Navegando por Autor "Amazarray, Mayte Raya"
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Item De Volta ao Trabalho: o papel do suporte organizacional percebido no retorno pós-licença maternidade(2023-12-06) Correa, Julia Albrecht; Amazarray, Mayte Raya; Programa de Pós-Graduação em Psicologia e SaúdeO presente estudo teve como objetivo avaliar o contexto de trabalho, suporte organizacional e engajamento no retorno ao trabalho de mulheres após licença maternidade. Realizou-se uma pesquisa de natureza exploratória e de abordagem quantitativa, a qual contou com 370 participantes que haviam retornado ao trabalho após licença maternidade nos últimos 12 meses. Foram investigados aspectos sociodemográficos e laborais e aplicados os instrumentos: Escala de Engajamento no Trabalho de Utrecht – UWES-9; Escala de percepção de suporte organizacional – EPSO; e Escala de avaliação do contexto de trabalho – EACT. O estudo destacou a complexidade das experiências de retorno ao trabalho pós-licença maternidade, influenciadas por variáveis socioeconômicas e organizacionais, além de revelar a importância do suporte organizacional, além do apoio de colegas e gestores durante esse processo. Os resultados corroboram achados da literatura sobre o assunto, salientando-se a necessidade de implantar iniciativas que visem o bem-estar das trabalhadorasItem Dor e sofrimento: estudo sobre assédio moral no trabalho(2019) Machado, Patrícia Andréa Barbosa; Amazarray, Mayte RayaEsta dissertação é composta por dois artigos que tratam a temática do assédio moral no trabalho. O primeiro deles é um artigo revisão sistemática da literatura, que teve como objetivo conhecer o cenário da produção científica no Brasil, acerca do tema no período de 2007 a 2017. Identificaram-se 71 estudos, sendo 27 teóricos e 44 empíricos, sendo categorizados em quatro subtemas: caracterização do assédio moral (35%); aspectos organizacionais/ institucionais e modos de prevenção (30%); perspectivas conceituais e medidas de avaliação (24%) e consequências do assédio (11%). Constatou-se concentração de estudos sobre determinadas categorias profissionais. Muitos estudos apontaram a relação do assédio com modos de gestão. Evidenciaram-se lacunas a serem investigadas, principalmente quanto às estratégias de prevenção, sugerindo, assim, a realização de trabalhos futuros orientados a planos que impeçam a ocorrência do evento e/ou que minimizem os danos causados. Ainda como proposta, a realização de revisões ampliadas que possam dar conta do histórico evolutivo do assédio moral nas relações de trabalho e nas organizações, apresentando evidencias e propondo alternativas de prevenção e intervenção na prática do assédio. O segundo artigo resultou de uma pesquisa qualitativa exploratória, com o objetivo de estudar as consequências do assédio moral no trabalho. Empregou-se a técnica “bola de neve” para acessar os participantes, sendo entrevistados cinco profissionais com ações ingressadas no Poder Judiciário. Utilizou-se a entrevista individual semiestruturada como técnica para a coleta de dados. Para a análise de conteúdo, foi utilizada a análise temática, identificando-se três temas chave: vivências do assédio, desfechos da violência e sentidos do trabalho. Os resultados indicaram o entrelaçamento de sintomas reveladores do assédio e efeitos advindos do fenômeno. Foram limitações do estudo a dificuldade de encontrar sujeitos conforme critérios estabelecidos para a busca. Sugerem-se novos estudos junto a uma amostra ampliada, procurando aprofundar questões relacionadas à ressignificação do trabalho junto aos acometidos e a sequência da vida após o assédio. A partir da realização desses dois estudos, evidenciou-se a relevância das relações no trabalho e o quanto seu deterioro podem afetar a vida das pessoas. O assédio moral no trabalho mostrou-se uma via dura, pela qual o adoecimento é, na maioria das vezes, inevitável. Com essas pesquisas, espera-se despertar mais interesse e inspirar novos estudos acerca do assédio moral no trabalho.Item Formação de identidade profissional, símbolos e rituais no trabalho de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais do Rio Grande do Sul(2023-11-10) Somavilla, Rose Andreia; Amazarray, Mayte Raya; Programa de Pós-Graduação em Psicologia e SaúdeEssa dissertação apresenta um estudo que investigou a formação de processos identificatórios e o contexto simbólico na construção dos significados e sentidos do trabalho de policiais que atuam como operadores especiais (OE) do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Rio Grande do Sul, incorporados à tropa nos últimos quatro anos. Essa dissertação apresenta um artigo sobre significados e sentidos do trabalho, transição de identidade, símbolos e rituais para operadores especiais ingressantes no BOPE. Realizou-se um estudo qualitativo, baseado na etnografia, com uso de diário de campo e observação participante, entrevistas individuais semiestruturadas enquanto técnicas de coleta de informações, com 12 policiais incorporados recentemente ao BOPE (2019/2021). Para tratamento de dados, adotou-se análise temática reflexiva, sendo o material empírico compreendido à luz da Psicossociologia do Trabalho. A partir da análise temática, foram produzidos dois temas: “Tornar-se caveira”, com os subtemas tatuagem de caveira; desconstrução do eu-identidade coletiva; e o tema “Sentidos e significados do trabalho dos OE” com os seguintes subtemas: integrar o BOPE; e realização pessoal e profissional, nos quais se evidenciam conteúdos associados à transição para uma nova identidade profissional. Os resultados permitiram entender que, apesar dos momentos de formação em um curso de especialização em operações especiais serem importantes para a profissão de OE, a aprendizagem da função e o processo de construção da identidade coletiva profissional são moldados pela socialização em contexto real de trabalho. Além da experiência que advém da prática profissional no cotidiano do BOPE, contribui decisivamente para o desenvolvimento do compromisso com a profissão, como uma carreira para a vida, e de uma identidade coletiva e atribuindo sentido e significado ao trabalho dos OE. Os estudos com esses grupos especializados têm relevância para os próprios sujeitos, seus gestores e para a sociedade como um todo, que recebe a prestação do serviço públicoItem Orientações para a atuação de Psicólogos em abrigos coletivos temporários em contexto de desastres(2024-05) Gonçalves, Tonantzin Ribeiro; Serafini, Adriana Jung; Reppold, Caroline Tozzi; Levandowski, Daniela Centenaro; Grzybowski, Luciane Suárez; Oliveira, Luiza Maria de Oliveira Braga; Boeckel, Mariana Gonçalves; Amazarray, Mayte Raya; Câmara, Sheila Gonçalves; Godoi, Gabriel; Prudente, Jéssica; Ferrari, Jocieli; Gonçalves, Kamila Baldino; Varela, Lucas Ramos; Narvaez, Joana Corrêa de Magalhães; Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde; N/A.; Amaral Filho, Lúcio SiqueiraO material foi produzido a partir da experiência e mobilização de incontáveis profissionais psicólogos, diante da catástrofe provocada pelas inundações de maio de 2024, em todo o estado do Rio Grande do Sul. A Cartilha se volta para Profissionais psicólogos atuando de modo voluntário ou não voluntário e busca fornecer informações e orientações básicas para o desenvolvimento de ações de acolhimento, prevenção de riscos e promoção da saúde mental no âmbito de abrigos coletivos temporários, organizados a partir de situações de emergências ou desastres.Item Psicologia forense aplicada à saúde mental & trabalho na visão de operadores do direito(Wagner Wessfll, 2021) Pires, Patrícia Cantisani Schaffer; Amazarray, Mayte RayaA Psicologia Forense, desde seu reconhecimento como área de especialização da Psicologia, tem procurado atuar de forma expressiva nos contextos jurídicos, seja fornecendo informações sobre o comportamento humano, seja determinando diagnósticos relacionados à saúde mental, auxiliando na elucidação de fatos e controvérsias. De acordo com a organização do sistema judicial, o(a) psicólogo(a), na condição de perito do juízo ou como assistente técnico, subsidia a decisão dos magistrados, uma vez que apresenta o olhar técnico sobre questões de natureza psíquica e emocional. A partir da importância de explorar o tema e identificar desafios no âmbito do Direito do Trabalho, esta pesquisa surgiu com o objetivo de investigar contribuições da Psicologia Forense aplicada à Saúde Mental & Trabalho a partir da visão de operadores do Direito e da análise de decisões judiciais. Para tanto, optou-se pela realização de uma pesquisa qualitativa, composta por dois estudos. O primeiro estudo teve como amostra 59 decisões judiciais, disponibilizadas para consulta pública no site do TRT4 – Tribunal Regional do Trabalho da 4ª. Região RS, que tratavam especificamente da questão dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho. O período de busca compreendeu os anos de 2019 e 2020. A categorização dos dados coletados foi orientada pela análise de conteúdo, sendo que as informações obtidas foram interpretadas e relacionadas, considerando as informações encontradas. O segundo estudo, de natureza empírica, teve delineamento exploratório com a participação de 13 operadores do Direito, dentre eles juízes, procuradores do trabalho e advogados. A amostra foi composta por profissionais com atuação diretamente relacionada às ações envolvendo o campo da Saúde Mental & Trabalho. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas no período compreendido entre novembro de 2020 e março de 2021. Buscou-se explorar os principais aspectos que influenciam as decisões judiciais e o ponto de vista dos participantes sobre a produção de documentos decorrentes da realização de perícias psicológicas e/ou psiquiátricas e assistência técnica nestes processos. A metodologia de análise de dados foi orientada pela análise temática. Os principais resultados apontaram a presença expressiva de transtornos mentais relacionados ao trabalho, em que são identificados o nexo causal ou a concausa. Afigurou-se a significância direcionada ao conjunto probatório, especialmente pela prova pericial. A partir da análise de decisões judiciais, verificou-se que a maioria dos procedimentos investigados ficou sob a responsabilidade de peritos da área da medicina. A presença da Psicologia se desvelou pouco representativa, porém houve amplo consenso dos participantes no sentido da importância da presença do psicólogo nestas demandas. Embora a Psicologia Forense não esteja consolidada no plano do Direito do Trabalho, existem possibilidades na conquista de novas frentes de atuação profissional, a partir da realização de avaliações psicológicas completas e aprofundadas sobre os trabalhadores e o contexto laboral. A Psicologia, com seu amplo arsenal de teorias e técnicas científicas, pode vir a contribuir, de forma multidisciplinar, para a intersecção não só com o Direito do Trabalho, mas com o Direito de maneira geral.Item Satisfação no Trabalho e Percepção de Suporte Organizacional em Motoristas de Transporte Particular por Aplicativo no Rio Grande do Sul(2023-12-07) Hoffmeister, Gabriel; Amazarray, Mayte Raya; Departamento de PsicologiaFenômenos como a globalização da economia e o avanço tecnológico pautada em uma agenda neoliberal têm uma nova organização mundial do trabalho. A chamada economia de plataforma designa um modelo de negócio no qual demandas de trabalho e prestações de serviços são geridas através de plataformas ou aplicativos. Esta relação de trabalho se caracteriza pela falta de vínculo empregatício e, consequentemente, regulamentação trabalhista. Entre os serviços oferecidos pelas empresas de plataforma estão, principalmente, transporte particular de passageiros e entregas de mercadorias. Com mais de 5 milhões de motoristas cadastrados em 2020, a Uber é a maior empresa de transporte particular por aplicativo do mundo. Devido ao sucesso da empresa, o termo uberização tem sido utilizado para designar este tipo de vínculo de trabalho. No Brasil, segundo relatório do IPEA, a população de motoristas de aplicativo era de 1.1 milhões em outubro de 2021, um aumento de 37% em relação ao primeiro trimestre de 2016. Este rápido avanço da economia de plataforma tem provocado amplas discussões no mundo do trabalho, principalmente sobre os prejuízos deste modelo de negócio para a saúde dos trabalhadores. Entre as principais discussões estão as grandes jornadas de trabalho, a baixa remuneração, a falta de suporte fornecido pela plataforma aos trabalhadores e a ausência de direitos trabalhistas. Tendo em vista o papel central do trabalho na saúde do trabalhador, este estudo teve como objetivo avaliar a satisfação com o trabalho e a percepção de suporte organizacional em motoristas de aplicativo. Foi realizado um estudo de caráter exploratório, descritivo e transversal, de abordagem quantitativa com 19 motoristas de aplicativo, utilizando como instrumentos um questionário sociodemográfico, um questionário baseado na literatura, para conhecer aspectos específicos da relação de trabalho com a empresa-aplicativo, e as escalas de Satisfação no Trabalho e de Suporte Laboral. Como critérios de inclusão, os participantes deveriam ser devidamente cadastrados e trabalhar regularmente como motoristas de alguma empresa-aplicativo de transporte particular de passageiros no Estado do Rio Grande do Sul. Para análise dos dados levantados através dos instrumentos foram utilizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais adequadas aos objetivos do estudo. Observou-se que 73,7% apresentaram insatisfação com o trabalho e 84,2% percebem baixos níveis de suporte organizacional oferecido pelas plataformas. Em relação às dimensões da Escala de Satisfação no Trabalho (EST), a satisfação com o salário e a satisfação com as promoções obtiveram os menores escores médios, enquanto a satisfação com os colegas obteve a maior média entre os respondentes. Em relação à Escala de Percepção de Suporte Organizacional (EPSO), a grande maioria dos participantes (84,2%) teve escores que indicam percepção de baixo suporte organizacional oferecido pelas plataformas; 10,5% tem dúvidas a respeito e apenas um respondente (5,3%) considera que as empresas oferecem suporte organizacional. Também identificou-se que exposição a riscos, excesso de horas trabalhadas e falta de suporte laboral foram temas centrais dos dados qualitativos analisados. Devido às suas características recentes e voláteis carecem de meios adaptados para a investigação sobre o fenômeno, o que reafirma a importância da realização de mais estudos sobre o tema.Item Saúde e mobilização subjetiva no trabalho de policiais militares efetivos e em formação do Batalhão de Operações Especiais do Rio Grande do Sul(2023) Schönardie, Clara Faes; Amazarray, Mayte RayaEssa dissertação apresenta dois artigos provenientes de estudo sobre a relação entre saúde e mobilização subjetiva associadas ao contexto de trabalho de policiais militares vinculados às operações especiais de um estado do Sul do país. Na primeira etapa do estudo (objeto do artigo 1, quantitativo de natureza correlacional), 124 participantes responderam a nove instrumentos [questionário sociodemográfico elaborado pelas autoras, três testes psicológicos (Inventário Fatorial de Personalidade II, Bateria Fatorial de Personalidade e Escala de Avaliação da Impulsividade), cinco questionários padronizados autoaplicáveis (questionário de saúde geral, escala de percepção do estresse, World Health Organization Quality of Life – bref para avaliação da qualidade de vida, COPE para avaliação das estratégias de coping, e Copenhagen Psychosocial Questionnaire II versão média para avaliação dos fatores psicossociais do trabalho)]. Neste, são apresentados os resultados das avaliações de personalidade, impulsividade, saúde geral, estresse, qualidade de vida, coping e fatores psicossociais do trabalho, bem como dois modelos preditivos do bem-estar psíquico deste grupo ocupacional. Identificaram-se variáveis de risco que impactam diretamente no bem-estar psíquico e seu peso preditor, tais como: conflito trabalho-família, menor percepção de possibilidade de desenvolvimento, falta de concentração e persistência, coping evitativo, e depressão. Como protetivas ao bem-estar psíquico: boa saúde geral, domínio psicológico da qualidade de vida e coping focado no problema. Na segunda etapa do estudo (objeto do artigo 2, estudo qualitativo de natureza exploratória), foram realizados três grupos focais dos quais participaram 19 policiais vinculados de forma efetiva ao BOPE, com o intuito de conhecer vivências e percepções no que diz respeito às relações entre seu contexto laboral e mobilização subjetiva. O conjunto dos dados traz o foco para as vivências dos processos de saúde-adoecimento e seus determinantes para essa categoria profissional. Discutiu-se sobre a identidade subjetiva atravessada pelas vivências de trabalho e aspectos grupais, como amizade e sentimentos de sobre humanidade. Os achados dos artigos descrevem um grupo coeso com senso de pertencimento, que tem bons índices de saúde. Propõem-se a contribuir com tais subsídios para a visibilidade de processos de saúde-adoecimento no trabalho, evidenciando a forma como o trabalho de sujeitos que atuam na segurança pública é vivenciada, que é de relevância para toda a sociedade, bem como a discussão sobre o bem-estar no trabalho e a elaboração de políticas públicas nessa direção.Item Saúde mental e bem-estar de policiais militares em contexto de treinamento para atuação em operações especiais(2023) Santos, Estefânia Lina dos; Amazarray, Mayte Raya; Programa de Pós-Graduação em Psicologia e SaúdeEsta dissertação origina-se de um projeto maior de pesquisa que tem por objetivo estudar o cotidiano laboral, dimensão psicossocial do trabalho, saúde mental e qualidade de vida de policiais militares em formação e efetivos do Batalhão de Operações Especiais do Rio Grande do Sul, sendo de delineamento longitudinal e com método misto (técnicas quantitativas e qualitativas de coleta e análise de dados). No recorte da presente dissertação, objetivou-se estudar a saúde mental e o bemestar de policiais militares que se encontravam realizando o curso de especialização em operações policiais especiais. Trata-se de um estudo no campo no qual atuam profissionais constantemente expostos a situações recorrentes de riscos à integridade, tanto físicos quanto psicológicos. Por atuarem ou estarem em treinamento para atuar em uma unidade de operações especiais, faz-se necessário maior preparo e desenvolvimento de competências específicas. A pesquisa teve como objetivo compreender características psicológicas e psicossociais associadas ao exercício dessa função. Esta dissertação originou dois artigos empíricos. No artigo 1, avaliou-se o efeito da interação de fatores psicológicos e psicossociais ao longo do tempo (pré e pós curso de especialização em operações especiais), entre concluintes e não concluintes. Participaram 74 policiais militares ingressantes no curso. Foram aplicados questionários, instrumentos autoaplicáveis e testes psicológicos padronizados referentes a personalidade, estresse, coping, qualidade de vida e fatores psicossociais.Os resultados mostraram mudanças nas variáveis ao longo do tempo e entre os grupos, principalmente em relação aos fatores psicossociais. A estratégia de enfrentamento predominante foi foco no problema. Os concluintes tiveram melhores escores no domínio psicológico referente a qualidade de vida. Conclui-se que os fatores ambientais, físicos e emocionais se mostraram importantes fatores associados ao término do curso. No artigo 2, objetivou-se identificar características psicológicas de policiais militares vinculados às operações especiais e aqueles em treinamento para essa função. Realizou-se um estudo correlacional, do qual participaram 124 policiais, sendo 50 efetivos do batalhão de operações especiais e 74 em formação para tal. Aplicaram-se os instrumentos: questionário sociodemográfico e laboral, escala de estresse percebido, Coping Orientation to Problems Experienced Inventory (COPE), Escala de Avaliação da Impulsividade e Bateria Fatorial de Personalidade (BFP). Nos resultados constataram-se diferenças significativas entre grupos em 7 itens do BFP. Tais resultados são compreendidos à 9 luz da natureza do trabalho exercido pelo BOPE e, possivelmente, são indicadores psicológicos relevantes acerca da função especializada de operadores especiais no contexto da segurança pública no país. Os resultados podem trazer contribuições significativas acerca do perfil psicológico destes operadores especializados, tal como pode contribuir na ampliação de conhecimento laboral sobre as demandas técnicas e psicológicas que a segurança pública necessita nas atribuições de suas tarefas.Item Sentidos do trabalho para a juventude: uma revisão integrativa.(2023-12-06) Lacava, Luiza Leonardi; Amazarray, Mayte Raya; Departamento de PsicologiaEste estudo realizou uma revisão integrativa com o objetivo de identificar como os jovens do continente americano na faixa etária dos 14-30 anos concebem o sentido do trabalho em estudos científicos. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura do período compreendido entre 2013 e 2023 com o objetivo de sintetizar os principais resultados dos estudos, investigar se há diferença entre sentidos atribuídos por jovens de diferentes países e verificar se há relação entre condições socioeconômicas e sentidos do trabalho. As bases de periódicos utilizadas foram Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo, Web of Science e Scopus. Foi realizado um levantamento das principais características das publicações selecionadas e das juventudes investigadas. Os resultados foram sintetizados em (1) condições e estrutura de trabalho atual, (2) sentidos do trabalho (subcategorias: relacionamento versus isolamento; dinheiro versus lazer/realização; identidade e autoestima), (3) relações do trabalho com a família e a escola e (4) perspectivas futuras. Destacaram-se as diferenças entre atribuições de sentido, condições de trabalho e perspectivas de futuro entre jovens de níveis socioeconômicos diferentes. De maneira geral, jovens em situação de maior vulnerabilidade atribuem a geração de renda e a necessidade de subsistência como sentidos do trabalho, enquanto jovens de maior nível socioeconômico atribuem prazer e realização.Item Significados e sentidos do trabalho para lideranças de enfermagem em um hospital de grande porte(2023-12-15) Gieseler, Adriana; Amazarray, Mayte Raya; Programa de Pós-Graduação em Psicologia e SaúdeA gestão das equipes assistenciais no contexto hospitalar representa um grande desafio, tanto para os trabalhadores quanto para os responsáveis pela direção das instituições hospitalares. O ambiente laboral hospitalar, complexo devido às suas especificidades, caracteriza-se por ser um espaço repleto de sentimentos ambivalentes, tais como ansiedade, frustração, culpa e gratidão. O funcionamento diuturno pelo regime de plantões, a sobrecarga de trabalho, a exposição a riscos ocupacionais, o trabalho fragmentado, a hegemonia da área médica e a hierarquia rígida e vertical também estão presentes e impactam na complexidade do trabalho nas instituições hospitalares. Inseridos neste cenário, estão os trabalhadores da enfermagem, responsáveis por prestar o cuidado integral ao ser humano, desempenhando um papel essencial na promoção da saúde e da vida. Os trabalhadores de enfermagem se reportam às suas lideranças, que no hospital em estudo, são as Chefias de Unidade, responsáveis pela coordenação do trabalho das equipes de enfermagem. Estas chefias são enfermeiras(os) assistenciais, comumente sem experiência anterior em gestão. Assim, ao depararem-se com a posição de liderança, encontram um cenário desafiador, até então não vivenciado. Portanto, esta atividade de trabalho, nova e transformada, possivelmente vem acompanhada de novos significados e sentidos. Diante deste contexto, estruturou-se a presente dissertação, composta por um artigo científico que estudou as atribuições de significados e sentidos do trabalho para lideranças de enfermagem em um hospital público, geral e de grande porte de Porto Alegre/RS. Adotou-se a Psicossociologia e a Psicodinâmica do Trabalho (PDT) como referenciais teóricometodológicos. O instrumento da pesquisa utilizado foi a realização de grupos reflexivos, visando discussão para a produção de dados, que foram tratados a partir da Análise Temática Reflexiva. Os resultados deste estudo destacaram a complexidade das percepções e significados atribuídos ao trabalho pelas lideranças de enfermagem no contexto hospitalar. Essa complexidade é influenciada por diversos fatores, tanto objetivos quanto subjetivos, que têm efeitos na compreensão das atividades profissionais e impactam as esferas laboral e pessoal das lideranças. Aspectos como fragmentação do trabalho, sobrecarga laboral, ritmo acelerado, característicos do ambiente laboral hospitalar, contribuem significativamente na construção dos sentidos e significados do trabalho para as lideranças de enfermagem, gerando sentimentos de ansiedade, frustração, solidão e tensão. Outras questões, como dificuldades nas relações interpessoais, também influenciam na construção de significados e sentidos do trabalho para as Chefias de Unidade. Sentimentos como gratificação e realização foram mais evidenciados naquelas(es) enfermeiras(os) que tinham como planejamento de carreira atuar em cargos de gestão. O aprendizado destacouse como um crescimento nos âmbitos pessoal e profissional, impactando significados e sentidos do trabalho ligados ao prazer e à realização. Os resultados indicaram que os grupos reflexivos (19 enfermeiras(os) líderes participaram de 06 encontros presenciais), promoveram reflexões críticas coletivas acerca das atribuições, da organização do trabalho e dos papéis dessas(es) trabalhadoras(es). Assim, ressalta-se a importância de espaços de fala e discussão grupal cooperativa acerca do trabalho, para que seja possível a construção de um ambiente laboral mais saudável e que promova o encontro de novos significados e sentidos para o trabalho.Item O trabalho e a saúde mental de oficiais de justiça do Estado do Rio Grande do Sul(Wagner Wessfll, 2021) Peixoto, Carine Reis; Amazarray, Mayte RayaEssa dissertação apresenta estudos sobre o trabalho e a saúde mental de oficiais de justiça. Esta categoria profissional tem por competência levar a justiça para a população, atuando como elo entre Poder Judiciário e sociedade. A pesquisa teve como objetivo compreender as relações entre o contexto de trabalho dos Poderes Judiciário Estadual e Federal no Rio Grande do Sul e os processos de saúde e adoecimento de oficiais de justiça, investigando suas percepções sobre condições e organização de trabalho, relações socioprofissionais e comportamentos dessa população, bem como a presença de assédio moral e a ocorrência de transtornos mentais comuns. Os resultados deram origem a dois artigos empíricos. O primeiro deles caracterizou-se como um estudo misto, o qual associou técnicas quantitativas e qualitativas, tendo sido específico com a população de oficiais de justiça do judiciário federal (59 participantes na etapa quantitativa e 19 na etapa qualitativa). Os participantes responderam ao questionário sociodemográfico e laboral, ao questionário de atos negativos no trabalho (NAQ-r), ao Self Repporting Questionnaire (SRQ-20), à Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho e às entrevistas individuais semiestruturadas. O segundo artigo aprofundou as análises qualitativas sobre o escopo do estudo, mediante análise temática para sistematização e compreensão das narrativas dos entrevistados. Neste estudo qualitativo, participaram 30 oficiais de justiça dos âmbitos estadual e federal. O conjunto do material empírico trouxe à luz as vivências de prazer e sofrimento no trabalho desses profissionais. Identificou-se a presença de assédio moral frequente (37,5%) e alta prevalência de transtornos mentais comuns (41%), os quais se mostraram associados a questões relativas ao contexto de trabalho. Evidenciaram-se alguns aspectos com impacto direto no bem estar e no processo saúde/doença dos oficiais, tais como imprevisibilidade da atividade profissional, exposição a riscos psicossociais, ambiguidades e contradições nas prescrições das tarefas, relações de trabalho frágeis e desamparo institucional. Os achados descreveram um modo de trabalhar mobilizado por incertezas e vulnerabilidades, sendo sugeridas estratégias coletivas para fazer frente a esse contexto de trabalho.Item Violência/assédio nas relações de trabalho: construção de estratégias de intervenção organizacional(2022) Marques, Carolina de Corrêa; Amazarray, Mayte RayaA proposição de intervenções relacionadas às situações de violência/assédio em instituições públicas é um desafio. Além da invisibilidade do tema, ainda são poucos os estudos e práticas voltadas para a identificação dos casos e para o tratamento das suas consequências. Esta dissertação é composta por dois artigos e apresenta uma pesquisa-ação realizada em uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) no sul do Brasil. A pesquisa usou como principal instrumento um grupo de discussão para a produção de dados, realizado em sete sessões gravadas em plataforma de vídeo conferência. O primeiro artigo descreve o caminho metodológico percorrido no desenvolvimento da pesquisa-ação, suas etapas, desde a identificação da demanda e a preparação para a entrada no campo da pesquisa até a execução dos encontros e a construção de uma proposta de intervenção como resultado da reflexão-ação do coletivo de trabalhadores. O segundo artigo apresenta os resultados da análise temática do estudo, que teve como objetivo mapear práticas de gestão relacionadas à violência/assédio nas relações de trabalho e propor aos gestores e profissionais da área de gestão de pessoas estratégias de sensibilização para a construção de intervenções organizacionais preventivas e de enfrentamento das situações vivenciadas. As abordagens teórico-metodológicas que fundamentaram esta pesquisa-ação advêm do escopo das Clínicas do Trabalho, nas perspectivas da Psicossociologia e da Psicodinâmica do Trabalho (PDT). Os resultados indicaram que o grupo de discussão foi capaz de promover reflexões críticas coletivamente acerca de suas atividades e da organização do trabalho. A análise coletiva propiciou a emergência de ideias de uma nova configuração para as atividades de trabalho. A experiência compartilhada no estudo também promoveu uma aproximação entre os trabalhadores/setores que desenvolveram estratégias de comunicação e passaram a encontrar referências para suas ações interrelacionadas aos casos de violência/assédio na instituição estudada. Para além dos papeis destes servidores/setores, faz-se necessário o apoio da gestão administrativa nas instituições, de modo a implementar novas formas de organizar o trabalho, para que as ações preventivas e os caminhos para o atendimento dos casos sejam visibilizados e tornados acessíveis para quem busca orientação. Ainda assim, a experiência desenvolvida demonstrou-se “fértil” para que movimentos mais horizontais, ou de iniciativa das equipes, aconteçam. Sugere-se que outros estudos sobre a cultura e as propostas interventivas relacionadas às consequências do assédio moral organizacional possam sinalizar caminhos possíveis, assim como analisar os impactos das intervenções organizacionais propostas.Item Vivências profissionais de auxiliares e técnicos de enfermagem durante o auge da crise pandêmica da COVID-19: interfaces trabalho, relações interpessoais e apoio social(2023-11-28) Santos, Adriana Meneses dos; Amazarray, Mayte Raya; Grzybowski, Luciana Suárez; Programa de Pós-Graduação em Psicologia e SaúdeA pandemia da COVID-19 impôs uma situação de calamidade global, destacando o papel crucial dos profissionais de enfermagem na linha de frente do combate ao vírus e da assistência à população. Pensando na atuação desses profissionais, esta pesquisa explorou os impactos da pandemia na sua saúde mental, motivada pela necessidade de compreender as consequências psicológicas e sociais ocasionados após o auge da pandemia. Tendo como problema de pesquisa: De que forma os profissionais da área da enfermagem atuantes no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre/RS, perceberam e avaliaram o apoio social e as relações interpessoais no ambiente de trabalho durante e após o auge da pandemia? O objetivo geral consistiu em identificar as vivências socioprofissionais de profissionais de enfermagem que atuam em um pronto atendimento de saúde pública na cidade de Porto Alegre/RS, durante o auge da crise pandêmica, com ênfase no apoio social. Realizou-se um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, com a participação de 10 profissionais da saúde (auxiliares e técnicos de enfermagem) do PACS. Foram aplicados os questionários sociodemográfico, a Escala de Qualidade de Suporte Social (QSG-12), a Escala de Percepção de Suporte Universal (EPSUS) e o World Health Organization Quality of Life-Bref (WHOQOL-bref). Os grupos reflexivos foram realizados em 4 encontros de forma presencial e tiveram duração entre uma hora a uma hora e meia de duração, em horários e dias combinados com a equipe gestora do serviço de saúde. Uma análise temática qualitativa foi utilizada para explorar a profundidade das experiências dos profissionais, revelando três temáticas centrais: vivências da pandemia, precarização do serviço e vulnerabilidade social. Os resultados indicaram um cenário de bem-estar psicológico moderado, com destaque para altos níveis de estresse traumático entre os profissionais de enfermagem. O apoio social percebido emergiu como uma variável significativa na mitigação do impacto do estresse, e as condições de trabalho, como sobrecarga e falta de recursos adequados, também tiveram impactos significativos na saúde desses profissionais. Como conclusão, destaca-se a necessidade de oferecer suporte e cuidado a esses profissionais que enfrentaram desafios significativos na linha de frente da pandemia. A sobrecarga de trabalho, o medo constante e a ausência de apoio social impactaram profundamente a saúde física e mental desses profissionais.