TESES E DISSERTAÇÕES
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Item Os efeitos do bochecho de pilocarpina na qualidade vocal(Wagner Wessfll, 2008) Martins, Vera Beatris; Barros, Helena Maria Tannhauser; Cielo, Carla AparecidaIntrodução: A voz é o principal meio de comunicação do ser humano. O desequilíbrio na hidratação e lubrificação do aparelho fonador pode provocar alterações de voz diminuindo a qualidade de vida e de comunicação. Objetivo: verificar os efeitos do bochecho de pilocarpina sobre os parâmetros acústicos vocais e a salivação de voluntários sadios. Método: ensaio clínico, randomizado, controlado por placebo (salina) foi conduzido com 36 indivíduos sadios. Salivação foi mensurada antes e 15, 30, 45, 60 e 75 minutos após a administração das soluções de pilocarpina (1% ou 2%) ou controle solução salina. Pressão arterial, freqüência cardíaca, análise acústica da voz e avaliação dos sintomas decorrentes do uso de pilocarpina por meio da escala analógica visual foram mensuradas antes e aos 75 minutos após os tratamentos. Resultados: O aumento da salivação, foi dose (p=0,021) e tempo-dependente A solução de pilocarpina 2% foi apresentou diferença significativa do nível de salivação dos voluntários que receberam salina nos 60 e 75 minutos após o bochecho.(p= 0,001). Avaliação vocal foi obtida com 22 sujeitos. As mulheres não apresentaram diferenças significativas nos parâmetros acústicos vocais após o uso da pilocarpina, enquanto que os homens apresentaram diferença significativa na freqüência fundamental da voz após o uso das soluções de pilocarpina (p=0,026). Além disso, homens apresentaram um aumento significativo no Shimmer absoluto e relativo e no coeficiente de variação da amplitude (p=045; p=0.034 e p=0.006, respectivamente) após o uso da pilocarpina 1%. Conclusão: Nossos resultados mostram que o tratamento tópico com pilocarpina via bochecho aumentou a salivação, sem efeitos clínicos adversos importantes. Entretanto, o aumento da salivação ocasionou alterações de voz que poderiam ser explicadas por pequenas penetrações de saliva na laringe, provocando uma incoordenação no ciclo vibratório das pregas vocais. Futuros estudos com indivíduos que apresentam hiposalivação, são necessários para verificar esses efeitos.Item Análise dos fatores determinantes da capacidade funcional de idosos residentes na comunidade(2012) Boggio, Elenice da Silveira Bissigo; Rosa, Luis Henrique Telles da; Faria, MarceloO envelhecimento populacional brasileiro é uma realidade e provoca novas demandas na área da saúde do idoso. Neste contexto, saúde não significa mais a ausência de doenças e, sim, a manutenção da capacidade funcional. Objetivos: Verificar o grau de independência funcional de idosos residentes em uma área adscrita da vila do IAPI (Instituto de Assistência e Previdência dos Industriários) em Porto Alegre e correlacionar o grau de independência funcional com variáveis demográficas, de saúde e de apoio social. Métodos: Se trata de um estudo transversal, de base populacional, em que os dados foram obtidos através de visitas domiciliares. A amostra foi avaliada com as escalas de Katz e Lawton, e o nível de atividade física, pelo IPAQ – versão 6. Os dados foram analisados pelo SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 17.0, por meio de análises bivariada e multivariada pela Regressão de Poisson hierárquica. Resultados: Foram entrevistados 401 idosos, sendo que 66,3 % classificados como independentes nas atividades básicas e instrumentais de vida diária (ABVDs e AIVDs). Os fatores associados à independência funcional foram: ocupação (RP= 1,18), idade (RP=0,97), ser ativo ou muito ativo fisicamente (IPAQ) (RP=6,86) e participar de grupos de apoio (RP=1,21). A depressão associou-se negativamente com a independência funcional (RP= 0,77). Conclusões: O estudo mostrou que a independência funcional esteve relacionada a: ter menos idade, ter atividade remunerada, participar em grupos de convivência e ser ativo fisicamente.Item Análise da estabilidade de genes endógenos de referência para estudos de expressão gênica no sistema nervoso central de ratas por PCR em tempo real(2012) Moura, Ana Carolina de; Veiga, Ana Beatriz Gorini da; Giovenardi, MárciaIntrodução: Compreender os mecanismos moleculares envolvidos na regulação de vias de sinalização no sistema nervoso central (SNC) tem sido a base de muitos estudos comportamentais em neurociências. Tais estudos visam abordar como um padrão de comportamento é controlado através da expressão de genes candidatos. A quantificação de mRNA nesses estudos é realizada pela reação em cadeia da polimerase (PCR), necessitando ser normalizada por um controle interno, ou seja, um gene endógeno de referência (normalizador) – geralmente um gene constitutivo (housekeeping gene; HKG). A expressão gênica dos HKGs também pode ser variável, de modo que a escolha do controle interno mais estável em cada tecido analisado é fundamental para a obtenção de resultados confiáveis. Neste trabalho foi avaliado o HKG mais estável em áreas do SNC relacionadas com o comportamento maternal em modelo animal. Objetivos: Avaliar, por meio da expressão em nível transcricional, qual o gene constitutivo mais estável em regiões encefálicas relacionadas ao comportamento maternal de ratas. Material e Métodos: Foram utilizadas ratas Wistar virgens (n=6), no período de diestro, das quais foram coletadas as seguintes regiões encefálicas: bulbo olfatório (OB), hipocampo (HP), estriado (ST) e córtex pré-frontal (CPF). O RNA total foi extraído e o cDNA sintetizado por RT-PCR. A amplificação foi realizada por PCR em tempo real (método SYBR Green), com primers para os genes constitutivos mais utilizados segundo a literatura: β-actina (ActB), ciclofilina A (CypA) e ubiquitina C (UbC); suas estabilidades foram determinadas pelo programa NormFinder. Resultados: Os resultados mostram que, no HP e ST, o gene mais estável foi ActB, enquanto no CPF e no OB os genes mais estáveis foram CypA e UbC, respectivamente. Conclusões: Os níveis de expressão gênica de HKGs são variáveis no SNC, principalmente quando diferentes estruturas cerebrais são analisadas. Os resultados do presente trabalho poderão servir como base na escolha do HKG mais adequado para ser utilizado como controle interno em análises dos níveis de expressão gênica no SNC, como por exemplo em estudos de genes associados ao comportamento maternal de ratas.Item Avaliação do curso e desfecho de transtornos mentais nos idosos brasileiros usando o banco de dados DATASUS: variáveis associadas a alto custo de hospitalização(2012) Ritter, Pedro Lopes; Pádua, Analuiza Camozzato deO envelhecimento causa um aumento nas doenças idade-relacionadas e também de doenças que iniciaram na vida adulta. E persistiram até o indivíduo envelhecer. Este fato leva a um maior impacto financeiro das patologias psiquiátricas em idosos, principalmente sobre o prisma hospitalar, uma vez que internações psiquiátricas têm mostrado grande impacto financeiro em diversos países. Objetivos: Avaliar a contribuição independente para alto custo de hospitalização (custo acima do percentil 75) dos diagnósticos psiquiátricos e do tempo de internação ajustados para idade. Materiais e métodos: foram analisadas todas as 258608 internações psiquiátricas ocorridas entre 2000 e 2010 de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos no Sistema Único de Saúde Brasileiro. Foram utilizados modelos estatísticos uni e multivariados (regressão logística) para avaliar a contribuição das variáveis em estudo nos desfecho custo e tempo de internação hospitalar. Resultados: categorias diagnósticas psiquiátricas da CID X de retardo mental (OR=12,4), esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes (OR=6,7) e transtornos mentais orgânicos (OR=5,4) foram as variáveis associadas a maior tempo de internação psiquiátrica de idosos. Retardo mental (OR=11), transtornos mentais orgânicos (OR=8) e esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes (OR=7,9) estiveram associadas com maior custo de internação em uma análise não ajustada pelo tempo de internação. Em um modelo multivariado onde o tempo de internação também foi incluído como potencial variável de risco para maiores custos hospitalares, os diagnósticos de transtornos mentais orgânicos (OR=4), transtorno afetivo bipolar (OR=2,6) e transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias (OR=2,3) foram os que exibiram risco significativos. Conclusão: Transtorno mental orgânico, transtorno afetivo bipolar e transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias levam a maior gasto hospitalar e merecem receber estratégias específicas para redução de custo.Item Qualidade de vida e voz em usuários de substâncias psicoativas(2013) Moreira, Taís de Campos; Barros, Helena Maria Tannhauser; Cassol, Mauriceia; Ferigolo, MaristelaA qualidade de vida reflete a percepção que os indivíduos têm sobre suas necessidades se estão sendo satisfeitas ou, se estão sendo negadas oportunidades de alcançar a felicidade e a auto-realização. O objetivo principal desse estudo foi avaliar a qualidade de vida e voz em usuários de substâncias psicoativas que ligaram para o call center do VIVAVOZ e os que buscavam tratamento na Cruz Vermelha Brasileira em Porto Alegre. Esta tese permitiu a produção de 6 artigos: 1) Quality of life of users of psychoactive substances, relatives, and non-users assessed using the Whoqol-Bref foi avaliada a qualidade de vida de usuários de substâncias psicoativas, familiares e controles por meio do questionário Whoqol-Bref. Realizou-se um estudo transversal, com aplicação do questionário por telefone por uma equipe de consultores treinados. O principal resultado demonstra que controles tinham escores maiores de qualidade de vida, que os familiares de usuários e usuários em todas as áreas do questionário Whoqol-Bref. 2) Qualidade de vida e codependência em familiares de usuários de drogas, este estudo verificou a associação entre o índice de codependência e qualidade de vida. Foram utilizados os questionários Whoqol-Bref e escala Holyoake Codependency Index (HCI), a metodologia utilizada foi a mesma do artigo anterior. Familiares de usuários de substâncias psicoativas com alta codependência apresentaram escores de qualidade de vida inferiores aos familiares com baixa codependência. 3) Uso de substâncias psicoativas, alterações vocais e qualidade de vida em usuários de drogas, os dados foram coletados na Cruz Vermelha do Brasil, com usuários que buscavam tratamento para dependência química.Os participantes foram convidados a responder o questionário Mensuração de Qualidade de Vida e Voz (QVV), o WhoqolBref além de, fazer um registro de voz. Foram avaliados 29 protocolos, os escores de Whoquol-Bref e QVV não apresentaram diferenças entre usuários de drogas lícitas ou ilícitas. Na análise perceptiva por meio da GRBAS-I mostraram uma predominância de alterações discretas e moderadas nos itens grau geral da disfonia, rugosidade e instabilidade. O jitter e o shimmer estavam alterados para homens e mulheres e grande parte da amostra apresentou o desvio padrão da frequência fundamental alterada (STD da fo) refletindo que uso frequente de álcool, tabaco e outras drogas aumenta o risco de patologias laríngeas que alteram os parâmetros vocais. 4) Qualidade de Vida e Voz em usuários e não usuários de substâncias psicoativas: estudo piloto, objetivou-se comparar a qualidade de vida e voz em usuários de substâncias psicoativas e não usuários por meio do questionário Mensuração da Qualidade de Vida em Voz (QVV). Um estudo transversal foi realizado com coleta realizada por telefone, a metodologia foi a mesma seguida no artigo 1. Usuários de substâncias psicoativas apresentam escores inferiores a não usuários no domínio total e sócio emocional nas repostas do QVV, embora não existam diferenças na qualidade de vida entre os grupos. 5) Taxas de não-adesão em intervenções por telemedicina para usuários de substâncias psicoativas - Revisão Sistemática, objetivou-se identificar as taxas de não-adesão de indivíduos que realizaram tratamentos para dependência química com uso de estratégias de telemedicina em ensaios clínicos randomizados. Foram avaliados 20 ensaios clínicos randomizados com no mínimo três meses de intervenção e, embora todos utilizassem a telemedicina como apoio, os métodos de tratamentos foram diferentes. As taxas de nãoadesão a tratamentos para usuários de substâncias psicoativas por meio de telemedicina variaram entre 15% e 70% dependendo do país, método da intervenção, tempo de seguimento e substâncias utilizadas. O uso de mais de uma técnica de intervenção, tempo curto de tratamento e o tipo de substância utilizada pelos pacientes parecem facilitar a adesão ao tratamento. 6) Factors associated with dropout of vocal rehabilitation treatment in randomized clinical trials- systematic review, essa revisão sistemática teve por objetivo identificar taxas de dropout em ensaios clínicos randomizados para reabilitação vocal. Foram avaliados 41 artigos por meio da escala GRADE. Ensaios clínicos randomizados conduzidos na área da terapia de voz, quando avaliados pelo GRADE mostraram que estudos com baixa qualidade metodológica tem maiores taxas de perda de pacientes. Uso de substâncias psicoativas afeta diretamente a qualidade de vida e voz dos usuários, altera parâmetros vocais que podem indicar a presença de patologias vocais que muitas vezes não são percebidas pelo dependente químico.Item Efeito da microinjeção intracerebroventricular de somatostatina nos comportamentos apetitivos e de ingestão alimentar de ratos(2013) Scalcon, Marli Teresinha Sita; Rasia Filho, Alberto AntonioIntrodução: Diversos estudos evidenciaram a ação de neuropeptídeos no comportamento alimentar e seleção de macronutrientes a serem ingeridos para a homeostasia energética. Essas ações envolvem complexas conexões de diversas áreas do sistema nervoso central (SNC). A somatostatina (SST) é um neuropeptídeo cuja ação nos comportamentos ingestivos ainda é pouco estudada, porém, nos relatos existentes, há efeitos contraditórios sobre o comportamento alimentar em ratos. Objetivos: Estudar o efeito da microinjeção intracerobroventricular (icv) de SST nos comportamentos apetitivo e consumatório alimentar de ratos no modelo de acesso à dieta de seleção de macronutrientes isolados (com composição preferencial glicídica, proteica ou lipídica). Material e Método: O desenho experimental envolveu 16 dias sequenciais para cada grupo experimental, em projeto aprovado pelo CEUA/UFCSPA (protocolo no 066/11). Ratos Wistar adultos machos, inicialmente mantidos em condições padrão de biotério, compuseram aleatoriamente os seguintes grupos experimentais (n = 8 em cada grupo): controle geral submetido a procedimento “sham” para microinjeção icv, animais microinjetados com líquido cefalorraquidiano artificial (aCSF, 5 µl) ou com SST (nas doses de 1 µg e 10 µg/5 µl). Todos os animais foram colocados isoladamente em gaiolas metabólicas e a adaptação adequada dos ratos a cada nova condição experimental foi avaliada ao longo de todo o estudo. Foram registrados os resultados do consumo alimentar tanto de dieta padrão quanto das dietas de seleção de macronutrientes. As microinjeções ocorreram no último dia X experimental e, como teste para os grupos experimentais, o comportamento alimentar foi analisado durante 2 horas de livre acesso às dietas seletivas, após período de jejum forçado. Os comportamentos apetitivos analisados foram o de busca pelos potes contendo alimento e o número de vezes que o animal procurou comer qualquer uma das dietas. O consumo alimentar foi avaliado pelo peso (em gramas) efetivamente ingerido de cada dieta seletiva. Os dados foram analisados com comparações “intragrupo” e entre os grupos experimentais e o nível de significância estatística foi estabelecido em p < 0,05. Resultados: Em todos os grupos experimentais, ratos preferiram ingerir dieta hiperglicídica. A microinjeção de ambas as doses de SST aumentou a ocorrência dos comportamentos apetitivos em relação aos grupos controle, mas não promoveu maior consumo da dieta hiperglicídica. Conclusão: No presente modelo experimental em ratos, SST por via icv gerou aumento da procura por alimento, mas não a ingestão de dieta seletiva de macronutrientes isolados, o que indica ser este peptídeo um neuromodulador do comportamento alimentar mais do que uma substância crucial para sua ocorrência.Item Tratamento do carcinoma hepatocelular com quimioembolização transarterial: um estudo de vida real(2013) Lionço, Lívia Caprara; Mattos, Angelo Alves deIntrodução: A quimioembolização transarterial (TACE) é a opção de tratamento mais utilizada para pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) em estágio intermediário, não candidatos à abordagem curativa. Objetivo: Avaliar a sobrevida dos pacientes com CHC irressecável submetidos à TACE. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva em um serviço de referência, que avaliou 95 pacientes submetidos à TACE com o intuito de tratamento paliativo. A TACE, sempre que possível, foi realizada através de cateterismo superseletivo. A resposta ao tratamento foi avaliada pelo Modified Response Evaluation Criteria in Solid Tumor (mRECIST). O método de Kaplan-Meier foi utilizado para analisar a sobrevida. Para avaliar a associação com o óbito, foi utilizado um modelo de regressão de azares proporcionais de Cox. Resultados: Todos os pacientes eram cirróticos, a maioria Child A (66,3%), do sexo masculino (72,6%), com média de idade de 64,8±9,7 anos e média de MELD de 10,4±3,0, sendo o vírus da hepatite C a etiologia mais comum da hepatopatia (61,1%). A mediana da alfa-fetoprotéina (AFP) foi de 29,3 ng/ml (1,1 a 36.600). A média do número de nódulos foi de 2,7±1,5 e do diâmetro do maior nódulo, 5,5±2,9 cm. Intercorrências após a TACE foram observadas em 31,6% dos pacientes. Na avaliação pelo mRECIST da lesão alvo, 35,8% obtiveram resposta completa, 22,1% resposta parcial, 27,4% doença estável e 14,7% doença progressiva. Pelo mRECIST geral, a maioria apresentou doença progressiva (63,2%). O tempo mediano de seguimento foi de 33,2 meses e o tempo mediano de sobrevida calculado a partir do diagnóstico foi de 32 meses. A taxa de sobrevida em 1, 2, 3 e 5 anos foi de 80%, 59%, 44% e 29%, respectivamente. Quando avaliadas as variáveis relacionadas ao óbito, na análise univariada, atingiram significância estatística: AFP ≥ 100 ng/ml e mRECIST. No modelo para o ajuste multivariável do mRECIST da lesão alvo MELD ≥ 15 e uma AFP ≥ 100 ng/ml foram fatores independentes associados a óbito. Resposta completa e resposta parcial foram fatores de proteção independentes. Já no modelo para o ajuste multivariável do mRECIST geral, apenas uma AFP ≥ 100 ng/ml apresentou-se associada a óbito independentemente (p=0,035). Conclusão: A TACE mostrou ser uma terapêutica eficaz para pacientes com CHC irressecável, no entanto, um nível de AFP ≥ 100 ng/ml está associado a um prognóstico mais reservado.Item Câncer de próstata indolente diagnosticado em um único fragmento na biópsia em uma série contemporânea de prostatectomia radical laparoscópica(2013) Heldwein, Flávio Lobo; Hartmann, Antonio AtalíbioIntrodução: Os critérios contemporâneos de Epstein são os parâmetros atuais mais aceitos para predição de um câncer de próstata indolente. O seguimento ativo (SA) tornou-se um tratamento adequado para câncer de próstata de muito-baixo-risco (CaPMBR). Entretanto, é incerto quais seriam os critérios de inclusão ideais para a seleção de candidatos para SA. Objetivos: Este estudo tem como objetivo investigar o papel prognóstico do cT2a em homens com CaPMBR submetidos a prostatectomia radical laparoscópica (PRL). Material e Métodos: Este é um estudo retrospectivo de coorte contemporânea utilizando um banco de dados coletado prospectivamente. Departamento de Urologia, Instituto Montsouris, Paris/França. Programa de Pós-graduação em Patologia, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Foram adotados como critérios de inclusão: o estadio clínico T1c ou T2a, o PSA ≤ 10 ng/mL, o PSA densidade ≤ 0,15 ng/mL/cm3, o escore de Gleason ≤ 6 e apenas um único fragmento positivo na biópsia invadido por câncer em menos que 50%. Os pacientes foram submetidos à RPL. Resultados: Entre 1998 e 2010, foram encontrados 910 pacientes diagnosticados com um CaP de baixo-risco diagnosticado por um único fragmento positivo. Dos quais, 504 preencheram os critérios de Epstein para CaPMBR. Quando comparado ao cT1c, cT2a foi preditor de características patológicas adversas, tais como: infra-classificação do Gleason (40%/27.9%, p = 0,05), presença de margens positivas (12,6%/6.4%, p = 0,038) e menor taxa de doença órgão-confinada (86%/94%, p = 0,02). No entanto, a previsão de tumores indolentes e a recorrência bioquímica foram similares. Na análise multivariável, visando a predição de infra-estadiamento, o estadio clínico não demonstrou diferença estatística (p = 0,07). Conclusões: Em uma série de CaPMBR, o estadiamento clínico T2a foi associado com características patológicas adversas em espécimes de prostatectomia. Os critérios de Epstein predizem melhor câncer de baixo-risco confinado ao órgão do que tumores indolentes.Item Avaliação da capacidade de exercício, força muscular respiratória e periférica, e qualidade de vida de crianças e adolescentes transplantadas renais e com síndrome nefrótica(2013) Thomazi, Carolina Pacheco de Freitas; Lukrafka, Janice LuisaA Insuficiência Renal Crônica (IRC) gera repercussões metabólicas, cardiovasculares, musculoesqueléticas e, ainda, emocionais. O transplante renal propicia maior sobrevida às crianças e adolescentes que sofrem de IRC. Entretanto, pacientes pediátricos transplantados renais devido à IRC, podem apresentar, mesmo após o transplante, alterações na capacidade de exercício, na força muscular (FM)periférica e respiratória, e na qualidade de vida (QLV). Já a Síndrome Nefrótica (SN) é caracterizada por proteinúria associada à presença de hipoalbuminemia e edema. As alterações nestes pacientes estão relacionadas à fase aguda, sendo que grande parte delas respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico com corticoterapia, apresentando remissão da proteinúria e, consequentemente reduzindo as complicações como a IRC. Atualmente, a literatura encontrada acerca da população de crianças e adolescentes transplantadas renais, ou naquelas com SN apresentase heterogênea em sua metodologia, não sendo conclusivos em relação às alterações da capacidade de exercício, FM e QLV. Desta forma, justifica-se a. necessidade de um estudo para avaliar a influência dessas doenças nas variáveis. em questão. Portanto, a presente pesquisa teve como objetivo primário avaliar a. capacidade de exercício submáximo, a FM periférica e respiratória, e a QLV de. pacientes pediátricos transplantados renais e, ainda, compará-las a pacientes com. diagnóstico de SN. Além disso, correlacionar as variáveis em questão. Foram avaliados pacientes com idades entre sete e 18 anos, acompanhados no Ambulatório de Nefrologia do Hospital da Criança Santo Antônio, submetidos ao transplante renal (grupo Tx), e crianças com diagnóstico de SN (grupo SN). As crianças realizaram o Teste de Caminhada de 6 minutos, TC6' (para avaliação da capacidade de exercício), a manuovacuometria (para obtenção das pressões inspiratória e expiratória máximas, Pimáx e Pemáx), dinamometria isocinética e o teste de preensão palmar (para avaliação da força muscular periférica), e ainda responderam ao questionário de qualidade de vida PedsQLTM 4.0 (para avaliação da. QLV). No TC6' o grupo Tx percorreu em média 83,5% da distância predita no referido teste, e o grupo SN 79,1%. Os pacientes transplantados atingiram 77,1% do valor predito da Pimáx e o grupo SN 78,3%. Na Pemáx o grupo Tx obteve 65,8% do predito e o grupo SN 70,6%. Ambos os grupos apresentaram redução significativa destas variáveis em relação aos valores preditos (p<0,001), porém não diferiram entre si, somente na QLV, no qual os pacientes do grupo Tx obtiveram valores significativamente reduzidos (p=0,041) quando comparados ao grupo SN (72,2% vs.79,2%). O TC6' associou-se positivamente e significativamente com a Pemáx em ambos os grupos (Tx: r=0,561 p<0,001; SN: r= 0,471 p=0,015). Além disso, no grupo. Tx encontramos correlações entre TC6' e FM periférica de extensão de joelho (r=0,434 p=0,019). Concluímos que pacientes pediátricos transplantados renais, e com SN apresentaram redução da capacidade de exercício e da FM respiratória, mas não diferiram significativamente entre si . Ainda, as análises associativas indicam que quanto maior a FM periférica e Pemáx, melhor será a capacidade de exercício. Além disso, mostra-se a importância da realização de mais estudos afim de avaliar as alterações físicas, psicológicas e funcionais nesta população.Item A relação das margens cirúrgicas com a recorrência locorregional do carcinoma ductal infiltrante de mama após cirurgia conservadora(2013) Schorr, Mario Casales; Zettler, Cláudio Galleano; Rietjens, MarioIntrodução: Minimizar a recorrência tumoral na mama é clinicamente relevante, pois a recorrência local é associada com diminuição da sobrevida e sofrimento psíquico. Objetivos: Avaliou-se a relação da margem cirúrgica com o risco de recorrência locorregional em uma grande série retrospectiva mono institucional de mulheres com câncer de mama. Material e Métodos: Analisou-se 5.151 pacientes consecutivas com carcinoma ductal invasor submetidas à quadrantectomia e radioterapia externa no Instituto Europeu de Oncologia de Milão, de janeiro de 2000 a março de 2009. A margem tumoral foi classificada conforme a menor distância entre a margem cirúrgica e a neoplasia invasora ou in situ: a) 0 mm (positivas), b) > 0 mm e < 1 mm, c) ≥ 1 mm e < 10 mm e d) ≥ 10 mm. Resultados: As medianas da idade foi 52 anos e do tamanho tumoral foi 1,5 cm; em 2.995 pacientes (58,1%), a axila era negativa. A distribuição das margens foi: positivas em 110 (2,1%) casos, maior que 0 e menor de1 mm em 363 (7,1%), maior ou igual a 1 e menor 10 mm em 392 (7,6%) e maior ou igual a 10 mm em 4.286 casos (83,2%). Após acompanhamento com mediana de 80 meses, observou-se 201 primeiros eventos locorregionais e 376 mortes, com incidências cumulativas em 10-anos de 5,9% e 11,4%. Após ajuste por idade, tamanho tumoral, comprometimento linfonodal, invasão perivascular, multifocalidade, componente intraductal extenso e subtipos moleculares, o tamanho da margem foi significativamente associado com a recorrência locorregional: tomando ≥ 10 mm como referência, a razão de risco (RR), com intervalo de confiança (IC) de 95%, foram 2,33 (1,18; 4,19) para margens positivas, 1,82 (1,20; 2,76) para > 0 e < 1 mm e 1,67 (1,04; 2,69) para ≥ 1 e < 10 mm. A relação das margens com o risco de recorrência locorregional diminui significativamente conforme aumenta a idade (P para interação: 0,011). O status da margem não impactou significativamente na sobrevida global (RR 0,99 (95% IC 0,75-1,31) para < 10 mm vs ≥ 10 mm). Conclusão: Pacientes com margens positivas e margens livres < 10 mm tiveram um maior risco de recorrência locorregional comparadas às com margens livres (≥ 10 mm). Entretanto, o tamanho da margem cirúrgica não teve impacto na sobrevida global.Item Prevalência da hepatotoxicidade por quimioterapia pré-operatória e correlação com a morbidade das hepatectomias no câncer colorretal metastático(2013) Santos, Félix Antônio Insaurriaga dos; Kalil, Antonio Nocchi; Coral, Gabriela PerdomoIntrodução: Alguns estudos têm sugerido que a quimioterapia pré-operatória para metástases hepáticas por câncer colorretal pode causar lesão hepatocelular e aumentar a morbidade perioperatória e a mortalidade. Objetivos: Analisar a prevalência de padrões de hepatotoxicidade nos pacientes expostos à quimioterapia pré-operatória por metástase de câncer colorretal e correlacioná-la com os resultados da hepatectomia. Método: O delineamento do estudo foi coorte histórica, no qual 166 pacientes foram submetidos a 185 hepactectomias por metástase de câncer colorretal, com e sem quimioterapia pré-operatória, no período de 2004 a 2011. Os dados foram extraídos da revisão dos prontuários. A amostra foi dividida em grupo “exposto” e “não-exposto” à quimioterapia. Os dados foram analisados por programa estatístico Stata 11.2 e valores p< 0,05 foram considerados como significativos. Resultados: Das hepatectomias, 136 casos (73,5%) receberam quimioterapia pré-operatória, e o regime mais utilizado (62,5%) foi 5-fluorouracila + leucovorina. O padrão histológico predominante foi a esteatose. A exposição à quimioterapia aumentou em 2,2 vezes o seu risco. A média do volume estimado de sangramento transoperatório, no grupo “exposto”, foi o dobro daquela do grupo “nãoexposto”. As complicações ocorreram em 31,9% das hepatectomias. A análise multivariada mostrou que idade de 60 anos ou mais, sangramento transoperatório maior de 300 ml e necessidade de transfusão de sangue foram fatores de risco para as complicações após as ressecções hepáticas. Conclusão: pacientes expostos à quimioterapia têm um risco 2,2 maior de desenvolver esteatose hepática. Neste estudo, sangramento transoperatório maior e necessidade de transfusão foram fatores de risco para complicações pós-operatórias.Item Caracterização fenotípica e análise de fatores de virulência em staphylococcus saprophyticus(2013) Paim, Thiago Galvão da Silva; d'Azevedo, Pedro AlvesIntrodução: Elevado número de espécies bacterianas pertencentes ao gênero Staphylococcus foram descritas como integrantes da microbiota normal do hospedeiro humano. Entretanto, processos infecciosos por micro-organismos historicamente considerados de baixa relevância, principalmente pertencentes aos Staphylococcus coagulase-negativos (SCoN), têm sido reportados na literatura. Além disso, entre os SCoN há um subgrupo de espécies bacterianas emergentes nas quais compartilham características fenotípicas e filogenéticas estritas com isolados de S. saprophyticus, tornando-se de difícil discriminação no laboratório de microbiologia clínica. Essa espécie, segundo a literatura, é o principal coco Gram-positivo de infecções do trato urinário (ITU) não-complicadas em mulheres jovens, possuindo diversas proteínas de superfície de papel reconhecido na aderência e colonização do uro-epitélio. Objetivos: O presente estudo teve por objetivos avaliar o desempenho dos sistemas automatizado Vitek 2 e Vitek MS na identificação de cocos Gram-positivos, com especial atenção na discriminação de espécies de Staphylococcus do grupo saprophyticus, além de caracterizar os potenciais fatores de virulência desse uropatógeno. Materiais e Métodos: Cento e quatro isolados bacterianos de cocos Gram-positivos foram testados quanto a acurácia do sistema Vitek 2 (automação fenotípica) e 450 isolados clínicos para o Vitek MS (MALDITOF MS). Amostras de S. saprophyticus foram avaliadas quanto à capacidade de formação de biofilme, aderência às células de linhagem uro-epitelial T-24 e frequência de genes associados à adesão (aas, uafA, sdrI e ssp), além de caracterização fenotípica e perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos. Resultados e Discussão: O sistema Vitek 2 corretamente identificou as seguintes amostras bacterianas: 73,7% Enterococcus, 76,7% Staphylococcus e 77,8% Streptococcus. A identificação em nível de espécies para os micro-organismos comumente isolados, como S. aureus e E. faecalis, foi de 100%. Contudo, para as espécies menos frequentes, a acurácia foi aquém do recomendado, principalmente para SCoN. O desempenho do sistema Vitek 2 na discriminação de cepas de Staphylococcus do grupo saprophyticus foi semelhante ao observado com os SCoN (86,7%). Diferentemente do método automatizado baseado em provas fenotípicas de identificação, a metodologia MALDI-TOF obteve elevada acurácia na identificação de micro-organismos cocos Gram-positivos (97,8%). Apesar de elevado número de amostras terem apresentado perfil atípico pelo método fenotípico referência (60,4%), 99% dos S. saprophyticus foram identificados corretamente pelo Vitek MS, bem como outras espécies pertencentes ao grupo. A formação de biofilme foi prevalente nos isolados de S. saprophyticus (98,5%), com a maioria categorizados como forte e moderadamente aderentes (78,6%), além de elevada frequência de potenciais fatores de virulência associados à aderência como aas (98,5%), uafA (100%) e ssp (98,5%). Além disso, apesar dessas amostras mostrarem aderência à linhagem uro-epitelial T-24, não foi evidenciada diferenças estatisticamente significativa com isolados de E. faecalis, outro uropatógeno comum em ITU não-complicadas. Embora as taxas de resistência tenham se mostrado baixas, especial atenção deve ser dada a reduzida suscetibilidade à trimetroprimsulfametoxazol (10,9%) e norfloxacina (12%), antimicrobianos comumente utilizados no tratamento de ITU. Conclusão: A partir dos resultados obtidos, foi evidenciada elevada variabilidade fenotípica entre isolados de Staphylococcus saprophyticus, podendo acarretar em dificuldades na identificação desses patógenos. Como alternativa, a metodologia MALDITOF mostrou elevada especificidade na identificação de cocos Gram-positivos, inclusive os pertencentes ao grupo saprophyticus. A caracterização desses isolados evidenciou a presença de um perfil de fatores de virulência associados à adesão no trato urinário, demonstrando o potencial uropatogênico de isolados de S. saprophyticusItem Obesidade, insatisfação com a imagem corporal e sintomas para transtornos alimentares em escolares na Serra Gaúcha(2013) Rech, Ricardo Rodrigo; Halpern, RicardoIntrodução: Na idade escolar e adolescência as crianças experimentam mudanças biológicas e cognitivas. Além disso estão expostas a fatores de risco ambientais como hábitos de vida e alimentação inadequados. É importante o conhecimento desses hábitos para promover intervenção e promover saúde. Objetivos: determinar as prevalências de obesidade, sobrepeso, sintomas para transtornos alimentares (TA), insatisfação com a imagem corporal e bullying em escolares de 6º ano da rede municipal de ensino da cidade de Caxias do Sul no ano de 2011. Métodos: estudo transversal de base escolar tendo como população-alvo os escolares do sexto ano (de 11 a 14 anos) das escolas municipais da cidade de Caxias do Sul. Foi utilizado um questionário autoaplicável e medidas antropométricas de peso, altura, circunferencia da cintura e dobras cutâneas para avaliação do estado nutricional. A prática de bullying foi avaliada com o questionário Kidscape, a imagem corporal com o Body Shape Questionnaire e escala de 9 silhuetas e os sintomas para transtornos alimentares com o EAT26. Foi utilizada estatística descritiva, análise bivariada (teste qui-quadrado de Pearson) e multivariada (regressão logística binária). Resultados: As prevalências de obesidade, sobrepeso e sintomas para TA foram de 7,30%, 22,80% e 33,10% respectivamente. Os escolares insatisfeitos com sua imagem corporal apresentaram quatro vezes mais probabilidades (RP=4,01 – IC 95%= 2,71 – 5,93) de estarem com excesso de peso e nove vezes (RP=9,30 – IC 95%=6,29 – 13,78) mais probabilidades de apresentarem os sintomas para TA. Em relação ao bullying, foram encontradas 10,2% de vítimas e 7,1% de agressores. Os escolares com hábitos sedentários (mais de três horas por dia) apresentaram 55% mais probabilidades de serem vítimas (RP = 1,55 – IC = 1,01-2,36) e mais do que o dobro de probabilidades (RP = 2,42 – IC = 1,47-3,97) de serem agressores. Mais de setenta por cento dos escolares estavam insatisfeitos com sua imagem corporal segundo a escala de 9 silhuetas. Conclusões: As prevalências dos desfechos avaliados, na população estudada, encontram-se elevadas. Os resultados revelam uma preocupante realidade em relação ao estado nutricional dos escolares e justificam a implementação de ações de saúde nas escolas em relação a este tema. Ao final, é possível aconselhar, também, uma discussão mais aberta com os escolares a respeito das questões que envolvem o bullying, a imagem corporal e os transtornos alimentares.Item A capacidade física como preditor do risco de internação hospitalar de idosos(2013) Santos, Fernanda Cecília dos; Rosa, Luis Henrique Telles da; Silva, Marcelo FariaINTRODUÇÃO: O envelhecimento da população é uma tendência mundial e exige reorganização de ordem política, econômica e social, em especial na área da saúde, pois essa população necessita intensamente de cuidados em saúde. A avaliação do risco de internação hospitalar propõe encontrar indicadores preditivos da intensa utilização dos recursos de saúde por idosos. Entretanto, variáveis de capacidade física ainda não foram correlacionadas com o risco de internação hospitalar em idosos. OBJETIVO: Analisar a associação entre a capacidade física e o risco de internação hospitalar de idosos. MÉTODOS: O estudo realizado foi epidemiológico, transversal e analítico. A amostra de idosos foi selecionada aleatoriamente de uma das Equipes de Saúde da Família da Vila do IAPI, bairro Passo d` Areia, município de Porto Alegre. Foram utilizados os seguintes instrumentos: questionários para obtenção dos dados demográficos e epidemiológicos, questionário de avaliação do risco de internação hospitalar de Boult, teste de Sentar e Levantar de Rikli e Jones para a avaliação da força de membros inferiores, Teste de Sentar e Alcançar de Rikli e Jones para a avaliação da flexibilidade, Dinamometria de Preensão Palmar para avaliar a força de membros superiores, Escala de Equilíbrio de Berg para a avaliação de Equilíbrio. Os dados foram analisados utilizando-se o SPSS, versão 17.0. Para fins de comparação, com os parâmetros da capacidade física, o risco de internação hospitalar foi ajustado em dois grupos: baixo-médio e médio alto-alto. Foram realizados os testes de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e Levene e realizada a análise multivariada de regressão de Poisson a fim de controlar os fatores de confusão e avaliar fatores independentemente associados com o risco de internação hospitalar médio alto-alto. O critério para entrada da variável no modelo foi apresentar um valor p<0,20 na análise bivariada. O nível de significância adotado foi de p≤ 0,05. RESULTADOS: As variáveis físicas que permaneceram associadas ao risco de internação hospitalar médio alto-alto foram as de força de membros inferiores (RP = 1,78; IC 95% = 1,04-3,04) e flexibilidade (RP = 2,13; IC 95% = 1,28-3,56) CONCLUSÃO: Houve uma correlação negativa entre os baixos níveis de força de membro inferior e de flexibilidade com um risco médio alto-alto de internação hospitalar. O risco de internação hospitalar médio alto-alto aumenta em 78% quando existe alteração de força de membro inferior e em 113% quando ocorre alteração de flexibilidade.Item Prevalência de fatores de risco cardiovascular em pacientes renais crônicos em hemodiálise na cidade de Porto Alegre(2013) Burmeister, Jayme Eduardo de Oliveira; Rosito, Guido Bernardo AranhaIntrodução: O estudo CORDIAL foi estruturado para avaliar dados cardiovasculares e para o acompanhamento de uma população de uma cidade metropolitana do Brasil. Este artigo relata a prevalência basal dos fatores tradicionais de risco cardiovascular e analisa as características relacionadas. Objetivo: Determinar a prevalência de fatores tradicionais de risco cardiovascular em toda a população de pacientes renais crônicos em hemodiálise na cidade de Porto Alegre. Métodos: Todos os pacientes em hemodiálise intermitente por insiuficiência renal crônica nos quinze centros de nefrologia de Porto Alegre, uma cidade metropolitana no sul do Brasil, foram considerados para inclusão nesta fase inicial do estudo CORDIAL. Dados clínicos, laboratoriais e demográficos foram obtidos através de entrevistas individuais estruturadas realizadas por pesquisadores treinados com cada um dos pacientes, e também a partir dos registros médicos. Resultados: Um total de 1215 pacientes foram incluídos (97,3% de todos os pacientes em hemodiálise na cidade). Eles tinham uma média de idade de 58,3 anos, 59,5% eram masculinos e 62,8% eram brancos. A prevalência observada de fatores de risco cardiovascular foi de 87,5% para hipertensão, 84,7% para dislipidemia, 73,1% para sedentarismo, 53,7% para tabagismo, e 35,8% para diabetes. Em uma análise multivariada ajustada, observamos que sedentarismo (p=0,032; RP 1,08 – IC 95%: 1,01-1,15), dislipidemia (p=0,019; RP 1,08 – IC 95%: 1,01-1,14), e obesidade (p<0,001; RP 1.96-95% - IC 95%: 1,45-2,63) eram mais frequentes em mulheres; e hipertensão (p=0,018, RP 1,06 – IC 95%: 1,01-1,11) e tabagismo (p=0,006, RP 2,7 – IC 95%: 1,79-4,17) entre pacientes com menos de 65 anos de idade. Sedentarismo apresentou associação independente com diálise por menos de 12 meses (p<0,001; RP 1,23 – IC 95%: 1,14-1,33). Conclusão: Os pacientes em hemodiálise nesta cidade metropolitana do sul do Brasil apresentam uma prevalência elevada de fatores de risco cardiovascular, similar aos achados anteriores em vários países do hemisfério norteItem Efeito agudo do treinamento muscular inspiratório com diferentes sobrecargas sobre o controle autonômico de indivíduos saudáveis: um estudo randomizado cruzado(2013) Silva, Vanessa Giendruczak da; Plentz, Rodrigo Della Méa; Lukrafka, Janice LuisaIntrodução: O ciclo ventilatório exerce forte influência sobre o sistema nervoso autônomo (SNA) induzindo ajustes para promover a interação cardiopulmonar. Objetivo: Verificar o efeito agudo de diferentes sobrecargas de treinamento muscular inspiratório (TMI) sobre a modulação do SNA cardiovascular em indivíduos saudáveis. Métodos: Ensaio clínico randomizado do tipo cruzado (cross-over) em que foi avaliado o efeito de uma sessão de TMI a 30% e 60% da pressão inspiratória máxima (PImáx). Foram incluídos voluntários saudáveis e sedentários de ambos os sexos, com idade entre 18 e 35 anos. A força muscular inspiratória foi avaliada através da PImáx com manovacuômetro digital MVD 300, escalonado em 300 cmH2O. As medidas foram realizadas previamente a cada dia de sobrecarga. Os sinais da frequência cardíaca foram adquiridos pelo monitor Polar® RS800CX e foi realizada a análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) após a sessão de TMI com o dispositivo pressórico linear Powerbreathe® nos primeiros 10 minutos (agudo), 60 minutos (subagudo) e, após 24h (tardio). Resultados: Foram avaliados dezenove indivíduos (47% homens, 25±5 anos). Na fase aguda apenas com 60% da PImáx houve redução significativa da variabilidade dos intervalos RR e no componente de alta frequência (HFnu), enquanto que o componente de baixa frequência (LFnu) e o balanço autonômico (LF/HF) aumentaram significativamente. Na fase subaguda, o mesmo comportamento foi observado para HFnu, LFnu, LF/HF. Quando comparadas as sobrecargas, houve aumento significativo na magnitude do efeito a 60% PImáx para NN50, LF/HF, LFnu, HFnu na fase aguda, bem como, para RR,NN50, LFnu e HFnu na fase subaguda (p<0,05). Conclusão: O efeito agudo do TMI a 60% da PImáx foi maior que 30% PImáx na modulação do SNA cardiovascular de indivíduos saudáveis.Item Análise de elementos acumulados em adolescentes e sua associação com inflamação pulmonar(2013) Moresco, Maurício Bianchini; Rhoden, Cláudia Ramos; Amantéa, Sérgio LuisIntrodução: Asma é uma doença respiratória caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas. A etiologia da asma é complexa, envolvendo aspectos genéticos, alérgicos, ambientais, infecciosos, emocional e nutricional. Entre os fatores nutricionais, a deficiência de minerais vem apresentando um papel importante na gênese da asma. Contudo, nenhum estudo avaliou a associação entre elementos acumulados e perfil inflamatório nas vias aéreas pulmonar de adolescentes. Desse modo, comparamos a concentração de elementos acumulados nas unhas de adolescentes em relação a um marcador de inflamação pulmonar. Matérias e Métodos: Asma ativa e asma grave foram avaliadas em adolescentes (n=106) através do questionário ISAAC. Os participantes foram divididos em dois grupos diferentes de acordo com o valor de FeNO medido. Além disso, amostras de unhas foram coletadas a fim de determinar a concentração de elementos acumulados (Cu, Zn, Mn, Se) por ICP-MS. Resultados: O NO exalado esteve aumentado em indivíduos do sexo masculino. Associação foi observada entre asma ativa e elevado NO exalado. Não houve diferença significativa nas concentrações (µg/g) de Cu (4,40 vs 4,52), Zn (84,66 vs 79,48), Mn (0,59 vs 0,76) e Se (0,18 vs 0,19) entre os diferentes grupos, bem como não foi encontrada correlação entre os níveis de FeNO e os elementos analisados. Conclusão: Ao analisarmos a concentração dos elementos Cu, Zn, Mn e Se nas unhas de adolescentes, não observamos diferença na concentração desses elementos entre os adolescentes com perfil inflamatório elevado em comparação ao outro grupo.Item Perfil nutricional e de comportamento alimentar de usuários de cocaína/crack(2013) Oliveira, Lidiane Pellenz de; Barros, Helena Maria Tannhauser; Ferigolo, MaristelaO crescente aumento de consumo de cocaína e as demandas referentes ao seu tratamento acarretam na necessidade de novas formas de abordagens no auxílio a estes usuários. O uso e a consequente dependência de substâncias psicoativas na população são considerados problemas relevantes de saúde. Um dos fatores que contribuem para tal refere-se aos vários tipos de alterações no organismo. O presente projeto investigou o perfil nutricional e as alterações alimentares e de peso, envolvidos no processo de cessação do consumo de cocaína/crack em usuários adultos, que ligaram para o Serviço Nacional de Orientações e Informações sobre a Prevenção do Uso de Drogas - VIVAVOZ. Foi realizado um estudo transversal em que os participantes responderam a escalas referentes ao consumo alimentar e comportamento após a primeira ligação para o Serviço. O instrumento utilizado foi um software exclusivo do Serviço que contempla: protocolo geral de atendimento; questionários para avaliação do consumo e dependência de drogas. Os dados foram coletados por consultores capacitados, no período de abril de 2011 a junho de 2012. A análise foi conduzida pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Os dados quantitativos serão descritos por média e desvio padrão, e dados qualitativos por frequência absoluta e percentual. Considera-se p<0,05 para associação estatisticamente significativa entre os fatores de estudo e o desfecho. O perfil dos usuários de cocaína/crack que ligaram para o deste estudo que ligaram para o Serviço são, na sua maioria, homens (80.8%), com idade entre 26 e 34 anos (53.8%), a maioria solteiros (63.0%) com mais de 8 anos de estudo (54,7%) com ocupação (77.4%) e renda de até 5 salários mínimos. Usuários de crack foram mais prevalentes do que usuários de cocaína (40.8%), dentre as drogas associadas o consumo de álcool (82.1) foi mais elevado do que o tabaco (45.3%) e maconha (45.3%).Item Estudo da distribuição de pressão plantar, alinhamento dos joelhos e arco plantar na osteoartrite de joelho(2013) Kiefer, Tiago; Silva, Marcelo Faria; Rosa, Luis Henrique Telles daOs objetivos deste estudo são: a) descrever os tipos de arco longitudinal medial dos pés; b) descrever o alinhamento frontal dos joelhos; c) bem como comparar a distribuição do pico de pressão plantar de sujeitos com diferentes graus de Osteoartrite de Joelho (OAJ) e sem OAJ. Foram avaliados 29 pessoas divididas em 3 grupos (Controle, OAJ grau 2 e OAJ graus 3 e 4) para as seguintes variáveis: pico de pressão plantar e arco longitudinal medial por meio da baropodometria (Novel gmbh – Sistema EMED X/R, Alemanha), alinhamento frontal do joelho por meio do ângulo quadricipital e através do método de fotogrametria digital, amplitude de movimento via fleximetro (Sanny – Modelo Fl6010, Brasil) e dor momentânea nas articulações dos membros inferiores, via escala visual analógica. Todos os pacientes com OAJ foram classificados de acordo com o raio-x e conforme a escala de Kelgren-Lawrance. Esta investigação teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Parecer 11-828). Foram utilizadas análises estatísticas descritiva e comparativa (KruskalWallis e ANOVA- One way) através do software SPSS (Social Package for Social Sciences) for Windows versão 18.0. Encontrou-se um predomínio de joelhos varo nos 3 grupos (Controle: 42,9%, OAJ grau 2: 52,9% e OAJ graus 3 e 4: 65%), de pés cavos no grupo controle (45,4%) e OAJ grau 2 (50%), bem como de pés planos na OAJ graus 3 e 4 (50%). Na comparação intra-grupo do pico de pressão plantar observou-se que o antepé foi a região com maiores valores em relação as demais áreas dos pés e nos 3 grupos em estudo. Já na comparação entre grupos do pico de pressão plantar, evidenciou-se que os sujeitos com OAJ graus 3 e 4 apresentam menores valores no retropé (275,65 ± 48,25) em relação ao grupo controle (331,13±70,68) e menores valores no antepé (392,64 ± 91,50) em relação ao grupo OAJ grau 2 (490,30 ± 98,71). Por fim conclui-se que os indivíduos com OAJ mais acentuada demonstraram uma alteração no padrão de pressão plantar. Tais alterações devem ser observadas com cuidado pelos fisioterapeutas, afim de minimizar a lesão já existente no membro inferior. Nesse sentido a avaliação da pressão plantar se mostrou um método relevante para avaliação das cargas impostas ao membro inferior na OAJ, tendo ainda a necessidade de mais investigações para esclarecer estas relações.Item O Ângulo de Fase como marcador prognóstico associado ao estado nutricional do cirrótico e à gravidade da doença: do modelo clínico ao experimental(2013) Fernandes, Sabrina Alves; Marroni, Cláudio Augusto; Marroni, Norma PossaIntrodução: Uma das complicações inerentes da cirrose é a desnutrição proteicocalórica (DPC) e avaliá-la de forma fidedigna é um desafio à equipe multidisciplinar, devido às características da doença. O ângulo de fase (AF) medido através da bioimpedância elétrica, dentre diversos métodos de avaliação nutricional, se tornou um bom método prognóstico na associação do estado nutricional à injúria celular da cirrose. Um dos sintomas que potencializa esse déficit nutricional é a alteração de paladar, que contribui para carências nutricionais e assim o processo de dano celular aos hepatócitos, formando-se um ciclo vicioso. Objetivos: Identificar, dentre diferentes instrumentos de avaliação nutricional o mais adequado às características físicas e metabólicas do cirrótico associados a DPC e avaliar papilas gustativas na cirrose. Pacientes e métodos: Para identificar o instrumento que apresenta maior associação com a evolução da cirrose, foram avaliados 129 cirróticos prospectivamente e de forma seqüencial. Foram realizadas a avaliação antropométrica, a avaliação subjetiva global, a Força do Aperto de Mão através da dinamometria e a bioimpedância elétrica. Para analise de índice prognóstico através do ângulo de fase, foram avaliados em outro momento,195 cirróticos de diferentes etiologias e associou-se o valor do AF com o estadiamento da doença. Todos os pacientes alocados para o estudo estavam em acompanhamento ambulatorial no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil. Por não ser possível biópsia de língua de pacientes cirróticos para análise de papilas gustativas, foi realizado um estudo experimental com ratos cirróticos, induzidos por tetracloreto de carbono(CCl4). Resultados: No primeiro estudo clínico, o método que acompanhou o estadiamento da doença pelo escore Child-Pugh foi o ângulo de fase através da bioimpedância elétrica. No segundo trabalho, o ângulo de fase mostra-se um importante índice prognóstico, indicando o gênero masculino, ascite e Chile Pugh C como mau prognóstico. No terceiro estudo, animais cirróticos apresentaram deficiência de zinco, diminuição do AF e piora das provas de integridade hepática de igual forma que os pacientes cirróticos. Em ambos os grupos, observou-se imunorreatividade para células neurotransmissoras do gosto (tipo II e III), além de receptores T1R2. Os animais cirróticos não apresentaram imunorreatividade para receptores T1R3, não podendo ser possível a reação química do gosto doce. Pela MEV, o grupo cirrótico apresentou afilamento das papilas gustativas. Os botões gustativos apresentaram alteração estrutural entre os grupos. Houve redução do número de botões gustativos no grupo cirrose. Conclusão: Realizada avaliação nutricional por diferentes métodos, identifica-se o AF como um bom parâmetro diagnóstico e por sua associação com a piora da cirrose e suas comorbidades, mostra-se um importante índice prognóstico, podendo auxiliar na terapia nutricional. O modelo de cirrose experimental por CCl4 viabilizou o estudo nas papilas e botões gustativos, além da avaliação da funcionalidade celular pela bioimpedância elétrica, agregado a uma possível desnutrição protéico calórica e deficiência de zinco, mostrando o mesmo comprometimento do estado nutricional visto em humanos cirróticos. Podendo sugerir que as alterações observadas na língua do animal cirrótico possa explicar a disgeusia reportada pelos pacientes.