Programa de Pós-Graduação em Biociências
URI Permanente desta comunidade
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em Biociências por Autor "Almeida, Silvana de"
Agora exibindo 1 - 7 de 7
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Análise de parâmetros bioquímicos de fêmeas submetidas à dieta hipercalórica ou restritiva durante a gestação e a lactação(2017) Andrade, Andressa Alves de; Giovenardi, Márcia; Almeida, Silvana deA dieta materna antes e durante a gestação pode influenciar na saúde da mãe e do feto bem como em futuras da prole. Observando-se as preferências alimentares atuais, com alimentos altamente calóricos, nosso estudo teve como objetivo analisar parâmetros bioquímicos no sangue e nos tecidos metabólicos, em fêmeas que durante a gestação e a lactação foram submetidas à dieta hipercalórica ou restritiva. Foram estudadas camundongos fêmeas isogênicas (n=24), da linhagem BALB/c (60 dias de idade, peso entre 18-25 g), provenientes do biotério da UFCSPA. Foram separadas em grupos de acordo com a dieta que receberam: dieta padrão ad libitum (CONT), dieta restritiva (RD, 30% Kcal a menos do que a dieta padrão), dieta hipercalórica (HD: acréscimo de 60% Kcal comparada a padrão). A adaptação à dieta foi de 25 dias e, a seguir, foram acasaladas. O de peso foi aferido periodicamente e o índice de Lee calculado. No 22° DDP fez-se eutanásia dos animais, coletamos o sangue e os tecidos adiposo, hepático e muscular. O perfil lipídico e glicídico foi analisado utilizando-se kits comerciais e, nos tecidos metabólicos, foi analisado: atividade das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD), geração de espécies reativas de oxigênio por ensaio de oxidação de diacetato de dihidrodiclorofluoresceína, peroxidação lipídica por TBARS e quantificação do nível de proteína NF-kB.Os dados foram expressos por média ± SEM e analisados pela variância única seguindo o teste de comparação múltipla de Dunnett (p <0,05). A análise sérica mostrou um aumento significativo nos triglicerídeos do grupo HD em comparação com o CONT e o RD. Os outros parâmetros do perfil lipídico e a glicemia permaneceram similares entre os 3 grupos. O tempo (dias) para as fêmeas emprenhar foi mais longo no RD comparado ao grupo CONT, embora não tenha sido observada diferença significativa no número de camundongos por fêmea entre os grupos avaliados, bem como no aumento de peso das ninhadas. Nossos resultados mostraram que as modificações da dieta afetaram mais significativamente os parâmetros de estresse oxidativo no fígado e nos músculos do que o tecido adiposo em animais expostos à dieta hipercalórica. A diminuição da superóxido dismutase está fortemente correlacionada ao nível EROs em todos os tecidos avaliados, com um perfil de correlação muito semelhante nos tecidos hepático e muscular.Item Análise molecular de variantes de grupos sanguíneos em populações indígenas(2018) Rodrigues, Mirelen Moura de Oliveira; Fiegenbaum, Marilu; Almeida, Silvana deA frequência dos alelos de grupos sanguíneos é diferente de acordo com a origem étnica da população, o que torna importante a determinação da variabilidade desses alelos em tribos indígenas. Devido as características culturais, que, por vezes, podem ser somadas à localização geográfica de difícil acesso, o isolamento, endocruzamentos e efeito do fundador podem propiciar o aumento da frequência de genótipos que são raros nas demais populações. Esta condição tem impacto direto na prática transfusional, visto que estes genótipos raros não são comuns na população de doadores de sangue. A presente dissertação analisou a variabilidade genética em 6 marcadores relacionados a expressão de antígenos de grupos sanguíneos (Diego, Kell, Duffy, Kidd e MNS) que apresentam impacto na prática transfusional em indivíduos de tribos indigenas Kaingang (n = 72) e Guarani (n = 234) amostradas no período entre 1990 — 2000. A variabilidade observada nesses grupos foi relacionada com a observada em tribos Kaingang e Guarani amostradas no período de 1950-1960, com o banco de dados 1000 genomas (população de Americanos, Asiáticos, Europeus e Africanos) e com doadores de sangue brasileiros das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. A análise das variantes genéticas de grupos sanguíneos foi realizada utilizando a técnica de PCR em tempo real, com sondas de hidrólise do sistema TaqManB (Thermo Fisher) para o sistema Diego c.2561C>T (D/*01/*02, rs2285644), Kell c.578 C>T (KEL*01/*02,rs 8176058), Duffy c.125 A>G e c.1-67T>C (FY*01/*02, rs12075; FY*02N.01, rs2814778), Kidd c.838G>A (JK*01/*02, rs1058396) e MNS c.143T>C (GYPB*S/GYPB*s, rs7683365). As frequências alélicas foram comparadas utilizando o teste de Qui- quadrado com correção de Yates. Todas as frequências genotípicas estão de acordo com o esperado para populações em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Quando comparados os resultados com amostras de Kaingang e Guarani coletadas no período de 1950-1960 observamos diferenças significativas (p < 0,05) para os alelos do sistema Diego (D/*01) e Duffy (FY*01) sugerindo um processo de miscigenação. Para todos os alelos analisados encontramos diferença significativa (p < 0,05) entre as tribos indígenas avaliadas e os dados de genotipagem de doadores de sangue brasileiros (Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e região do Norte do Brasil — ntotal= 3215), com exceção da amostra de doadores de sangue descendentes de Japoneses, principalmente para a tribo Guarani. De acordo com os resultados obtidos através da análise de Fsr, com intervalo de confiança de 95%, a diferenciação genética foi maior entre as populações de Kaingang e Africanos (Fs7T= 0,168) e de Guarani e Africanos (FsT= 0,190) do que com as outras populações avaliadas pelo Projeto 1000 Genomas (Ntotal = 2504). Embora não exista grande diferenciação genética, para as variantes analisadas, entre os ameríndios do presente estudo quando comparados com populações de Europeus, Asiáticos e Americanos, as diferenças de frequências alélicas e genotipicas entre as populações indígenas e de doadores de sangue devem ser consideradas. Isso porque estas diferenças podem impactar na prática transfusional, levando a aloimunização de indígenas que necessitem de transfusão sanguínea e, também, na dificuldade de encontrar doadores de sangue compatíveis com um receptor de hemocomponentes indígena. Com base nos dados gerados pelo presente estudo, há evidências que haverá um aumento de probabilidade de se encontrar um doador de sangue compatível para transfusão sanguínea em pacientes Ameríndios entre os doadores de sangue descendentes de asiáticos.Item Aspectos moleculares e clínicos do sistema Rh em doadores de sangue e na Doença Hemolítica do Feto e do Recém-nascido(2024) Rodrigues, Mirelen Moura de Oliveira; Fiegenbaum, Marilu; Almeida, Silvana de; Programa de Pós-Graduação em BiociênciasIntrodução: O sistema Rh é um dos mais importantes sistemas de grupos sanguíneos, pois é considerado altamente imunogênico e polimórfico. Dois genes codificam os antígenos do sistema Rh, RHD e RHCE, sendo os mais importantes os antígenos D, C, c, E, e. O desenvolvimento de anticorpos contra antígenos do sistema Rh está associado a reações transfusionais hemolíticas imediatas e tardias e a Doença Hemolítica do Feto e do Recém-nascido (DHFN). No âmbito da imunohematologia, as técnicas de sequenciamento de DNA podem ser muito úteis para elucidar casos de discrepâncias entre genotipagem e fenotipagem e para identificação de novas variantes de grupos sanguíneos. Objetivos: Compreender as discrepâncias entre os resultados de genotipagem e fenotipagem para os antígenos C/c, E/e em amostras de doadores de sangue do Hospital de Clínicas de Porto Alegre utilizando o sequenciamento das regiões codificantes e adjacentes dos genes RHD e RHCE com discrepância, avaliando a presença de possíveis variantes que expliquem a discrepância. Devido à grande importância dos antígenos do sistema Rh no desenvolvimento da DHFN, a tese também tem como objetivo realizar uma busca sistemática na literatura sobre o tema DHFN e a frequência de anticorpos antieritrocitários em gestantes descrevendo mais prevalentes. Método: O presente estudo avaliou 395 amostras fenotipadas e genotipadas para os antígenos C/c e E/E de doadores de sangue do Hospital de Clínicas, dentre estas foram avaliadas quais amostras apresentaram discrepâncias entre genótipo e fenótipo para os alelos RHCE*e/*E (rs609320) e RHCE*c/*C (rs676785). A fenotipagem foi realizada utilizando a metodologia de tubo com antissoros monoclonais e a genotipagem através da técnica de PCR em tempo real utilizando sistema TaqMan®. As amostras discrepantes para os dois alelos foram sequenciadas utilizando 20 pares de primers para abranger as regiões codificantes e adjacentes dos éxons dos genes RHD e RHCE. As reações de sequenciamento foram realizadas pelo método Sanger. Também foi realizada uma busca sistemática na literatura sobre o desenvolvimento de DHFN e a presença aloimunização em gestantes. O estudo foi conduzido sob aprovação do CEP da UFCSPA (nº 2.753.780). Resultados: Dentre as 395 amostras avaliadas para as metodologias de genotipagem e fenotipagem, 15 apresentaram discrepância entre genótipo e fenótipo para os dois alelos investigados concomitantemente, em duas amostras a análise do sequenciamento confirmou o resultado obtido na genotipagem para o alelo RHCE*E/*e. Foram identificadas variantes, que possivelmente possam explicar as discrepâncias nestas amostras. Dentre as variantes encontradas, duas ainda não estão descritas. Utilizando ferramentas de análise in silico foi possível observar que as variantes podem apresentar potencial de causar alterações na expressão da proteína RhCE e, consequentemente, na expressão dos alelos. A variante encontrada no éxon 6 do gene RHCE foi classificada como “provável dano” utilizando o software PolyPhen-2 com score de 0,999 (sensibilidade = 0,99) e classificada como “tolerada” pelo software SIFT. A segunda nova variante descrita, localizada no final do íntron 7 do gene RHCE, utilizando o software RegulomeDB foi obtido um score de 1,0 o que significa que a nova variante pode alterar a ligação e à expressão gênica. A partir da busca sistemática sobre DHFN e aloimunização, revisamos 75 artigos publicados, ao total 13.966 gestantes apresentavam aloimunização. Os anticorpos mais prevalentes neste estudo de revisão do sistema foram, anti-D (35,01%), anti-K (14,69%), anti-E (11,21%), anti-c (5,48%), anti-C (4,93%) e anti-M (2,35%). Conclusão: Embora o genótipo seja preditor do fenótipo, há algumas situações em que expressão gênica é alterada, como por exemplo, no sistema Rh a presença de antígenos fracos e parciais. Nosso estudo contribui com a identificação de novas variantes que possivelmente podem ter influência na expressão da proteína RhCE. Em relação a DHFN, embora o anti-D ainda seja o anticorpo mais frequente associado a DHFN, podemos observar que outros anticorpos contra antígenos dos sistemas Rh, Kell e MNS apresentam grande prevalência, principalmente, o anti-K e anti-E. Sendo assim, há a necessidade de atentar para a DHFN com o entendimento de que outros anticorpos contra antígenos de grupos sanguíneos estão associados ao desencadeamento da doença implicando em anemia com implicação leve a grave e inclusive no óbito do feto ou recém-nascido e de que é necessário identificar e acompanhar a gestantes com risco de incompatibilidade materno fetal.Item Avaliação da variabilidade genética de selenoproteínas na suscetibilidade ao carcinoma hepatocelular(2021) Alves, Andressa de Freitas; Almeida, Silvana de; Fiegenbaum, Marilu; Giovenardi, MárciaIntrodução: O carcinoma hepatocelular é uma neoplasia primária do fígado, classificada como a terceira causa de morte por câncer no mundo. Qualquer condição que leve a uma doença hepática crônica, configura-se como um agente oncogênico em potencial. O estresse oxidativo é uma das condições estudadas devido à ligação entre o acúmulo de espécies reativas de oxigênio e danos ao DNA. As selenoproteínas, por sua vez, desempenham papel antioxidante no corpo, combatendo esse efeito. Alterações na estrutura e/ou expressão dessas proteínas podem estar ligadas à suscetibilidade do organismo aos efeitos do estresse oxidativo, incluindo a carcinogênese. Objetivo: Avaliar a influência da variabilidade genética e da expressão das selenoproteínas na suscetibilidade ao carcinoma hepatocelular. Metodologia: Foram realizados dois estudos. No primeiro estudo foi avaliada a expressão gênica de enzimas antioxidantes (GPX1, GPX4, SEP15, SelP, SOD1, SOD2, GSR, CAT e NRF2) em tecidos tumorais e não tumorais de pacientes com CHC, além de pacientes saudáveis. As análises foram realizadas experimentalmente por RT-qPCR em pacientes com carcinoma hepatocelular e por bioinformática em pacientes dos bancos de dados TCGA e GTEx. No segundo estudo foi realizada a genotipagem por qPCR dos SNPs GPX1 rs1050450, GPX1 rs3448, GPX4 rs713041, SEP15 rs5845, SEP15 rs5859, SELENOP rs7579 e SELENOP rs3877899 em pacientes caso e controle, assim como foi realizada em pacientes do TCGA por ferramentas de bioinformática. As taxas de perda de heterozigosidade estimada foram calculadas pelo pacote de R HWE-LOH. Ambos os estudos foram aprovados pelo CEP da UFCSPA (no 2.400.119 e no 2.315.844). Resultados: As análises de bioinformática detectaram diferença significativa entre os grupos caso x controle e tumor x peritumor na expressão de grande parte dos genes estudados. Em comparação ao tecido peritumoral, a expressão de GPX4 estava aumentada (p=0,02) e a de SOD2 diminuída (p=0,04) no tecido tumoral nos dados experimentais. A baixa expressão de GPX1 (p=0,006), GPX4 (p=0,01), SELENOP (p=0,006), SOD1 (p=0,007), CAT (p<0,001), e NFE2L2 (p<0,001), e alta expressão de GSR (p<0,001), foram associados com menor sobrevida em 12 meses nos pacientes do TCGA. Além disso, foram encontradas diferenças significativas nas frequências genotípicas de todos os SNPs estudados, exceto para o rs3448, entre casos e controles (p<0.05), na amostra experimental. Tanto a amostra experimental quanto os dados do TCGA apresentaram tendência a perda do genótipo heterozigoto em amostras tumorais, sendo que as análises de perda heterozigosidade estimada revelaram taxas variadas (8-41%) nas mesmas amostras. A perda de heterozigosidade para o SNP rs713041 do gene GPX4 foi associada com características clínico-patológicas como a etiologia (consumo de álcool, p=0,04) e o grau histológico (tumores pouco diferenciados, p=0,02). Conclusões: Tanto alterações na expressão gênica quanto nos genes de selenoproteínas parecem ter papel importante no desenvolvimento e progressão do carcinoma hepatocelular.Item Efeito da dieta materna sobre o estresse oxidativo e a expressão gênica dos receptores de prolactina e de estrógeno alfa no tecido adiposo e no hipotálamo da prole de camundongos(2019) Gauthier, Mariana Fraga; Giovenardi, Márcia; Almeida, Silvana deINTRODUÇÃO: O estado nutricional da genitora durante a gestação e a lactação tem suma importância não só no desenvolvimento fetal como também no perfil metabólico desse animal na vida adulta. A exposição ambiental da mãe pode contribuir para a promoção da reprogramação fetal, repercutindo de alguma forma na prole quando adulta. A proposta de avaliar os efeitos da nutrição materna (hipercalórica ou restrição calórica), bem como a dieta que a prole recebe após o desmame na expressão gênica dos receptores de prolactina (Prlr) e de estrógeno alfa (Esr1) no tecido adiposo e no hipotálamo de genitoras e camundongos machos é pioneira. OBJETIVOS: Avaliar o perfil metabólico em camundongos fêmeas, parâmetros de estresse oxidativo no tecido adiposo e a expressão gênica dos receptores de prolactina (Prlr) e de estrógeno alfa (Esr1) no tecido adiposo e no hipotálamo das genitoras e de seus filhotes machos que receberam dieta controle (CONT), restrição calórica (RD) ou hipercalórica (HD). METODOLOGIA: As mães foram alimentadas com sua respectiva dieta durante o acasalamento, gestação e lactação, e os filhotes após o desmame. Os grupos experimentais foram abreviados de acordo com as dietas materna em CONT, RD ou HD e dietas maternas/prole: CONT/CONT, CONT/RD, CONT/HD, RD/CONT, RD/RD, RD/HD, HD/CONT, HD/RD, HD/HD. O perfil lipídico, glicose, insulina e concentração sérica de leptina foram analisados por ELISA, seguindo as instruções do kit, somente nas genitoras. A formação de espécies reativas de oxigênio (ROS), as atividades das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) foram analisadas no tecido adiposo das fêmeas e na prole machos. A análise da expressão gênica relativa dos receptores Prlr e Esr1 no tecido adiposo e hipotálamo, foi feita através da reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real (qPCR) e calculados pela fórmula 2-ΔΔCt. RESULTADOS: Encontramos um aumento significativo nos níveis de triglicerídeos, na concentração de leptina e diminuição na atividade da SOD das mães alimentadas com dieta HD. Mães RD apresentaram um aumento no tempo para engravidar. Também foi observado menor expressão do Prlr nos grupos de genitoras HD e RD no hipotálamo. Quando analisamos a prole, filhotes de mãe RD apresentaram menor ganho de peso no período da lactação, também observamos efeito da dieta materna (dieta HD) no aumento de DCF nos grupos HD/CONT e HD/HD. Aumento da atividade da SOD nos grupos HD/CONT, HD/RD e HD/HD. Aumento da atividade da CAT no tecido adiposo do grupo HD/RD. A expressão gênica dos receptores Prlr e Esr1 no tecido adiposo da prole apresentou uma diminuição significativa no grupo RD/RD. No hipotálamo a expressão do Prlr na prole esteve diminuída significativamente no grupo RD/RD e RD/HD, a expressão do Esr1 também esteve diminuída significativamente no grupo RD/HD. CONCLUSÃO: Observamos efeito da dieta materna na expressão dos receptores Prlr e Esr1, relacionados ao metabolismo energético, bem como no desbalanço do estresse oxidativo a nível hipotalâmico e periférico, impactando na saúde da prole na vida adulta.Item Investigação da variabilidade do gene ACKR1 em doadores de sangue de Porto Alegre/RS(2017) Höher, Gabriela; Almeida, Silvana de; Fiegenbaum, MariluOs sistemas de grupos sanguíneos são caracterizados pela presença de antígenos na membrana eritrocitária. Estes antígenos possuem características polimórficas e funcionais originadas a partir de mudanças ao nível genético que variam desde polimorfismos de um único nucleotídeo (SNPs) a trocas gênicas como inversões, deleções, inserções, splicing alternativo, dentre outros mecanismos. O sistema de grupo sanguíneo Duffy é clinicamente significativo, podendo estar relacionado com reação hemolítica transfusional e doença hemolítica do recém-nascido. Inicialmente, revisamos as bases moleculares do gene ACKR1, que codifica a glicoproteína DARC, responsável pela expressão dos antígenos Duffy. Estudos prévios já identificaram variantes genéticas que determinam a expressão fraca ou nula dos antígenos Fya e Fyb e, no presente trabalho, objetivamos realizar um rastreamento de variantes genéticas que possam estar associadas com discrepâncias entre fenótipo-genótipo em doadores de sangue de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A amostra, composta por 382 doadores voluntários de sangue, foi determinada por hemaglutinação e discriminação alélica dos SNPs c.125G>A, c.265C>T e c.1-67T>C por PCR em tempo real. A partir da análise de correlação entre o fenótipo e o genótipo, nós sequenciamos o gene ACKR1 em 11 doadores (2,88%) que apresentaram resultados discordantes. Os dados obtidos no sequenciamento foram avaliados in silico, através dos programas Poly-Phen2, SIFT e RegulomeDB. Nossa investigação detectou 11 variantes genéticas, das quais 4 (c.-541C>T, c.21+150C>T, c.22-58A>G e c.298G>A SNPs) discutimos o aparente efeito funcional na estrutura e expressão da proteína DARC. Em conclusão, eventos moleculares podem resultar em genótipo e fenótipo eritrocitário sendo aparentemente discrepante. Dessa forma, estudos adicionais, que caracterizem o impacto funcional de variantes genéticas associadas à predição de novos alelos de grupos sanguíneos, são fundamentais na implementação de técnicas moleculares seguras para a genotipagem dos antígenos de pacientes e doadores em bancos de sangue. O aperfeiçoamento das metodologias moleculares pode contribuir na prática transfusional através do manejo de unidade de sangue apropriadas para cada indivíduo.Item Sistema dopaminérgico e dieta: uma investigação de variantes genéticas em humanos e expressão gênica em roedores(2019) Feistauer, Vanessa; Almeida, Silvana de; Giovenardi, MárciaA ingesta de alimentos ricos em gordura e açúcar, tanto em humanos quanto em animais, aumenta drasticamente a síntese e secreção de dopamina em áreas do sistema de recompensa. Em humanos, essa sensação de recompensa após a ingestão alimentar, é particular e mais intensa em alguns indivíduos, em comparação a outros. Variantes genéticas, portanto, principalmente em genes do sistema dopaminérgico, podem influenciar na resposta de diferentes pessoas expostas aos mesmos fatores ambientais. Para investigarmos a relação do sistema dopaminérgico com a ingesta alimentar e como a dieta pode alterar esse sistema, dois tipos de estudo foram utilizados. Inicialmente, em uma coorte de crianças acompanhadas desde o nascimento, investigamos a associação de variantes no gene ANKK1/DRD2 com padrões de ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade. O alelo *A1 da variante TaqIA (rs1800497) foi relacionada com o aumento da ingestão alimentar de lipídeos em crianças de 7-8 anos, mas o polimorfismo -141C Ins/Del (rs1799732) não foi associado a nenhuma das variáveis analisadas. Em modelo animal, as dietas restritiva e hipercalórica modificaram a expressão gênica na área tegmentar ventral (ATV) e no hipotálamo (HPT) de genitoras e de sua prole. Na ATV, ambas as dietas foram relacionadas a uma elevação nos níveis de mRNA dos genes Th, Drd1, Drd2 e Drd3, no entanto, o gene Slc6a3/Dat1 teve sua expressão aumentada apenas nas fêmeas que receberam a dieta hipercalórica. Na prole dessas fêmeas, observamos, pelo contrário, uma redução generalizada na expressão gênica Th, Ddc, Drd2, Drd3 e Slc6a3/Dat1, devido a interação entre a dieta materna e a dieta da prole. Já no HPT, demonstramos que a alteração na expressão gênica ocasionada pela dieta foi mais expressiva nas genitoras. As dietas restritiva e hipercalórica elevaram os níveis de mRNA dos genes Drd1, Drd3, Maoa e Th, mas apenas as fêmeas que receberam dieta hipercalórica tiveram expressão aumentada de Comt e Ddc. Em contrapartida, as dietas reduziram a expressão do gene Drd4. A expressão gênica da prole foi menos alterada pela dieta nessa área, uma vez que a interação entre a dieta materna e a dieta materna foi relacionada com a redução dos níveis de mRNA apoenas do gene Maob. A dieta da prole aumentou a expressão do gene Drd3, e reduziu a expressão de Comt. Através dos dados apresentados, observa-se a importância do sistema dopaminérgico e sua relação com a alimentação, tanto em humanos quanto em camundongos. Variantes em genes relacionados ao sistema dopaminérgico podem modificar a transmissão dopaminérgica, provocando maior ou menor sensação de recompensa após a ingestão alimentar, e ocasionando desfechos como sobrepeso e obesidade. Além disso, alterações na expressão de genes do sistema dopaminérgico podem ser ocasionadas tanto pela alimentação materna durante a gestação e a lactação, quanto pela alimentação na vida adulta.