Tratamento do carcinoma hepatocelular com quimioembolização transarterial: um estudo de vida real
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Data
2013
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: A quimioembolização transarterial (TACE) é a opção de tratamento
mais utilizada para pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) em estágio
intermediário, não candidatos à abordagem curativa. Objetivo: Avaliar a sobrevida
dos pacientes com CHC irressecável submetidos à TACE. Métodos: Foi realizado
um estudo de coorte retrospectiva em um serviço de referência, que avaliou 95
pacientes submetidos à TACE com o intuito de tratamento paliativo. A TACE,
sempre que possível, foi realizada através de cateterismo superseletivo. A resposta
ao tratamento foi avaliada pelo Modified Response Evaluation Criteria in Solid Tumor
(mRECIST). O método de Kaplan-Meier foi utilizado para analisar a sobrevida. Para
avaliar a associação com o óbito, foi utilizado um modelo de regressão de azares
proporcionais de Cox. Resultados: Todos os pacientes eram cirróticos, a maioria
Child A (66,3%), do sexo masculino (72,6%), com média de idade de 64,8±9,7 anos
e média de MELD de 10,4±3,0, sendo o vírus da hepatite C a etiologia mais comum
da hepatopatia (61,1%). A mediana da alfa-fetoprotéina (AFP) foi de 29,3 ng/ml (1,1
a 36.600). A média do número de nódulos foi de 2,7±1,5 e do diâmetro do maior
nódulo, 5,5±2,9 cm. Intercorrências após a TACE foram observadas em 31,6% dos
pacientes. Na avaliação pelo mRECIST da lesão alvo, 35,8% obtiveram resposta
completa, 22,1% resposta parcial, 27,4% doença estável e 14,7% doença
progressiva. Pelo mRECIST geral, a maioria apresentou doença progressiva
(63,2%). O tempo mediano de seguimento foi de 33,2 meses e o tempo mediano de
sobrevida calculado a partir do diagnóstico foi de 32 meses. A taxa de sobrevida em
1, 2, 3 e 5 anos foi de 80%, 59%, 44% e 29%, respectivamente. Quando avaliadas
as variáveis relacionadas ao óbito, na análise univariada, atingiram significância
estatística: AFP ≥ 100 ng/ml e mRECIST. No modelo para o ajuste multivariável do
mRECIST da lesão alvo MELD ≥ 15 e uma AFP ≥ 100 ng/ml foram fatores
independentes associados a óbito. Resposta completa e resposta parcial foram
fatores de proteção independentes. Já no modelo para o ajuste multivariável do
mRECIST geral, apenas uma AFP ≥ 100 ng/ml apresentou-se associada a óbito
independentemente (p=0,035). Conclusão: A TACE mostrou ser uma terapêutica
eficaz para pacientes com CHC irressecável, no entanto, um nível de AFP ≥ 100
ng/ml está associado a um prognóstico mais reservado.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Carcinoma Hepatocelular, Quimioembolização Transarterial, Análise de Sobrevida, [en] Carcinoma, Hepatocellular, [en] Chemoembolization, Therapeutic, [en] Survival Analysis