PPGCR - Dissertações
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Item Measurement Properties in Acute Low Back Pain Patients Assessment: A COSMIN Risk of Bias Systematic Review(2024) Stürmer, Adriana Tavares; Reppold, Caroline Tozzi; Calvetti , Prisla Ücker; Programa de Pós-Graduação em Ciências da SaúdeIntrodução: O uso de escalas para um diagnóstico preciso e a identificação de fatores de risco em pacientes com Dor Lombar Aguda (DLA) podem levar ao tratamento mais eficaz, evitando interpretações errôneas, perda de tempo e recursos ou decisões médicas prejudiciais. Para a melhor escolha de uma escala é fundamental avaliar as propriedades de medida de cada instrumento (validade, confiabilidade, responsividade) e sua qualidade metodológica. Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura para avaliar os instrumentos aplicados em pacientes com DLA. Documentar as características das escalas e suas propriedades de medidas, utilizando a ferramenta COSMIN Risk of Bias (RoB). Métodos: A busca foi realizada nas bases de dados MEDLINE, Scopus, LILACS, Web of Science e PsycINFO para os termos DLA e propriedades psicométricas, bem como suas variantes. Os critérios de inclusão foram instrumentos aplicados à população adulta e idosa com DLA. Os critérios de exclusão foram artigos que misturavam DLA com dor lombar crônica ou qualquer outra localização de dor. A seleção dos artigos e a extração de dados foram realizadas de forma cega e por pares. A ferramenta COSMIN RoB foi utilizada para avaliar a qualidade das propriedades de medida. RItem Prevalência de tremor essencial em idosos em Veranópolis-RS: aspectos de qualidade de vida e funcionalidade(2024-12-16) Sangali, Caroline Cenci; Rieder, Carlos Roberto de Mello; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: O Tremor Essencial (TE) é um dos distúrbios do movimento mais frequentemente encontrado na prática clínica e é classificado como uma síndrome de tremor isolado de ação nos membros superiores, com duração mínima de três anos e sem outros sinais neurológicos associados. A sua prevalência é maior em idosos, especialmente a partir dos 60 anos. Além do tremor, esse distúrbio pode causar problemas de equilíbrio, quedas e alterações de humor e cognição, impactando a qualidade de vida dos indivíduos. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de TE em idosos de Veranópolis, Rio Grande do Sul, e seu impacto na qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal, epidemiológico, de base populacional, realizado em duas fases, porta-a-porta. Foram recrutados indivíduos com ≥ 60 anos, com dados clínicos e sociodemográficos coletados de 3.475 idosos via contato telefônico, seguido de triagem, utilizando o questionário de Tanner para identificar possíveis casos de parkinsonismo ou queixa de tremor. Indivíduos com triagem positiva foram convidados para avaliação com neurologista especialista em distúrbios do movimento para confirmar diagnóstico de TE. Escalas específicas de tremor, qualidade de vida, aspectos neuropsiquiátricas, cognição e atividade física também foram coletados. Resultados: Um total de 80 idosos foram identificados com TE, resultando em uma prevalência bruta de 2.3% (95% IC 1.81-2.82), sem diferenças entre os sexos. O sexo feminino apresentou maiores pontuações tremor de face, voz e cabeça, com diferença significativa (p=0,014; 0,025 e 0,027, respectivamente). Também foram correlações significativas da gravidade do tremor com a idade dos indivíduos, qualidade de vida, escores de equilíbrio e de cognição. Conclusão: Conclui-se que a prevalência de TE entre os idosos é de 2,3%, com impacto considerável na qualidade de vida, equilíbrio e cognição. Esses resultados destacam a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado do distúrbio para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.Item A gravidade com que o paciente é admitido na UTI influencia no prognóstico do paciente após a alta hospitalar?(2018-09-26) Figueredo, Tanara Carreira Meus; Teixeira, Cassiano; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: Os avanços no cuidado intensivo permitiram que mais pacientes superasse a doença crítica aguda. Os pacientes sobreviventes a uma internação prolongada na UTI são mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônicas, a altas taxas de mortalidade após a alta da UTI e a piora da qualidade de vida nos meses e anos subsequentes à alta. Objetivo: Verificar o papel da disfunção orgânica no prognóstico após alta da UTI. Metodologia: Coorte multicêntrica e prospectiva, com inclusão de pacientes maiores do que 18 anos, que permaneceram mais de 72h na UTI e tiveram alta. Foram coletados dados de internação na UTI, as disfunções orgânicas (respiratória, cerebral, renal, cardiovascular, digestiva e hematológica) e acompanhado o prognóstico no primeiro ano após a alta da UTI: força muscular na alta imediata (Medical Research Council - MRC); disfunção cognitiva (mini exame do estado mental – MEEM), sintomas de ansiedade e depressão (escala hospitalar de ansiedade e depressão – HADS) e transtorno de estresse pós traumático (TEPT) (IES – 6) no 6º mês após a alta da UTI e mortalidade no 12º mês. Os dados da alta imediata foram coletados ainda durante a internação hospitalar e os dados do 6º e 12º mês através de contato telefônico. Resultados: Foram incluídos 1179 pacientes, estes foram divididos em 6 grupos conforme as seis disfunções orgânicas analisadas. Foram eles: disfunção neurológica(n=300), disfunção gastrointestinal (n=63), disfunção renal (n=147), disfunção hematológica (n=216), disfunção cardiovascular (n=639) e disfunção ventilatória (n=582). Na alta imediata da UTI, a DMOS foi marcador de fraqueza muscular. Enquanto, pacientes com disfunção neurológica apresentaram disfunção cognitiva. Já pacientes com disfunção gastrointestinal apresentaram marcadores de sintomas de ansiedade, assim como pacientes com disfunção renal apresentaram marcadores de sintomas de depressão. As disfunções orgânicas não influenciaram na prevalência de sintomas de ansiedade, depressão ou estresse pós-traumático após 6 meses da alta hospitalar. Durante o acompanhamento de 12 meses, 329 (27,9%) pacientes morreram e o tipo de disfunção não afetou a mortalidade em 12 meses. Conclusão: As disfunções orgânicas afetam o prognóstico dos pacientes após a alta da UTI.Item A eletroestimulação neuromuscular é viável e beneficia a reabilitação da disfagia radioinduzida? Um estudo piloto(2024-04-24) Korspalski, Fernanda Tormen; Macaganan, Fabricio Edler; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A radioterapia é um recurso comum no manejo do câncer de cabeça e pescoço (CCP) que produz, independentemente dos eventuais procedimentos cirúrgicos e dos diferentes tipos de fármacos utilizados no tratamento destas neoplasias, disfunções estomatognáticas que muito frequentemente evoluem para a disfagia. A típica alteração fisiopatológica observada nos tecidos irradiados é do tipo fibrosante e acomete majoritariamente estruturas musculares. Normalmente, irradiações na região faríngea evoluem para déficits na habilidade motora reduzindo, entre outras funções, a deglutição. Além disso, alterações sensoriais podem ocorrer em paralelo e agravar as disfunções. A reabilitação da disfagia radioinduzida pode ser complexa e, muitas vezes, demanda do uso de diferentes técnicas associadas ao processo convencional. Entre as possíveis ferramentas para auxiliar nesse processo está a eletroestimulação neuromuscular (EENM). Considerada uma técnica não invasiva, é baseada no uso de correntes elétricas que visam estimular a neuroplasticidade cerebral e o recrutamento muscular. Já há relatos positivos do uso da EENM para o tratamento da disfagia, mas não existe consenso na literatura quando se trata de pacientes com CCP que evoluem com disfagia radioinduzida. A escassez de informações sólidas para esse cenário clínico, torna pertinente a elaboração de pesquisas que visem aumentar o conhecimento a respeito da viabilidade e efetividade desta técnica de eletroterapia. Este protocolo de pesquisa foi estruturado para dirimir dúvidas e possíveis falhas terapêuticas através de um estudo piloto. Objetivo: Avaliar a viabilidade e descrever os achados preliminares do uso da EENM na reabilitação da disfagia radioinduzida como primeiro passo antes de realizar um ensaio clínico randomizado no futuro. Método: Trata-se de um estudo piloto conforme previsto pelo Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT), que incluiu 12 participantes distribuídos em dois grupo: grupo controle (GC), submetido a reabilitação de deglutição com terapia fonoaudiológica convencional, e grupo intervenção (GI) que recebeu EENM associada à terapia fonoaudiológica padrão. Todos os pacientes foram submetidos à videofluoroscopia da deglutição pré e pós protocolo para análise comparativa preliminar dos resultados. Resultados: Foram identificadas falhas relacionadas à redução do acesso à marcação dos exames de avaliação objetiva durante o andamento da pesquisa e a frequente dificuldade de deslocamento dos pacientes até o local de coleta, que reduziram nossa capacidade de recrutar voluntários e viabilizar a logística das avaliações. Em relação ao protocolo de EENM, o parâmetro de tempo off demonstrou problemas, sendo considerado demasiadamente curto em alguns casos. Ainda assim, foi observada redução significativa nos níveis de penetração/aspiração laringotraqueal no GI ao término do protocolo de reabilitação (p-valor 0,031). Na comparação entre grupos, não foi observado resultado significativo, porém uma maior taxa do GI demonstrou melhora em relação ao aumento de ingestão por via oral e redução da gravidade da disfagia. Conclusão: O protocolo de EENM proposto neste estudo é viável, e a observação de certos benefícios justificam prosseguir para um ensaio clínico definitivo. Contudo, tanto os procedimentos de recrutamento quanto os métodos de avaliação precisam ser revistos para restringir eventuais problemas logísticos num estudo de maior porte amostral.Item Pesquisa sobre condutas fisioterapêuticas na escoliose idiopática do adolescente(2024-06-23) Blauth, Rodrigo Laner; Silva, Marcelo Faria; Araújo, Francisco Xavier de; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoIntrodução: A escoliose é um desvio da coluna no plano frontal de 10º ou mais (ângulo de Cobb), associado a rotação dos corpos vertebrais. 80% são casos de escoliose idiopática (EI). Na escoliose idiopática do adolescente (EIA), a Scoliosis Research Society (SRS) sugere órtese acima de 25º e a cirurgia acima 45º de ângulo de Cobb. Objetivo: Conhecer quais as condutas propostas pelos fisioterapeutas brasileiros na EIA. Materiais e Métodos: Estudo transversal com fisioterapeutas brasileiros atuantes na área de Ortopedia. Estes responderam um questionário elaborado, via google forms, sobre as condutas fisioterapêuticas, o objetivo do profissional e de seu paciente com a fisioterapia. Resultados: Com 65 participantes, destes 42 (64,6%) com formação específica para o tratamento de escoliose (FETE) e 23 (36,4) sem FETE. Os fisioterapeutas com FETE foram mais assertivos em comparação aos fisioterapeutas sem FETE na indicação de órtese nas EIA com ângulos entre 26º e 45º (p=0,008) e na não indicação de avaliação cirúrgica entre 26º a 45º de ângulo de Cobb (p=0,002). O objetivo principal do fisioterapeuta foi evitar a progressão do ângulo de Cobb e talvez reduzi-lo (96,9%) e o principal objetivo do paciente é evitar cirurgia (92,3%). Discussão: Fisioterapeutas com FETE parece ser a escolha mais assertiva para o tratamento da EIA. Conclusão: O controle radiológico, educação das AVDs, correção postural e programa específicos de exercícios para escoliose foram as condutas mais escolhidas e estão de acordo com consenso da International Society on Scoliosis Orthopedic and Rehabilitation Treatment (SOSORT).Item Consumo alimentar, composição corporal e parâmetros neuromusculares em jovens atletas de futebol(2023-12-15) Barros, Juliano Marques de; Schneider, Cláudia Dornelles; Pinto, Camila; Programa de Pós-Graduação em Ciências da ReabilitaçãoObjetivo: Comparar consumo alimentar, composição corporal e parâmetros neuromusculares de jovens atletas de futebol em dois momentos distintos da temporada competitiva e investigar se há correlação entre esses resultados. Métodos: Registros alimentar (3 dias), composição corporal (DXA), salto vertical (CMJ) e pico de torque (PT) dos extensores do joelho (KE) de 27 jovens atletas do sexo masculino (14,7 ± 1,0 anos), em dois momentos da temporada. Resultados: A ingestão de energia (p=0,395), carboidratos (p=0,229), proteínas (p=0,128) e lipídios (p=0,218) não diferiram entre os momentos da temporada. No entanto, estavam significativamente abaixo das recomendações nutricionais (p<0,001), exceto para lipídios (p<0,001). O PT dos KE e o CMJ apresentaram correlação positiva significativa com massa magra total e de membros inferiores, em ambos os momentos (p<0,001). Conclusão: Não identificamos mudanças na ingestão de energia e macronutrientes durante a temporada competitiva. Os indivíduos não atenderam às recomendações nutricionais e a amostra pode ter experimentado um déficit energético. Atletas com maior massa magra total e de membros inferiores apresentaram maior potência e PT. Recomendamos que a educação nutricional seja fornecida aos jovens atletas desde cedo e continue ao longo da adolescência, para que assim possamos melhorar o desempenho esportivo e estimular uma prática alimentar saudável.Item Análise da Musculatura Paravertebral em Indivíduos com Doença de Parkinson Leve a Moderada: um Estudo Transversal(2022-04-07) Mattos, Brenda Tubelo Pereira de; Cechetti, Fernanda; Martinez, Flávia GomesA doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, progressiva e crônica, causadora de uma série de sintomas motores que prejudicam diretamente as atividades de vida diária dos indivíduos acometidos por esta patologia, como por exemplo a instabilidade postural. Compreender o controle postural através de uma avaliação profunda dos principais músculos envolvidos neste processo é de suma importância para os pesquisadores da área e profissionais que lidam diretamente com esta população. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a musculatura paravertebral de indivíduos com doença de Parkinson leve a moderada em relação à sua composição e força muscular quando comparado a idosos saudáveis. Este estudo avaliou 16 sujeitos, sendo 8 no grupo com DP leve a moderada e8 idosos saudáveis. Os indivíduos com DP foram avaliados pela Escala Modificada Hoehn & Yahr (H&Y), pela Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson exame motor (UPDRS III) e pelo Questionário da Doença de Parkinson (PDQ-39). Além destas avaliações, os dois grupos foram avaliados por meio do Timed Up and Go Test (TUG), Medidas de Ultrassom (US) da musculatura paravertebral, Teste de Força Máxima dos extensores de coluna através do Dinamômetro Isocinético e Eletromiografia (EMG) dos músculos paravertebrais. Os resultados revelaram que o grupo de indivíduos com DP apresentam menor produção de força na musculatura paravertebral quando comparados ao grupo de idosos saudáveis. Estas diferenças foram significativas na fase inicial de extensão de tronco (RTD Early), no Pico de Torque (PT) e na capacidade de produzir força rapidamente(RTD pico). Entretanto, não foram encontradas diferenças significativas na EMG e na US. Com estes resultados, conclui-se que indivíduos com doença de Parkinson leve a moderada, apresentam valores significativamente menores na produção inicial e manutenção da força em relação aos idosos saudáveis, mesmo sem apresentar danos aparentes quanto à composição muscular dos músculos paravertebrais. Demonstrando que estes valores podem interferir negativamente no controle postural, uma característica típica da DP.Item Análise do efeito da terapia de alto fluxo em pacientes hipercápnicos dependentes de suplementação de oxigênio. Um estudo transversal.(2023-05-12) Silva, Vanessa Gonçalves da; Dal Lago, PedroIntrodução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem sido uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo. Sua forma de apresentação varia em pacientes hipoxêmicos com ou sem hipercapnia, sendo a insuficiência respiratória hipercápnica uma condição associada a um risco aumentado de desfechos desfavoráveis para este grupo. Baseado na necessidade de utilização da oxigenoterapia por pacientes com DPOC e hipercápnicos, estudos sobre forma de administração de oxigênio precisam ser desenvolvidos visando a forma mais segura deadministrar a oxigenoterapia sem prejuízo ao paciente no que diz respeito à piora da retenção de CO2 em decorrência do uso indiscriminado de oxigênio. Objetivo: Avaliar se o uso de oxigenoterapia por cânula nasal de alto fluxo (CNAF) produz alterações gasométricas consideráveis na pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2) em indivíduos DPOC hipercápnicos e dependentes de suplementação de oxigênio. Métodos: Foram incluídos no estudo pacientes com DPOC e hipercápnicos que utilizam a forma convencional de administração de oxigênio por cateter nasal (CN), óculos nasal (ON) ou máscara de Hudson (MH) e CNAF. Foram coletados dados de gênero, idade, pO2 inicial e final após 24h, pCO2 inicial e final após 24h, pH inicial e final após 24h (uso de ON, MH e CNAF). O estudo foi composto por um grupo denominado alto fluxo que fez uso do CNAF durante o período da internação e um grupo denominado oxigenoterapia convencional que utilizou somente as formas convencionais de oxigenoterapia (ON e MH), sendo os dados gasométricos avaliados em ambos os grupos na admissão no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e vinte e quatro horas após. O desfecho principal foi a pCO2 avaliada pré e pós oxigenioterapia por meio da gasometria arterial. Resultados: A amostra estudada foi de 52 pacientes sendo 26 homens e 26 mulheres com idade média de 72 anos. Na amostra, as principais comorbidades predominantes foram a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a diabetes mellitus (DM) com maior incidência nos pacientes do grupo alto fluxo. A pO2 apresentou diferença significativa entre os grupos, visto que no grupo alto fluxo a pO2 foi aproximadamente 22 mmHg mais alta que no grupo oxigenoterapia convencional (85,8 ± 15,7; 107,7 ± 30,7; p= 0,004). Já com relação à análise da pCO2 após 24h da admissão, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (48,8 ± 9,9). Conclusão: o uso do CNAF não reduziu a pCO2 em pacientes com DPOC e hipercápnicos que necessitam de suplementação de oxigênio, no entanto, seu efeito sobre os desfechos clínicos ainda permanece incerto, pois ainda não existem muitos estudos acerca dos desfechos a longo prazo.Item Efeito protetor do exercício físico sobre a cardiotoxicidade induzida pela quimioterapia: uma revisão sistemática com metanálise.(2022) Pedroni, Anderson Sartor; Macagnan, Fabrício EdlerContextualização: O aumento da sobrevida no paciente oncológico tem determinado uma população em crescente risco de desenvolver doença cardiovascular induzida por tratamento. Entretanto, evidências para o uso do exercício físico como profilaxia de cardiotoxicidade são incertas. Objetivo: O propósito deste estudo foi determinar a efetividade do exercício físico para prevenir a cardiotoxicidade induzida pela quimioterapia. Bases de dados: LILACS, MEDLINE/PubMed, SCOPUS e Web of Science sem filtros para ano de publicação ou idiomas. Seleção de estudos: Os estudos selecionados foram ensaios clínicos randomizados e não-randomizados que incluíram desfechos de função cardíaca avaliando a fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) e índice de global longitudinal strain (GLS) comparando o treinamento físico concomitante à terapia antineoplásica ao tratamento usual. Síntese de dados: Quatro estudos foram incluídos, totalizando 137 indivíduos (51,5±8,5 anos). Três estudos realizaram treino combinado com exercícios resistidos e aeróbicos e um realizou treinamento aeróbico exclusivo. Todos os estudos foram realizados em pacientes com câncer de mama. A metanálise dos 4 estudos incluídos não demonstrou alterações significativas na FEVE (MD: 1.37 [-0,84, 3,59]; p=0,23, I2: 55%) e no GLS (MD: 0,21 [-0,84, 1,26]; p=0,69, I2: 49%). A capacidade funcional avaliada através do VO2pico apresentou queda maior no grupo controle (14%) em relação ao grupo intervenção (5%). Quando avaliado através do teste de caminhada de 6 minutos, houve redução de 6% no grupo controle no final do acompanhamento. Limitações: Ensaios clínicos que avaliam o poder cardioprotetor do exercício físico frente ao tratamento quimioterápico são escassos e heterogêneos. Conclusões: Os dados desta revisão falham ao tentar determinar a eventual ação protetora do exercício físico sobre a função cardíaca nesta fase do tratamento em que a cardiotoxicidade não gera manifestações ecocardiográficas e/ou clínicas importantes. Entretanto, diante da baixa incidência de cardiotoxicidade reportada nos dados expostos, foi possível analisar o papel profilático do exercício na funcionalidade dos pacientes avaliados, pelo menos no período de seguimento utilizado nos ensaios clínicos incluídos nesta revisão.Item Recovery no futebol: revisão sistemática da literatura e percepção de atletas profissionais(2022) Michel, Rafael Cristane; Baroni, Bruno ManfrediniEstratégias de recuperação pós-exercício, ou estratégias de “recovery”, fazem parte da rotina de atletas e clubes de futebol de ambos os sexos e de diferentes níveis de participação. Diante da popularização da Prática Baseada em Evidência (PBE), chama atenção o fato de não existir uma revisão sistemática acerca da eficácia destas estratégias aplicadas especificamente no contexto no futebol. Além disso, apesar de os valores do paciente constituírem um dos pilares da PBE, a percepção dos atletas acerca das estratégias comumente utilizadas no futebol permanece inexplorada. Diante deste cenário, a presente dissertação contempla dois estudos. O estudo 1 teve por objetivo revisar de maneira sistemática a evidência disponível acerca das intervenções fisioterapêuticas utilizadas para recovery em atletas de futebol. Dois pesquisadores realizaram buscas independentes nas bases de dados PubMed, CENTRAL, Scielo e Pedro utilizando combinações de termos relacionados ao tema. De um total de 2.925 estudos identificados nas buscas, 25 atenderam aos critérios de seleção e foram incluídos na revisão. Vinte e três destes estudos (92%) apresentaram escore menor ou igual a 6 na escala PeDRO, sugerindo alto risco de viés. Ao todo, 429 atletas participaram dos estudos, sendo a maioria atletas profissionais do sexo masculino. Recuperação ativa, imersão em água fria e roupas de compressão foram as intervenções mais investigadas. Outras intervenções (como foam rolling, plataforma vibratória e imersão de contraste) foram avaliadas por apenas um ou dois estudos. A revisão descreve os efeitos destas e outras intervenções sobre parâmetros relacionados à performance física, percepção de recuperação e biomarcadores. Em síntese, apesar de alguns recursos apresentarem resultados promissores sobre determinados desfechos, não há evidência suficiente para destacar um recurso fisioterapêutico capaz de atuar simultaneamente sobre os aspectos de recuperação relacionados à performance, percepção e biomarcadores. O estudo 2 teve por objetivo descrever a percepção de atletas profissionais sobre a eficácia das estratégias comumente adotadas no meio do futebol. Ao todo, 100 atletas profissionais de futebol masculino da 1ª à 4ª divisão do Campeonato Brasileiro responderam a um questionário online. Imersão em água fria (88% de aprovação), suplementos nutricionais (71%), massagem (66%), alongamento (64%) e recuperação ativa (60%) foram as 5 principais estratégias classificadas. Após a realização dos dois estudos desta dissertação, conclui-se que: (1) a literatura acerca dos efeitos das intervenções fisioterapêuticas utilizadas para recovery no futebol é composta, em sua maioria, por estudos com elevado risco de viés; (2) apesar de algumas intervenções terem se mostrado benéficas sobre alguns desfechos relacionados à recuperação, parece não haver um recurso capaz de otimizar simultaneamente a recuperação da performance, percepção e biomarcadores; e (3) os atletas profissionais do sexo masculino têm confiança na efetividade de algumas, mas não todas, estratégias de recovery comumente aplicadas no contexto do futebol. Considerando a inconsistência da literatura, conhecer as crenças e preferências dos jogadores pode ser crucial para melhorar a adesão e aumentar as chances de sucesso das estratégias de recovery escolhidas pelos profissionais de saúde.Item Exercícios pélvicos e estimulação elétrica do nervo tibial em pacientes com incontinência urinária após prostatectomia: ensaio clínico randomizado(2021) Fernandes, Jordana Antes; Plentz, Rodrigo Della Méa; Rosa, Patrícia Viana daIntrodução: O câncer de próstata é o tipo de neoplasia sólida mais incidente no gênero masculino, a prostatectomia radical (PR) é o tratamento comumente utilizado. A morbidade pós-operatória diminuiu consideravelmente com o avanço das técnicas cirúrgicas, entretanto a incontinência urinária (IU) permanece a complicação mais comum, afetando a qualidade de vida (QV) desses indivíduos. A estimulação elétrica percutânea do nervo tibial (EPNT) demonstrou efeitos terapêuticos no tratamento de bexiga hiperativa e IU, a expansão da sua indicação, vem sendo pesquisada. Objetivo: O objetivo do presente estudo é avaliar o efeito da associação da EPNT ao treino muscular de assoalho pélvico (TMAP) na IU após a PR. Métodos: Ensaio clínico randomizado, onde 13 pacientes foram alocados randomicamente nos grupos controle (GC: n = 6) e intervenção (GI: n = 7) . Foram realizadas duas avaliações: pós- operatória e pós- intervenção. O GI recebeu TMAP e EPTN (F: 20Hz; D: 200 μs; I: limiar sensitivo, T: 20min). O GC recebeu o mesmo treinamento e orientações sobre TMAP e EPNT sham. A IU foi definida pelo peso do absorvente maior que 8 gramas. Foram avaliadas também a disfunção erétil, os sintomas de bexiga hiperativa, a QV e a função contrátil do assoalho pélvico. Resultados: No grupo intervenção houve melhora no número de homens continentes (p=0.03) e no tamanho do efeito na QV global avaliada por um dos questionários (p=0.006). Os sintomas de severidade de IU (p = 0.35), bexiga hiperativa (p = 0.89), a função erétil (p =0.05), a força (p= 0.07) e o endurance (p= 0.31) dos músculos do assoalho pélvico não mostraram diferença significativa entre os grupos após as intervenções. Conclusão: A EPTN associada aos exercícios físicos amplia os efeitos benéficos na recuperação da continência após a prostatectomia radical. Entretanto, devido a pandemia de COVID não foi possível aumentar o número amostral o que reduz o poder dos resultados.Item Capacidade respiratória de crianças com fissura lábio-palatina(2019) Kniphoff, Gustavo Jungblut; Cardoso, Maria Cristina de Almeida FreitasIntrodução: Alterações no complexo craniofacial de sujeitos com fissura lábio- palatina podem causar desequilíbrios posturais e respiratórios. Este padrão pode levar ao desuso da musculatura respiratória, aumentando o risco de complicações respiratórias. Objetivo: Investigar o efeito do treinamento muscular expiratório na capacidade respiratória de crianças com fissura lábio-palatina. Metodologia: Ensaio clinico randomizado de período longitudinal e prospectivo, realizado nos ambulatórios de especialidades de um Hospital pediátrico de uma cidade do Sul do Brasil, junto a uma Universidade Federal. Incluídos sujeitos com fissura lábio-palatina, entre 3 e 12 anos, já corrigidos por cirurgias de queiloplastia e palatoplastia e em atendimento fonoaudiológico. Excluídos sujeitos com deficiência intelectual ou com outra malformação associada. Os sujeitos foram divididos em dois grupos, sendo alocados de forma aleatória através de um software de randomização. Todos os sujeitos foram avaliados pré e pós intervenção, além de reavaliados em um follow-up de 3 meses. Utilizou-se peakflow digital para avaliar a capacidade respiratória, manovacuômetro analógico para avaliar a força muscular respiratória, e um posturógrafo para avaliar a postura corporal dos sujeitos. O treinamento seguiu, em ambos os grupos, a realização de 3 séries de 10 repetições por semana, durante seis semanas. O Grupo Água fez uso de PEP em Selo de Água, enquanto o Grupo Respiron fez uso do Respiron®. Resultados: Em relação à força muscular e à capacidade respiratória, todos os sujeitos apresentaram melhora com diferença estatística (p= <0,001). O Grupo Respiron® apresentou significância estatística em relação à pressão inspiratória máxima (p=0,030) e o Grupo Água apresentou uma tendência estatística (p=0,058). O mesmo grupo apresentou uma tendência à diferença estatística para pressão expiratória máxima (p=0,054) e diferença estatística para a capacidade vital (p=0,007). Os dados posturais não mostraram diferença entre os períodos avaliados. Conclusões: Sujeitos com fissura lábio-palatina são beneficiados com o uso de incentivadores respiratórios, pois o treinamento muscular expiratório, com ambos os aparatos utilizados, proporcionou uma melhora significativa da capacidade respiratória, além de aumentar a força muscular respiratória.Item Avaliação dos fatores relacionados ao fenômeno “Benefício do Sono” em pacientes com Doença de Parkinson(2020) Carpenedo, Camila Muratt; Rieder, Carlos Roberto de MelloIntrodução: Distúrbios do sono são muito comuns na doença de Parkinson (DP). Por outro lado, tem sido relatado que alguns pacientes experimentam uma melhora transitória das manifestações motoras da doença ao acordarem após um período de sono, geralmente noturno, antes da tomada qualquer medicação de ação antiparkinsoniana: a este fenômeno deu-se o nome de “Sleep Benefit” (SB). Os mecanismos envolvidos no SB ainda não são compreendidos. Objetivos: Avaliar a presença de SB sobre o quadro motor de pacientes com DP e possíveis fatores associados ao mesmo. Métodos: Foi realizado um estudo transversal prospectivo, onde foram incluídos pacientes com doença de Parkinson em acompanhamento no ambulatório de Distúrbios do Movimentos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e nos consultórios de convênio de participantes deste estudo. Para avaliar a presença de SB, foi utilizado um questionário semiestruturado com a seguinte pergunta: “Após o período de sono noturno, antes da sua primeira tomada de medicação anti-parkinsoniana, você nota clara melhora dos seus sintomas motores (ou seja, lentidão, tremor ou rigidez), como se estivesse tão bem quanto sob efeito da medicação ou até melhor?”, assim como para obter informações sobre a história da doença e dados demográficos. Além destes, a presença de SB foi avaliada com as seguintes variáveis clinicas: comprometimento motor (MDS – UPDRS), estágio da doença (HY), cognição (MoCA), transtornos do humor (BDI e BAI), qualidade de vida (PDQ-39), qualidade do sono (PSQI) e sonolência excessiva (ESS). Os dados quantitativos são apresentados como média e desvio-padrão (±) ou, no caso de distribuição assimétrica, como mediana e mínima e máxima. Os dados qualitativos foram apresentados em suas frequências absoluta e relativa. Resultados: Trinta e três pacientes foram incluídos no estudo, a média de idade foi de 62,4 ± 12,2 anos. Destes, 11 pacientes (33,3%) relataram a presença de SB. Pacientes com SB apresentaram maiores mobilidade e suporte social avaliados pelo PDQ-39 (p = 0,027 e p = 0,003, respectivamente), assim como menor disfunção diurna no PSQI (p = 0,024). Não foram encontradas diferenças significativas nos demais parâmetros avaliados. Conclusões: SB foi observada em um terço dos pacientes com DP (33,3%). O mesmo foi associado com maiores mobilidade e suporte social, e menor disfunção diurna. O fenômeno SB segue pouco compreendido e mais estudos devem ser conduzidos a fim de decifrar sua real natureza.Item Afasia Progressiva Primária: um estudo das queixas iniciais e do histórico de dificuldades de aprendizagem(Wagner Wessfll, 2020) Reis, Talita Gallas dos; Beber, Bárbara CostaIntrodução: A Afasia Progressiva Primária (APP) é uma síndrome neurológica caracterizada por prejuízo progressivo da linguagem em função de processos neurodegenerativos. A APP é subdividida em três variantes: semântica, agramatical/não-fluente e logopênica. O diagnóstico diferencial da APP pode ser difícil, pois as características clínicas da doença podem se confundir as de outras condições neurológicas, como a Doença de Alzheimer (DA). A investigação dos sintomas iniciais é imprescindível para o diagnóstico diferencial. Além disso, estudos internacionais sugerem que as dificuldades ou distúrbios de aprendizagem na infância, como a dislexia, podem ser fatores de suscetibilidade para o desenvolvimento da APP na vida adulta. No Brasil, ainda é escassa a produção científica sobre esta doença, e, portanto, estudos nesta população podem ser úteis para rastrear o perfil desses pacientes e fornecer subsídios para o diagnóstico precoce. Objetivo: Verificar os primeiros sintomas de pacientes com APP (estudo 1), bem como investigar a associação entre a APP e o histórico de dificuldades de aprendizagem na infância de pacientes e seus familiares (estudo 2). Método: Este estudo caracteriza-se por ser quantitativo, descritivo e transversal. Participaram 20 indivíduos com APP (variante semântica n = 8, variante não fluente n = 7, variante logopênica n = 3 e casos não classificados n = 2) e 16 indivíduos com DA (n = 16). Em ambos os estudos dessa dissertação as variáveis estudadas foram coletadas através de um questionário em formato de entrevista com o familiar mais próximo do participante, contendo questões sobre: aspectos sódiodemográficos, aspectos clínicos da doença, sintomas iniciais (para o estudo 1), e aspectos da aprendizagem na infância do paciente e de seus filhos (para o estudo 2). Para análise dos dados, foram utilizados os testes qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. O nível de significância utilizado foi de 5%. Resultados: No estudo 1, a análise dos sintomas iniciais da APP e da DA indicou que anomia, parafasias e dificuldades motoras de fala foram sintomas iniciais mais frequentes estatisticamente em pacientes com APP; enquanto a memória foi significativamente mais frequente como sintoma inicial na DA. Também foi observado que a anomia foi mais frequentemente associada à variante semântica, e as dificuldades motoras de fala à variante não fluente. Nenhum sintoma inicial foi relacionado estatisticamente à variante logopênica. No estudo 2, houve ocorrência significativamente maior de evasão escolar entre pessoas com DA, quando comparadas a pessoas com APP; e ocorrência significativamente maior de repetência entre filhos de pessoas com DA quando comparados à APP. Nas demais comparações, não foram observadas diferenças significativas. Conclusão: Os resultados dos dois estudos que compõem essa dissertação de mestrado trazem informações importantes para o diagnóstico diferencial das APPs e para uma melhor compreensão dos fatores de susceptibilidade dessa doença. Os resultados indicaram que alguns sintomas iniciais podem ser exclusivos de cada variante da APP e da DA, colaborando, assim, para o diagnóstico precoce e diferencial das doenças. Por outro lado, a investigação de indicativos de dificuldades de aprendizagem na infância não apresentou associação com APP, mas sim com a DA.Item Construção de redes bayesianas para apoio à decisão fisioterapêutica na reabilitação oncológica(2019) Bykowski, Ana Paula Martins; Macagnan, Fabrício Edler; Flores, Cecilia DiasIntrodução: O aumento da sobrevida de pacientes com câncer impõe novos desafios, tanto em volume de demanda, quanto em complexidade de manejo. Com vistas ao avanço no processo de reabilitação funcional oncológica, tomamos por base uma avaliação física funcional, para o desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão clínica para reabilitação oncológica. Objetivos: Construir um sistema de apoio à decisão para recomendação de condutas fisioterapêuticas apropriadas à reabilitação de pacientes oncológicos hospitalizados, que simule a opinião de um especialista da área. Métodos: Este é um estudo metodológico, que apresenta todas as etapas de construção de um sistema de apoio à decisão clínica, criado através de um sistema de recomendação bayesiano em saúde. As etapas incluem a modelagem do conhecimento especialista, modelagem da interface do sistema e o sistema no dispositivo móvel. Além disso, o estudo contou com a avaliação do sistema por especialistas para análise da qualidade técnica das recomendações e da funcionalidade do sistema, e uma avaliação automatizada de 170 casos provenientes do banco de dados, onde houve inserção automática dos dados clínicos no sistema, simulando seu uso por um profissional. Resultados: Através da avaliação da qualidade técnica das recomendações, verificamos grande predomínio de concordância total com as recomendações disparadas pelo sistema (79% das respostas) e pela avaliação da funcionalidade, observamos mais relatos de necessidade de ajustes no sistema (55% das respostas) voltados, principalmente, a inserção dos dados clínicos e a necessidade de orientações operacionais para o manuseio correto do sistema. Os resultados produzidos pela avaliação automatizada apontaram para um número maior de recomendações disparadas pelo sistema em comparação ao número de condutas fisioterapêuticas descritas nos prontuários eletrônicos dos pacientes. O total geral de recomendações disparadas pelo sistema (somando todos os níveis de probabilidade de recomendação) foi de 1.144, enquanto o número total de condutas efetivamente evoluídas nos prontuários (para todos os níveis de probabilidade de recomendação) foi de 565. Conclusão: Entendemos que o uso do sistema de apoio à decisão clínica para reabilitação oncológica é viável e promissor para a qualificação do cuidado ao paciente. Os resultados gerados, a partir das avaliações, indicam uma compatibilidade entre o raciocínio humano e o algoritmo, o que reforça a possibilidade da sua implementação. Seu uso auxilia o profissional diante da complexidade que envolve o paciente oncológico, possibilitando a individualização e a adaptação da reabilitação em ambiente hospitalar.Item Perfil funcional de pacientes com insuficiência cardíaca coexistente à doença pulmonar obstrutiva crônica(2019) Dadalt, Maria Luísa Rocha; Dal Lago, PedroIntrodução: A Insuficiência Cardíaca (IC) e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo e frequentemente coexistem (IC-DPOC). Isoladamente, ambas são caracterizadas por alterações sistêmicas que culminam em grave intolerância ao exercício e diversas disfunções periféricas. Para avaliar tais repercussões, o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6) é uma das principais ferramentas e diversos fatores podem influenciar sua performance (mensurada pela distância percorrida- DTC6). Entretanto, quando coexistentes, ainda não está totalmente esclarecido qual o impacto funcional de uma sobre a outra, especialmente em populações brasileiras, e quais fatores podem determinar a DTC6. Objetivos: descrever o perfil clínicofuncional de pacientes com IC-DPOC e identificar quais fatores podem ser determinantes da tolerância ao exercício, avaliada pelo TC6. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com amostra composta por pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca (IC) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Foram coletados os dados: idade, sexo, etnia, anos de estudo (<12 anos, 12 anos ou mais), tabagismo (sim ou não / ex) - nos casos de fumantes e ex-fumantes, anos / maço. Fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), classe da New York Heart Association (NYHA), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), capacidade forçada vital (CVF), classificação da Iniciativa Global para Doença Obstrutiva Pulmonar Crônica (GOLD- A, B, C, D), foram os utilizados como dados clínicos. A avaliação funcional foi composta pelo TC6 (executado conforme recomendações internacionais), fenótipo de fragilidade (CHS index), mensuração das pressões inspiratória (Pimáx) e expiratória (Pemáx) máximas, questionário de qualidade de vida (Minnesota living with heart failure questionnaire- MLHFQ) e função cognitiva (Montreal Cognitive assessment- MOca). Resultados: Trinta e dois pacientes foram avaliados em uma amostra de conveniência. A idade média foi de 67,6 ± 8,54 anos, sendo 65,6% do sexo feminino e como diagnóstico inicial de IC em 59,4%. A DTC6 média foi de 281,1 ± 101,9 metros, apresentando correlação significativa com a velocidade da marcha (r = -0,81; p <0,01), VEF1 (r = 0,63; p <0,01), classe NYHA (r = -0,46; p <0,01 ), VFC (r = 0,61; p <0,01), %VEF1 (r = 0,58; p <0,01), %VFC (r = 0,56; p <0,01), CHS index (r = 0,53; p <0,01) e escore MLHF-Q (r = -0,47; p <0,01). Na análise de regressão as seguintes variáveis foram incluídas no modelo final para DTC6: velocidade da marcha (p <0,000), VEF1 (p <0,000) e classe NYHA (p <0,000), onde a equação derivada foi: 494,3 + (-39,5 x velocidade da marcha) + (79 x FEV1) + (-45,7 x classe NYHA). Conclusão: Neste estudo os participantes apresentaram importante comprometimento da capacidade funcional, da Pemáx e da função cognitiva. Ainda, os determinantes da DTC6 foram: velocidade da marcha, VEF1 e classe NYHA.Item Qualidade de vida e resiliência em pacientes com esclerose múltipla: um olhar além da incapacidade(2019) Mora Cuervo, Daissy Liliana; Teixeira, Cassiano; Ribeiro, Marlise de CastroA Esclerose Múltipla é uma doença crônica que causa um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. A resiliência é a capacidade de lidar com as adversidades e tem sido considerada um modulador dos desfechos neurológicos. Estudos prévios sugerem que a fadiga, a ansiedade, a depressão e a incapacidade podem também afetar a qualidade de vida. Há poucos estudos avaliando a relação entre a qualidade de vida e a resiliência em pacientes com Esclerose Múltipla. Objetivos: Avaliar a relação entre a qualidade de vida e a resiliência em pacientes com Esclerose Múltipla. Método: Estudo transversal que incluiu 52 pacientes. Foram avaliados com a Escala de Determinação Funcional da Qualidade de Vida, a Escala de Resiliência de Connor e Davidson 25, a Escala Modificada de Impacto da Fadiga, a Escala Hospitalar de Depressão e Ansiedade, a Medida de Independência Funcional, o Teste Symbol Digit Modalities para cognição e a Escala Expandida do Estado de Incapacidade. Resultados: Pacientes com escores maiores na Escala Hospitalar de Depressão tiveram menores níveis de resiliência. Pacientes com maiores níveis na Medida de Independência Funcional e resiliência tiveram escores mais altos na avaliação da qualidade de vida. Pacientes com escores maiores na avaliação de fadiga, ansiedade e depressão tiveram menores escores na qualidade de vida. O grau de incapacidade, a duração da doença, a idade e a cognição não foram relacionadas com a qualidade de vida e a resiliência. Conclusão: A resiliência, a independência funcional, a fadiga, a ansiedade e a depressão são fatores determinantes da qualidade de vida em pacientes com Esclerose Múltipla. Olhar além da incapacidade é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Esclerose Múltipla.Item Efeito do treinamento muscular inspiratório no pré-operatório de ressecção pulmonar anatômica: revisão sistemática com metanálise(2019) Vacchi, Cindy de Oliveira; Macagnan, Fabrício EdlerINTRODUÇÃO: O câncer de pulmão é o atualmente o mais comum e a principal causa de morte relacionada ao câncer em todo o mundo. A ressecção pulmonar anatômica é considerada a primeira escolha para o tratamento de neoplasias em estágios iniciais. A implementação de intervenções no pré-operatório baseadas no treinamento muscular inspiratório (TMI) poderia condicionar esses pacientes e beneficiar a recuperação cirúrgica. OBJETIVO: Revisar sistematicamente as evidências do efeito do TMI associado ou não a exercício físico no pré-operatório de ressecção pulmonar anatômica na capacidade funcional, função pulmonar, qualidade de vida, tempo de internação hospitalar, complicações no pósoperatório e mortalidade. MÉTODOS: A pesquisa foi realizada nas bases de dados: MEDLINE, Cochrane CENTRAL, EMBASE, LILACS e PEDro, desde o início até setembro de 2019. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECRs) em adultos (> 18 anos) que realizaram TMI associado ou não a exercício físico no pré-operatório de ressecção pulmonar. A seleção de estudos e extração de dados foi realizada por dois revisores independentes. O risco de viés foi avaliado com RoB 2.0 e a qualidade de evidência com GRADE. As metanálises foram realizadas no software estatístico R (meta pacote). Registro no PROSPERO: CRD42018105859. RESULTADOS: Foram incluídos 6 ECRs, com 219 participantes. Em comparação com grupo controle, os paciente que realizaram TMI no pré-operatório demostraram melhora significativa na capacidade funcional avaliada pelo teste de caminhada em 6 minutos (TC6) (4 ECRs, n=168, DM 28,93 [IC 95% 0,28; 57,58], p= 0,04, I2= 0%, baixa qualidade de evidência) e reduziram significativamente o tempo de internação hospitalar (4 ECRs, n=161, DM –3,63 [IC 95% −4,96; −2,29], p= 0,00, I2= 0%, moderada qualidade de evidência). Não houve diferença significativa entre os grupos com relação a função pulmonar avaliada através das variáveis obtidas na espirometria de volume expiratório forçado em um segundo (VEF1) (4 ECRs, n=176, DM 0,0 [IC 95% −0,16; 0,16], p= 0,99, I2 = 0%, moderada qualidade de evidência) e capacidade vital forçada (CVF) (4 ECRs, n=176, DM - 0,07 [IC 95% −0,27; 0,14], p= 0,51, I2= 0%, moderada qualidade de evidência). Não houve diferença significativa nas complicações no pós operatório como a ocorrência de pneumonia (5 ECRs, n=195, RR 0,56 [IC 95% 0,29; 1,10], p= 0,09, I2= 0%, baixa qualidade de evidência), atelectasia (4 ECRs, n=163, RR 0,81 [IC 95% 0,24; 2,69], p= 0,72, I2= 0%, baixa qualidade de evidência), ventilação mecânica >48 horas (3 ECRs, n=144, RR 0,43 [IC 95% 0,12; 1,58], p= 0,20, I2= 0%, baixa qualidade de evidência), na mortalidade (3 ECRs, n=152, RR 0,33 [IC 95% 0,04; 3,12], p= 0,33, I2= 0%, muito baixa qualidade de evidência) e na qualidade de vida (3 ECRs, n=144, baixa qualidade de evidência). CONCLUSÃO: O TMI associado ao exercício físico realizado no pré-operatório de ressecção pulmonar anatômica melhora a capacidade funcional e reduz o tempo de internação hospitalar no pós-operatório.Item Efeito do aquecimento associado ao alongamento astático dos músculos isquiotibiais: ensaio clínico randomizado controlado(2019) Santos, Priscila Pinheiro dos; Rosa, Luis Henrique Telles daIntrodução: Os programas de flexibilidade utilizam o alongamento para ganhos de amplitude de movimento (ADM). Para potencializar os efeitos desta técnica são propostas estratégias de aquecimento prévias a sua execusão. Objetivo: Analisar o efeito de diferentes formas de aquecimento associados ao protocolo de alongamento estático dos músculos isquiotibiais sobre o comportamento da flexibilidade em mulheres com restrição de ADM. Método: O estudo é um ensaio clínico randomizado cegado, composto por mulheres saudáveis, entre 18 a 30 anos com ADM de extensão de joelho ≤ 160º e amplitude de flexão de quadril ≤ 80°. Foram distribuídas em três grupos: alongamento estático isolado (G1), esteira e alongamento estático (G2) e ondas curtas e alongamento estático (G3). As mulheres participaram de um protocolo de 12 sessões, realizadas três vezes por semana durante quatro semanas. As participantes foram avaliadas pré e pós intervenção, utilizando o teste de sentar e alcançar e a goniometria ativa e passiva de flexão do quadril e extensão de joelho. Para a comparação intergrupos foi utilizada a ANOVA com post-hoc de Bonferoni e para a análise intragrupo foi utilizado o teste t pareado, todos com nível de significância de 5%. Resultados: Na análise dos dados todos os grupos apresentaram aumento significativo da amplitude articular (p≤0,05) pós intervenção. A avaliação do teste de sentar e alcançar demonstrou diferença significativa em todos os grupos quando comparado a primeira avaliação com a segunda avaliação. Entretanto, na análise estatística entre os grupos (G1, G2 e G3) pós teste, observou-se que os grupos não apresentaram diferenças significativas. Conclusão: O alongamento estático nos músculos isquiotibiais proporcionou aumento na amplitude de movimento de mulheres jovens ativas com restrição de ADM independente do aquecimento prévio.Item Escala HADS: é útil para o diagnóstico de distúrbios psiquiátricos em ambulatório pós-unidade de terapia intensiva?(2019) Andrade, Juliana Mara Stormovski de; Teixeira, CassianoObjetivo: Determinar a validade da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) como uma ferramenta para rastrear ansiedade e depressão em sobreviventes de cuidados intensivos atendidos em um ambulatório pós-UTI, no 4º mês após a alta da UTI. Materiais e Métodos: estudo prospectivo de coorte envolvendo 71 sobreviventes de UTI, realizado entre fevereiro de 2017 e agosto de 2018. Pretende-se com isso comparar a eficácia do rastreamento de ansiedade e de depressão avaliados pela HADS (ponto de coorte ≥ 8) e por uma entrevista estruturada realizada por um médico (padrão-ouro). Amostra: A mediana de idade dos pacientes foi de 61,0 anos (47,0 - 74,0) e 52,1% eram mulheres. Os pacientes foram internados em UTI principalmente por razões clínicas (73,2%). A mediana de anos de escolaridade foi de 11,0 anos (8,0 - 16,0), e a de permanência na UTI foi de 6 dias (4,0 - 10,0). Quanto à disfunção orgânica durante a internação na UTI, a mediana foi de 1,0 (0,0 - 2,5). Resultados: Para a avaliação da depressão, a HADS-d demonstrou sensibilidade de 68%, especificidade de 79%, área sob a curva (AUC) de 0,8, valor preditivo positivo (VPP) de 54%, valor preditivo negativo (VPN) de 87% e acurácia 76%. Para a ansiedade, a HADS-a apresentou sensibilidade de 79%, especificidade de 87%, AUC de 0,88%, VPP de 68%, VPN de 92% e acurácia de 85%. Conclusões: O uso de uma ferramenta simples, como a HADS, apresentou boa acurácia para o rastreamento de ansiedade e depressão em ambulatório de pós-alta da UTI.
