PPGCR - Dissertações
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Item A eletroestimulação neuromuscular é viável e beneficia a reabilitação da disfagia radioinduzida? Um estudo piloto(2024-04-24) Korspalski, Fernanda Tormen; Macaganan, Fabricio Edler; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A radioterapia é um recurso comum no manejo do câncer de cabeça e pescoço (CCP) que produz, independentemente dos eventuais procedimentos cirúrgicos e dos diferentes tipos de fármacos utilizados no tratamento destas neoplasias, disfunções estomatognáticas que muito frequentemente evoluem para a disfagia. A típica alteração fisiopatológica observada nos tecidos irradiados é do tipo fibrosante e acomete majoritariamente estruturas musculares. Normalmente, irradiações na região faríngea evoluem para déficits na habilidade motora reduzindo, entre outras funções, a deglutição. Além disso, alterações sensoriais podem ocorrer em paralelo e agravar as disfunções. A reabilitação da disfagia radioinduzida pode ser complexa e, muitas vezes, demanda do uso de diferentes técnicas associadas ao processo convencional. Entre as possíveis ferramentas para auxiliar nesse processo está a eletroestimulação neuromuscular (EENM). Considerada uma técnica não invasiva, é baseada no uso de correntes elétricas que visam estimular a neuroplasticidade cerebral e o recrutamento muscular. Já há relatos positivos do uso da EENM para o tratamento da disfagia, mas não existe consenso na literatura quando se trata de pacientes com CCP que evoluem com disfagia radioinduzida. A escassez de informações sólidas para esse cenário clínico, torna pertinente a elaboração de pesquisas que visem aumentar o conhecimento a respeito da viabilidade e efetividade desta técnica de eletroterapia. Este protocolo de pesquisa foi estruturado para dirimir dúvidas e possíveis falhas terapêuticas através de um estudo piloto. Objetivo: Avaliar a viabilidade e descrever os achados preliminares do uso da EENM na reabilitação da disfagia radioinduzida como primeiro passo antes de realizar um ensaio clínico randomizado no futuro. Método: Trata-se de um estudo piloto conforme previsto pelo Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT), que incluiu 12 participantes distribuídos em dois grupo: grupo controle (GC), submetido a reabilitação de deglutição com terapia fonoaudiológica convencional, e grupo intervenção (GI) que recebeu EENM associada à terapia fonoaudiológica padrão. Todos os pacientes foram submetidos à videofluoroscopia da deglutição pré e pós protocolo para análise comparativa preliminar dos resultados. Resultados: Foram identificadas falhas relacionadas à redução do acesso à marcação dos exames de avaliação objetiva durante o andamento da pesquisa e a frequente dificuldade de deslocamento dos pacientes até o local de coleta, que reduziram nossa capacidade de recrutar voluntários e viabilizar a logística das avaliações. Em relação ao protocolo de EENM, o parâmetro de tempo off demonstrou problemas, sendo considerado demasiadamente curto em alguns casos. Ainda assim, foi observada redução significativa nos níveis de penetração/aspiração laringotraqueal no GI ao término do protocolo de reabilitação (p-valor 0,031). Na comparação entre grupos, não foi observado resultado significativo, porém uma maior taxa do GI demonstrou melhora em relação ao aumento de ingestão por via oral e redução da gravidade da disfagia. Conclusão: O protocolo de EENM proposto neste estudo é viável, e a observação de certos benefícios justificam prosseguir para um ensaio clínico definitivo. Contudo, tanto os procedimentos de recrutamento quanto os métodos de avaliação precisam ser revistos para restringir eventuais problemas logísticos num estudo de maior porte amostral.Item A gravidade com que o paciente é admitido na UTI influencia no prognóstico do paciente após a alta hospitalar?(2018-09-26) Figueredo, Tanara Carreira Meus; Teixeira, Cassiano; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Os avanços no cuidado intensivo permitiram que mais pacientes superasse a doença crítica aguda. Os pacientes sobreviventes a uma internação prolongada na UTI são mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônicas, a altas taxas de mortalidade após a alta da UTI e a piora da qualidade de vida nos meses e anos subsequentes à alta. Objetivo: Verificar o papel da disfunção orgânica no prognóstico após alta da UTI. Metodologia: Coorte multicêntrica e prospectiva, com inclusão de pacientes maiores do que 18 anos, que permaneceram mais de 72h na UTI e tiveram alta. Foram coletados dados de internação na UTI, as disfunções orgânicas (respiratória, cerebral, renal, cardiovascular, digestiva e hematológica) e acompanhado o prognóstico no primeiro ano após a alta da UTI: força muscular na alta imediata (Medical Research Council - MRC); disfunção cognitiva (mini exame do estado mental – MEEM), sintomas de ansiedade e depressão (escala hospitalar de ansiedade e depressão – HADS) e transtorno de estresse pós traumático (TEPT) (IES – 6) no 6º mês após a alta da UTI e mortalidade no 12º mês. Os dados da alta imediata foram coletados ainda durante a internação hospitalar e os dados do 6º e 12º mês através de contato telefônico. Resultados: Foram incluídos 1179 pacientes, estes foram divididos em 6 grupos conforme as seis disfunções orgânicas analisadas. Foram eles: disfunção neurológica(n=300), disfunção gastrointestinal (n=63), disfunção renal (n=147), disfunção hematológica (n=216), disfunção cardiovascular (n=639) e disfunção ventilatória (n=582). Na alta imediata da UTI, a DMOS foi marcador de fraqueza muscular. Enquanto, pacientes com disfunção neurológica apresentaram disfunção cognitiva. Já pacientes com disfunção gastrointestinal apresentaram marcadores de sintomas de ansiedade, assim como pacientes com disfunção renal apresentaram marcadores de sintomas de depressão. As disfunções orgânicas não influenciaram na prevalência de sintomas de ansiedade, depressão ou estresse pós-traumático após 6 meses da alta hospitalar. Durante o acompanhamento de 12 meses, 329 (27,9%) pacientes morreram e o tipo de disfunção não afetou a mortalidade em 12 meses. Conclusão: As disfunções orgânicas afetam o prognóstico dos pacientes após a alta da UTI.Item Adequação nutricional de nadadores de elite ao longo da temporada competitiva(2016) Montenegro, Karina Romeu; Baroni, Bruno Manfredini; Schneider, Cláudia DornellesA natação é um esporte com necessidades energéticas elevadas e com recomendações específicas de macronutrientes para cada fase de treinamento a fim de garantir a saúde e a máxima adaptação ao treinamento físico de atletas. Objetivos: identificar se nadadores competitivos apresentam consumo energético e de macronutrientes adequados às demandas específicas de cada fase do treinamento ao longo de uma temporada esportiva. Métodos: Estudo de coorte prospectivo realizado de janeiro a agosto de 2015 (32 semanas; 2 macrociclos; 4 fases de treinamento por macrociclo) em um clube de natação competitiva. Em cada fase de treinamento foram analisados o consumo alimentar, por meio de recordatório habitual de um dia, e o gasto energético, por meio de análise da planilha de treinamento. Também foi analisada ao longo da temporada a composição corporal (massa corporal, estatura e dobras cutâneas). Os dados foram comparados entre as fases de treinamento, enquanto a adequação do consumo de energia e macronutrientes foi avaliada em cada fase de treinamento. Resultados: Participaram do estudo 18 nadadores de elite, 56% homens, 20,0±2,5 anos, todos com experiência em natação há pelo menos 10 anos. Foi observado que as mulheres gastam mais energia do que ingerem em todas as fases de treinamento (p<0,02), e os homens em 50% das fases (p<0,01). Na maioria das avaliações (78%), os atletas não alteraram o seu padrão de consumo de carboidratos e proteínas; e em nenhuma avaliação houve alteração significativa do consumo de lipídios e energia ao longo da temporada (p>0,05). Comparado às recomendações para cada fase de treinamento, os atletas consumiram maior quantidade de proteína em 73% das avaliações, menor de carboidrato em 76% das avaliações e menor de lipídios em 69% das avaliações. Homens e mulheres reduziram significativamente o percentual de gordura corporal (p=0,04; p=0,03) e somatório de dobras cutâneas (p=0,01; p=0,01) ao longo da temporada, ao passo que a massa muscular foi mantida para ambos (p>0,05). Conclusões: Esse foi o primeiro estudo longitudinal a avaliar a inadequação nutricional de nadadores competitivos em diferentes fases de treinamento. Os atletas não atingiram as recomendações nutricionais preconizadas para cada fase de treinamento nos dois macrociclos. A inadequação observada entre os atletas em relação ao déficit energético bem como em relação ao consumo de carboidrato pode prejudicar o desempenho.Item Afasia Progressiva Primária: um estudo das queixas iniciais e do histórico de dificuldades de aprendizagem(Wagner Wessfll, 2020) Reis, Talita Gallas dos; Beber, Bárbara CostaIntrodução: A Afasia Progressiva Primária (APP) é uma síndrome neurológica caracterizada por prejuízo progressivo da linguagem em função de processos neurodegenerativos. A APP é subdividida em três variantes: semântica, agramatical/não-fluente e logopênica. O diagnóstico diferencial da APP pode ser difícil, pois as características clínicas da doença podem se confundir as de outras condições neurológicas, como a Doença de Alzheimer (DA). A investigação dos sintomas iniciais é imprescindível para o diagnóstico diferencial. Além disso, estudos internacionais sugerem que as dificuldades ou distúrbios de aprendizagem na infância, como a dislexia, podem ser fatores de suscetibilidade para o desenvolvimento da APP na vida adulta. No Brasil, ainda é escassa a produção científica sobre esta doença, e, portanto, estudos nesta população podem ser úteis para rastrear o perfil desses pacientes e fornecer subsídios para o diagnóstico precoce. Objetivo: Verificar os primeiros sintomas de pacientes com APP (estudo 1), bem como investigar a associação entre a APP e o histórico de dificuldades de aprendizagem na infância de pacientes e seus familiares (estudo 2). Método: Este estudo caracteriza-se por ser quantitativo, descritivo e transversal. Participaram 20 indivíduos com APP (variante semântica n = 8, variante não fluente n = 7, variante logopênica n = 3 e casos não classificados n = 2) e 16 indivíduos com DA (n = 16). Em ambos os estudos dessa dissertação as variáveis estudadas foram coletadas através de um questionário em formato de entrevista com o familiar mais próximo do participante, contendo questões sobre: aspectos sódiodemográficos, aspectos clínicos da doença, sintomas iniciais (para o estudo 1), e aspectos da aprendizagem na infância do paciente e de seus filhos (para o estudo 2). Para análise dos dados, foram utilizados os testes qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. O nível de significância utilizado foi de 5%. Resultados: No estudo 1, a análise dos sintomas iniciais da APP e da DA indicou que anomia, parafasias e dificuldades motoras de fala foram sintomas iniciais mais frequentes estatisticamente em pacientes com APP; enquanto a memória foi significativamente mais frequente como sintoma inicial na DA. Também foi observado que a anomia foi mais frequentemente associada à variante semântica, e as dificuldades motoras de fala à variante não fluente. Nenhum sintoma inicial foi relacionado estatisticamente à variante logopênica. No estudo 2, houve ocorrência significativamente maior de evasão escolar entre pessoas com DA, quando comparadas a pessoas com APP; e ocorrência significativamente maior de repetência entre filhos de pessoas com DA quando comparados à APP. Nas demais comparações, não foram observadas diferenças significativas. Conclusão: Os resultados dos dois estudos que compõem essa dissertação de mestrado trazem informações importantes para o diagnóstico diferencial das APPs e para uma melhor compreensão dos fatores de susceptibilidade dessa doença. Os resultados indicaram que alguns sintomas iniciais podem ser exclusivos de cada variante da APP e da DA, colaborando, assim, para o diagnóstico precoce e diferencial das doenças. Por outro lado, a investigação de indicativos de dificuldades de aprendizagem na infância não apresentou associação com APP, mas sim com a DA.Item Aleitamento materno: Relação entre avaliação clínica e auscultação cervical em prematuros(2017) Silva, Patrícia Keitel da; Cardoso, Maria Cristina de Almeida FreitasIntrodução: o aleitamento materno é a forma mais natural e segura de alimentar um recém-nascido (RN) prematuro. Essa recomendação tem sido defendida com base nas propriedades imunológicas, no papel na maturação gastrointestinal, no vínculo mãe-bebê e para melhorar o desempenho neurocomportamental do RN. A observação do aleitamento materno tem sido vista como forma de identificar não só as dificuldades maternas, mas também as dificuldades do bebê em sugar e/ou coordenar sucção, respiração e deglutição, e manter-se estável durante a oferta. A auscultação cervical é um método não invasivo, que consiste em ouvir os sons durante a avaliação clínica da fase faríngea da deglutição e sua interação com a respiração e apneia, através de um instrumento de amplificação, sendo o estetoscópio o mais utilizado. Objetivo: associar os dados encontrados na avaliação clínica do aleitamento materno de prematuros, com os sons captados pela auscultação cervical durante esse momento. Método: estudo observacional e transversal. Após a concordância materna em participar do estudo, foram coletadas informações do RN através do prontuário eletrônico, após, avaliou-se o momento do aleitamento materno com o preenchimento do protocolo de observação e avaliação clínica do aleitamento materno idealizado pela World Health Organization, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para Infância e, concomitantemente, realizou-se auscultação cervical através de um estetoscópio eletrônico. Os sons foram transferidos através do sistema Bluetooth para uma unidade de computador e analisados através do software DeglutiSom®, gerando dados quantitativos (intensidade, pico de frequência, tempo de deglutição e número de deglutições) e visuais. Os dados coletados foram analisados no programa SPSS versão 21.0. As variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio padrão ou mediana e amplitude interquartílica, dependendo da distribuição dos dados. As variáveis categóricas foram descritas por frequências absolutas e relativas. Para avaliar a associação entre as variáveis contínuas e ordinais, os testes da correlação linear de Pearson ou Spearman foram aplicados, respectivamente. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram incluídos 27 prematuros, 55,6% do sexo masculino. A idade gestacional média de 33,3 ± 2,2, a idade gestacional corrigida média de 36,6 ± 1,7. Em relação aos dias de vida os RN apresentaram mediana de 17 (11 – 35). As médias e desvios padrão encontradas para os parâmetros da auscultação cervical foram: pico de frequência 578,7 Hz ± 115,2; intensidade 39,3 dB ± 14,1, números de deglutições de 4,0 ± 1,2 e tempo de deglutição 1,5 segundos ± 0,8. Encontrou-se associação entre um maior tempo de idade gestacional e o tempo de deglutição (r=-0,388; p=0,046), e diminuição da intensidade quanto mais dias o aleitamento materno havia sido iniciado (rs=- 0,404; p=0,037). Não houve associação significativa entre a avaliação clínica do aleitamento materno e os parâmetros acústicos da auscultação cervical durante esse momento (p>0,05). Conclusão: Embora não tenham sido encontradas associações entre os parâmetros da auscultação cervical e a avaliação clínica do aleitamento materno, tem-se que a intensidade dos ruídos da deglutição diminui frente ao maior tempo de liberação do aleitamento e, quanto maior for a idade gestacional menor será o tempo de deglutição.Item Alteração de retorno auditivo para tratamento de gagueira: revisão sistemática e metanálise(Wagner Wessfll, 2021) Buffon, Gabriela; Beber, Bárbara CostaObjetivos: Esta dissertação de mestrado teve como objetivo revisar sistematicamente e analisar a efetividade da Alteração de Retorno Auditivo para a gagueira a curto, médio e longo prazo, originando dois artigos científicos: a) efeito imediato de alteração de retorno auditivo para tratamento da gagueira: uma revisão sistemática e meta análise; e b) efeito a médio e longo prazo da alteração de retorno auditivo para tratamento da gagueira: uma revisão sistemática Métodos: Para esta revisão sistemática e metanálise buscas nas bases MEDLINE, Embase, CENTRAL, LILACS, registros de ensaios clínicos e literatura cinza foram realizadas em agosto de 2021, com filtro de ano de publicação (ano 2000).O seu efeito imediato, a médio e longo prazo foram analisados a partir dos desfechos: frequência das disfluências, naturalidade de fala e satisfação do consumidor. O risco de viés foi avaliado através da ferramenta Robins-i. Dados referentes aos desfechos foram extraídos e o efeito imediato na frequência das disfluências foi avaliado através de metanálise (efeito randômico). Este estudo foi registrado no PROSPERO, número CRD42020161022. Resultados: Dos 1.490 foram avaliados com base no título e resumo, 115 foram analisados com base no texto completo, e 31 foram incluídos no total. Foram incluídos 27 estudos no primeiro artigo, e 20 destes foram incluídos na metanálise. O efeito imediato médio esperado é uma diminuição média de 6.56 pontos percentuais na frequência das disfluências (95% - CI [−8.42; −4.70], I2 = 92%,) em qualquer tarefa de fala. Fatores que parecem estar associados a um maior efeito é a gravidade do distúrbio, sendo que sujeitos com gravidade moderada ou mais tem maior efeito; e a combinação de DAF+FAF. Um fator associado com uma menor resposta é a idade, sendo que crianças e adolescentes não respondem tão bem quanto os adultos. A fala é julgada significativamente mais natural desde o primeiro uso do dispositivo. Foram incluídos 10 estudos no segundo artigo, sendo que o efeito na fluência e na naturalidade de fala observado imediatamente após a adaptação de um dispositivo parece se manter a médio e longo prazo. Ainda, a alguns estudos relatam perceber um carry-over effect em alguma tarefa de fala. Discussão: a diminuição das disfluências na fala é percebida em todas as tarefas de fala, entretanto há grande variabilidade de resposta entre os usuários, sendo que este estudo buscou investigar algumas das possíveis fontes de heterogeneidade. Mesmo com o dispositivo a fala da pessoa que gagueja não é julgada tão natural quanto a fala do sujeito fluente. O efeito carry-over encontrado na maioria dos estudos apresenta-se inconsistente entre as tarefas de fala. A avaliação geral da satisfação do consumidor é positiva. Conclusão: o retorno auditivo atrasado tem efeito positivo na diminuição da frequência das disfluências, melhora na naturalidade de fala e seu efeito parece se manter com uso a médio e longo prazo; e, no geral, os clientes avaliam positivamente sua experiencia com os dispositivos.Item Análise da adesão à fonoterapia pela Escala URICA-VOZ de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde(2018) Silva, Kariny Zencke da; Cassol, MauriceiaA adesão à fonoterapia é de grande importância no processo terapêutico. Um dos fatores para se avaliar é o estágio motivacional para mudança de comportamento. A escala URICA-VOZ permite entender a motivação que o paciente tem em relação à terapia na área de voz e se caracteriza como uma ferramenta clínica no entendimento do funcionamento da adesão do paciente à fonoterapia. O objetivo deste estudo foi analisar o estágio motivacional, utilizando a escala URICA-VOZ em dois momentos diferentes para os mesmos participantes de um programa terapêutico de 12 semanas consecutivas de atendimento. Trata-se de um estudo clínico de caráter longitudinal com mensuração de resultados pré e pós-intervenção, realizado com pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no serviço de Otorrinolaringologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, encaminhados para o Ambulatório de Voz após diagnóstico médico de alteração vocal. A amostra foi composta por 26 participantes com Disfonia Comportamental, sendo 18 mulheres e 8 homens, com idade média de 58,1 anos. A escala URICA-VOZ foi realizada no momento inicial e após 10 sessões de um programa terapêutico. A intervenção fonoaudiológica teve abordagem eclética e enfoque para maior equilíbrio funcional da produção da voz, conhecimentos de higiene e aprimoramento vocal, coordenação pneumofonoarticulatória, com efeitos na ressonância e na projeção vocal. Como resultado verificou-se melhora na adesão à fonoterapia, havendo significância estatística (p-valor = 0,001) nos valores do estágio motivacional, que foram maiores após a intervenção se comparados à primeira aplicação da escala. O maior predomínio dos participantes na primeira aplicação encontrava-se no estágio de pré-contemplação e após no de ação. Seis questões da escala URICA-VOZ apresentaram diferença significativa no momento pós-fonoterapia. Constatou-se que a aplicação desta escala para a prática clínica é fundamental para mensurar o aproveitamento do paciente no processo de terapia de voz, bem como, o momento ideal da alta clínica.Item Análise da Ativação Muscular Através da Eletromiografia Durante Manuseios do Tratamento Neuroevolutivo (Conceito Bobath) em Indivíduos com Paralisia Cerebral Grave(2020-12-16) Paludo, Tatiane; Cechetti, FernandaA quadriparesia espástica é a forma mais grave de paralisia cerebral (PC), em que todos os membros são afetados. Os indivíduos apresentam importante comprometimento no controle motor e de tronco, além de limitações funcionais. Existem diversas abordagens na reabilitação motora de indivíduos com paralisia cerebral, uma das mais utilizadas mundialmente é o Conceito Bobath ou Tratamento Neuroevolutivo. O objetivo deste estudo foi verificar através da eletromiografia a ativação muscular durante alguns manuseios do Conceito Bobath em indivíduos com paralisia cerebral grave. Métodos: Ensaio clínico transversal controlado, quantitativo. Os indivíduos foram avaliados através da eletromiografia para análise da ativação muscular de eretor da espinha (longuíssimo), glúteo médio, reto abdominal e multífido durante diferentes manuseios do Conceito Bobath. Resultados: Foram avaliados 59 indivíduos, sendo 39 com paralisia cerebral quadriparética espástica (GMFCS IV-V) e 20 indivíduos com desenvolvimento motor típico (grupo controle). Os grupos apresentaram homogeneidade de idade e gênero. Identificou-se diferença significativa na ativação dos músculos: eretor da espinha, glúteo médio, reto abdominal e multífido, nos 6 manuseios propostos neste estudo, sendo eles: side-sitting para ajoelhado; decúbito dorsal para decúbito lateral no solo, decúbito ventral para decúbito lateral no rolo, “sentado a cavalo” no rolo, sedestação no rolo com membros inferiores para frente, estímulo proprioceptivo em sedestação na bola suíça. Conclusão: Ao se comparar os manuseios entre si, identificou-se que glúteo médio e multífido foram os músculos mais ativados nos manuseios side-sitting para ajoelhado e em sedestação na bola suíça. Porém, os resultados demostram que todos os manuseios do Conceito Bobath analisados nesta pesquisa foram eficazes para a ativação muscular de eretor da espinha (longuíssimo), glúteo médio, reto abdominal e multífido em indivíduos com quadriparesia espástica grave.Item Análise da Musculatura Paravertebral em Indivíduos com Doença de Parkinson Leve a Moderada: um Estudo Transversal(2022-04-07) Mattos, Brenda Tubelo Pereira de; Cechetti, Fernanda; Martinez, Flávia GomesA doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, progressiva e crônica, causadora de uma série de sintomas motores que prejudicam diretamente as atividades de vida diária dos indivíduos acometidos por esta patologia, como por exemplo a instabilidade postural. Compreender o controle postural através de uma avaliação profunda dos principais músculos envolvidos neste processo é de suma importância para os pesquisadores da área e profissionais que lidam diretamente com esta população. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a musculatura paravertebral de indivíduos com doença de Parkinson leve a moderada em relação à sua composição e força muscular quando comparado a idosos saudáveis. Este estudo avaliou 16 sujeitos, sendo 8 no grupo com DP leve a moderada e8 idosos saudáveis. Os indivíduos com DP foram avaliados pela Escala Modificada Hoehn & Yahr (H&Y), pela Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson exame motor (UPDRS III) e pelo Questionário da Doença de Parkinson (PDQ-39). Além destas avaliações, os dois grupos foram avaliados por meio do Timed Up and Go Test (TUG), Medidas de Ultrassom (US) da musculatura paravertebral, Teste de Força Máxima dos extensores de coluna através do Dinamômetro Isocinético e Eletromiografia (EMG) dos músculos paravertebrais. Os resultados revelaram que o grupo de indivíduos com DP apresentam menor produção de força na musculatura paravertebral quando comparados ao grupo de idosos saudáveis. Estas diferenças foram significativas na fase inicial de extensão de tronco (RTD Early), no Pico de Torque (PT) e na capacidade de produzir força rapidamente(RTD pico). Entretanto, não foram encontradas diferenças significativas na EMG e na US. Com estes resultados, conclui-se que indivíduos com doença de Parkinson leve a moderada, apresentam valores significativamente menores na produção inicial e manutenção da força em relação aos idosos saudáveis, mesmo sem apresentar danos aparentes quanto à composição muscular dos músculos paravertebrais. Demonstrando que estes valores podem interferir negativamente no controle postural, uma característica típica da DP.Item Análise do controle postural estático em diferentes condições visuais e durante teste de dupla tarefa em idosas com e sem histórico de quedas(2014) Ribeiro, Joane Severo; Rosa, Luis Henrique Telles da; Silva, Marcelo FariaNo Brasil, dados preliminares do censo demográfico de 2010 evidenciaram o alargamento do topo da pirâmide etária, junto a isso vem a preocupação com a qualidade de vida dessa população. Visto que o processo de envelhecimento tem associado a ele alterações fisiológicas, que podem predispor tal população a quedas, o presente estudo analisa e compara o controle postural de mulheres idosas com e sem histórico de quedas, em diferentes condições visuais e durante teste de dupla tarefa cognitiva e visual. Trata-se de um estudo transversal realizado com 30 mulheres idosas 67±6 anos, divididas em dois grupos: grupo 1 que sofreram ao menos uma queda no último ano e grupo 2 que não caíram no último ano. A análise do controle postural foi realizada utilizando-se uma plataforma de força para a obtenção dos dados referentes ao centro de pressão (COP) e um sistema de cinemetria para a obtenção dos dados de centro de massa (CM). As idosas foram avaliadas nas situações: olhos abertos, olhos abertos com supressão da visão de 50%, olhos fechados e teste de dupla tarefa stroop color. Os dados foram analisados utilizando-se o programa estatístico SPSS 13.0. A normalidade foi verificada através do teste de Shapiro-Wilk e após, realizado teste t de Student para dados paramétricos e U de Mann Whitney para dados não paramétricos. Os resultados apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre idosas com e sem relato de quedas nas situações de olhos abertos com supressão da visão em 50% (p<0,05 nas variáveis CMml e CMvel ; p<0,01 para CMelp ), e com olhos fechados (p<0,05 nas variáveis COPml, CMml, COPelp, CMvel ; p<0,01 para CMelp). Na situação de execução de dupla os resultados apresentaram diferença estatística significativa (p<0,01 para todas as variáveis; exceto COPvel ). Concluiu-se que as mulheres idosas com relato de pelo menos uma queda no último ano apresentaram um pior desempenho do controle postural estático com redução da capacidade visual. Tal desempenho é agravado quando as idosas necessitam realizar tarefas concomitantes (teste de dupla tarefa stroop color) sugerindo um maior risco de queda nessa situação.Item Análise do efeito da terapia de alto fluxo em pacientes hipercápnicos dependentes de suplementação de oxigênio. Um estudo transversal.(2023-05-12) Silva, Vanessa Gonçalves da; Lago, Pedro DalIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem sido uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo. Sua forma de apresentação varia em pacientes hipoxêmicos com ou sem hipercapnia, sendo a insuficiência respiratória hipercápnica uma condição associada a um risco aumentado de desfechos desfavoráveis para este grupo. Baseado na necessidade de utilização da oxigenoterapia por pacientes com DPOC e hipercápnicos, estudos sobre forma de administração de oxigênio precisam ser desenvolvidos visando a forma mais segura deadministrar a oxigenoterapia sem prejuízo ao paciente no que diz respeito à piora da retenção de CO2 em decorrência do uso indiscriminado de oxigênio. Objetivo: Avaliar se o uso de oxigenoterapia por cânula nasal de alto fluxo (CNAF) produz alterações gasométricas consideráveis na pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2) em indivíduos DPOC hipercápnicos e dependentes de suplementação de oxigênio. Métodos: Foram incluídos no estudo pacientes com DPOC e hipercápnicos que utilizam a forma convencional de administração de oxigênio por cateter nasal (CN), óculos nasal (ON) ou máscara de Hudson (MH) e CNAF. Foram coletados dados de gênero, idade, pO2 inicial e final após 24h, pCO2 inicial e final após 24h, pH inicial e final após 24h (uso de ON, MH e CNAF). O estudo foi composto por um grupo denominado alto fluxo que fez uso do CNAF durante o período da internação e um grupo denominado oxigenoterapia convencional que utilizou somente as formas convencionais de oxigenoterapia (ON e MH), sendo os dados gasométricos avaliados em ambos os grupos na admissão no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e vinte e quatro horas após. O desfecho principal foi a pCO2 avaliada pré e pós oxigenioterapia por meio da gasometria arterial. Resultados: A amostra estudada foi de 52 pacientes sendo 26 homens e 26 mulheres com idade média de 72 anos. Na amostra, as principais comorbidades predominantes foram a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a diabetes mellitus (DM) com maior incidência nos pacientes do grupo alto fluxo. A pO2 apresentou diferença significativa entre os grupos, visto que no grupo alto fluxo a pO2 foi aproximadamente 22 mmHg mais alta que no grupo oxigenoterapia convencional (85,8 ± 15,7; 107,7 ± 30,7; p= 0,004). Já com relação à análise da pCO2 após 24h da admissão, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (48,8 ± 9,9). Conclusão: o uso do CNAF não reduziu a pCO2 em pacientes com DPOC e hipercápnicos que necessitam de suplementação de oxigênio, no entanto, seu efeito sobre os desfechos clínicos ainda permanece incerto, pois ainda não existem muitos estudos acerca dos desfechos a longo prazo.Item Análise do prejuízo cognitivo na doença de Parkinson e da influência de características clínicas e demográficas(2015) Cordeiro, Juliana de Lima; Oliveira Júnior, Alcyr Alves de; Rieder, Carlos Roberto de MelloO prejuízo cognitivo é uma manifestação não-motora comum na Doença de Parkinson (DP) e seu mecanismo patológico não é totalmente conhecido. Como os pacientes apresentam diferenças nas características clínicas da doença e na ocorrência e evolução do prejuízo cognitivo, a identificação de fatores que possam estar associados ao prejuízo cognitivo na DP torna-se de fundamental importância, já que este constitui um importante fator de risco para o desenvolvimento de demência. O objetivo deste trabalho foi identificar características clínicas e demográficas associadas ao prejuízo cognitivo em pacientes com DP. Uma coorte de 79 pacientes com DP foi acompanhada por 5 anos em mediana, no ambulatório de distúrbios do movimento do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os sujeitos foram classificados em subtipos motores (tremor ou instabilidade postural e distúrbio da marcha) a partir do Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS). A função cognitiva global da coorte foi analisada através da aplicação do Mini-Mental State Examination (MMSE) no início e ao final do estudo, e do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) ao final do período de seguimento. A severidade da DP e a estabilidade postural foram avaliadas através da escala de Hoehn e Yahr (H&Y) e do Pull Test, respectivamente. Os resultados indicam que houve decréscimo significativo na pontuação do MMSE (P<0.001), do H&Y (P=0.001) e do Pull Test (P<0.001). As variáveis associadas de forma independente com o declínio cognitivo foram o tempo de doença (b=-0,13; IC 95%: -0,26 a -0,01; p=0,035) e o tempo de seguimento (b=-0,56; IC 95%: -0,95 a -0,17; p=0,006). Ao final do seguimento, 79,2% dos pacientes apresentaram prejuízo cognitivo através da aplicação do MMSE e 93,7% através do MoCA. Foram relacionados com uma pior performance cognitiva: a idade avançada, sexo feminino, maior duração da doença, baixo nível educacional, idade avançada no início da doença, instabilidade postural e severidade da doença no momento da última avaliação, presença de alucinações e subtipo motor caracterizado por instabilidade postural e distúrbio da marcha. Na análise de regressão linear multivariada, a severidade da doença foi independentemente associada com a performance no MMSE (b=1.94; IC 95%: -3.85 a -0.03; p=0.047), e o sexo masculino e o nível educacional foram associados com a performance no MoCA (b=4,40; IC 95%: 1,02 a 7,78; p=0.013 e b=0,87; IC 95%: 0,30 a 1.43; p=0.004, respectivamente). A identificação de características que carregam maior risco de disfunção cognitiva leva à possibilidade de se alcançar uma inferência sobre o risco de deterioração cognitiva no curso da DP e pode ajudar na escolha da melhor opção terapêutica.Item Análise dos fatores determinantes da capacidade funcional de idosos residentes na comunidade(2012) Boggio, Elenice da Silveira Bissigo; Rosa, Luis Henrique Telles da; Faria, MarceloO envelhecimento populacional brasileiro é uma realidade e provoca novas demandas na área da saúde do idoso. Neste contexto, saúde não significa mais a ausência de doenças e, sim, a manutenção da capacidade funcional. Objetivos: Verificar o grau de independência funcional de idosos residentes em uma área adscrita da vila do IAPI (Instituto de Assistência e Previdência dos Industriários) em Porto Alegre e correlacionar o grau de independência funcional com variáveis demográficas, de saúde e de apoio social. Métodos: Se trata de um estudo transversal, de base populacional, em que os dados foram obtidos através de visitas domiciliares. A amostra foi avaliada com as escalas de Katz e Lawton, e o nível de atividade física, pelo IPAQ – versão 6. Os dados foram analisados pelo SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 17.0, por meio de análises bivariada e multivariada pela Regressão de Poisson hierárquica. Resultados: Foram entrevistados 401 idosos, sendo que 66,3 % classificados como independentes nas atividades básicas e instrumentais de vida diária (ABVDs e AIVDs). Os fatores associados à independência funcional foram: ocupação (RP= 1,18), idade (RP=0,97), ser ativo ou muito ativo fisicamente (IPAQ) (RP=6,86) e participar de grupos de apoio (RP=1,21). A depressão associou-se negativamente com a independência funcional (RP= 0,77). Conclusões: O estudo mostrou que a independência funcional esteve relacionada a: ter menos idade, ter atividade remunerada, participar em grupos de convivência e ser ativo fisicamente.Item Análise eletromiográfica de músculos cervicais e de tronco superior mediante posturas de facilitação do controle de cabeça em crianças com paralisia cerebral - abordagem segundo o conceito neuroevolutivo Bobath(2014) Simon, Anelise de Saldanha; Pagnussat, Aline de SouzaA Paralisia Cerebral (PC) é um distúrbio caracterizado por alterações no desenvolvimento do movimento e da postura, decorrentes de uma lesão cerebral não progressiva durante o desenvolvimento fetal ou infantil. Resulta em uma variedade de problemas sensóriomotores, ocasionando atraso ou distúrbio no desenvolvimento neuropsicomotor. O desenvolvimento do controle de cabeça é a aquisição motora mais básica no processo neuroevolutivo e depende da capacidade de integrar aferências vestibulares e proprioceptivas ao comando motor eferente das vias ventro-mediais de controle postural. O Conceito Neuroevolutivo Bobath agrupa técnicas de inibição, estimulação e facilitação como estratégias para resolução de problemas funcionais, focando na recuperação sensório-motora dos segmentos corporais acometidos, em oposição às compensações de movimento. O objetivo deste trabalho foi verificar a atividade eletromiográfica de músculos envolvidos no controle de cabeça, mediante duas posturas amplamente utilizadas como estratégia de facilitação do controle de cabeça, em crianças com diagnóstico de PC. Tratou-se de um ensaio clínico do tipo sequencial (crossover), no qual 31 crianças com diagnóstico clínico de PC quadriplégica e classificação em nível de IV a V na escala de avaliação da função motora Gross Motor Function Classification System (GMFCS), foram submetidas a dois manuseios para facilitação do controle de cabeça. O manuseio facilitarório foi realizado utilizando a articulação do quadril, ponto-chave de controle amplamente utilizado pelo método Bobath, nas posturas em decúbitos lateral e ventral, averiguando seus efeitos no incremento da atividade eletromiográfica de músculos cervicais e de tronco superior nos planos sagital, frontal e transverso. A captura dos sinais foi realizada ao nível da quarta vértebra cervical (C4) na musculatura paraespinhal, ao nível da décima vértebra torácica (T10) na musculatura paraespinhal e no músculo esternocleidomastóide (ECM). Os resultados demonstraram aumento da ativação muscular no sinal eletromiográfico de superfície (EMG) nos três pontos testados [C4 (P< 0.001), T10 (P< 0.001) and ECM (P= 0.02)] quando o manuseio foi realizado em decúbito lateral. O sinal EMG apresentou maior aumento ao nível de C4 em decúbito lateral, quando comparado ao decúbito ventral. No decúbito ventral na cunha, com manuseio do mesmo ponto-chave, houve aumento significativo da atividade EMG nos níveis T10 e ECM (P= 0.018 e P= 0.004, respectivamente), mas o mesmo não foi evidenciado na região do extensor cervical (C4 P= 0.38). A principal conclusão desta pesquisa foi que as duas posturas e manuseios, utilizando o ponto-chave de quadril, podem facilitar a ativação muscular cervical e ao nível de tronco superior, sendo o decúbito lateral, a melhor alternativa. Portanto, este manuseio facilitatório, baseado no Conceito Bobath, pode proporcionar à criança com sequelas sensório-motoras da PC, oportunidades positivas de controle de cabeça.Item Análise eletromiográfica de músculos utilizados na marcha de pacientes com lesão medular em duas diferentes modalidades de treino com Suporte de peso corporal(2016) Borin, Jéssica Saccol; Cechetti, FernandaIntrodução: A lesão da medula espinhal é um dos mais graves acometimentos que pode afetar o ser humano e com enorme repercussão física, psíquica e social. Chamamos de lesão medular (LM) toda injúria às estruturas contidas no canal medular (medula, cone medular e cauda equina), podendo levar a alterações motoras, sensitivas, autonômicas e psicoafetivas. Para muitos pacientes, a deficiência persistente mais visível é a incapacidade de caminhar ou uma marcha parética lenta, com alto custo de energia. O treino de marcha com suporte de peso corporal (TMSPC) tem sido proposto como uma alternativa para a reabilitação de pessoas com LM, com o intuito de desenvolver ao máximo o potencial residual do organismo e auxiliar a reintegração na convivência familiar, profissional e social, e, tem sido utilizada de duas maneiras diferentes: na esteira e no andador em piso fixo. Objetivo: Comparar através do sinal eletromiográfico (EMG) os níveis de ativação muscular dos principais músculos envolvidos na marcha durante a deambulação com suporte de peso corporal na esteira e no andador em piso fixo em pacientes lesados medulares incompletos. Metodologia: Tratou-se de um estudo transversal, no qual 11 pacientes lesados medulares incompletos foram submetidos a duas modalidades de treino de marcha com suporte de peso corporal, a primeira na esteira (em duas diferentes velocidades: 1 e 4km/h) e a segunda no andador em piso fixo. Foi realizada a aquisição do EMG nos músculos reto femoral (RF), vasto medial (VM), vasto lateral (VL) e glúteo máximo (GM). Resultados: Houve uma maior ativação muscular de todos os músculos analisados no treino na esteira quando comparado ao treino em andador, tanto a 4 km/h (RF: p=0,00), (VM: p=0,00), (VL: p=0,00) e (GM: p=0,00), como a 1km/h (RF: p=0,00), (VM: p=0,00), (VL: p=0,00) e (GM: p=0,00). Quando comparado as duas modalidades de treino na esteira, a 4 e 1km/h, não houve diferença estatisticamente significativa entre elas (RF: p=0,36), (VM: p=1,00), (VL: p=1,00) e (GM: p=0,16). Conclusão: A principal conclusão desta pesquisa foi que o treino de marcha com suporte de peso corporal ativou mais a musculatura dos músculos envolvidos na marcha no treino na esteira em relação ao treino no andador em piso fixo em pacientes com LM incompleta. A ativação muscular mostrou-se independente da velocidade da esteira. Portanto, o treino de marcha com suporte de peso corporal na esteira pode proporcionar ao paciente lesado medular incompleto um melhor desempenho no treino locomotor.Item Análise videofluoroscópica dos movimentos laríngeos durante a deglutição e seu impacto sobre a proteção das vias aéreas(2014) Silva, Michele Rocha da; Cardoso, Maria Cristina de Almeida FreitasIntrodução: A deglutição que é um ato essencial para a nutrição e hidratação do organismo é realizada através de uma coordenada sequência de eventos neuromusculares complexos e encadeados, que demanda uma coordenação precisa entre suas fases, o que favorecerá a deglutição sem haja entrada de conteúdo alimentar e ou salivar nas vias aéreas. Objetivo: Este estudo objetiva analisar os movimentos laríngeos durante a deglutição e verificar seu impacto sobre a proteção das vias aéreas. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo de analise de banco de imagens, a partir da correlação de dois avaliadores, cujo fator em estudo são os movimentos da laringe durante a deglutição e o desfecho a qualidade da proteção das vias aéreas. Metodologia: Foram analisados 52 exames de videofluoroscopia da deglutição, sendo 26 sujeitos do gênero masculino e 26 do gênero feminino e com média de idade de 76 anos, realizados no período de um ano no Hospital Moinhos de Vento - RS, onde dois avaliadores independentes julgaram sobre os movimentos laríngeos durante a deglutição, presença de disfagia e a qualidade de proteção da vias aéreas, nas consistências líquido e pastoso. Resultados: Foi encontrada concordância entre os avaliadores em todas as análises realizadas. Dentre os movimentos laríngeos, que tiveram significância estatística, as inadequações de elevação e anteriorização da laringe demonstraram maior prejuízo para a proteção das vias aéreas, sendo essas: a ausência de anteriorização, redução da elevação além das elevações incompletas e repetidas da laringe. Conclusão: O impacto da ausência e das inadequações dos movimentos laríngeos de elevação e anteriorização são de interferência no processo da deglutição, e promovem a ocorrência de penetração laríngea e aspiração traqueal.Item Aspectos motores e funcionais imediatamente após alta da Unidade de Terapia Intensiva(2016) Souza, Fernanda Vargas de; Teixeira, CassianoObjetivo: Avaliar os aspectos motores e funcionais dos pacientes imediatamente após a alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Métodos: Estudo transversal. Foram avaliados todos os pacientes que receberam alta da UTI, admitidos de maio de 2013 a abril de 2014. Na primeira semana após a alta da UTI foram avaliados os aspectos motores e funcionais por meio do Teste de Velocidade de Marcha, Teste de Força Muscular - escore MRC, Escalas de Barthel modificada e Karnofsky. Resultados: Nos 230 pacientes incluídos no estudo, somente 25,6% deambulavam sem auxílio. A escala de Barthel modificada indicou aumento do grau de dependência após a alta da UTI em todos os grupos, enquanto a escala de Karnofsky demonstrou piora da capacidade funcional após alta. A idade, o número de dias em ventilação mecânica e os achados do Teste de Velocidade de Marcha demonstraram ser os fatores independentes de piora da condição funcional após alta da UTI (p<0,0001). Conclusão: Os dados deste estudo demonstraram que poucos pacientes são capazes de deambular sem auxílio após alta da UTI, aumentou o grau de dependência e piorou a capacidade funcional.Item Associação da cânula nasal de alto fluxo e posição prona em pacientes acordados com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica por Covid-19: um estudo retrospectivo(2023-08-28) Weigert, Renata Monteiro; Teixeira, Cassiano; Forgiarini Junior, Luiz AlbertoIntrodução: A terapia de cânula nasal de alto fluxo (CNAF) é uma alternativa de suporte ventilatório para os casos de insuficiência respiratória aguda (IRA) do tipo hipoxêmica e foi amplamente utilizada durante a pandemia da COVID-19. Já a posição prona melhora a hipoxemia, bem como a relação ventilação/perfusão por meio do recrutamento alveolar. Objetivo: Avaliar a eficácia da combinação da CNAF e da posição prona no tratamento de pacientes acordados com IRA hipoxêmica por COVID-19. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, realizado entre o período de agosto de 2020 a agosto de 2021. Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, com IRA hipoxêmica por COVID-19 que utilizaram CNAF associados ou não ao posicionamento de prona acordada. Os desfechos principais analisados foram a necessidade de ventilação mecânica invasiva (VM) e a mortalidade hospitalar. Resultados: Dos 1.125 pacientes admitidos na UTI adulta, 300 utilizaram CNAF. Destes, 182 pacientes realizaram a posição prona e 118 não toleraram a posição. Os pacientes que toleraram a posição prona acordada apresentaram menor necessidade de VM (29,1% vs 52,5%, p<0,001) e menor mortalidade (15,9% vs 29,7%, p=0,005), comparados ao grupo que não tolerou a posição prona acordada. Os pacientes com idade ≥70 anos apresentaram maior chance de VM (HR 3,36 [1,35–8,34], p=0,009) e o ROX índex 6 horas foi preditor independente de mortalidade [HR= 0,79; IC95% (0,64-0,98), p=0,03]. O tempo mediano de sobrevida no grupo que não tolerou a prona foi de 22 dias (IC95%= 20,3-23,7) e no grupo que tolerou foi de 23 dias (IC95%= 20,8-25,1). Conclusão: Em pacientes acordados com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica por COVID-19 dependentes de CNAF, a tolerância à posição prona reduz a necessidade de suporte ventilatório invasivo e a mortalidade hospitalar.Item Associação entre a auscultação cervical e eletromiografia na fase faríngea da deglutição(2017) Nunes, Eveline de Lima; Cardoso, Maria Cristina de Almeida FreitasEste estudo teve como objetivo associar os dados acústicos da auscultação cervical com a atividade elétrica dos músculos envolvidos na fase faríngea da deglutição sem transtornos. Trata-se de um estudo observacional e transversal que envolve uma abordagem quantitativa e foi aprovado em 15/01/16 pelo CEP / UFSCPA (número 1.389.050). Todos os participantes do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Por meio da deglutição de 90 ml de água, foi avaliada a fase faríngea da deglutição com auscultação e eletromiografia de superfície. Os valores da auscultação foram transferidos para o software DeglutiSom® e as medidas de duração e amplitude da atividade eletromiográfica, durante as deglutições, foram feitas pelo EMGs Miotec®. O nível de significância adotado foi de 5%. Cinquenta e sete mulheres adultas participaram deste estudo. A idade média foi de 23,4 anos. Constatamos que quanto maior a frequência média do pico da auscultação, menor era a média dos picos da musculatura supra-hioidea e quanto maior a intensidade da auscultação, maior o pico, bem como a média dos picos da musculatura supra-hioidea. Foi possível evidenciar que o pico da atividade muscular da região supra-hioidea foi significativamente maior do que o pico da atividade muscular da região infra-hioidea para a deglutição de 90 ml de água ininterruptos. Concluímos que os parâmetros acústicos de deglutição são associados à atividade elétrica dos músculos envolvidos na fase faríngea da deglutição.Item Associação entre a Disfagia Orofaríngea e a Frequência de Exacerbações na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica(2017) Fávero, Samara Regina; Cardoso, Maria Cristina de Almeida FreitasAs doenças respiratórias crônicas representam um dos maiores problemas de saúde pública, pois interferem na capacidade física gerando grande impacto socioeconômico e na qualidade de vida e atualmente estão entre as principais causas de internação hospitalar. Pacientes com alterações respiratórias podem apresentar risco para aspiração, uma vez que a modificação no padrão respiratório pode alterar a sincronia entre a respiração e a deglutição, fundamental para a proteção da via aérea inferior. A coordenação entre a respiração e a deglutição é de suma importância para os pacientes acometidos com DPOC, pois os episódios de aspiração traqueal decorrentes dos transtornos da deglutição podem levar a uma exacerbação da doença, complicando para o quadro clínico. Pacientes que apresentam duas ou mais exacerbações no último ano ou uma que demandou internação hospitalar são definidos como fenótipo exacerbador. O objetivo da pesquisa foi verificar a ocorrência de associação entre a Disfagia Orofaríngea e a frequência de exacerbações na DPOC. Métodos: Estudo transversal analítico para o qual foram recrutados pacientes com DPOC em estado estável que realizavam acompanhamento ambulatorial no serviço de pneumologia do Hospital Pavilhão Pereira Filho. Pacientes com diagnóstico de DPOC pelos critérios do GOLD (VEF1/CVF <0,7 pós-broncodilatador) que aceitaram participar da pesquisa, responderam a um questionário de auto avaliação para risco de disfagia, realizaram uma avaliação clínica e uma avaliação instrumental, por meio do exame de Videofluoroscopia da deglutição. A aprovação deu-se sob parecer no 1.541.638. Resultados: Vinte e sete pacientes com diagnóstico de DPOC responderam o questionário de auto avaliação do risco de disfagia e realizaram a avaliação clínica da deglutição. Dezoito (66,7%) pacientes foram submetidos à avaliação instrumental por meio do Exame de Videofluoroscopia da deglutição. A média de idade dos pacientes avaliados foi de 62,7 anos sendo a maioria mulheres (63%) e mais da metade dos pacientes (70,4%) apresentaram fenótipo exacerbador. Observou-se associação significativa (p=0,039) entre os pacientes com diagnóstico de disfagia e o número de exacerbações no último ano. Conclusão: A presença da disfagia deve ser considerada naqueles pacientes que experimentam exacerbações agudas recorrentes da DPOC. As características da deglutição nessa população com fenótipo exacerbador necessitam de maiores esclarecimentos para diminuir o número de exacerbações de DPOC proporcionando uma melhor qualidade de vida.