A prevalência da sub e sobreassistência ventilatória e sua correlação com a extubação e desmame

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Data
2024-12-18
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: O sistema de pressão positiva utilizado na ventilação mecânica (VM) expõe o sistema respiratório do paciente crítico a alguns riscos e complicações, as principais delas são: lesões pulmonares e diafragmáticas. O uso de modos espontâneos tem sido preconizado com o objetivo minimizar ou evitar a fraqueza diafragmática por desuso devido a sobreassistência ventilatória. Contudo, o esforço excessivo pela subassistência também pode gerar lesão diafragmática. A Pressão de oclusão nos primeiros 100ms (P0,1) e a pressão muscular inspiratória (Pmus), calculada a partir da pressão de oclusão (delta Pocc), estimam o esforço muscular inspiratório. Objetivos: Verificar a presença de sub e sobreassistência ventilatórias através das variáveis P0,1, delta POCC, Pmus e frequência respiratória; analisar as variáveis clínicas e a evolução do teste de ventilação espontânea (TVE). Metodologia: Coorte prospectiva. Realiza-se a triagem diária dos pacientes para avaliação. Analisase o nível de pressão suporte (PS), Pressão Expiratória Positiva Final (PEEP), P0,1 na tela do ventilador, além da frequência respiratória e o volume corrente (VC). A avaliação dos escores de Charlson e Simplified Acute Physiology Score (SAPS III) realiza-se com base em dados dos prontuários eletrônicos dos pacientes. Avalia-se, também, a prevalência de sepse, o uso de bloqueador neuromuscular, corticoides e balanço hídrico. Resultados: Foram realizadas 62 avaliações, de 49 pacientes para quantificar a prevalência de sub e sobreassistência ventilatória: 51,6% dos pacientes apresentavam normoassistência ventilatória, 4,8% subassistência e 43,5% sobreassistência, quando avaliados a partir de P0,1. Quando analisados a partir de Pmus 64,5% dos pacientes apresentavam normoassistência ventilatória, 21% apresentavam subassistência e 14,5% apresentavam sobreassistência ventilatória. P0,1 apresentou correlação inversa entre o escore de morbidade de Charlson -0,283 (p=0,026), e o escore de SAPS, -0,286 (p= 0,024). A variável Pmus, apresentou correlação inversa entre o escore de gravidade de SAPS III -0,296 (p=0,019). As associações de PS, PEEP, VAC e escala de Richmond Agitation-Sedation Scale (RASS), não apresentaram diferenças significativas quando correlacionados a P0,1 e Pmus. P0,1 tem uma correlação positiva e direta com Pmus (0,506; p<0,001). Na análise de falha no teste de ventilação espontânea foram analisados 42 pacientes, um total de 46 avaliações. Os pacientes apresentaram uma mediana de dias maior na VM antes do TVE no grupo que falhou, 8 (5,5 – 10,5) vs. 5 (3 – 7), p = 0,027. A mediana de dias total em VM foi maior no grupo de pacientes que falhou, 9 (6,5 – 14) vs. 5 (3 – 7), p=0,003. Ao comparar a presença de sub ou sobreassistência a partir das variáveis P0.1 e Pmus com a falha no TVE foi encontrada diferença significativa. Conclusão: Os níveis de assistência, de sub e sobreassistência ventilatória, analisados a partir de P0,1 e Pmus não demonstram diferença significativa quando comparadas aos ajustes ventilatórios. Quanto maior os escores de gravidade e comorbidade menor os valores de Pmus e P0,1, sendo esses potenciais marcadores de severidade do paciente crítico. A presença de sub ou sobreassistência ventilatória, aferida a partir das medidas de P0,1 e Pmus, não foram diretamente associadas ao desfecho de falha no TVE.
Descrição
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Unidades de Terapia Intensiva, Ventilação Mecânica, Diafragma, [en] Intensive Care Units, [en] Ventilation, Mechanical, [en] Diaphragm
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