PPGCR - Dissertações
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Item Fotobiomodulação no tratamento do trismo radioinduzido em pacientes com câncer de cabeça e pescoço: ensaio clínico randomizado(2024-10-30) Goulart, Felipe de Oliveira; Macagnan, Fabrício Edler; Berbert, Monalise Costa Batista; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: O trismo radioinduzido é proveniente da fibrose na musculatura mastigatória, quando localizada no campo de radiação, causando redução da mobilidade mandíbula. A musculatura mastigatória, quando atingida pela irradiação, reage inicialmente através de uma proliferação anormal de fibroblastos acentuando a síntese de colágeno que leva à formação de tecido fibroso espesso. A eficácia do fotobiomodulação no tratamento da dor originada de traumas dos tecidos moles pode ser atribuída à redução indireta do edema, sangramento, atividade neutrofílica, citocinas provocativas e ação enzimática. Esta modalidade de tratamento tende a reduzir o inchaço e a dor subsequente, resultando em um melhor reparo do tecido, uma vez que a regeneração dos vasos linfáticos é acelerada e a permeabilidade vascular é minimizada. Objetivo: Analisar e descrever o efeito da fotobiomodulação sobre o trismo em pacientes com câncer de cabeça e pescoço pós-radioterapia. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado. Foram incluídos 38 pacientes, randomizados em três grupos: terapia miofuncional orofacial (TMO), terapia por fotobiomodulação (TFBM) e terapia combinada (FBM e TMO). Como método avaliativo, além da avaliação clínica e anamnese, realizou-se a medida de abertura de boca, preenchimento do questionário Gothenburg Trismus Questionnaire (GTQ) para avaliação do impacto do trismo na qualidade de vida e aplicação da Escala Visual Analógica (EVA) para mensurar o nível de dor autorreferida. As avaliações aconteceram antes e após as intervenções e em acompanhamentos de longo prazo, após três, seis e doze meses. Resultados: Foram incluídos 38 pacientes, randomizados em três grupos. A terapia combinada demonstrou ser a mais eficaz, promovendo um aumento médio de 20,34mm na abertura de boca em comparação com a terapia por fotobiomodulação exclusiva (grupo TFBM) e 12,99mm em relação à terapia miofuncional orofacial exclusiva (grupo TMO). Todas as modalidades de tratamento demonstraram eficácia na redução da dor. Ao final de sete semanas, não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao nível de dor residual. No entanto, a terapia combinada se destacou ao proporcionar uma analgesia mais rápida e sustentada ao longo do acompanhamento de 12 meses, quando comparada às terapias isoladas (TMO e TFBM). A análise agrupada dos dados, ao final do tratamento, demonstrou que a terapia combinada foi superior em promover alívio da dor ao longo prazo. A pontuação do GTQ revelou que ao longo do acompanhamento, os pacientes submetidos à terapia combinada apresentaram uma melhora mais rápida e sustentada na abertura de boca, conforme evidenciado pelos menores escores do GTQ. A diferença média de -6,06 pontos no GTQ em relação à TFBM e de -4,22 pontos em relação à TMO, observada no final do estudo, demonstra a superioridade da abordagem combinada em promover uma melhora a longo prazo. Conclusão: A FBM nos comprimentos de onda vermelho (660nm) e infravermelho (808nm), quando associada a TMO, demonstrou sua eficácia neste ensaio clínico randomizado no manejo do trismo radioinduzido até doze meses após o término das intervenções.Item A gravidade com que o paciente é admitido na UTI influencia no prognóstico do paciente após a alta hospitalar?(2018-09-26) Figueredo, Tanara Carreira Meus; Teixeira, Cassiano; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Os avanços no cuidado intensivo permitiram que mais pacientes superasse a doença crítica aguda. Os pacientes sobreviventes a uma internação prolongada na UTI são mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônicas, a altas taxas de mortalidade após a alta da UTI e a piora da qualidade de vida nos meses e anos subsequentes à alta. Objetivo: Verificar o papel da disfunção orgânica no prognóstico após alta da UTI. Metodologia: Coorte multicêntrica e prospectiva, com inclusão de pacientes maiores do que 18 anos, que permaneceram mais de 72h na UTI e tiveram alta. Foram coletados dados de internação na UTI, as disfunções orgânicas (respiratória, cerebral, renal, cardiovascular, digestiva e hematológica) e acompanhado o prognóstico no primeiro ano após a alta da UTI: força muscular na alta imediata (Medical Research Council - MRC); disfunção cognitiva (mini exame do estado mental – MEEM), sintomas de ansiedade e depressão (escala hospitalar de ansiedade e depressão – HADS) e transtorno de estresse pós traumático (TEPT) (IES – 6) no 6º mês após a alta da UTI e mortalidade no 12º mês. Os dados da alta imediata foram coletados ainda durante a internação hospitalar e os dados do 6º e 12º mês através de contato telefônico. Resultados: Foram incluídos 1179 pacientes, estes foram divididos em 6 grupos conforme as seis disfunções orgânicas analisadas. Foram eles: disfunção neurológica(n=300), disfunção gastrointestinal (n=63), disfunção renal (n=147), disfunção hematológica (n=216), disfunção cardiovascular (n=639) e disfunção ventilatória (n=582). Na alta imediata da UTI, a DMOS foi marcador de fraqueza muscular. Enquanto, pacientes com disfunção neurológica apresentaram disfunção cognitiva. Já pacientes com disfunção gastrointestinal apresentaram marcadores de sintomas de ansiedade, assim como pacientes com disfunção renal apresentaram marcadores de sintomas de depressão. As disfunções orgânicas não influenciaram na prevalência de sintomas de ansiedade, depressão ou estresse pós-traumático após 6 meses da alta hospitalar. Durante o acompanhamento de 12 meses, 329 (27,9%) pacientes morreram e o tipo de disfunção não afetou a mortalidade em 12 meses. Conclusão: As disfunções orgânicas afetam o prognóstico dos pacientes após a alta da UTI.Item Reabilitação da lesão muscular dos isquiotibiais: percepções e práticas dos fisioterapeutas que atuam em clubes de elite do futebol brasileiro(2022-12-22) Valente, Henrique Gonçalves; Baroni, Bruno Manfredini; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A lesão por estiramento dos isquiotibiais (hamstring strain injury - HSI) é a lesão sem contato mais prevalente no futebol profissional masculino. Apesar do entendimento das HSI e seu processo de reabilitação ter avançado substancialmente nas últimas décadas, ainda não se sabe como as HSIs são manejadas por fisioterapeutas que vivenciam o “mundo real” do futebol profissional. Objetivo: Descrever as percepções e práticas de fisioterapeutas de clubes de futebol brasileiros de elite sobre o manejo de atletas com HSI. Métodos: Fisioterapeutas que atuaram em clubes de futebol de elite, Campeonato Brasileiro Série A (20 clubes) e Série B (20 clubes) na temporada de 2021, foram convidados a responder uma pesquisa online. Resultados: Responderam ao questionário 62 fisioterapeutas. Atuaram em 35 dos 40 clubes potenciais para este estudo (87,5% de representatividade), sendo 17 clubes atuantes na Série A e 18 na Série B. Apesar da heterogeneidade de escolhas quanto às práticas de avaliação, quase todos os entrevistados utilizam exames de imagem, adotam escalas de classificação das lesões, e avaliam aspectos relacionados à dor, amplitude de movimento, força muscular, estado funcional e psicológico de atletas com HSI. Os programas de reabilitação são geralmente divididos em 3-4 fases. Agentes eletrofísicos, terapia manual, alongamentos, exercícios de fortalecimento, exercícios de estabilização lombopélvica e exercícios que mimetizam as demandas funcionais do futebol são utilizados pela maioria dos entrevistados. A força muscular foi o critério de retorno ao esporte mais relatado. Conclusão: O presente estudo permitiu que a comunidade fisioterapêutica esportiva conhecesse as abordagens usualmente adotadas no manejo de atletas com HSI que jogam em clubes de futebol de elite brasileiros.Item Avaliação remota e presencial do desempenho físico no idoso: validação do Teste de Sentar e Levantar de 30 segundos e do Teste Timed Up and Go(2024-07-08) Wieczorek, Mariana Edinger; Rosa, Luis Henrique Telles da; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: À medida que a expectativa de vida aumenta, os cuidados preventivos na população idosa tornam-se cada vez mais importantes. Entre os idosos, diversos preditores são identificados, incluindo fatores físicos como fraqueza muscular, velocidade lenta da caminhada e incapacidade de se levantar de uma cadeira. Entre as principais condições avaliadas em idosos destacam-se o equilíbrio estático e dinâmico, a força muscular de membros inferiores, a mobilidade funcional e o risco de quedas. No intuito de ajudar a identificar e intervir nestas condições, faz-se necessário que os idosos sejam avaliados precocemente pela equipe de saúde, em relação aos domínios funcionais, e que sejam tomadas medidas para manter e melhorar sua capacidade física. Pode-se citar pessoas que residem distante dos serviços de saúde, que estejam diante de situações em que seja necessário o isolamento ou que apresentam limitações para deslocamentos, além disso, contribuem na continuação do cuidado em saúde. Objetivo: Analisar a validade da avaliação do desempenho físico remoto em idosos da comunidade, por meio do teste de sentar e levantar de 30 segundos (TSL30s) e do teste Timed up and Go (TUG). Métodos: Trata-se de um estudo transversal de validação de instrumentos. A amostra foi composta por 56 pessoas idosas (69,14±7,64 anos), todas responderam a um instrumento de triagem cognitiva, além de dados sociodemográficos e condições de saúde. Os participantes completaram duas avaliações: uma presencial e uma remota. Considerou-se um intervalo de 10 a 14 dias entre as duas modalidades de avaliação. As avaliações remotas foram realizadas usando um aplicativo de mensagens e a vídeo chamada foi realizada da casa do participante. A avaliação presencial foi realizada em um centro de fisioterapia. Durante as avaliações, entre um teste físico e outro, os participantes tiveram 2 minutos de descanso. Resultados: Foi possível verificar através do coeficiente correlação de Spearman (rs) a associação forte e significativa entre a avaliação presencial e as medidas remotas do TSL30s (p=0,863) e do TUG (p=0,897). Ambos os testes apresentaram alta sensibilidade e especificidade. Assim, tais descobertas demonstraram a confiabilidade das análises de correlação, indicando a validade das avaliações remotas. Conclusão: A avaliação remota integra-se a outras avaliações, como entrevistas e exames físicos, para uma visão completa da saúde e funcionalidade dos idosos. Concluindo, analisar remotamente o desempenho físico em idosos, considerando os dados obtidos, foi válido em comparação com avaliações presenciais. É possível conceber os testes remotos como alternativas potenciais na prática clínica, mesmo que estudos futuros acerca deles sejam necessários neste público.Item Tradução e adaptação transcultural da Stroke Rehabilitation Assessment of Movement (STREAM) para o português brasileiro(2024-07-17) Santos, Mylena Vargas Tonet dos; Pagnussat, Aline de Souza; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Os métodos de avaliação pós Acidente Vascular Cerebral (AVC) são importantes para identificar o comprometimento do paciente, guiar a reabilitação e mensurar a eficácia do tratamento proposto. A Stroke Rehabilitation Assessment of Movement (STREAM) é um instrumento de medição utilizado para avaliar quantitativamente a coordenação, mobilidade funcional e amplitude de movimento após a ocorrência do AVC, mas ainda não é validado para o português brasileiro, por este motivo se faz necessário seguir o processo de tradução e adaptação transcultural utilizando uma metodologia específica, respeitando as equivalências conceituais, idiomáticas, semânticas e culturais. Objetivo: Realizar a tradução e adaptação transcultural da Stroke Rehabilitation Assmessment of Movement para o português brasileiro. Métodos: Trata-se de uma pesquisa metodológica de tradução e adaptação transcultural. Resultados: Foi compartilhado o banco de dados de todas as etapas para o comitê de especialistas, onde foram sugeridas as alterações, e então foi elaborada a versão pré-final do instrumento traduzido. A porcentagem de concordância de clareza e compreensão foi realizada por 45 fisioterapeutas para se chegar a versão final. Conclusão: Os achados deste estudo indicam os passos para a tradução e adaptação transcultural da Stroke Rehabilitation Assessment of Movement (STREAM) para o português brasileiro.Item Influência da cognição na reabilitação vestibular de idosos com tontura crônica(2023-09) Lucas, Amanda; Beber, Bárbara Costa; Soldera, Cristina Loureiro Chaves; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoINTRODUÇÃO: O sistema vestibular é responsável pela manutenção do equilíbrio corporal e, assim como a cognição, tem sua função afetada pelo envelhecimento. A Reabilitação Vestibular é um método terapêutico que visa restabelecer o equilíbrio e minimizar ou até mesmo excluir as queixas de tontura, sendo eficaz para devolver a autonomia dos pacientes que aderem ao tratamento. No entanto, pouco se sabe sobre como a cognição dos indivíduos influencia no benefício que pode ser obtido com a Reabilitação Vestibular. OBJETIVOS: verificar a relação entre o perfil cognitivo e o efeito da reabilitação vestibular em pacientes idosos com queixa de tontura crônica. MÉTODOS: Nove pacientes idosos com queixa de tontura crônica foram submetidos a uma sessão de avaliação cognitiva, de equilíbrio e de autopercepção dos efeitos tontura, seguida de três sessões semanais de Reabilitação Vestibular e uma sessão de reavaliação. Os participantes foram avaliados previamente com o Exame Cognitivo de Addenbrooke, posturografia foam-laser e Dizziness Handicap Inventory (DHI) e, após a intervenção, reavaliados com nova posturografia e reaplicação do DHI. RESULTADOS: houve alteração significativa no aumento da média total da posturografia pós intervenção e na média dos testes que avaliam a participação do Sistema Vestibular no equilíbrio, bem como melhora significativa na autopercepção dos sintomas nos aspectos físico, funcional e emocional. Foi possível estabelecer uma relação entre melhores escores prévios para a função executiva de fluência verbal e uma melhora na percepção do impacto do sintoma da tontura. CONCLUSÃO: este estudo concluiu que três semanas de reabilitação vestibular utilizando protocolo de exercícios personalizados propicia melhora do equilíbrio corporal de idosos com tontura crônica, bem como melhora da percepção do sintoma, além de demonstrar que a cognição, mais especificamente a função executiva de fluência verbal, correlaciona-se com a capacidade de ganho na Reabilitação VestibularItem Ingestão Alimentar de Pacientes com Manifestações Clínicas de Distúrbio Comportamental do Sono REM(2023-09-15) Bertocchi, Cristina; Rieder, Carlos Roberto de Mello; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: O distúrbio comportamental do sono REM (DCSREM ou RBD) é uma parassonia, considerado como um estágio prodrômico e de alto risco para o desenvolvimento de alfa-sinucleinopatias como a doença de Parkinson (DP). Vários estudos avaliaram dieta em pacientes com DP, no entanto, estudos relacionando a ingestão alimentar e o RBD na fase prodrômica da DP são escassos. O objetivo do nosso estudo foi avaliar a ingestão alimentar de pacientes com manifestações clínicas do distúrbio comportamental do sono REM. Métodos: Estudo transversal. Para diagnóstico, de modo a compor o grupo RBD, indivíduos que foram triados positivos no RBD1Q (REM Sleep Behavior Disorder Single-Question Screen) foram reavaliados através do Questionário de Triagem do Transtorno Comportamental do Sono REM versão brasileira (RBDSQ-BR) e avaliados por neurologista que confirmou o diagnóstico clínico de RBD. Os pacientes do grupo DP foram triados positivos pelo contato telefônico para o Questionário de Tanner e posteriormente avaliados pelo neurologista que confirmou o diagnóstico usando os Critérios do Banco de Cérebro do Reino Unido. Para o grupo controle, foram selecionados participantes que triaram negativo no teste RBD1Q e Questionário de Tanner. Para avaliação da ingestão alimentar, foi aplicado o método Food Consumer Register, desenvolvido por Willet et al., que consiste no registro alimentar de três dias alternados da semana, incluindo um dia de fim de semana. Resultados: A amostra foi composta por 105 indivíduos, após algumas perdas, totalizando 91 pacientes, sendo classificados em 34 controles (37,4%) com média de idade de 75,1 anos; 35 RBD (38,5%) com média de 70,9 anos; e 22 DP (24,2%) com média de 79,2 anos. Na avaliação nutricional, encontramos que tanto os pacientes do grupo RBD como os com DP consumiam menos fibras do que o grupo controle (p=0,047). Para o consumo de ácidos graxos polinsaturados, o grupo controle apresentava percentuais médios significativamente maiores do que os dos demais grupos e o grupo DP apresentava os menores percentuais médios (p=0,045). Conclusão: O presente estudo mostrou que o consumo de fibras no grupo RBD foi semelhante ao do grupo DP e que ambos diferem do grupo controle. O presente estudo mostrou evidências que indivíduos com RBD apresentam padrão alimentar diferente dos indivíduos sem RBD e que esse padrão se assemelha aos dos pacientes com DPItem A eletroestimulação neuromuscular é viável e beneficia a reabilitação da disfagia radioinduzida? Um estudo piloto(2024-04-24) Korspalski, Fernanda Tormen; Macaganan, Fabricio Edler; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A radioterapia é um recurso comum no manejo do câncer de cabeça e pescoço (CCP) que produz, independentemente dos eventuais procedimentos cirúrgicos e dos diferentes tipos de fármacos utilizados no tratamento destas neoplasias, disfunções estomatognáticas que muito frequentemente evoluem para a disfagia. A típica alteração fisiopatológica observada nos tecidos irradiados é do tipo fibrosante e acomete majoritariamente estruturas musculares. Normalmente, irradiações na região faríngea evoluem para déficits na habilidade motora reduzindo, entre outras funções, a deglutição. Além disso, alterações sensoriais podem ocorrer em paralelo e agravar as disfunções. A reabilitação da disfagia radioinduzida pode ser complexa e, muitas vezes, demanda do uso de diferentes técnicas associadas ao processo convencional. Entre as possíveis ferramentas para auxiliar nesse processo está a eletroestimulação neuromuscular (EENM). Considerada uma técnica não invasiva, é baseada no uso de correntes elétricas que visam estimular a neuroplasticidade cerebral e o recrutamento muscular. Já há relatos positivos do uso da EENM para o tratamento da disfagia, mas não existe consenso na literatura quando se trata de pacientes com CCP que evoluem com disfagia radioinduzida. A escassez de informações sólidas para esse cenário clínico, torna pertinente a elaboração de pesquisas que visem aumentar o conhecimento a respeito da viabilidade e efetividade desta técnica de eletroterapia. Este protocolo de pesquisa foi estruturado para dirimir dúvidas e possíveis falhas terapêuticas através de um estudo piloto. Objetivo: Avaliar a viabilidade e descrever os achados preliminares do uso da EENM na reabilitação da disfagia radioinduzida como primeiro passo antes de realizar um ensaio clínico randomizado no futuro. Método: Trata-se de um estudo piloto conforme previsto pelo Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT), que incluiu 12 participantes distribuídos em dois grupo: grupo controle (GC), submetido a reabilitação de deglutição com terapia fonoaudiológica convencional, e grupo intervenção (GI) que recebeu EENM associada à terapia fonoaudiológica padrão. Todos os pacientes foram submetidos à videofluoroscopia da deglutição pré e pós protocolo para análise comparativa preliminar dos resultados. Resultados: Foram identificadas falhas relacionadas à redução do acesso à marcação dos exames de avaliação objetiva durante o andamento da pesquisa e a frequente dificuldade de deslocamento dos pacientes até o local de coleta, que reduziram nossa capacidade de recrutar voluntários e viabilizar a logística das avaliações. Em relação ao protocolo de EENM, o parâmetro de tempo off demonstrou problemas, sendo considerado demasiadamente curto em alguns casos. Ainda assim, foi observada redução significativa nos níveis de penetração/aspiração laringotraqueal no GI ao término do protocolo de reabilitação (p-valor 0,031). Na comparação entre grupos, não foi observado resultado significativo, porém uma maior taxa do GI demonstrou melhora em relação ao aumento de ingestão por via oral e redução da gravidade da disfagia. Conclusão: O protocolo de EENM proposto neste estudo é viável, e a observação de certos benefícios justificam prosseguir para um ensaio clínico definitivo. Contudo, tanto os procedimentos de recrutamento quanto os métodos de avaliação precisam ser revistos para restringir eventuais problemas logísticos num estudo de maior porte amostral.Item Fisioterapia pélvica remota versus presencial na qualidade de vida de idosas com incontinência urinária: ensaio clínico(2024-07-01) Schlöttgen, Júlia; Rosa, Luís Henrique Telles da; Rosa, Patrícia Viana da; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Incontinência urinária é uma importante questão de saúde que aumenta sua prevalência com a idade, especialmente em mulheres. Nessa população, a qualidade de vida tem sido reconhecida como um importante desfecho. A fisioterapia pélvica é geralmente recomendada como a primeira linha de tratamento. Além da modalidade presencial, a fisioterapia pélvica online surge como alternativa de tratamento. Objetivos: Comparar o efeito da fisioterapia pélvica online e presencial na qualidade de vida de idosas com incontinência urinária. Métodos: As 25 participantes foram distribuídas no grupo presencial (n=10) e no grupo online (n=15). Todos os componentes do programa de fisioterapia pélvica foram idênticos nos dois grupos. O protocolo consistiu em treinamento muscular do assoalho pélvico e terapia comportamental, com uma sessão semanal individual com a fisioterapeuta por semana, durante 12 semanas. As participantes foram avaliadas antes do início do tratamento, após 6 semanas e após 12 semanas, via ligação telefônica. O desfecho principal foi qualidade de vida, medida através do questionario International Consultation on Incontinence Modular Questionnaire on Female Lower Urinary Tract Symptoms. Resultados: Os dois grupos apresentaram melhoras na qualidade de vida, e essa melhora foi especialmente relevante no grupo online. Conclusão: Nossos achados sugerem que idosas com incontinência urinária podem ser manejadas de maneira efetiva com fisioterapia pélvica online, com melhoria na qualidade de vida.Item Atuação Fonoaudiológica em Voz em um Ambulatório de Ensino vinculado ao SUS(2023-12-04) Braga, Letícia de Oliveira; Cassol, Mauriceia; Martinez, Chenia Caldeira; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoObjetivos: Este estudo acompanhou a relação entre os parâmetros envolvidos na qualidade vocal e o diagnóstico laríngeo em usuários com disfonia, bem como analisou os desfechos clínicos da fonoterapia da voz. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo e de um relato de caso. O local de avaliação e tratamento foi o Ambulatório de Fonoterapia da Voz, vinculado ao Serviço de Otorrinolaringologia, pertencente ao Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o qual presta assistência à população pelo SUS. A amostra deste estudo foi por conveniência, totalizando 65 usuários na faixa etária de 20 a 77 anos, no período de 2018 a 2023. Foram analisados os dados de caracterização da amostra e clínicos coletados por meio de prontuários e dos protocolos aplicados. Os métodos e técnicas vocais utilizados foram empregados conforme terapia vocal tradicional, com frequência média de 12 sessões para cada usuário com 30 minutos de duração. Resultados: Do total de usuários, foram 40 (61,5%) do sexo feminino, com média de idade de 54 anos e desvio padrão de 14,9, e 15 (23,1%) dos indivíduos eram profissionais da voz. Houve predomínio do quadro de disfonias funcionais secundárias. Na avaliação global da voz, os usuários apresentaram tempo máximo de fonação abaixo do esperado para a faixa etária e sexo, relação s/z acima de 1.2, tipo respiratório alto e postura corporal alterada. Observou-se diferença estatisticamente significativa no período pós-intervenção fonoaudiológica nas variáveis de tempo máximo de fonação (TMF), padrão respiratório, relação s/z e postura corporal. Houve melhora estatisticamente significativa no grau geral de desvio vocal avaliado pela escala GRBASI, mostrando melhora no grau de disfonia intenso para leve. Nos escores do IDV-10, dos 34 indivíduos reavaliados, obteve-se melhora na autopercepção vocal, obtendo-se uma média final em torno de 8.5 pontos. Conclusão: Foi possível identificar mudança em diversos aspectos clínicos fonoaudiológicos, como melhora na qualidade vocal, na autopercepção da desvantagem vocal, no padrão respiratório, nos tempos máximos de fonação e nos aspectos posturais associados ao uso vocal, indicando desfechos favoráveis na reabilitação vocal dos usuários acompanhados. Estes achados destacam a importância e relevância clínica e científica de um ambulatório de fonoterapia da voz no SUS.Item Fatores preditivos para falha do cateter nasal de alto fluxo em pacientes com bronquiolite viral aguda admitidos na unidade de terapia intensiva pediátrica(2023-12-21) Westphal, Patrick Jacobsen; Teixeira, Cassiano; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoINTRODUÇÃO: A bronquiolite viral aguda (BVA) é a infecção mais comum do trato respiratório em lactentes, é uma das principais causas de hospitalização nos primeiros 12 meses de vida. Nesse contexto, o emprego do cateter nasal de alto fluxo (CNAF) em pediatria tem emergido como uma prática frequente para recuperação da insuficiência respiratória. JUSTIFICATIVA E OBJETIVO: Considerando a escassez de estudos que confirmem a utilização do CNAF em diferentes graus da gravidade da BVA, o presente estudo tem como objetivo identificar fatores preditivos para falha na instalação do cateter nasal de alto fluxo em crianças com diagnóstico de BVA menores de 24 meses admitidos na unidade de terapia intensiva pediátrica. METODOLOGIA: Estudo de coorte retrospectivo unicêntrico com lactantes menores de 24 meses com BVA admitidos na UTI Pediátrica. O desfecho primário foi a falha no tratamento, definida como a transição para ventilação invasiva ou não invasiva. Variáveis analisadas incluíram idade, gênero, peso, parâmetros do CNAF, sinais vitais, fatores de risco, comorbidades, exame de imagem, tempo de uso do cateter, tempo de internação e desfecho clínico. A gravidade da BVA foi avaliada pela Escala de WoodDownes, e o estado funcional pela Functional Status Scale. Essas ferramentas foram aplicadas por fisioterapeutas treinados. RESULTADOS: 162 lactentes com BVA utilizaram CNAF, 17,28% tiveram falha no tratamento. Diferenças significativas entre grupo falha (GF) e sucesso (GS) incluíram idade (p=0,001), peso (p=0,002), gravidade da bronquiolite (p=0,004), fluxo inicial do CNAF (p=0,001) e tempo de uso (p=0,000). Valores de corte para fluxo inicial (≤12 L/min), peso (≤ 5kg) e Wood-Downes (≥ 9 pontos) foram determinados por curvas ROC. O fluxo inicial ≤12 L/min é mais preditivo para falha (AUC=0,71, IC 95%: 0,61-0,84, p=0,001). Análise multivariada indicou que peso foi um fator protetor (RR=0,87, IC95%: 0,78-0,98), tempo de uso reduziu o risco de falha (RR=0,49, IC95%: 0,38-0,64, p=0,000) e Wood-Downes não foi significativo (RR=1,04, IC95% 0,95-1,14, p=0,427). Idade foi excluída devido à alta correlação. Peso explicou 84,7% da variação no fluxo inicial. CONCLUSÃO: Os fatores de risco para a falha da terapia da CNAF em pacientes com bronquiolite incluem idade mais jovem, consequentemente baixo peso e baixo fluxo inicial ofertado. Além disso, se um paciente requerer um escalonamento no suporte respiratório, é mais provável que isso ocorra logo após o início do CNAFItem Pesquisa sobre condutas fisioterapêuticas na escoliose idiopática do adolescente(2024-06-23) Blauth, Rodrigo Laner; Silva, Marcelo Faria; Araújo, Francisco Xavier de; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A escoliose é um desvio da coluna no plano frontal de 10º ou mais (ângulo de Cobb), associado a rotação dos corpos vertebrais. 80% são casos de escoliose idiopática (EI). Na escoliose idiopática do adolescente (EIA), a Scoliosis Research Society (SRS) sugere órtese acima de 25º e a cirurgia acima 45º de ângulo de Cobb. Objetivo: Conhecer quais as condutas propostas pelos fisioterapeutas brasileiros na EIA. Materiais e Métodos: Estudo transversal com fisioterapeutas brasileiros atuantes na área de Ortopedia. Estes responderam um questionário elaborado, via google forms, sobre as condutas fisioterapêuticas, o objetivo do profissional e de seu paciente com a fisioterapia. Resultados: Com 65 participantes, destes 42 (64,6%) com formação específica para o tratamento de escoliose (FETE) e 23 (36,4) sem FETE. Os fisioterapeutas com FETE foram mais assertivos em comparação aos fisioterapeutas sem FETE na indicação de órtese nas EIA com ângulos entre 26º e 45º (p=0,008) e na não indicação de avaliação cirúrgica entre 26º a 45º de ângulo de Cobb (p=0,002). O objetivo principal do fisioterapeuta foi evitar a progressão do ângulo de Cobb e talvez reduzi-lo (96,9%) e o principal objetivo do paciente é evitar cirurgia (92,3%). Discussão: Fisioterapeutas com FETE parece ser a escolha mais assertiva para o tratamento da EIA. Conclusão: O controle radiológico, educação das AVDs, correção postural e programa específicos de exercícios para escoliose foram as condutas mais escolhidas e estão de acordo com consenso da International Society on Scoliosis Orthopedic and Rehabilitation Treatment (SOSORT).Item Estruturação de Programas de Treinamento Multicomponente para a Capacidade Funcional de Idosos Frágeis: Revisão Sistemática(2020-09-03) Costa, Filipe Langlois; Rosa, Luis Henrique Telles da; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: O treinamento multicomponente é a modalidade terapêutica mais indicada para idosos frágeis, capaz de reverter o grau de fragilidade embora não exista uma diretriz orientando a melhor forma de estruturar um programa de exercícios multicomponente (PEMC). Objetivos: Revisar de forma sistemática os efeitos de PEMC sobre a capacidade funcional (CF) em idosos frágeis e comparar a estruturação dos protocolos de treinamento. Métodos: Revisão sistemática (PROSPERO CRD42020162781) entre novembro e dezembro de 2019. As buscas ocorreram nas bases de dados Cochrane (CENTRAL), PubMed (MEDLINE), BVS (LILACS), PEDro, ScienceDirect, Scopus, SPORTDiscus (EBSCO) e Web of Science. Os critérios de inclusão foram ensaio clínico randomizado, idosos com definição de fragilidade, submetidos a treinamento multicomponente com no mínimo 3 componentes, com desfecho, primário ou secundário, na CF. Dois revisores independentes realizaram as buscas e extraíram os dados, contatando os autores quando necessário. Resultados: A estratégia de busca identificou 2652 artigos, excluindo 714 duplicatas e 1912 na leitura de título e resumo, por não preencherem os critérios de elegibilidade. Para a leitura completa restaram 26 artigos, e 21 foram excluídos, restando 5 artigos para estudo e análise dos protocolos. Os resultados heterogêneos impossibilitaram a metanálise, inclusive a avaliação por subgrupos. Os protocolos dos estudos analisados estão direcionados principalmente para melhora da capacidade física, contemplando o treinamento de função com uma intervenção pobre e limitada a poucos exercícios. Conclusão: Os protocolos de treinamento das intervenções baseadas em exercício estão bastante focados nos aspectos físicos da CF deixando os aspectos cognitivo, emocional e social de lado. O ganho de funcionalidade para atividades básicas, instrumentais e avançadas, ABVD, AIVD e AAVD, respectivamente, através do treinamento funcional para atividades diárias precisa ser melhorado nos próximos estudos para que idosos frágeis possam ter maiores níveis de autonomia, independência e interação social.Item Eletroestimulação de corpo inteiro em indivíduos obesos: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados(2024-01-24) Karina, Segatto; Schardong, Jociane; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoA obesidade é classificada como uma doença crônica que apresenta diversos fatores de risco associados. A eletroestimulação de corpo inteiro (EECI) trata-se de uma tecnologia capaz de ativar diversos grupos musculares de maneira sincronizada e surgiu como alternativa para indivíduos que são incapazes ou que não se sentem motivados para realizar o exercício convencional. Para tanto, este estudo teve como objetivo revisar sistematicamente com metanálise o efeito da EECI sobre os desfechos composição corporal, força muscular de quadríceps, capacidade funcional, força de preensão palmar e marcadores cardiometabólicos em indivíduos obesos. Esta revisão incluiu três comparadores, sendo controle, placebo e exercícios resistidos. Cinco bases de dados foram pesquisadas e 10 ensaios clínicos randomizados (ECR’s) forma incluídos. Os resultados indicaram que a EECI aumenta a capacidade funcional quando avaliada pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6M) em indivíduos obesos no comparador placebo. A EECI, quando comparada ao controle, também parece reduzir o porcentual de gordura e os níveis de colesterol e aumentar a força muscular de quadríceps e de preensão palmar, sem alterações para outros desfechos. Conclui-se que a EECI aplicada em indivíduos obesos pode melhorar a capacidade funcional e a força de preensão palmar. Os efeitos sobre a força muscular de quadríceps parecem promissores, porém precisam ser melhor investigados, assim como os efeitos sobre a composição corporal e sobre marcadores cardiometabólicosItem Associação entre Fatores Psicossociais e a Presença de Dor Crônica e Incapacidade no Ombro em Praticantes de CrossFit®: um estudo caso-controle(2023-02-15) Reis, Sérgio Joaquim Bittencourt dos Santos; Silva, Marcelo Faria; Ribeiro, Daniel Cury; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A dor no ombro afeta indivíduos de todas as idades, sedentários, bem como atletas amadores e de alta performance. A dor no ombro é comum em praticantes de modalidades como: CrossFit®, Levantamento de Peso Olímpico e Powerlifting. A prevalência de dor no ombro nesses praticantes é de 41,6% e 93% dos atletas de Weighlifting e Powerlifting apresentam dor no ombro persistente, sendo o ombro uma das três regiões com maior índice de lesão. Aspectos psicossociais podem influenciar na apresentação clínica das disfunções do ombro. Estudos recentes sugerem que fatores psicossociais contribuem para a presença de dor e incapacidade em não atletas com dor crônica no ombro. Porém, de acordo com o nosso conhecimento, não existem estudos investigando essas associações em praticantes de CrossFit®. Por isso, há uma grande necessidade de entender se fatores psicossociais estão associados com a presença de dor crônica e incapacidade no ombro de indivíduos que praticam esse esporte. Objetivo: Avaliar se fatores psicossociais estão associados à presença de dor e incapacidade em praticantes de CrossFit® com dor crônica no ombro. Métodos: Neste estudo caso-controle, incluímos 345 indivíduos, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 60 anos, praticantes de CrossFit ® há pelo menos 6 meses que tiveram dor no ombro nos últimos 12 meses. As variáveis demográficas categóricas foram apresentadas em frequências absoluta e relativa e as contínuas (idade, peso, altura, IMC) em média e desvio padrão (DP). As variáveis simétricas (cinesiofobia, crenças de evitação do medo e intensidade da dor) foram expressas em média e DP, enquanto as assimétricas (incapacidade do ombro e autoeficácia) em mediana e intervalo interquartil (IQR). Foram calculadas as estimativas brutas e ajustadas para razão de chance, com intervalo de confiança de 95%, para os possíveis fatores associados à dor crônica através do modelo de regressão logística. As covariáveis de ajuste foram idade, sexo, uso de ansiolítico e/ou antidepressivo e tratamento fisioterapêutico para dor no ombro. As correlações feitas entre as escalas foram verificadas pelo coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: Houve associação entre cinesiofobia (OR=1.15, 95% IC), crenças de evitação do medo nas atividades físicas (OR=1.98, 95% IC), a presença de dor crônica no ombro e maior tempo de CrossFit® (OR=1.80, 95% IC). Conclusão: Fatores psicossociais como cinesiofobia, crenças de evitação do medo nas atividades físicas e tempo de Crossfit® estão associados a dor crônica no ombro em praticantes de CrossFit®. A cinesiofobia aumenta o risco de praticantes de CrossFit® terem dor crônica no ombro em 15%Item Consumo alimentar, composição corporal e parâmetros neuromusculares em jovens atletas de futebol(2023-12-15) Barros, Juliano Marques de; Schneider, Cláudia Dornelles; Pinto, Camila; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoObjetivo: Comparar consumo alimentar, composição corporal e parâmetros neuromusculares de jovens atletas de futebol em dois momentos distintos da temporada competitiva e investigar se há correlação entre esses resultados. Métodos: Registros alimentar (3 dias), composição corporal (DXA), salto vertical (CMJ) e pico de torque (PT) dos extensores do joelho (KE) de 27 jovens atletas do sexo masculino (14,7 ± 1,0 anos), em dois momentos da temporada. Resultados: A ingestão de energia (p=0,395), carboidratos (p=0,229), proteínas (p=0,128) e lipídios (p=0,218) não diferiram entre os momentos da temporada. No entanto, estavam significativamente abaixo das recomendações nutricionais (p<0,001), exceto para lipídios (p<0,001). O PT dos KE e o CMJ apresentaram correlação positiva significativa com massa magra total e de membros inferiores, em ambos os momentos (p<0,001). Conclusão: Não identificamos mudanças na ingestão de energia e macronutrientes durante a temporada competitiva. Os indivíduos não atenderam às recomendações nutricionais e a amostra pode ter experimentado um déficit energético. Atletas com maior massa magra total e de membros inferiores apresentaram maior potência e PT. Recomendamos que a educação nutricional seja fornecida aos jovens atletas desde cedo e continue ao longo da adolescência, para que assim possamos melhorar o desempenho esportivo e estimular uma prática alimentar saudável.Item Funcionalidade de Pacientes com COVID-19 Internados em Unidade de Terapia Intensiva(2023) Catelli, Amanda Marques; Plentz, Rodrigo Della Méa; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: No ano de 2019 o mundo foi impactado pela pandemia do COVID19, doença que pode acarretar insuficiência respiratória com necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e ventilação mecânica invasiva (VMI), períodos prolongados de restrição ao leito e perda de força muscular. Objetivo: avaliar a funcionalidade e a força muscular de pacientes com COVID-19 internados em unidade de terapia intensiva e relacioná-los com os desfechos ventilação mecânica invasiva e tempo de internação em UTI e hospitalar. Métodos: trata-se de um estudo de coorte retrospectivo sendo a amostra composta por conveniência por pacientes internados na UTI entre março de 2020 e maio de 2021 com COVID-19. O desfecho primário do estudo foi a funcionalidade e os secundários foram força muscular, tempo de ventilação mecânica invasiva e tempo de internação. A funcionalidade em UTI foi avaliada pela escala PERME e a força muscular pela escala Medical Research Council. A coleta de dados foi realizada por meio do prontuário eletrônico, no período de janeiro de 2022 a março de 2022. Resultados: 143 pacientes foram incluídos na amostra, a maioria sexo masculino (60,14%) e com média de idade de 54 anos. A funcionalidade e a força muscular apresentaram melhora na alta da UTI quando comparada à admissão (p=0,000). Em relação a correlações, quanto maior tempo de internação em UTI, maior tempo em VMI (p=0,000; rs=0,856) e maior tempo de internação hospitalar (p=0,000; rs=0,819). A funcionalidade foi menor conforme maior o tempo em VMI (p=0,005; rs=-0,322) e tempo de internação hospitalar (p=0,023; rs=-0,19). Conclusão: a funcionalidade de pacientes COVID-19 internados em UTI tem relação direta com a força muscular, tempo de uso de ventilação mecânica invasiva e tempo de internação hospitalar.Item Prevenção de lesões no futebol feminino brasileiro: uma pesquisa sobre percepções e práticas nos clubes de elite(2023-10-05) Vianna, Karoline Baptista; Baroni, Bruno Manfredini; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoObjetivos: Descrever as atuais percepções e práticas relacionadas à prevenção de lesões em clubes de elite de futebol feminino no Brasil. Desenho do estudo: Estudo observacional transversal. Ambiente de pesquisa: Pesquisa online. Participantes: Fisioterapeutas de 32 clubes de elite de futebol feminino brasileiro. Principais medidas de resultado: Questionário estruturado. Resultados: Os fisioterapeutas elencaram “retorno ao esporte após lesão”, “carga de trabalho muito alta”, “lesão prévia”, “sono/repouso inadequados” e “déficit de força/potência muscular “como os cinco principais fatores de risco de lesão. “Seguir os critérios de retorno ao esporte após lesão” foi quase unanimemente classificado como uma estratégia preventiva muito importante. A percepção em relação ao nível de importância de outras estratégias preventivas foi mais divergente. Pelo menos dois terços dos clubes adotaram as seguintes avaliações para triagem de risco de lesão: “avaliação da composição corporal”, “avaliação da amplitude de movimento articular”, “testes de salto vertical”, “testes de equilíbrio dinâmico”, “testes de salto horizontal”, “testes de capacidade aeróbica” e “teste de descida do degrau ou agachamento em uma perna”. A maioria dos clubes aplicou intervenções baseadas em exercícios de múltiplos componentes para prevenção de lesões. Além disso, “seguir os critérios de retorno ao esporte após lesão”, ‘monitoramento da carga interna de trabalho”, “uso de modalidades de recuperação pós-exercício”, “avaliações de fatores de risco na pré-temporada” e “uso de bandagem rígida” foram estratégias de prevenção usadas por pelo menos três quartos dos clubes participantes. Conclusão: Este estudo proporcionou insights sem precedentes sobre as percepções e práticas de prevenção de lesões implementadas nos clubes de elite do futebol feminino.Item Impacto de um projeto social na promoção da segurança alimentar e nutricional de idosos da comunidade: um estudo qualitativo(2022-07-14) Guahnón, Marina Petrasi; Buss, Caroline; Programa de Pós-Graduação em Ciências da SaúdeO conceito de segurança alimentar vai além do acesso aos alimentos, engloba questões referentes à qualidade sanitária, biológica e nutricional, bem como à dimensão econômica e sociocultural dos alimentos. Projetos sociais em saúde podem contribuir para a promoção de segurança alimentar e nutricional entre a população, especificamente entre os idosos. Este estudo buscou verificar, por meio de uma análise qualitativa, o impacto de um projeto social na promoção da segurança alimentar e nutricional de idosos de duas comunidades de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram entrevistados 18 idosos e, após a análise temática das falas, foram definidos 3 grandes blocos temáticos: saúde e participação no projeto, participação no projeto durante período de pandemia e impacto do projeto na Segurança Alimentar e Nutricional. Em geral, os idosos demonstraram não estar satisfeitos com sua condição de segurança alimentar e nutricional, uma vez que sua situação de vulnerabilidade social foi agravada pela pandemia de Covid-19. De acordo com os relatos, projetos sociais na área da alimentação e saúde contribuem para a redução da insegurança alimentar e vulnerabilidade social na terceira idadeItem Avaliação da disponibilidade energética em praticantes de crossfit®(2023-12-12) Cohen, Tayani Palma; Schneider, Cláudia Dornelles; Nunes, Ramiro Barcos; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoOBJETIVO: Avaliar a disponibilidade energética de praticantes de CrossFit®. MÉTODOS: Estudo transversal com praticantes de CrossFit® na cidade de Porto Alegre, RS, Brasil. A amostra foi recrutada por conveniência, de forma nãoaleatória, e a coleta de dados ocorreu entre maio e setembro de 2022. Foram incluídos homens e mulheres maiores de 18 anos, que praticassem CrossFit® há pelo menos 3 meses, com frequência mínima de três treinos/semana. Foram avaliados (a) o consumo alimentar (valor energético total (VET), kcal), através de registro alimentar de três dias, calculado no software Dietbox®; (b) a composição corporal (massa magra (MM), kg), através de bioimpedância elétrica; e (c) o gasto energético com exercício (GEE), a partir da média de 3 sessões de treino, considerando duas faixas de intensidade dos equivalentes metabólicos (MET). A disponibilidade energética (DE), para cada faixa de intensidade, foi calculada subtraindo o gasto energético com exercício (GEE; kcal) do valor energético total (kcal), e então dividindo o valor obtido pela massa magra (MM; kg). Valores abaixo de 30 kcal/kg MM foram considerados como baixa disponibilidade energética, valores entre 30 e 45 kcal/kg MM disponibilidade energética insuficiente, e valores acima de 45 kcal/kg MM disponibilidade energética adequada. RESULTADOS: Foram incluídos 19 homens (33,1 ± 8,6 anos; 83,7 ± 11,2 kg, 176,6 ± 7,8 cm, duração de 40 ± 2,3 min/treino, e GEE entre 222,8 ± 26,5 e 350,3 ± 41,8 kcal/treino) e 26 mulheres (32,2 ± 7,6 anos; 68,3 ± 11,8 kg; 163,6 ± 5,6 cm, duração de 39 ± 1,4 min/treino, e GEE entre 177,9 ± 27,0 e 280,2 ± 43,0 kcal/treino) praticantes de CrossFit®. A prevalência de baixa DE foi de 8,9% do total da amostra (3,9% mulheres e 15,8% homens) quando considerada a menor faixa de intensidade de exercício. Quando foi considerada maior intensidade do exercício, e maior o GEE, a prevalência de baixa DE foi 28,9% da amostra total (23,1% mulheres e 36,8% homens). A prevalência de DE insuficiente foi 71,1% da amostra total (76,9% mulheres e 63,2% homens) quando o cálculo de GEE utilizou valores inferiores de MET, e 57,8% da amostra total (65,4% mulheres e 47,4% homens) quando o cálculo do GEE foi baseado em valores de MET mais elevados. A prevalência de disponibilidade energética adequada foi 20% da amostra total (19,2% mulheres e 21,0% homens) quando o cálculo de GEE utilizou valores inferiores de MET, e 13,3% da amostra total (11,5% mulheres e 15,8% homens) quando o cálculo do GEE foi baseado em valores de MET mais elevados. CONCLUSÃO: A maior parte da amostra possuía disponibilidade energética insuficiente ou baixa, o que a médio prazo pode estar associado com maior índice de lesões, perda significativa de desempenho esportivo, alterações imunológicas, dentre outras.