Programa de Pós-Graduação em Biociências
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Biociências por Autor "Braganhol, Elizandra"
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Item Análise da participação dos neutrófilos na progressão dos glioblastomas(Wagner Wessfll, 2020) Rubenich, Dominique Santos; Braganhol, ElizandraCélulas imunes apresentam plasticidade funcional influenciada por fatores externos capazes de se alterar fenotipicamente, favorecendo a progressão do tumor. Os neutrófilos possuem um espectro de ativação comumente denominado antitumoral/pró-inflamatório (N1) e imunossupressor/pró-tumoral (N2). A presença dessas células no microambiente tumoral é essencial para a formação de um sítio propício para o desenvolvimento das células tumorais. No Glioblastoma, o nicho tumoral formado impacta diretamente na malignidade da doença. Este tipo de tumor cerebral é o mais frequente diagnosticado e possui alta mortalidade, com sobrevida média de 15 meses após a descoberta da doença. Considerando os fatos apresentados, esse estudo visa observar a participação dos neutrófilos na progressão dos glioblastomas. Para isso, foram realizados testes experimentais in vitro com linhagem celular de glioma humano (U87MG) e neutrófilos de voluntários saudáveis, e avaliados a capacidade de ativação das células imunes em diferentes condições de cocultivo, bem como a influencia na viabilidade tumoral. Para os neutrófilos, a migração é um fator importante e bem descrito na literatura a participação da sinalização purinérgica; foi realizada uma revisão de literatura sobre o assunto utilizando sobre os estudos com células humanas. De forma geral, foi observado mudanças morfológicas importantes entre os fenótipos induzidos e em cocultivo, bem como maior ativação imune na presença de células tumorais, confirmando a importância da comunicação intercelular.Item Efeitos da suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada ou zinco nos parâmetros neuroinflamatórios e de memória de ratos obesos(2019) Feijó, Grace dos Santos; Guedes, Renata Padilha; Braganhol, ElizandraA obesidade é uma doença caracterizada pela produção excessiva de mediadores pró-inflamatórios, o que afeta o encéfalo e gera neuroinflamação. Entre uma série de suplementos comerciais que possuem propriedades imunomoduladoras conhecidas, podemos destacar o zinco (Zn) e os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). Dessa forma, o objetivo do presente estudo é avaliar se 4 semanas de suplementação com Zn ou BCAA podem alterar os parâmetros neurofuncionais e neuroinflamatórios em ratos obesos. Para tanto, 36 ratos Wistar machos foram dividos nos seguintes grupos: dieta padrão (SD, do inglês standard diet); SD + BCAA; SD + Zn; dieta hiperlipídica e hipercalórica (HFD, do inglês highfat diet); HFD + BCAA; HFD + Zn (n = 6/grupo). A dieta foi administrada por 20 semanas e a suplementação com BCAA (750mg/kg/dia) ou Zn (1,2 mg/kg) foi realizada por gavagem a partir da 16ª semana. O projeto foi aprovado pela CEUA/UFCSPA (536/17). A memória declarativa de longa duração foi avaliada por meio do teste de reconhecimento de objetos (IR). Os parâmetros neuroinflamatórios foram analisados pela expressão gênica das citocinas IL-6 e TNF-a e também por imuno-histoquímica para GFAP, a partir da qual foram mensurados o número de astrócitos e sua morfologia (método de Sholl). Os resultados (média ± EPM) foram analisados por ANOVA de duas vias seguida por teste de Bonferroni, (valores de p<0,05 considerados como significantes). Os resultados indicam que houve interação entre dieta e suplementação (Zn e BCAA) no índice de reconhecimento de objetos, porém, apenas a suplementação de Zn foi capaz de reverter o comprometimento de memória causado pela obesidade. Não foram encontradas diferenças na expressão do gene da IL-6 no córtex cerebral e no hipocampo. A expressão gênica do TNF-a no hipocampo aumentou em ratos obesos e nenhum dos tratamentos modificou esse parâmetro. Houve também uma redução do número de células GFAP+ no córtex cerebral após a HFD, sem efeito significativo de nenhuma das suplementações. No hipocampo, o giro denteado e a área CA1 mostraram uma diminuição nas células GFAP+ em ratos alimentados com HFD após suplementação com Zn ou BCAA. A análise de Sholl mostrou que a HFD diminuiu o número de ramificações primárias, o comprimento total das ramificações mais longas e o número total de interseções de processos astrocitários no córtex cerebral. Além disso, no giro denteado houve interação no número de interseções onde o Zn impediu o aumento do número de interseções após a HFD. Em CA1, houve interação no comprimento total das ramificações e o BCAA preveniu a diminuição do comprimento das ramificações após a HFD. Sendo assim, podemos concluir que a obesidade afeta a memória de reconhecimento de longa duração e a suplementação de Zn é capaz de reverter esse efeito. Por outro lado, nenhuma das suplementações foi capaz de afetar a expressão de IL-6 e TNF-a no córtex cerebral e hipocampo dos animais. Além disso, a reatividade dos astrócitos causada pela HFD é área-dependente, sendo o córtex cerebral o mais suscetível.Item Investigation of adenosinergic pathway in peripheral blood of glioblastoma patients(2022) Gelsleichter, Nicolly Espindola; Braganhol, ElizandraO glioblastoma é um tumor fatal com uma sobrevida média de 15 meses. Suas características desafiam as terapias atuais que incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, imunoterapia. Isso se deve, em parte, a imunossupressão local e sistêmica apresentada por esses pacientes. No tumor, células tumorais juntamente com células imunes, citocinas e outros fatores modulam o ambiente para o crescimento tumoral e indução de escape imune. Nesse contexto, a adenosina é uma molécula que se destaca como moduladora desse sistema induzindo um fenótipo pró-tumoral no microambiente tumoral; podendo ser gerada principalmente através de (1) ATP extracelular por meio da ação de NTPDases e ectonucleotidases, CD39 e CD73, respectivamente ou (2) através da ação da CD38 a partir de NAD+ sendo que o ponto de convergência entre essas vias a CD73 que converte o AMP a adenosina. Todavia, em relação a imunossupressão sistêmica, pouco se sabe. Este estudo buscou investigar o papel da via adenosinérgica no sangue periférico de pacientes com glioblastoma, devido a importância dessa via na imunossupressão local. Considerando-se que a CD73 é uma enzima chave da via adenosinérgica, realizou-se uma revisão de literatura apontando as principais relações da CD73 no glioblastoma, bem como lacunas a serem elucidadas. Em pacientes, realizaram-se análises dos níveis de nucleotídeos/nucleosídeos e atividade enzimática em soro e avaliou-se os níveis de expressão de enzimas e receptores associados a via adenosinérgica em PBMCs isolados de pacientes. Em relação a controles saudáveis, pacientes com glioblastoma não apresentam diferenças nos níveis séricos de nucleotídeos e nucleosídeos bem como na atividade enzimática. Em relação a expressão de genes, pacientes com glioblastoma apresentam diminuição dos níveis de NT5E, gene que codifica a CD73. Em seguida, avaliou-se o efeito do tratamento que não mostrou diferenças no perfil de pacientes. Até onde sabemos, esse foi o primeiro estudo caracterizando o perfil adenosinérgico no soro e em PBMCs isolados de pacientes com glioblastoma.Item O papel multifacetado dos astrócitos associados ao tumor: análise da participação da sinalização adenosinérgica na progressão do glioblastoma(2024-03-21) Debom, Gabriela Nogueira; Braganhol, Elizandra; Programa de Pós-Graduação em BiociênciasO glioblastoma (GB) é o tumor cerebral primário de maior incidência entre os adultos, apresentando um prognóstico devastador com uma média de sobrevida de apenas 12 – 15 meses. O microambiente tumoral (TME) desempenha um papel crucial na agressividade do GB, principalmente no estabelecimento de imunossupressão e evasão imune. Os astrócitos reativos presentes no TME podem favorecer a proliferação e invasão das células tumorais, contribuindo para o estabelecimento e avanço do tumor. Além disso, a adenosina, produzida pela enzima CD73 e expressa tanto por células tumorais como pelas demais células do TME, tem um papel crucial na imunomodulação do TME, sendo a inibição da CD73 eficaz na redução do crescimento e da agressividade do tumor. Considerando isso, o presente trabalho teve como objetivo principal avaliar os efeitos da sinalização adenosinérgica no microambiente estabelecido pelo GB, principalmente relacionado à influência dos astrócitos associados ao tumor. O capítulo 1 da presente tese traz uma revisão na literatura científica sobre o tema, onde investigou-se o papel dos diversos marcadores purinérgicos (enzimas e receptores) nos diferentes fenótipos de astrócitos reativos, sugerindo a via adenosinérgica como um novo alvo para a otimização da eficiência terapêutica do tratamento para o GB. Subsequente a isso, no capítulo 2 foi avaliado o efeito da adenosina na resistência in vitro ao tratamento com exposição à radiação ionizante (RI), um dos pilares da terapia utilizada em pacientes com GB. Para tal, foram utilizadas 3 diferentes linhagens celulares de GB. Nossos resultados sugerem que as células expostas à radiação apresentaram níveis mais elevados de expressão de CD73 e atividade enzimática. Além disso, fomos capazes de observar um efeito relevante na taxa de crescimento das células de GB após a exposição à RI combinada com um inibidor farmacológico de CD73. Esses resultados evidenciaram um efeito promissor na inibição da produção de adenosina no TME para aumentar a eficácia da radioterapia. Por fim, no capítulo 3 da presente tese foi investigado o papel do TME do GB sobre a reatividade astrocitária e as consequências dessa modulação sobre a progressão tumoral. Foram utilizadas amostras primárias provenientes de um modelo animal de indução de GB para a análise por meio da ferramenta de Single cell RNA-seq. Os resultados mostraram que os astrócitos provenientes de amostras do tumor, ou seja, os chamados astrócitos associados ao tumor (TAA), possuem um perfil transcricional único, relacionado a importantes marcadores associados à ativação de vias inflamatórias, como a resposta celular frente ao lipopolissacarídeo e o recrutamento de células imunes. Além 13 disso, é demonstrado também que a interação entre células tumorais e astrócitos contribui diretamente para a reatividade dos astrócitos associados ao tumor, influenciando a imunomodulação do TME. Em suma, os dados obtidos nos três capítulos desta tese indicam que a via adenosinérgica apresenta-se com um potencial para ser um novo alvo na otimização da eficiência terapêutica do tratamento usualmente escolhido como padrão ouro para o GB, além de lançar uma visão promissora sobre o papel dos astrócitos reativos na fisiopatologia do GB.Item The role of tumor-associated neutrophils in cancer progression(2024-06-21) Rubenich, Dominique Santos; Braganhol, Elizandra; Programa de Pós-Graduação em BiociênciasA comunicação eficaz entre as células tumorais e seu ambiente circundante é crucial para a função do tecido, crescimento tumoral, progressão da doença e prognóstico do paciente. Esta tese investiga os diversos papéis dos neutrófilos (NØ) no câncer, com foco particular na sua reprogramação e modulação fenotípica dentro do microambiente tumoral (TME). Para abordar o impacto da modulação bidirecional dos neutrófilos associados ao tumor na progressão tumoral, o estudo é dividido em duas seções principais: uma focada no carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (HNSCC) e a outra no glioblastoma (GB). Em ambos HNSCC e GB, a modulação dos NØ em direção a um fenótipo pró-tumoral impulsiona significativamente a progressão tumoral. Isso é evidenciado pela angiogênese tumorigênica aumentada, metástase, evasão tumoral, promoção do crescimento e imunossupressão. Os achados experimentais demonstram que tanto as células tumorais quanto os exossomos derivados do tumor (TEX) prolongam a vida útil dos NØ e induzem a NETose, contribuindo para um ambiente imunossupressor. Além disso, o secretoma de NØ modulados por exossomos promove a angiogênese anormal através da desregulação dos sinais de VEGF-A e Ang-2, avançando ainda mais a progressão tumoral. Um alvo terapêutico potencial foi identificado na interferência do sinal de adenosina (ADO) nos NØ, o que poderia melhorar a resposta tumoral às terapias combinadas. Além disso, a correlação entre a morfologia dos NØ e piores desfechos clínicos destaca o potencial das características dos neutrófilos como novos biomarcadores prognósticos. Compreender a reprogramação dos NØ pelas células tumorais e os efeitos mediados pelos TEX pode levar a intervenções inovadoras visando melhorar os resultados do tratamento do câncer, particularmente em HNSCC e GB, onde a infiltração de NØ influencia significativamente a progressão tumoral.