Mortalidade em pessoas com doença avançada pelo HIV: aspectos epidemiológicos, clínicos e sociais no contexto brasileiro

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Data
2025-10-27
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Editor Literário
Resumo
Introdução: A infecção pelo HIV e a AIDS permanecem como desafios de saúde pública global, responsáveis por elevada morbimortalidade, sobretudo em contextos de desigualdade social. Apesar dos avanços terapêuticos e preventivos, um número expressivo de pessoas ainda é diagnosticado tardiamente, evoluindo para doença avançada, condição associada a maior risco de infecções oportunistas como tuberculose, histoplasmose e criptococose e de mortalidade. Objetivos: Identificar características clínicas e fatores de risco associados à mortalidade, com ênfase nas infecções oportunistas, em pacientes com doença avançada pelo HIV em hospitais terciários brasileiros, bem como identificar aspectos epidemiológicos e sociais relacionados ao óbito nessa população. Material e Métodos: Estudo de coorte prospectivo realizado em cinco hospitais terciários brasileiros, incluindo 419 adultos com doença avançada pelo HIV. Os dados demográficos e clínicos para a linha de base foram coletados durante a internação hospitalar dos participantes, que foram rastreados para tuberculose, criptococose e histoplasmose por meio de testes de diagnóstico rápido. Os participantes foram acompanhados por 90 dias para avaliar a mortalidade, e as causas de morte foram classificadas segundo o protocolo Coding Causes of Death in HIV (CoDe). A análise estatística identificou as variáveis associadas à mortalidade. Resultados: A mediana da contagem de linfócitos T CD4+ foi de 66 células/mm³, e a mediana da carga viral de HIV foi de 104.887 cópias/mL. Após 90 dias, 18,1% dos participantes faleceram. Foram fatores associados à mortalidade: status antirretroviral-naive, confusão mental, anemia ou níveis elevados de creatinina. Infecções oportunistas foram diagnosticadas em 45,6% dos participantes, e quadros graves de histoplasmose e meningite criptocócica aumentaram significativamente o risco de morte. Determinantes sociais, como sexo, raça, gênero e escolaridade, não tiveram um impacto significativo na mortalidade, mas fatores socioeconômicos tiveram influência sobre o acesso à atenção à saúde. Conclusão: O diagnóstico precoce do HIV e a TARV ininterrupta são essenciais para reduzir a mortalidade. As estratégias de saúde pública devem priorizar a ampliação da testagem de HIV, a adesão ao tratamento e a incorporação de novas tecnologias como os testes rápidos. Sobretudo, é fundamental políticas públicas que enfrentem as disparidades estruturais de modo a superar as desigualdades sociais.
Descrição
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
HIV, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Mortalidade, Infecções Oportunistas Relacionadas com a AIDS, Fatores Socioeconômicos, [en] HIV, [en] Acquired Immunodeficiency Syndrome, [en] Mortality, [en] AIDS-Related Opportunistic Infections, [en] Socioeconomic Factors
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