os fenótipos tanto no escore total quanto no escore de diferentes domínios. Não houve diferença na distância final no TC6M em cada grupo, mas o grupo DPE teve uma saturação de O2 significativamente menor e uma pontuação maior na escala BORG. Os pacientes apenas com DPA apresentaram um valor de VEF1/CVF mais alto e um valor de CVF mais baixo e o valor de DLCO foi menor no grupo DPE e maior no grupo DPA-DPE. Conclusão: Os fenótipos imagéticos visuais subjetivos (DPA, DPE ou DPA-DPE) de pacientes com DPOC não estão associados à frequência de exacerbações, qualidade de vida ou capacidade de exercício, mas estão associados com diversos parâmetros clínicos e funcionais.
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    Análise química de esteroides anabolizantes androgênicos apreendidos pela Secretaria da Receita Federal em correspondências veiculadas no Rio Grande do Sul
    (Wagner Wessfll, 2021) Coimbra, Masurquede de Azevedo; Oliveira, Tiago Franco de; Macedo, Sandra Manoela Dias; Oliveira, Sarah Carobini Werner de Souza Eller Franco de
    A presença de esteroides anabólicos androgênicos (EAAs) em produtos comerciais ilegais tem sido apontada como uma ameaça global para a saúde pública. Devido à correlação com efeitos toxicológicos adversos, há um interesse crescente na implementação de métodos simples para a determinação de EAAs em produtos apreendidos. Este trabalho explorou o desenvolvimento de uma abordagem de espectrometria de massas para caracterizar as formulações ilegais de óleo contendo EAAs. A otimização do preparo da amostra foi realizada através de um desenho simplex-centróide e a melhor condição foi descrita a seguir: uma alíquota de 5 μL de amostra foi adicionada com 995 μL de acetonitrila e água (75:25, v/v). A solução foi agitada com vórtice e centrifugada. Em seguida, foram adicionados 10 μL de sobrenadante com 35 μL de acetonitrila e água e 5 μL de testosterona-d3. Uma alíquota de 5 μL foi injetada no sistema analítico. O método desenvolvido foi validado e aplicado com sucesso em 115 amostras apreendidas. A testosterona e seus ésteres tiveram a maior incidência, encontrada em mais de 50% das amostras. Além disso, também foram encontrados fármacos como boldenona, metandienona e trembolona, onde a baixa qualidade das amostras foi evidenciada pela grande variação na concentração dos fármacos, sempre quantificada em subdoses. Por fim, pelo menos um EAAs foi detectado em cada amostra analisada. Os resultados estatísticos foram agrupados por análise de componentes principais, para melhor compreensão do perfil das amostras apreendidas. Concomitantemente, testes foram realizados para determinar a esterilidade das soluções testadas. Este trabalho estabeleceu com sucesso um método rápido e simples para determinação de EAAs e pode ser aplicado para verificar o perfil de amostras apreendidas.
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    Conhecimentos sobre nutrição em mulheres idosas: efeito de dois programas de educação alimentar
    (Wagner Wessfll, 2021) Scariot, Estela Lopes; Buss, Caroline; Lockmann, Adriana da Silva
    Introdução: As atividades de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) com a população de idosos são importantes para prevenir, minimizar e/ou tratar possíveis problemas nutricionais e doenças já instaladas, contribuindo para uma melhor saúde, bem-estar e melhor qualidade de vida desta população. O objetivo do estudo foi de comparar o efeito de dois programas de EAN sobre os conhecimentos de Nutrição de mulheres idosas. Metodologia: Ensaio de campo randomizado realizado no sul do Brasil, com mulheres idosas. Foi realizado um acompanhemanto de 12 semanas de intervenções, com dois programas de atividades de EAN, sendo 1) Programa Psicopedagógico (PPP) e 2) Programa de Oficina Culinária (POC). Foram avaliados dados socioeconômicos e de saúde, avaliação do Índice de massa corporal e circunferência da cintura e avaliação dos conhecimentos em Nutrição, por meio do Questionário de Avaliação dos conhecimentos em Nutrição. Resultados: Foram incluídas 36 idosas, que na avaliação intragrupo, não houve diferença no PPP em relação à mediana relativa no pós (5,9%) e no follow up (5,9%) quando comparado ao pré intervenção (p = 0,239). O POC apresentou diferença significativa (p = 0,001), com aumento da mediana relativa no pós e no follow up de 12,5% e 6,3%, respectivamente. Na análise intergrupos, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa em relação à diferença de conhecimento. Conclusão: O Programa de Oficina Culinária apresentou percentual significativo de ganho de conhecimento em Nutrição. Sugere-se que programas de EAN para idosos incluam atividades de educação lúdica, acompanhado de atividades práticas, como oficinas culinárias
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    Associação inversa entre a expressão pulmonar de AT1 e Mas com parâmetros espirométricos de pacientes com fibrose pulmonar idiopática
    (Wagner Wessfll, 2020) Alves, Débora Raupp; Rigatto, Katya Vianna
    Introdução: A fibrose pulmonar idiopática (FPI) é uma doença intersticial grave, de etiologia desconhecida, com sobrevida média de cerca de 2,5 a 5 anos após o diagnóstico definitivo. A sua fisiopatologia ainda é um grande desafio para a ciência. É sabido que a superativação do receptor AT1 (AT1R) pela angiotensina II (ANG II) do sistema renina-angiotensina (SRA) induz efeitos observados na FPI como fibrose, inflamação e estresse oxidativo. Em contrapartida, a ativação do receptor Mas (Mas R) pela angiotensina 1-7 (ANG-(1-7)) desse sistema induz ações protetoras que se contrapõem aos efeitos deletérios. No entanto, nenhum estudo foi encontrado na literatura avaliando a expressão desses receptores diretamente no tecido pulmonar desses pacientes. Objetivo: Analisar a expressão dos receptores AT1 e Mas nos pulmões de pacientes com FPI. Adicionalmente, verificamos a associação desta expressão com os parâmetros de função pulmonar através do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1%) e da capacidade vital forçada (CVF%), resultantes da espirometria. Métodos: As amostras de 1cm³ de tecido pulmonar foram obtidas de seis pacientes com FPI (tecido fibrótico) e da porção considerada saudável do pulmão de seis pacientes sem FPI submetidos à ressecção de carcinoma brônquico. As expressões dos receptores foram quantificadas pela técnica de Western Blot. Resultados: A expressão do AT1R foi significativamente maior (34%) no tecido dos pacientes com FPI (P=0,006), enquanto que o Mas-R estava significativamente menos expresso (54%) nos pulmões desses pacientes (P=0,046). Houve correlação positiva entre a expressão do Mas-R e os parâmetros espirométricos VEF1% (r=0,62, P=0,03) e CVF% (r=0,58, P=0,05). Já quando comparada a expressão do AT1R com os mesmos parâmetros, houve correlação negativa, com valores de r=0,8 e P=0,002 para VEF1% e r=0,74 e P=0,006 para CVF%. Conclusão: nossos resultados demonstram, de forma inédita, aumento da expressão do AT1R e redução da expressão do Mas-R no tecido pulmonar de pacientes com FPI. Também evidenciamos que o desequilíbrio entre os receptores está associado à redução da função pulmonar. Estes achados abrem novos horizontes em relação ao papel do SRA na fisiopatologia da FPI.
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    Estudo de validação brasileira do Inventário de Ansiedade Geriátrica – Versão Abreviada
    (Wagner Wessfll, 2020) Tisott, Caroline Gewehr; Pádua, Analuiza Camozzato de
    Introdução: O Inventário de Ansiedade Geriátrica – versão abreviada (GAI-SF) é uma escala autoaplicável muito breve que avalia sintomas de ansiedade tanto em pesquisas epidemiológicas na atenção primária como em amostras clínicas de idosos. Essa escala de cinco itens utiliza respostas dicotômicas e destaca queixas de ansiedade não somáticas dos idosos. O presente estudo teve como objetivo avaliar as propriedades psicométricas da versão em português brasileiro do GAI-SF. Métodos: Uma amostra por conveniência de 81 pacientes de ambulatórios de psicogeriatria e idosos da comunidade de duas cidades brasileiras foi recrutada para responder ao protocolo de pesquisa. Os procedimentos de avaliação foram estruturados com questionários sobre dados sociodemográficos, doenças clínicas auto-referidas, Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-5, Inventário de Ansiedade Geriátrica (GAI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Inventário de Ansiedade Traço-Estado (STAI), além do GAI-SF. Doze por cento da amostra foram entrevistados duas vezes para a confiabilidade teste-reteste. A consistência interna da versão em português brasileiro do GAI-SF foi medida pelo a de Cronbach. A validade concorrente da versão em português brasileiro do GAI-SF com GAI, BAI, STAI e GDS foram avaliadas. A análise da curva ROC foi realizada para estimar a área sob a curva do GAI-SF, pontos de corte, sensibilidade e especificidade para a detecção do Transtorno de Ansiedade Generalizada do DSM-5. Resultados: A versão em português brasileiro do GAI-SF mostrou alta consistência interna (α de Cronbach=0,848) e forte confiabilidade teste-reteste (r=0,71, p<0,019). Também mostrou correlação forte e significativa com o GAI (r=0,86, p<0,001), o BAI (r=0,78, p<0,001) e o STAI (r=0,83, p<0,001), garantindo validade concorrente. O ponto de corte de 3, estimado pelas análises da curva ROC, mostrou sensibilidade de 97,2% e especificidade de 88,9% para detectar o Transtorno de Ansiedade Generalizada (DSM-5). Conclusão: A versão em português brasileiro do GAI-SF demonstrou propriedades psicométricas muito boas, podendo ser um instrumento confiável em pesquisas para medir sintomas de ansiedade em idosos brasileiros, com a vantagem de ser breve e facilmente aplicável.
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    Avaliação da toxicidade da bilirrubina e dos ácidos biliares em células renais cultivadas
    (Wagner Wessfll, 2021) Silveira, Caroline Rodrigues da; Rotta, Liane Nanci; Moura, Dinara Jaqueline
    Contextualização: A síndrome hepatorrenal é definida pela presença de lesão renal aguda secundária à lesão hepática. Novos insights sugerem que fatores tubulotóxicos não hemodinâmicos, como endotoxinas (bilirrubina) e ácidos biliares (ABs), podem mediar a lesão renal do parênquima. Em geral, a presença de um maior número de partículas urinárias (células epiteliais tubulares renais e cilindros granulares) de origem renal pode ser observada nos grupos com hiperbilirrubinemia/hiperbilirrubinúria e lesão tubular. Já se sabe também da nefrotoxicidade que alguns fármacos podem apresentar, como a cisplatina que é utilizada contra turmores sólidos, porém pode induzir à injúria nos túbulos renais. Objetivo: Avaliar a citotoxicidade e o potencial antioxidante da bilirrubina e ABs em cultura de células renais HEK293T, o tipo de morte celular e o potencial protetor desses compostos frente a outros compostos nefrotóxicos. Metodologia: A viabilidade celular foi medida pelo ensaio de vermelho neutro, o estresse oxidativo foi analisado por meio da marcação mitocondrial com mitosox e mitostatus, o tipo de morte celular foi avaliado utilizando a marcação com anexina e iodeto de propídio e a concentração do tratamento intracelular e no meio de cultura de bilirrubina e ABs foi determinada por HPLC. Resultados: O tratamento agudo (24h) com bilirrubina reduziu a viabilidade celular, mas apresentou maior viabilidade com 100 µM (96 ± 8%, p <0,0001) e apresentou maior toxicidade no tratamento crônico (72h) com 100 µM (25,6 ± 5,6; p <0,001). ABs primários (ácido cólico - CA e quenodeoxicólico - CDCA) induzem menor toxicidade a 40 µM (CA: 150 ± 33,7%, p <0,005 CDCA: 281 ± 143%, p <0,0001) em comparação com ABs secundários e compostos (ácido desoxicólico - DCA, ursodeoxicólico - UDCA e taurocólico - TCA) a 60 µM (DCA: 87 ± 8%, p <0,001; UDCA 86 ± 8%, p <0,001; TCA 95 ± 23%, p <0,001), em 24h. Já nas concentrações maiores, 80 µM e 100 µM, os ácidos não mostraram diminuir a viabilidade celular. O tratamento celular com bilirrubina ou ABs, prévio à cisplatina (10µg), induziu aumento da viabilidade celular com CA (133 ± 62%; p <0,005), em relação ao controle positivo, indicando efeito protetor; no entanto, as células tratadas com os outros ABs e bilirrubina também mostraram viabilidade positiva (CDCA: 110 ± 61%, p = 0,01; TDCA: 99 ± 63%, p <0,005; BILI: 88 ± 27 %, p <0,005). Quando quantificados por HPLC, bilirrubina e ABs apresentaram maior concentração no meio de cultura do que nas células (tratamento 24h). Nem a bilirrubina nem os ABs mostraram produção de estresse oxidativo, em comparação ao controle positivo (células tratadas com cisplatina). O tratamento celular com bilirrubina apresentou maior quantidade de morte celular por necrose (83 ± 3%; p <0,05), enquanto os ácidos biliares não demonstraram grande morte celular significante. Conclusão: a bilirrubina mostrou maior ação tóxica em células HEK293T, quando comparada aos ABs. A morte celular por necrose é um fator que contribui para o desenvolvimento de lesão renal aguda em doenças hepáticas, principalmente na exposição crônica a este composto e se relaciona aos achados observados no sedimento urinário, em estudos prévios. Dependendo da estrutura dos ABs, eles podem ter ação protetora sobre as células renais, assim como a concentração de bilirrubina, que nos tratamentos agudos tem se mostrado protetora para as células e no tratamento crônico, mostrou-se tóxica.
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    Avaliação da microextração líquido-líquido homogênea com solventes de hidrofilicidade comutável na determinação de MDMA, MDA e NBOMes em amostras de sangue postmortem
    (Wagner Wessfll, 2021) Scheid, Camila; Oliveira, Tiago Franco de; Merib, Josias de Oliveira
    As drogas sintéticas para fins recreativos estão em constante evolução e seu consumo representa um grande risco à saúde pública. O desenvolvimento de metodologias analíticas para comprovar o consumo de drogas ilícitas em fluidos biológicos torna-se necessário para o controle dessas substâncias. Neste estudo, foi proposto, pela primeira vez, um método de extração envolvendo microextração líquido-líquido homogênea utilizando solvente de hidrofilicidade comutável como fase extratora (SHS-HLLME) para a determinação das drogas sintéticas MDMA, MDA e NBOMes (25B, 25C e 25I) em sangue total e posterior análise por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas sequencial (LC-MS / MS). A otimização das principais variáveis do preparo de amostras foi realizada de forma multivariada. As condições ótimas de extração consistiram no uso de 250 µL de ZnSO4 10% e 50 µL de NaOH 1 mol L-1 na etapa de precipitação de proteínas; N,N-dimetilciclohexilamina (DMCHA) como solvente de hidrofilicidade comutável, 650 μL da mistura de SHS:HCl 6 mol L-1 (1:1 v/v), 500 μL de amostra de sangue total, 500 μL de NaOH 10 mol L-1 e 1 min de tempo de extração. O método proposto foi validado, fornecendo coeficientes de determinação superiores a 0.99 para todos os analitos; Limites de detecção (LOD) e limites de quantificação (LOQ) de 0,1 a 10 ng mL-1 ; precisão intra-corrida de 2,16 a 9,19%; precisão inter corrida de 2,39 a 9,59%; exatidão de 93.57 a 115.71%; e supressão da ionização de 28,94 a 51,54%. Esta metodologia foi aplicada em quatro amostras de sangue post mortem provenientes do Departamento de Perícias Laboratoriais do Instituto Geral de Perícias (DPL-IGP) do Rio Grande do Sul e a presença de MDA e MDMA foi identificada em concentrações de 31,76 a 61,60 ng mL-1 e 6,91 a 68,20 ng mL-1 , respectivamente. O método desenvolvido é uma alternativa ecologicamente correta para a análise toxicológica dessas drogas sintéticas em amostras de sangue total humano obtidas de indivíduos com suspeita de intoxicação e essa técnica apresenta grande potencial para ser aplicada em determinações forenses.
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    Impacto do Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) e Treinamento Contínuo de Moderada Intensidade na capacidade funcional, modulação do perfil inflamatório e marcadores de estresse oxidativo em ratos submetidos ao infarto agudo do miocárdio
    (Wagner Wessfll, 2019) Martinelli, Bruna Luvizon; Dal Lago, Pedro
    Introdução: o infarto agudo do miocárdio (IAM) gera, através da interrupção do fluxo sanguíneo para o coração, a morte de cardiomiócitos, desencadeando a ativação de citocinas pró-inflamatórias e a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) no tecido cardíaco. O exercício físico é considerado um tratamento não-farmacológico adjuvante para pacientes com doenças cardiovasculares, atuando como agente antioxidante e anti-inflamatório, além de aumentar a capacidade funcional desses indivíduos. O treinamento contínuo de moderada intensidade (TCMI) é o principal programa de treinamento para a reabilitação de pacientes diagnosticados com doenças cardiovasculares, no entanto, o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) tem surgido como alternativa mais eficaz no tratamento dessas doenças, gerando benefícios adicionais para esses pacientes. Contudo, o efeito do HIIT em biomarcadores de danos e reparos na fisiopatologia das doenças cardiovasculares ainda é pouco estudado, sendo de fundamental importância para elucidar mecanismos adaptativos do exercício físico associado ao tratamento dessas patologias. Objetivos: avaliar o efeito do HIIT e do TCMI na capacidade funcional, perfil inflamatório e marcadores de estresse oxidativo em ratos submetidos ao IAM. Metodologia: dezoito ratos Wistar machos (280g a 350g, ≈ 90 dias) foram submetidos ao IAM através da ligadura da artéria coronária descendente esquerda. Os animais realizaram o teste de esforço máximo (TEM) em esteira rolante em três momentos (cinco semanas após o IAM, na quarta e na oitava semana após o início dos protocolos de exercício) para a avaliação da capacidade funcional. Seis semanas após a indução do IAM, os animais foram alocados em três grupos experimentais: sedentário (SED; n=6), treinamento contínuo de moderada intensidade (TCMI; n=6) e treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT; n=6). O protocolo de TCMI consistiu em 5 minutos de aquecimento (10 m/min) e 45 minutos de corrida (50-60% da velocidade máxima atingida no TEM), totalizando 50 min de exercício. O protocolo de HIIT consistiu em 8 minutos de aquecimento (10 m/min) e 10 tiros de 1 minuto (85-90% da velocidade máxima atingida no TEM) intercalados com 2 minutos (50-60% da velocidade máxima atingida no TEM) de corrida, totalizando 38 minutos de exercício. Ambos os protocolos foram realizados 5 vezes por semana, durante 8 semanas. Após o término dos protocolos de exercício, os animais foram eutanasiados e os tecidos armazenados para análises bioquímicas subsequentes. Resultados: todos os grupos iniciaram os protocolos de treinamento com valores similares de distância (SED; 222,4 ± 104,3 vs TCMI; 181,8 ± 66,6 e HIIT; 196,1 ± 70,4 m; P>0,05), tempo para a exaustão (SED; 730,3 ± 214,9 vs TCMI; 642,3 ± 159,3 e HIIT; 632,8 ± 159,3 s; P>0,05) e velocidade máxima (SED; 27,5 ± 6,9 vs TCMI; 25,0 ± 4,5 e HIIT; 27,5 ± 2,7 m/min; P>0,05) atingidos no TEM. Na quarta semana, tanto o grupo HIIT quanto o grupo TCMI foram capazes de aumentar a distância (SED; 190,7 ± 52,0 vs TCMI; 438,3 ± 100,1 e HIIT; 365,9 ± 63,7 m; P<0,01), tempo para exaustão (SED; 668,0 ± 129,1 vs TCMI; 1122,6 ± 154,5 e HIIT; 1006,5 ± 109,2 s; P<0,001) e velocidade máxima (SED; 25,8 ± 3,7 vs TCMI; 38,3 ± 4,0 e HIIT; 35,8 ± 3,7 m/min; P<0,001) quando comparado ao grupo SED. Na oitava semana, ambos os grupos treinados aumentaram os valores de distância (SED; 176,8 ± 38,4 vs TCMI; 522,2 ± 146,3 e HIIT; 367,58 ± 85,4 m; P<0,001), tempo para exaustão (SED; 639,3 ± 97,3 vs TCMI; 1236,6 ± 188,6 e HIIT; 1013,8 ± 149,1 s; P<0,001) e velocidade máxima (SED; 25,0 ± 3,1 vs TCMI; 41,6 ± 5,1 e HIIT; 35,8 ± 3,7 m/min; P<0,0001) quando comparado ao grupo SED. O grupo TCMI mostrou aumento da distância (P<0,01), tempo até a exaustão (P<0,05) e velocidade máxima (P<0,05) quando comparado ao grupo HIIT. Os níveis de IL-10 e TNF-α cardíacos não tiveram diferença entre os grupos, no entanto, a relação IL 10/TNF-α foi maior no grupo TCMI quando comparado ao grupo SED (SED; 1,9 ± 0,3 vs TCMI; 2,8 ± 0,2 e HIIT; 2,4 ± 0,6 pg/mg de proteína; P<0,01). No músculo gastrocnêmio, o nível de IL-10 foi maior (SED; 7,0 ± 1,0 vs TCMI; 12,9 ± 1,5 e HIIT; 12,7 ± 4,5 pg/mg de proteína; P<0,01), assim como a relação IL-10/TNF-α (SED; 2,1 ± 0,5 vs TCMI; 6,6 ± 1,3 e HIIT; 5,6 ± 1,4 pg/mg de proteína; P<0.001) em ambos os grupos treinados quando comparado ao grupo SED. O nível de TNF-α foi menor nos grupos treinados quando comparado ao grupo SED (SED; 3,4 ± 0,9 vs TCMI; 2,0 ± 0,5 e HIIT; 2,0 ± 0,5 pg/mg de proteína; P<0,05). O valor de 2’,7’-diclorofluoresceína (DCF) foi menor no tecido cardíaco no grupo HIIT quando comparado ao grupo SED (SED; 929,2 ± 31,2 vs TCMI; 890,4 ± 45,8 e HIIT; 853,7 ± 48,1 unidades de fluorescência/mg de proteína; P<0,05). No músculo gastrocnêmio, o grupo HIIT demonstrou menor nível de DCF comparado ao grupo TCMI (SED; 795,1 ± 48,4 vs TCMI; 839,4 ± 90,8 e HIIT; 705,5 ± 99,2 unidades de fluorescência/mg de proteína; P<0,05). O nível de malondialdeído (MDA) no tecido cardíaco foi menor em ambos os grupos treinados quando comparado ao grupo SED (SED; 1054,0 ± 305,7 vs TCMI; 760,5 ± 130,4 e HIIT; 500,2 ± 163,3 nmol/mg de proteína; P<0,05). A concentração de glutationa total foi maior no tecido cardíaco (SED; 97,5 ± 11,2 vs TCMI; 137,8 ± 24,8 e HIIT; 125,7 ± 21,2 µmol/mg de proteína; P<0,05) e no músculo gastrocnêmio (SED; 49,1 ± 9,3 vs TCMI; 68,4 ± 10,8 e HIIT; 76,3 ± 9,6 µmol/mg de proteína; P<0,05) em ambos os grupos treinados quando comparado ao grupo SED. O valor da superóxido dismutase (SOD) no tecido cardíaco e no músculo gastrocnêmio não tiveram diferença entre os grupos (P>0,05). Conclusão: o presente estudo demonstrou que 8 semanas de treinamento físico foi capaz de aumentar a capacidade funcional através do aumento da distância, tempo para exaustão e velocidade máxima encontrados no TEM. No entanto, o treinamento contínuo de moderada intensidade foi capaz de melhorar as variáveis de capacidade funcional de forma mais proeminente do que o treinamento intervalado de alta intensidade. Ambos os protocolos de treinamento foram capazes de modular positivamente as citocinas pró-inflamatórias, bem como aumentar as concentrações de citocinas anti-inflamatórias no músculo esquelético, embora essa melhora não tenha ocorrido no músculo cardíaco. Os treinamentos contínuo e intervalado demonstraram concentrações maiores de antioxidante no músculo cardíaco e esquelético, entretanto, o treinamento intervalado de alta intensidade demonstrou valores de biomarcadores de dano oxidativo mais baixos tanto no músculo esquelético quanto no músculo cardíaco comparado ao treinamento contínuo de moderada intensidade.
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    Funcionalização de indóis através da reação de heterohidroarilação de alcinos: estudo metodológico e avaliações farmacológicas
    (2019) Santos, Sabrina Stefanie dos; Godoi, Marla Narciso; Moura, Dinara Jaqueline
    O indol é um heterociclo aromático amplamente empregado na indústria farmacêutica e também muito explorado como intermediário sintético em química orgânica, com a finalidade de obter-se novas moléculas com potencial bioatividade. Tendo em vista que núcleos indólicos estão presentes em diversos produtos de origem natural e sintética, diversas metodologias de funcionalização do indol estão disponíveis na literatura, como por exemplo, a heterohidroarilação de alcinos. Visto isso, este estudo teve como objetivo principal a síntese de moléculas indólicas para avaliação biológica, tendo como base o método de hidroarilação de Fujiwara. A fim de otimizar resultados de tempo, rendimento e seletividade das reações, variáveis como sistemas de solventes e proporções estequiométricas dos reagentes, foram modificadas. Sendo que a melhor contribuição para o aumento do rendimento da reação foi advinda da variação da proporção estequiométrica, e a partir da variação dos sistemas de solventes, foi possível observar a diferença na seletividade das reações. Tais observações podem estar relacionadas ao mecanismo operante no curso da reação, sendo necessárias maiores investigações a esse respeito. Ensaios de atividades biológicas in vitro foram realizados a fim de avaliar a citotoxicidade induzida pelas moléculas em células de glioblastomas resistentes e sensíveis a Temozolomida (TMZ), droga utilizada como primeira escolha na quimioterapia. Os resultados frente às duas linhagens, T98G e U87, apresentaram efeitos citotóxicos a todas as substâncias testadas. Também foram realizados ensaios microbiológicos de avaliação do potencial de inibição e erradicação de biofilmes formados pelas bactérias S. epidermidis e P. aeruginosa, nos quais todas as moléculas apresentaram atividade antibiofilme frente às bactérias testadas, principalmente contra a S. epidermidis. A partir da análise dos resultados obtidos, tanto in silico quanto in vitro, é possível concluir que moléculas contendo o núcleo indólico apresentam potencial atividade biológica.
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    Principais fatores prognósticos e preditivos imuno-histoquímicos no câncer de mama: um estudo de coorte restrospectivo
    (2019) Ducatti, Diogo Ferreira; Zettler, Cláudio Galleano
    Introdução: Por ser uma doença heterogênea o câncer de mama é um constante foco de estudos sobre prevenção e tratamento. A imuno histoquímica é uma ferramenta de grande utilidade na definição sobre quais condutas a serem tomadas no tratamento desta doença. O estudo tem como objetivo avaliar a sobrevida das pacientes de acordo com os fatores prognósticos e preditivos imuno histoquímicos. Trata se de um estudo de coorte retrospectivo. Método: foi realizado o levantamento de todas as pacientes que tiveram as suas peças cirúrgica s analisadas pelo laboratório de Patologia do Hospital Santa Rita. Ao total foram analisados os laudos de 787 pacientes que continham as análises imuno histoquímicas e anátomo patológicos dos procedimentos de mastectomia ou setorectomia de mama. Um total d e 404 pacientes estavam elegíveis para o estudo. Resultados: A idade média de diagnóstico da doença foi de 55,4 anos. 70,3% realizaram setorectomia. O principal diagnóstico foi o carcinoma ductal infiltrante (80,7%). 45% das pacientes possuíam tumores de a té 2 cm de diâmetro, 32,9% apresentavam comprometimento de linfonodo. 48,3% dos pacientes eram da classificação molecular Luminal A, 27% eram Luminal B, 12,6% HER2 e 12,6% triplo negativo. 12,6% dos pacientes evoluíram à óbito de um total de 23,3% que havi am desenvolvido recidivas. O aumento de 1% nos valores de ki 67 aumenta, em média, 2% e 1% o risco de óbito e recidiva, respectivamente. A presença de metástase em linfonodos aumenta, em média, 4,78 vezes e 2,63 vezes o risco de óbito e recidiva, respectiv amente. Por fim, para o óbito, o receptor de progesterona se mostrou um fator independentemente associado, sendo que o aumento desse receptor reduz o risco de óbito em 1%. Conclusões: A classificação molecular triplo negativo foi a que demonstrou possuir a menor sobrevida global e maior probabilidade de recidiva. A classificação luminal A foi a que apresentou os melhores prognósticos. O tamanho do tumor, a metástase de linfonodo, a invasão de pele e a presença de Ki 67 elevado se mostraram como os fatores p rognósticos e preditivos que mais influenciaram na sobrevida das pacientes.