Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao Adolescente
URI Permanente desta comunidade
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao Adolescente por Assunto "[en] Breast Feeding"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Avaliação dos fatores que influenciam nos volumes de leite humano coletado em um banco de leite de um hospital em Porto Alegre, RS(2023) Vasconcellos, Patricia do Amaral; Colvero, Maurício Obal; Fiori, Humberto HolmerIntrodução: O leite materno tem papel fundamental para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde da criança, desempenhando um papel de fundamental importância no cenário da redução de mortalidade infantil e neonatal. Objetivo Geral: analisar os fatores que influenciam no volume de leite humano coletado no Banco de Leite do Hospital Santa Clara de Porto Alegre. Objetivos específicos: verificar quais os parâmetros que mais interferem no volume de leite coletado. Correlacionar os medicamentos utilizados pelas mães doadoras com os volumes de leite. Descrever a captação, aproveitamento e o perfil das doadoras de leite humano em um banco de leite de um hospital em Porto Alegre, RS. Metodologia: foi desenvolvido um estudo epidemiológico, retrospectivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa. O período de estudo foi de primeiro de janeiro de 2014 a 31 de outubro de 2021. Os dados foram coletados por meio de um banco de dados no Banco de Leite Humano (BLH) localizado no Hospital Santa Clara de Porto Alegre, RS. Utilizaram-se dados obtidos nos cadastros das doadoras e dos recém-nascidos relativos à origem do leite, dados dos receptores, destino, quantidade de volume coletado, fatores de risco, filhos anteriores, pré-natal, escolaridade, medicamentos utilizados, doenças pré-existentes e medicamentos utilizados pelas mães durante a gestação. Para as associações com o volume de leite produzido, utilizaram-se os quartis para a classificação em quatro grupos. O primeiro grupo foi composto por volumes de menor produção (<16 ml por retirada) de quartil inferior. Os grupos intermediários foram compostos pela segunda e terceira classificações. A segunda classificação envolveu volumes que ficaram entre o 1º e o 2º quartil (entre 16 ml e 31,9 ml) e a terceira classificação por volumes entre o 2º e o 3º quartil (entre 32 ml a 66 ml). Por fim, o quarto e último grupo incluiu as mães que produziram mais de 66 ml de leite (acima do 3º quartil), representando o grupo com maior produção de leite (quartil superior). Para comparar médias entre os quatro grupos, a Análise de Variância (ANOVA) complementada por Bonferroni foi aplicada. Resultados: a amostra foi composta por 2.130 mães doadoras de leite materno, com média de idade de 28,9 anos. Houve correlação com redução de volume de leite materno retirado, a idade materna avançada (p<0,001), presença de comorbidades como toxoplasmose (p=0,004), sífilis (p=0,006), diabetes (p<0,001), anemia (p<0,001), hipotireoidismo (p=0,010) e hipertensão gestacional (p<0,001). Mães que realizaram o prénatal retiraram volumes de leite maiores (p=0,039), bem como mães eutróficas em relação às obesas (p=0,018). O uso de medicamentos como metildopa (p<0,001), sulfato ferroso (p=0,004) e levotiroxina (p=0,042) também se relacionaram a um menor volume de leite retirado. Por outro lado, o uso da sulpirida promoveu um aumento no volume de leite retirado. Conclusão: as doenças e o uso de medicações foram mais frequentes nas mães com menor retirada de leite. Portanto, comorbidades e uso de medicamentos afetaram a produção de leite materno.Item Ingestão de alimentos ultraprocessados e morbidade respiratória no primeiro ano de vida(2022) Lessa, Samantha Mallmann; Amantéa, Sérgio Luis; Tietzmann, Daniela CardosoIntrodução: A morbidade respiratória engloba uma série de doenças de etiologias infecciosas e alérgicas, capazes de comprometer tanto o trato respiratório superior, quanto inferior. Emergências respiratórias pediátricas estão entre as causas mais frequentes de internação hospitalar e óbitos em crianças menores de 1 ano de idade e alguns fatores tornam as crianças pequenas mais suscetíveis à essas afecções, dentre eles as aglomerações que aumentam os contatos da criança com diferentes agentes infecciosos, o sistema imunológico infantil que está em desenvolvimento em crianças menores de dois anos e o estado nutricional infantil. Objetivo: investigar a relação entre fatores socioeconômicos, nutricionais e morbidade respiratória no primeiro ano de vida. Método: Estudo de caso-controle delineado a partir de dados secundários da pesquisa “Avaliação da efetividade de estratégia para prevenção de consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados no primeiro ano de vida em três Regiões do Brasil: ensaio de campo randomizado”. O estudo foi realizado em três capitais do Brasil (Porto Alegre, Manaus e Salvador), representativas das macro-regiões Sul, Norte e Nordeste. Para cada cidade, pares mãe/neonato foram recrutados nos seguintes hospitais públicos Amigos da Criança: Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, Porto Alegre/RS, Maternidade Moura Tapajós, Manaus/AM, Maternidade Climério de Oliveira, Salvador/BA sendo elegíveis mães primíparas ou multíparas, com idade maior ou igual a 18 anos, parto único hospitalar, com recém-nascidos à termo, sem intercorrências clínicas e sem outras patologias que impedissem a amamentação. Para o presente estudo a variável de interesse foi definida como morbidade respiratória diagnosticada por atendimento médico realizado no primeiro ano de vida. Para os casos, foram consideradas todas as crianças diagnosticadas com as seguintes doenças: asma, bronquite, bronquiolite e pneumonia. Para os controles, as crianças foram distribuídas de acordo com a idade categorizada (< 6 meses e > 6 meses) e para cada base foi realizado, por um estatístico independente, um sorteio aleatório (2 controles para cada caso) entre as crianças que não foram diagnosticadas com doenças respiratórias. Assim, o tamanho da amostra totalizou 222 crianças. Foram realizadas análises bivariadas para avaliar associação entre as variáveis e o desfecho, calculando-se as Razões de Chance e respectivos intervalos de confiança, utilizando Regressão Logística, sendo todas as análises executadas no software R, versão 4.1.3, considerando um nível de significância de 5%, ou seja, um p-valor < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: De maneira geral, 52,7% da amostra foi composta por crianças do sexo feminino, com mães predominantemente na faixa etária de até 30 anos (61,5%) sendo que a grande maioria das crianças conviviam com menos de 6 pessoas (72,1%) e a renda familiar (per capita) era de até 3 salários mínimos (76,1%). O Tabagismo materno e o aleitamento materno apresentaram significância estatística quanto ao desfecho, estando as crianças de mães que fumam ou já fumaram com chance 2,12 vezes maior de desenvolver infecção respiratória (p-valor = 0,024). No caso do aleitamento materno, crianças com aleitamento inferior a 6 meses apresentaram 2,05 vezes a chance de doença respiratória do que as crianças com aleitamento igual ou superior a 6 meses (p-valor = 0,036). O centro de coleta também mostrou associação significativa com o desfecho, tendo os centros Nordeste e Norte se mostrado como um fator de proteção para morbidades respiratórias, com as razões de chance de 0,15 [0,06-0,33] e 0,38 [0,18-0,77], respectivamente. Ultraprocessados de maneira geral não apresentaram associação significativa, mas o baixo número de não-consumidores compromete uma análise mais robusta dessa variável. Outros fatores também não estavam associados à ocorrência de doença respiratória. Conclusão: O consumo precoce de alimentos ultraprocessados não esteve associado à morbidade respiratória. Entretanto tal achado deve ser interpretado com cautela, uma vez que o consumo precoce de alimentos ultraprocessados ocorreu em mais de 80% da amostra estudada, fator que limita o poder de comparação da amostra. Constatou-se que o tabagismo materno e a baixa duração do aleitamento materno, foram determinantes para o desfecho de morbidade respiratória em crianças menores de 12 meses. Da mesma forma, crianças que residiam no Centro de estudo da Região Sul foram mais expostas ao desfecho que às residentes nos Centros Norte e Nordeste.