PPGCR - Dissertações
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Item Avaliação da influência da dupla tarefa na cognição, na marcha e no equilíbrio em indivíduos com Doenças Respiratórias Crônicas(2025-08-28) Silva, Bruna Cervenski Dornelles da; Cechetti, Fernanda; Bonetti, Leandro Viçosa; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoAs doenças respiratórias crônicas (DRC’s) afetam a qualidade de vida e a capacidade funcional dos indivíduos. As tarefas funcionais mais afetadas são a cognição, a marcha e o equilíbrio, sendo ainda mais comprometidas quando associadas à dupla tarefa (DT), diminuindo a autonomia dessa população. Dessa forma, o objetivo do estudo foi analisar as principais alterações da cognição, das variáveis espaço-temporais da marcha e do equilíbrio em indivíduos com DRC’s durante a realização de atividades simples e de dupla tarefa. Participaram do estudo observacional transversal 69 participantes, 37 que possuíam o diagnóstico clínico de DRC’s (GDRC) e 32 sem diagnóstico de DRC’s formando o grupo referência (GR). Na análise das tarefas cognitivas foram utilizadas a contagem regressiva de 3 em 3 e leitura no celular. A marcha e o equilíbrio foram avaliados através do Acelerômetro e Giroscópio BAIOBIT. Os parâmetros espaço-temporais da marcha analisados foram à velocidade, a cadência, o comprimento da passada e do passo e tempo do passo dos membros inferiores direito e esquerdo. Na avaliação do equilíbrio foram avaliados o ângulo de oscilação, a oscilação ântero-posterior e latero-lateral, a área de elipse, a velocidade de oscilação e o índice de equilíbrio. Após, a tarefa cognitiva foi realizada juntamente com a tarefa motora da marcha e do equilíbrio, caracterizando uma atividade de DT. Como resultado, o GRDC teve pior desempenho nos testes cognitivos em relação ao GR, porém na análise intragrupos não houve resultado significativo na tarefa cognitiva associada a funções motoras. Entretanto, observa-se uma tendência de piora na leitura do celular em ambos os grupos. Da mesma maneira, foi observado que indivíduos com DRC´s apresentam piores parâmetros da marcha, principalmente na velocidade, cadência e tempo de passo em relação ao GR. O mesmo ocorreu no equilíbrio bipodal com piora em todos os parâmetros analisados. Em relação as DTs, o grupo sem DRC’s apresentou piora tanto do equilíbrio como na marcha associado principalmente a tarefa com o celular, já os pneumopatas apresentaram nitidamente uma tendência de piores resultados, mas sem significância estatística, mas com forte correlação evidenciada através do Mapa de calor, que demonstrou que quanto maior a dispneia percebida pelos indivíduos, maior a dificuldade apresentada para realizar atividades simultâneas. Dessa forma, podemos concluir que indivíduos com patologias pulmonares crônicas apresentam maiores déficits de cognição, equilíbrio e marcha quando comparados a indivíduos sem a patologia, bem como valores influenciados pela introdução da dupla tarefa, principalmente a tarefa de leitura simultânea no celular, fortemente relacionada com o grau de dispneia apresentado.Item Avaliação da fragilidade em pessoas idosas que vivem na comunidade(2025-09-22) Carvalho, Murilo Santos de; Rosa, Luís Henrique Telles da; Costa, Juvenal Soares Dias da; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A fragilidade é uma síndrome que compromete a qualidade de vida e a autonomia de pessoas idosas, elevando o risco de quedas, hospitalizações e mortalidade. Sua avaliação é essencial para identificar indivíduos em maior risco e orientar intervenções preventivas que favoreçam um envelhecimento ativo. Este estudo buscou comparar dois instrumentos na determinação da prevalência da Síndrome da Fragilidade em idosos comunitários, analisar fatores associados e estimar a aplicabilidade de testes funcionais no rastreio. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, realizado com 323 idosos residentes na comunidade. Aplicou-se questionário clínico e sociodemográfico, além dos instrumentos Frail Scale (FS) e Edmonton Frail Scale (EFS). Foram realizadas análises descritivas, Qui-Quadrado de Pearson, regressão de Poisson e curvas ROC utilizando o SPSS e Stata. Resultados: A prevalência encontrada foi de 42,1% pela FS e 46,2% pela EFS, revelando diferenças entre os instrumentos. Houve associação significativa entre fragilidade e idade, autopercepção de saúde, polifarmácia, quedas e consultas médicas. Testes funcionais, como a Velocidade da Marcha de 6 metros (VM6m) e o Timed Up & Go Test (TUG), mostraram potencial para rastreio da condição. Conclusão: Os achados reforçam a necessidade de utilizar instrumentos adequados para a avaliação da fragilidade de modo a subsidiar intervenções direcionadas à prevenção, monitoramento e cuidado integral da população idosa.Item Arquitetura do quadríceps e sua associação com força muscular e capacidade funcional em pacientes com Insuficiência Cardíaca(2025-04-30) Santos, Victoria Figueiredo Leivas dos; Dal Lago, Pedro; Eibel, Bruna; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoA insuficiência cardíaca (IC) é uma condição crônica que compromete a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes. A arquitetura muscular do quadríceps tem sido investigada como um possível preditor do desempenho funcional, porém sua relação com a funcionalidade em pacientes com IC ainda não está completamente esclarecida. Este estudo transversal incluiu 40 pacientes com IC atendidos no ambulatório do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Foram avaliados os testes funcionais: teste de caminhada de 6 minutos (T6’), timed up and go (TUG), e teste de sentar e levantar (TSL); a força muscular por dinamometria de preensão palmar (FPP) e tração do quadríceps (FTQ); além da arquitetura muscular do quadríceps por ultrassonografia. A qualidade de vida foi medida pelo Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ). A média de idade foi 52,1 ± 13,4 anos, sendo 75 % do sexo masculino. O T6’ apresentou correlação negativa com a qualidade de vida (r = -0,442, p = 0,007) e positiva com a FPP (r = 0,436, p = 0,005). O TSL correlacionou-se positivamente com a qualidade de vida (r = 0,463, p = 0,003) e negativamente com a FPP (r = -0,400, p = 0,011). A espessura e o volume do quadríceps se correlacionaram positivamente com a FTQ (r = 0,393, p = 0,012 e r = 0,461, p = 0,003, respectivamente), porém não apresentaram associação com os testes funcionais. Conclui-se que os testes de funcionalidade estão associados à qualidade de vida, força de preensão palmar e força isométrica do quadríceps, mas os parâmetros ecográficos não se correlacionam com o desempenho funcional dos pacientes.Item Validação de uma proposta de Diário Alimentar Infantil(2022-08-19) Vargas, Catia de Lapuça; Cardoso, Maria Cristina de Almeida Freitas; Barbosa, Lisiane de Rosa; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Os distúrbios da alimentação e da deglutição pediátrica são variáveis e podem incluir incoordenação da sucção, disfunção da fase faríngea, desconforto respiratório, doença do refluxo gastroesofágico, comprometimento nutricional, atrasos motores orais, recusa alimentar ou seletividade, atraso na transição ou recusa em consumir texturas ou alimentos sólidos adequados ao desenvolvimento, dentre outros. Essas dificuldades podem aparecer em qualquer fase do desenvolvimento da infância. Na área da nutrição, têm-se inquéritos que acompanham a alimentação da criança, com objetivos de quantificar e observar os hábitos alimentares, com a finalidade de implantar programas de educação alimentar. A fonoaudiologia não oferece um diário em que possa ser anotada a rotina diária da criança para acompanhar de forma quantitativa o desenvolvimento alimentar. Objetivo: Validar uma proposta de um diário alimentar infantil. Método: Estudo de caráter conceitual, de validação de conteúdo, iniciado por uma revisão sistemática da literatura, quanto aos inquéritos nutricionais junto à população em estudo. Complementado pela construção dos itens de inserção da proposta do Diário Alimentar Infantil e da escala da análise de conteúdo dos avaliadores especialistas da área e leigos. Resultados: Tanto o júri de experts quanto o júri de leigos concordam que existe necessidade do diário para acompanhamento da evolução alimentar. Somente 3 itens/questões não atingiram o Índice de Validade de Conteúdo – IVC de 80%; essas questões foram reformuladas. Conclusão: foi considerado que a validação da proposta do diário alimentar é importante para o acompanhamento da introdução alimentar e/ou das dificuldades alimentares e, também, para a comunicação interdisciplinar entre os profissionais.Item Validade e precisão diagnóstica de quatro testes isométricos com dinamômetro portátil para avaliação da força dos isquiotibiais(2024-12-20) Capaverde, Vinicius de Borba; Baroni, Bruno Manfredini; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A avaliação da força muscular, especialmente dos músculos isquiotibiais, é fundamental na reabilitação de lesões e na prevenção de futuras ocorrências. Os dinamômetros isocinéticos são o padrão-ouro para medir a força muscular, mas apresentam limitações de custo e portabilidade, tornando os dinamômetros manuais (HHD) uma alternativa viável. Este estudo investiga a validade e precisão diagnóstica de quatro testes isométricos com HHD em comparação ao dinamômetro isocinético para detectar assimetrias de força nos membros inferiores. Métodos: O estudo transversal incluiu 30 homens ativos que completaram sessões de teste de força máxima em dois dias separados: uma sessão com dinamômetro isocinético e outra com dinamômetro manual. Os participantes foram avaliados em quatro posições de teste isométrico com o HHD: posição A (prono com joelho a 90º), posição B (prono com joelho a 30º), posição C (supino com joelho a 90º) e posição D (sentado com joelho a 90º). A ordem dos testes foi aleatória. A força, o torque e o índice de simetria de membros (LSI) foram comparados entre os testes usando ANOVA e o coeficiente de correlação de Pearson ou Spearman. A precisão diagnóstica dos testes HHD foi calculada para detectar assimetrias de força maiores que 10% em comparação com os testes isocinéticos. Resultados: As posições C e D do HHD mostraram melhor correlação com os torques concêntricos e excêntricos do dinamômetro isocinético. No entanto, todas as correlações foram consideradas de fracas a moderadas, e nenhum dos testes HHD apresentou alta precisão para identificar assimetrias superiores a 10% entre os membros. A precisão diagnóstica variou entre 46,7% e 63,3%, indicando limitações na substituição dos testes isocinéticos pelos testes com HHD para avaliação de assimetrias. Discussão: Este estudo demonstra que, embora as posições C e D do HHD apresentem correlação moderada com os torques isocinéticos, sua precisão diagnóstica é insuficiente para substituir o dinamômetro isocinético na detecção de assimetrias de força entre os membros. A variabilidade na padronização dos protocolos de testes isométricos limita as conclusões sobre a validade do HHD. Outros estudos também encontraram correlações moderadas ao comparar dinamômetros manuais com métodos isocinéticos, destacando que a posição do corpo pode influenciar a precisão dos testes de força isométrica. Conclusão: Os testes com HHD nas posições C e D mostraram correlações moderadas com o dinamômetro isocinético, mas nenhum apresentou precisão diagnóstica suficiente para avaliar com segurança a assimetria entre os membros. Portanto, recomenda-se o uso do dinamômetro isocinético quando possível, especialmente para avaliar a simetria de força dos isquiotibiais. Em situações em que o dinamômetro isocinético não está disponível, as posições C e D do HHD podem ser opções secundárias, mas com limitações reconhecidas.Item Measurement Properties in Acute Low Back Pain Patients Assessment: A COSMIN Risk of Bias Systematic Review(2024) Stürmer, Adriana Tavares; Reppold, Caroline Tozzi; Calvetti , Prisla Ücker; Programa de Pós-Graduação em Ciências da SaúdeIntrodução: O uso de escalas para um diagnóstico preciso e a identificação de fatores de risco em pacientes com Dor Lombar Aguda (DLA) podem levar ao tratamento mais eficaz, evitando interpretações errôneas, perda de tempo e recursos ou decisões médicas prejudiciais. Para a melhor escolha de uma escala é fundamental avaliar as propriedades de medida de cada instrumento (validade, confiabilidade, responsividade) e sua qualidade metodológica. Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura para avaliar os instrumentos aplicados em pacientes com DLA. Documentar as características das escalas e suas propriedades de medidas, utilizando a ferramenta COSMIN Risk of Bias (RoB). Métodos: A busca foi realizada nas bases de dados MEDLINE, Scopus, LILACS, Web of Science e PsycINFO para os termos DLA e propriedades psicométricas, bem como suas variantes. Os critérios de inclusão foram instrumentos aplicados à população adulta e idosa com DLA. Os critérios de exclusão foram artigos que misturavam DLA com dor lombar crônica ou qualquer outra localização de dor. A seleção dos artigos e a extração de dados foram realizadas de forma cega e por pares. A ferramenta COSMIN RoB foi utilizada para avaliar a qualidade das propriedades de medida. RItem Efeito Agudo da Terapia de Fotobiomodulação Sobre a Força Muscular Isométrica de Quadríceps em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica: ensaio clínico randomizado cruzado, duplo-cego, controlado por placebo.(2024-12-09) Barbosa, Ana Paula Oliveira; Schardong, Jociane; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) apresentam alteração da capacidade física e baixa tolerância ao exercício. A terapia de fotobiomodulação (TFBM) tem apresentado efeito ergogênico ao exercício em estudos com diversas populações, podendo ser um tratamento adjuvante aos programas de reabilitação em pacientes com IRC. Objetivo: Avaliar o efeito agudo de diferentes doses de TFBM sobre a força muscular isométrica máxima de quadríceps, fadiga e dor muscular em membros inferiores de pacientes com IRC. Métodos: Este estudo se trata de um ensaio clínico randomizado cruzado, controlado por placebo, duplo cego. Pacientes adultos com IRC receberam quatro aplicações de TFBM, com diferentes doses de energia (30J, 60J, 90J ou placebo), administradas em ordem aleatória. Um intervalo de uma semana entre cada dose foi realizado, e o laser de 830 nm foi aplicado em seis pontos do músculo quadríceps. Imediatamente após a TFBM, foi realizada avaliação de força muscular isométrica máxima de quadríceps por dinamometria. Previamente à intervenção e posteriormente à avaliação de força muscular foram mensuradas a fadiga muscular (escala de percepção subjetiva de esforço de Borg modificada e lactato sanguíneo) e a percepção de dor em membros inferiores (escala visual analógica). Resultados: Quinze pacientes foram randomizados e 14 concluíram o estudo. Não houve diferença significativa entre as doses testadas para força muscular isométrica máxima do quadríceps direito (p=0,053) e esquerdo (p=0,509). A percepção de fadiga avaliada pela escala de Borg modificada não foi alterada (p=0,703), assim como os níveis de lactato sanguíneo, independentemente da dose de TFBM e momento de mensuração (t0: p=0,126; t3: p=0,667; t6: p=0,700). Não houve mudança para a percepção de dor após a irradiação do quadríceps para nenhuma das doses de TFBM testadas (p=0,566). Conclusão: Uma aplicação de TFBM, com dose de 30J, 60J ou 90J não alterou a força muscular isométrica máxima de quadríceps, a fadiga e a percepção de dor muscular em membros inferiores de pacientes IRC em HD.Item Prevalência e Características da Utilização de Bloqueio Anestésico Periférico na Cirurgia do Ombro: Um Survey no Brasil(2022-07-11) Simionato, Ivan Fadanelli; Silva, Marcelo Faria; Barreto, Rodrigo Py Gonálves; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A cirurgia do ombro é um dos procedimentos com os maiores níveis de dor pós-operatória reportada por pacientes quando comparada a outros procedimentos ortopédicos. A dor tem influência direta na satisfação e resultados funcionais dos pacientes, por esse motivo é importante o desenvolvimento das melhores estratégias de controle da dor pós-operatória. Existem diversas alternativas de fármacos e técnicas de analgesia pós-operatória e também alta heterogeneidade entre essas opções na literatura. O presente estudo tem o objetivo de descrever o panorama das práticas de controle de dor na cirurgia ortopedica do ombro entre os anestesiologistas brasileiros. Materiais e Métodos: Realizamos um estudo transversal no formato e-Survey. Desenvolvemos e aplicamos um questionário composto de 4 seções dividido em: (i) Demografia e Características Profissionais; (ii) Screening; (iii) bloqueio interescalênico e (iv) bloqueio do nervo supraescapular. Incluímos no trabalho médicos anestesiologistas brasileiros e os participantes foram convidados a responder o Survey por e-mail. Resultados: 130 anestesiologistas participaram do estudo. Os participantes tendem a preferir o bloqueio interescalênico e realizar o procedimento guiado por ultrassonografia e o principal motivo para escolha foi considerar a técnica superior às outras. O anestésico local de preferência da amostra foi a Ropivacaína para 60% dos participantes. Nós encontramos grande variabilidade na decisão pelo anestésico local, volume e concentração a ser utilizado entre os participantes do estudo, tanto para o bloqueio interescalênico quanto o bloqueio do nervo supraescapular. Conclusão: Nosso estudo identificou a prática atual no controle da dor na cirurgia de ombro. Os resultados sugerem que não há um procedimento padrão entre anestesiologistas. A variabilidade ocorre principalmente na decisão do volume e concentração dos anestésicos e constatamos que o bloqueio interescalênico é a técnica mais difundida entre os participantes. Estudos futuros serão necessários para definir as melhores estratégias, minimizar riscos de complicações e maximizar satisfação e resultados funcionais em relação ao controle da dor pós-operatória na cirurgia do ombro.Item Prevalência de tremor essencial em idosos em Veranópolis-RS: aspectos de qualidade de vida e funcionalidade(2024-12-16) Sangali, Caroline Cenci; Rieder, Carlos Roberto de Mello; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: O Tremor Essencial (TE) é um dos distúrbios do movimento mais frequentemente encontrado na prática clínica e é classificado como uma síndrome de tremor isolado de ação nos membros superiores, com duração mínima de três anos e sem outros sinais neurológicos associados. A sua prevalência é maior em idosos, especialmente a partir dos 60 anos. Além do tremor, esse distúrbio pode causar problemas de equilíbrio, quedas e alterações de humor e cognição, impactando a qualidade de vida dos indivíduos. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de TE em idosos de Veranópolis, Rio Grande do Sul, e seu impacto na qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal, epidemiológico, de base populacional, realizado em duas fases, porta-a-porta. Foram recrutados indivíduos com ≥ 60 anos, com dados clínicos e sociodemográficos coletados de 3.475 idosos via contato telefônico, seguido de triagem, utilizando o questionário de Tanner para identificar possíveis casos de parkinsonismo ou queixa de tremor. Indivíduos com triagem positiva foram convidados para avaliação com neurologista especialista em distúrbios do movimento para confirmar diagnóstico de TE. Escalas específicas de tremor, qualidade de vida, aspectos neuropsiquiátricas, cognição e atividade física também foram coletados. Resultados: Um total de 80 idosos foram identificados com TE, resultando em uma prevalência bruta de 2.3% (95% IC 1.81-2.82), sem diferenças entre os sexos. O sexo feminino apresentou maiores pontuações tremor de face, voz e cabeça, com diferença significativa (p=0,014; 0,025 e 0,027, respectivamente). Também foram correlações significativas da gravidade do tremor com a idade dos indivíduos, qualidade de vida, escores de equilíbrio e de cognição. Conclusão: Conclui-se que a prevalência de TE entre os idosos é de 2,3%, com impacto considerável na qualidade de vida, equilíbrio e cognição. Esses resultados destacam a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado do distúrbio para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.Item O Efeito de Três Modelos de Sobrecarga Muscular Utilizados para Reabilitação Física no Transplante de Medula Óssea: um ensaio clínico randomizado(2023-12-08) Calvete, Fernanda Pilla de Graña; Macagnan, Fabricio Elder; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Neoplasias hematológicas originam-se da diferenciação e proliferação de células linfáticas ou mieloides anormais, que alteram a constituição dos elementos do sangue, da medula óssea e dos nódulos linfáticos. O tratamento engloba quimioterapia de alta dose isolada ou associada ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). Os efeitos adversos do tratamento acarretam redução da capacidade física, elevando a sensação de fadiga, ansiedade e depressão abalando a qualidade de vida. Pacientes que realizam exercício físico têm benefícios, porém reabilitar a capacidade física implica o desafio das oscilações da prontidão do paciente junto às variações clínicas diárias, afetando diretamente a taxa de adesão aos exercícios e repercutindo na eficácia do programa de reabilitação física. Objetivo: Avaliar o efeito de três diferentes modelos de sobrecarga muscular em pacientes hospitalizados para o tratamento antineoplásico hematológico por TCTH. Métodos: Ensaio clínico randomizado. Os pacientes foram alocados em três grupos (Aeróbico; Anaeróbico e Misto). Foram avaliadas as manifestações de sinais e sintomas pelo inventário de Edmonton Sympton Assesment System (ESAS), sensação de fadiga pelo questionário multidimensional de fadiga (MFI), qualidade de vida através do questionário European Organization for Research and Treatment of Cancer Core Quality of Life Questionnaire (EORTC QLQ-30) e a incidência e intensidade de sintomas de ansiedade e depressão através da escala de ansiedade e depressão para Hospital Geral (HAD), além da avaliação de força de membros superiores (HANDGRIP) e de membros de inferiores (Teste de sentar e levantar de 30 segundos – TSL 30s). Os participantes do grupo aeróbico realizaram exercícios com um cicloergômetro por 15 minutos consecutivos e os participantes do grupo anaerobico realizaram exercícios com sobrecarga com faixas elásticas e caneleiras para grandes grupos musculares. Os participantes do grupo misto receberam sobrecarga muscular mista, através da alternância entre a sobrecarga aeróbica e anaeróbica com proporção de 1:1 até o final do programa. Resultados: Independente da intervenção, houve diminuição da força muscular de membro superior direito; fadiga geral; ansiedade e percepção de funcionalidade. Também ocorreu aumento de incidência de sinais e sintomas relacionados ao câncer. Na amostra geral observou-se que a ansiedade apresentou um declínio significativo enquanto a depressão manteve-se pouco alterada. Pode-se observar que o grupo aeróbico apresentou redução da fadiga física, enquanto o grupo anaeróbico manifestou piora desse sintoma. Os resultados de satisfação com o programa de reabilitação foram semelhantes entre os protocolos de atendimento. Conclusão: Nossos dados reforçam a viabilidade da reabilitação física durante a fase hospitalar do TCTH. A fadiga física reduziu significativamente nos voluntários que realizaram o protocolo de exercícios aeróbicos, porém não houve superioridade entre os três grupos em relação ao desempenho de força. Não houve nenhum evento adverso relacionado ao esforço físico e a satisfação dos voluntários aos protocolos de reabilitação mostrou-se favorável.Item Avaliação do Consumo Alimentar, Força, Funcionalidade e Composição Corporal em Idosos(2024-11-06) Igarsaba, Luiza Arregui; Schneider, Cláudia Dornelles; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoUm comportamento sedentário e uma dieta mal balanceada está associada ao declínio da saúde musculoesquelética e à sarcopenia. Este estudo transversal, composto por uma amostra de conveniência de 51 indivíduos, comparou o grau de sarcopenia e a ingestão alimentar entre idosos em dois projetos sociais. O projeto "Funcionalidade" (grupo FUNC; n=34) oferece sessões de exercícios físicos (2x/semana), além de alimentos e suplementos fontes de proteína; e o projeto "Longevidade" (grupo LONG; n=17) oferece atividades psicoeducacionais (sem exercícios ou suplementos/alimentos proteicos). A sarcopenia foi definida com base nos critérios força muscular (teste de sentar e levantar 5 vezes), massa muscular esquelética apendicular (análise de impedância bioelétrica) e desempenho físico (teste Timed Up and Go). O consumo alimentar (recordatório alimentar de 24 horas) foi obtido em três dias não consecutivos. Os participantes possuíam 72,5 ± 7,9 anos e não foram encontradas diferenças entre os grupos em dados antropométricos, composição corporal, força e desempenho físico. O grupo FUNC apresentou maior consumo energético (kcal/kg/dia) (p=0,013) comparado ao LONG. A prevalência de provável sarcopenia ou sarcopenia foi de 18% (n=6) no grupo FUNC e 40% (n=6) no grupo LONG. Os participantes com provável sarcopenia ou sarcopenia da amostra total (n=12) apresentaram menor consumo de energia (kcal/kg/dia) (p=0,008), proteína (g/kg/dia) (p=0,033) e lipídios (g/kg/dia) (p=0,011), quando comparados com aqueles sem sarcopenia. A prevalência de sarcopenia não foi diferente entre os grupos. Os indivíduos que participaram do projeto FUNC apresentaram uma ingestão de energia maior em comparação ao grupo LONG. Esses resultados destacam a importância de projetos sociais que ampliem o acesso a alimentos saudáveis e promovam exercícios e atividades de saúdeItem O Efeito da idade na destreza manual em indivíduos com doença de Parkinson após protocolo com realidade virtual(2024-12-10) Lahude, Arthur Both; Cechetti, Fernanada; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A doença de Parkinson (DP) frequentemente afeta a destreza manual, impactando diretamente as atividades de vida diária do indivíduo e diminuindo sua qualidade de vida. A realidade virtual (RV) surge como uma terapia viável para melhorar a destreza manual nessa população. No entanto, a literatura ainda apresenta uma lacuna sobre o uso dessa tecnologia em diferentes faixas etárias de indivíduos com DP. Objetivo geral: Avaliar o efeito de uma intervenção com realidade virtual não imersiva em indivíduos com DP de diferentes faixas etárias. Método: 16 indivíduos com DP foram divididos em dois grupos baseados em sua idade: acima e igual a 65 anos (n=8) ou abaixo de 65 anos (n=8). Ambos os grupos realizaram 16 sessões de treinamento de membros superiores (MMSS) em realidade virtual com o Leap Motion Controller (LMC) durante 8 semanas. O desfecho principal analisado foi destreza manual grossa (BBT). Os desfechos secundários analisados foram destreza manual fina (9HPT), aspectos motores da vida diária (UPDRS-II 2.4-7), exame motor dos membros superiores (UPDRS-III 3.4-6), qualidade de vida (PDQ-39), cognição (MoCA), atividades de vida diária (TEMPA), força de preensão palmar máxima e de resistência (Jamar dynamometer), usabilidade do sistema (SUS) e efeitos adversos (SSQ). Resultados: Observou-se uma melhora na destreza manual grossa para ambos os grupos em ambos os MMSS, porém uma maior melhora foi obtida no grupo mais jovem. Além disso uma melhora na destreza manual fina em ambos os membros, na força máxima de preensão manual e uma melhor usabilidade do sistema foi observada no grupo mais jovem. No grupo mais velho observou-se uma melhora na resistência de preensão palmar. Além disso uma correlação negativa foi encontrada entre a idade dos participantes e a usabilidade do sistema, bem como no nível de melhora da destreza manual grossa pós protocolo. Nenhum efeito adverso foi relatado. Conclusão: A idade do indivíduo com DP deve ser levada em consideração em protocolos com RV envolvendo os MMSS principalmente para desfechos envolvendo a destreza manual. Além disso, a percepção do usuário em relação a usabilidade do sistema tem uma grande influência sobre o nível de melhora principalmente para indivíduos mais idosos.Item Field Hip Stability Isometric Test (F-HipSIT): Reliability of a posterolateral hip musculature strength assessment in the sport setting(2021-12-21) Silva, Felipe Xavier de Lima e; Baroni, Bruno Manfredini; Alvares, João Breno de Araujo Ribeiro; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A musculatura posterolateral do quadril tem importante papel na prevenção e reabilitação de lesões esportivas. O Hip Stability Isometric Test (HipSIT) é um teste confiável usado para avaliar a força da musculatura posterolateral do quadril no ambiente clínico. No entanto, a necessidade de uma maca e o tempo gasto para ajustar o cinto fixador do dinamômetro manual (HDD) podem ser uma barreira para a implementação do HipSIT no cenário esportivo, principalmente em esportes coletivos. Objetivo: Verificar a confiabilidade intra-avaliadores e interavaliadores de uma avaliação de força da musculatura posterolateral do quadril aplicada à equipes esportivas em suas instalações. Chamamos este teste de Campo HipSIT (F-HipSIT). Métodos: Dois avaliadores independentes (denominados “Avaliador A” e “Avaliador B”) participaram de duas sessões de testes nas instalações de treinamento das equipes (denominadas “Dia 1” e “Dia 2”) intercaladas por pelo menos uma semana. Sessenta atletas amadores (30 homens e 30 mulheres) foram avaliados por meio do F-HipSIT. A ordem dos avaliadores em cada sessão de teste, bem como a ordem dos participantes e seus lados a serem testados, foram previamente randomizados. Coeficiente de correlação intraclasse (ICC), erro padrão de medida (SEM), coeficiente de variação (CV) e mudança mínima detectável (MDC) foram analisados. Resultados: O avaliador A obteve valores de força de 0,41±0,07 kgf/kg e 0,42±0,07 kgf/kg no “Dia 1” e no “Dia 2”, respectivamente. O avaliador B obteve 0,38±0,07 kgf/kg e 0,40 ±0,08 kgf/kg nas duas sessões de teste. O F-HipSIT apresentou boa confiabilidade interavaliadores (ICCs de 0,78-0,85), com SEM de 0,03 kgf/kg, MDC de 0,05-0,06 kgf/kg e CV de 7,1-8,6%. Ao mesmo tempo, o F-HipSIT mostrou boa confiabilidade intra-avaliador (ICCs de 0,88-0,89), com SEM de 0,02 kgf/kg, MDC de 0,03 kgf/kg e CV de 5,9-6,3%. Conclusão: O F-HipSIT apresentou boa confiabilidade intra e interavaliadores. As equipes médica/treinadora de esportes coletivos podem incluir o F-HipSIT na rotina de avaliações para monitorar a força muscular posterolateral do quadril de atletas competitivos rapidamente em qualquer lugar.Item Fotobiomodulação no tratamento do trismo radioinduzido em pacientes com câncer de cabeça e pescoço: ensaio clínico randomizado(2024-10-30) Goulart, Felipe de Oliveira; Macagnan, Fabrício Edler; Berbert, Monalise Costa Batista; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: O trismo radioinduzido é proveniente da fibrose na musculatura mastigatória, quando localizada no campo de radiação, causando redução da mobilidade mandíbula. A musculatura mastigatória, quando atingida pela irradiação, reage inicialmente através de uma proliferação anormal de fibroblastos acentuando a síntese de colágeno que leva à formação de tecido fibroso espesso. A eficácia do fotobiomodulação no tratamento da dor originada de traumas dos tecidos moles pode ser atribuída à redução indireta do edema, sangramento, atividade neutrofílica, citocinas provocativas e ação enzimática. Esta modalidade de tratamento tende a reduzir o inchaço e a dor subsequente, resultando em um melhor reparo do tecido, uma vez que a regeneração dos vasos linfáticos é acelerada e a permeabilidade vascular é minimizada. Objetivo: Analisar e descrever o efeito da fotobiomodulação sobre o trismo em pacientes com câncer de cabeça e pescoço pós-radioterapia. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado. Foram incluídos 38 pacientes, randomizados em três grupos: terapia miofuncional orofacial (TMO), terapia por fotobiomodulação (TFBM) e terapia combinada (FBM e TMO). Como método avaliativo, além da avaliação clínica e anamnese, realizou-se a medida de abertura de boca, preenchimento do questionário Gothenburg Trismus Questionnaire (GTQ) para avaliação do impacto do trismo na qualidade de vida e aplicação da Escala Visual Analógica (EVA) para mensurar o nível de dor autorreferida. As avaliações aconteceram antes e após as intervenções e em acompanhamentos de longo prazo, após três, seis e doze meses. Resultados: Foram incluídos 38 pacientes, randomizados em três grupos. A terapia combinada demonstrou ser a mais eficaz, promovendo um aumento médio de 20,34mm na abertura de boca em comparação com a terapia por fotobiomodulação exclusiva (grupo TFBM) e 12,99mm em relação à terapia miofuncional orofacial exclusiva (grupo TMO). Todas as modalidades de tratamento demonstraram eficácia na redução da dor. Ao final de sete semanas, não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao nível de dor residual. No entanto, a terapia combinada se destacou ao proporcionar uma analgesia mais rápida e sustentada ao longo do acompanhamento de 12 meses, quando comparada às terapias isoladas (TMO e TFBM). A análise agrupada dos dados, ao final do tratamento, demonstrou que a terapia combinada foi superior em promover alívio da dor ao longo prazo. A pontuação do GTQ revelou que ao longo do acompanhamento, os pacientes submetidos à terapia combinada apresentaram uma melhora mais rápida e sustentada na abertura de boca, conforme evidenciado pelos menores escores do GTQ. A diferença média de -6,06 pontos no GTQ em relação à TFBM e de -4,22 pontos em relação à TMO, observada no final do estudo, demonstra a superioridade da abordagem combinada em promover uma melhora a longo prazo. Conclusão: A FBM nos comprimentos de onda vermelho (660nm) e infravermelho (808nm), quando associada a TMO, demonstrou sua eficácia neste ensaio clínico randomizado no manejo do trismo radioinduzido até doze meses após o término das intervenções.Item A gravidade com que o paciente é admitido na UTI influencia no prognóstico do paciente após a alta hospitalar?(2018-09-26) Figueredo, Tanara Carreira Meus; Teixeira, Cassiano; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Os avanços no cuidado intensivo permitiram que mais pacientes superasse a doença crítica aguda. Os pacientes sobreviventes a uma internação prolongada na UTI são mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônicas, a altas taxas de mortalidade após a alta da UTI e a piora da qualidade de vida nos meses e anos subsequentes à alta. Objetivo: Verificar o papel da disfunção orgânica no prognóstico após alta da UTI. Metodologia: Coorte multicêntrica e prospectiva, com inclusão de pacientes maiores do que 18 anos, que permaneceram mais de 72h na UTI e tiveram alta. Foram coletados dados de internação na UTI, as disfunções orgânicas (respiratória, cerebral, renal, cardiovascular, digestiva e hematológica) e acompanhado o prognóstico no primeiro ano após a alta da UTI: força muscular na alta imediata (Medical Research Council - MRC); disfunção cognitiva (mini exame do estado mental – MEEM), sintomas de ansiedade e depressão (escala hospitalar de ansiedade e depressão – HADS) e transtorno de estresse pós traumático (TEPT) (IES – 6) no 6º mês após a alta da UTI e mortalidade no 12º mês. Os dados da alta imediata foram coletados ainda durante a internação hospitalar e os dados do 6º e 12º mês através de contato telefônico. Resultados: Foram incluídos 1179 pacientes, estes foram divididos em 6 grupos conforme as seis disfunções orgânicas analisadas. Foram eles: disfunção neurológica(n=300), disfunção gastrointestinal (n=63), disfunção renal (n=147), disfunção hematológica (n=216), disfunção cardiovascular (n=639) e disfunção ventilatória (n=582). Na alta imediata da UTI, a DMOS foi marcador de fraqueza muscular. Enquanto, pacientes com disfunção neurológica apresentaram disfunção cognitiva. Já pacientes com disfunção gastrointestinal apresentaram marcadores de sintomas de ansiedade, assim como pacientes com disfunção renal apresentaram marcadores de sintomas de depressão. As disfunções orgânicas não influenciaram na prevalência de sintomas de ansiedade, depressão ou estresse pós-traumático após 6 meses da alta hospitalar. Durante o acompanhamento de 12 meses, 329 (27,9%) pacientes morreram e o tipo de disfunção não afetou a mortalidade em 12 meses. Conclusão: As disfunções orgânicas afetam o prognóstico dos pacientes após a alta da UTI.Item Reabilitação da lesão muscular dos isquiotibiais: percepções e práticas dos fisioterapeutas que atuam em clubes de elite do futebol brasileiro(2022-12-22) Valente, Henrique Gonçalves; Baroni, Bruno Manfredini; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A lesão por estiramento dos isquiotibiais (hamstring strain injury - HSI) é a lesão sem contato mais prevalente no futebol profissional masculino. Apesar do entendimento das HSI e seu processo de reabilitação ter avançado substancialmente nas últimas décadas, ainda não se sabe como as HSIs são manejadas por fisioterapeutas que vivenciam o “mundo real” do futebol profissional. Objetivo: Descrever as percepções e práticas de fisioterapeutas de clubes de futebol brasileiros de elite sobre o manejo de atletas com HSI. Métodos: Fisioterapeutas que atuaram em clubes de futebol de elite, Campeonato Brasileiro Série A (20 clubes) e Série B (20 clubes) na temporada de 2021, foram convidados a responder uma pesquisa online. Resultados: Responderam ao questionário 62 fisioterapeutas. Atuaram em 35 dos 40 clubes potenciais para este estudo (87,5% de representatividade), sendo 17 clubes atuantes na Série A e 18 na Série B. Apesar da heterogeneidade de escolhas quanto às práticas de avaliação, quase todos os entrevistados utilizam exames de imagem, adotam escalas de classificação das lesões, e avaliam aspectos relacionados à dor, amplitude de movimento, força muscular, estado funcional e psicológico de atletas com HSI. Os programas de reabilitação são geralmente divididos em 3-4 fases. Agentes eletrofísicos, terapia manual, alongamentos, exercícios de fortalecimento, exercícios de estabilização lombopélvica e exercícios que mimetizam as demandas funcionais do futebol são utilizados pela maioria dos entrevistados. A força muscular foi o critério de retorno ao esporte mais relatado. Conclusão: O presente estudo permitiu que a comunidade fisioterapêutica esportiva conhecesse as abordagens usualmente adotadas no manejo de atletas com HSI que jogam em clubes de futebol de elite brasileiros.Item Avaliação remota e presencial do desempenho físico no idoso: validação do Teste de Sentar e Levantar de 30 segundos e do Teste Timed Up and Go(2024-07-08) Wieczorek, Mariana Edinger; Rosa, Luis Henrique Telles da; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: À medida que a expectativa de vida aumenta, os cuidados preventivos na população idosa tornam-se cada vez mais importantes. Entre os idosos, diversos preditores são identificados, incluindo fatores físicos como fraqueza muscular, velocidade lenta da caminhada e incapacidade de se levantar de uma cadeira. Entre as principais condições avaliadas em idosos destacam-se o equilíbrio estático e dinâmico, a força muscular de membros inferiores, a mobilidade funcional e o risco de quedas. No intuito de ajudar a identificar e intervir nestas condições, faz-se necessário que os idosos sejam avaliados precocemente pela equipe de saúde, em relação aos domínios funcionais, e que sejam tomadas medidas para manter e melhorar sua capacidade física. Pode-se citar pessoas que residem distante dos serviços de saúde, que estejam diante de situações em que seja necessário o isolamento ou que apresentam limitações para deslocamentos, além disso, contribuem na continuação do cuidado em saúde. Objetivo: Analisar a validade da avaliação do desempenho físico remoto em idosos da comunidade, por meio do teste de sentar e levantar de 30 segundos (TSL30s) e do teste Timed up and Go (TUG). Métodos: Trata-se de um estudo transversal de validação de instrumentos. A amostra foi composta por 56 pessoas idosas (69,14±7,64 anos), todas responderam a um instrumento de triagem cognitiva, além de dados sociodemográficos e condições de saúde. Os participantes completaram duas avaliações: uma presencial e uma remota. Considerou-se um intervalo de 10 a 14 dias entre as duas modalidades de avaliação. As avaliações remotas foram realizadas usando um aplicativo de mensagens e a vídeo chamada foi realizada da casa do participante. A avaliação presencial foi realizada em um centro de fisioterapia. Durante as avaliações, entre um teste físico e outro, os participantes tiveram 2 minutos de descanso. Resultados: Foi possível verificar através do coeficiente correlação de Spearman (rs) a associação forte e significativa entre a avaliação presencial e as medidas remotas do TSL30s (p=0,863) e do TUG (p=0,897). Ambos os testes apresentaram alta sensibilidade e especificidade. Assim, tais descobertas demonstraram a confiabilidade das análises de correlação, indicando a validade das avaliações remotas. Conclusão: A avaliação remota integra-se a outras avaliações, como entrevistas e exames físicos, para uma visão completa da saúde e funcionalidade dos idosos. Concluindo, analisar remotamente o desempenho físico em idosos, considerando os dados obtidos, foi válido em comparação com avaliações presenciais. É possível conceber os testes remotos como alternativas potenciais na prática clínica, mesmo que estudos futuros acerca deles sejam necessários neste público.Item Influência da cognição na reabilitação vestibular de idosos com tontura crônica(2023-09) Lucas, Amanda; Beber, Bárbara Costa; Soldera, Cristina Loureiro Chaves; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoINTRODUÇÃO: O sistema vestibular é responsável pela manutenção do equilíbrio corporal e, assim como a cognição, tem sua função afetada pelo envelhecimento. A Reabilitação Vestibular é um método terapêutico que visa restabelecer o equilíbrio e minimizar ou até mesmo excluir as queixas de tontura, sendo eficaz para devolver a autonomia dos pacientes que aderem ao tratamento. No entanto, pouco se sabe sobre como a cognição dos indivíduos influencia no benefício que pode ser obtido com a Reabilitação Vestibular. OBJETIVOS: verificar a relação entre o perfil cognitivo e o efeito da reabilitação vestibular em pacientes idosos com queixa de tontura crônica. MÉTODOS: Nove pacientes idosos com queixa de tontura crônica foram submetidos a uma sessão de avaliação cognitiva, de equilíbrio e de autopercepção dos efeitos tontura, seguida de três sessões semanais de Reabilitação Vestibular e uma sessão de reavaliação. Os participantes foram avaliados previamente com o Exame Cognitivo de Addenbrooke, posturografia foam-laser e Dizziness Handicap Inventory (DHI) e, após a intervenção, reavaliados com nova posturografia e reaplicação do DHI. RESULTADOS: houve alteração significativa no aumento da média total da posturografia pós intervenção e na média dos testes que avaliam a participação do Sistema Vestibular no equilíbrio, bem como melhora significativa na autopercepção dos sintomas nos aspectos físico, funcional e emocional. Foi possível estabelecer uma relação entre melhores escores prévios para a função executiva de fluência verbal e uma melhora na percepção do impacto do sintoma da tontura. CONCLUSÃO: este estudo concluiu que três semanas de reabilitação vestibular utilizando protocolo de exercícios personalizados propicia melhora do equilíbrio corporal de idosos com tontura crônica, bem como melhora da percepção do sintoma, além de demonstrar que a cognição, mais especificamente a função executiva de fluência verbal, correlaciona-se com a capacidade de ganho na Reabilitação VestibularItem A eletroestimulação neuromuscular é viável e beneficia a reabilitação da disfagia radioinduzida? Um estudo piloto(2024-04-24) Korspalski, Fernanda Tormen; Macaganan, Fabricio Edler; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A radioterapia é um recurso comum no manejo do câncer de cabeça e pescoço (CCP) que produz, independentemente dos eventuais procedimentos cirúrgicos e dos diferentes tipos de fármacos utilizados no tratamento destas neoplasias, disfunções estomatognáticas que muito frequentemente evoluem para a disfagia. A típica alteração fisiopatológica observada nos tecidos irradiados é do tipo fibrosante e acomete majoritariamente estruturas musculares. Normalmente, irradiações na região faríngea evoluem para déficits na habilidade motora reduzindo, entre outras funções, a deglutição. Além disso, alterações sensoriais podem ocorrer em paralelo e agravar as disfunções. A reabilitação da disfagia radioinduzida pode ser complexa e, muitas vezes, demanda do uso de diferentes técnicas associadas ao processo convencional. Entre as possíveis ferramentas para auxiliar nesse processo está a eletroestimulação neuromuscular (EENM). Considerada uma técnica não invasiva, é baseada no uso de correntes elétricas que visam estimular a neuroplasticidade cerebral e o recrutamento muscular. Já há relatos positivos do uso da EENM para o tratamento da disfagia, mas não existe consenso na literatura quando se trata de pacientes com CCP que evoluem com disfagia radioinduzida. A escassez de informações sólidas para esse cenário clínico, torna pertinente a elaboração de pesquisas que visem aumentar o conhecimento a respeito da viabilidade e efetividade desta técnica de eletroterapia. Este protocolo de pesquisa foi estruturado para dirimir dúvidas e possíveis falhas terapêuticas através de um estudo piloto. Objetivo: Avaliar a viabilidade e descrever os achados preliminares do uso da EENM na reabilitação da disfagia radioinduzida como primeiro passo antes de realizar um ensaio clínico randomizado no futuro. Método: Trata-se de um estudo piloto conforme previsto pelo Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT), que incluiu 12 participantes distribuídos em dois grupo: grupo controle (GC), submetido a reabilitação de deglutição com terapia fonoaudiológica convencional, e grupo intervenção (GI) que recebeu EENM associada à terapia fonoaudiológica padrão. Todos os pacientes foram submetidos à videofluoroscopia da deglutição pré e pós protocolo para análise comparativa preliminar dos resultados. Resultados: Foram identificadas falhas relacionadas à redução do acesso à marcação dos exames de avaliação objetiva durante o andamento da pesquisa e a frequente dificuldade de deslocamento dos pacientes até o local de coleta, que reduziram nossa capacidade de recrutar voluntários e viabilizar a logística das avaliações. Em relação ao protocolo de EENM, o parâmetro de tempo off demonstrou problemas, sendo considerado demasiadamente curto em alguns casos. Ainda assim, foi observada redução significativa nos níveis de penetração/aspiração laringotraqueal no GI ao término do protocolo de reabilitação (p-valor 0,031). Na comparação entre grupos, não foi observado resultado significativo, porém uma maior taxa do GI demonstrou melhora em relação ao aumento de ingestão por via oral e redução da gravidade da disfagia. Conclusão: O protocolo de EENM proposto neste estudo é viável, e a observação de certos benefícios justificam prosseguir para um ensaio clínico definitivo. Contudo, tanto os procedimentos de recrutamento quanto os métodos de avaliação precisam ser revistos para restringir eventuais problemas logísticos num estudo de maior porte amostral.Item Atuação Fonoaudiológica em Voz em um Ambulatório de Ensino vinculado ao SUS(2023-12-04) Braga, Letícia de Oliveira; Cassol, Mauriceia; Martinez, Chenia Caldeira; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoObjetivos: Este estudo acompanhou a relação entre os parâmetros envolvidos na qualidade vocal e o diagnóstico laríngeo em usuários com disfonia, bem como analisou os desfechos clínicos da fonoterapia da voz. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo e de um relato de caso. O local de avaliação e tratamento foi o Ambulatório de Fonoterapia da Voz, vinculado ao Serviço de Otorrinolaringologia, pertencente ao Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o qual presta assistência à população pelo SUS. A amostra deste estudo foi por conveniência, totalizando 65 usuários na faixa etária de 20 a 77 anos, no período de 2018 a 2023. Foram analisados os dados de caracterização da amostra e clínicos coletados por meio de prontuários e dos protocolos aplicados. Os métodos e técnicas vocais utilizados foram empregados conforme terapia vocal tradicional, com frequência média de 12 sessões para cada usuário com 30 minutos de duração. Resultados: Do total de usuários, foram 40 (61,5%) do sexo feminino, com média de idade de 54 anos e desvio padrão de 14,9, e 15 (23,1%) dos indivíduos eram profissionais da voz. Houve predomínio do quadro de disfonias funcionais secundárias. Na avaliação global da voz, os usuários apresentaram tempo máximo de fonação abaixo do esperado para a faixa etária e sexo, relação s/z acima de 1.2, tipo respiratório alto e postura corporal alterada. Observou-se diferença estatisticamente significativa no período pós-intervenção fonoaudiológica nas variáveis de tempo máximo de fonação (TMF), padrão respiratório, relação s/z e postura corporal. Houve melhora estatisticamente significativa no grau geral de desvio vocal avaliado pela escala GRBASI, mostrando melhora no grau de disfonia intenso para leve. Nos escores do IDV-10, dos 34 indivíduos reavaliados, obteve-se melhora na autopercepção vocal, obtendo-se uma média final em torno de 8.5 pontos. Conclusão: Foi possível identificar mudança em diversos aspectos clínicos fonoaudiológicos, como melhora na qualidade vocal, na autopercepção da desvantagem vocal, no padrão respiratório, nos tempos máximos de fonação e nos aspectos posturais associados ao uso vocal, indicando desfechos favoráveis na reabilitação vocal dos usuários acompanhados. Estes achados destacam a importância e relevância clínica e científica de um ambulatório de fonoterapia da voz no SUS.
