Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao Adolescente
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao Adolescente por Autor "Baratto, Paola Seffrin"
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Item Consumo de ultraprocessados no primeiro ano de vida: estratégia de prevenção e risco do consumo excessivo em ensaio de campo randomizado multicêntrico(2025-06-26) Baratto, Paola Seffrin; Vitolo, Márcia Regina; Feldens, Carlos Alberto; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteObjetivos: Os objetivos desta tese foram 1) determinar a efetividade de estratégia de aconselhamento dietético para prevenir o consumo de alimentos ultraprocessados (AUPs) e açúcar adicionado (AA) no primeiro ano de vida e 2) avaliar a associação entre o consumo de AUPs e o ganho de peso rápido em lactentes brasileiros de 6 a 12 meses de idade. Métodos: Foram produzidos dois artigos científicos a partir dos dados obtidos em ensaio de campo randomizado multicêntrico (n=516) conduzido com pares de mãe-bebês em três capitais brasileiras (Porto Alegre, Salvador e Manaus). Para o primeiro objetivo, os participantes foram avaliados de acordo com a randomização aleatória original do estudo (grupo controle (GC) ou grupo intervenção (GI)). O GI recebeu orientação baseada nas diretrizes alimentares do UNICEF e cinco ligações telefônicas mensais para reforçar a intervenção. A ingestão alimentar foi medida por meio de questionários de introdução alimentar e recordatórios de 24 horas durante visitas domiciliares aos 6 e 12 meses. As diferenças entre os grupos foram analisadas por equações de estimativa generalizadas e apresentadas como diferença média (IC 95%). Para o segundo objetivo, optou-se por realizar uma análise conjunta de toda a população do estudo, em formato de coorte, uma vez que não foi observado impacto nas medidas antropométricas entre os grupos GC e GI. O consumo de AUP das crianças aos 6 meses de idade foi categorizado em tercis. O ganho de peso rápido foi avaliado calculando-se a variação (delta) nos escores z do IMC para a idade entre 6 e 12 meses de idade (> 0,67) ou classificado com base nos desvios padrão propostos pela OMS (> +1 e > +2 DP) aos 12 meses. A associação entre os tercis de AUP e os dados antropométricos das crianças foi verificada por meio de regressões robustas de Poisson. Resultados: No primeiro artigo, denominado “Effectiveness of an Intervention to Prevent Ultra-Processed Foods and Added Sugar in the First Year of Life: A Multicentre Randomised Controlled Trial in Brazil” e publicado na revista Journal of Human Nutrition and Dietetics, observou-se que crianças do GI apresentaram menor ingestão de AUP aos 6 e 12 meses de idade (−20,69 g/dia; IC 95%: −37,87 a −3,50; p = 0,018 e −32,51 g/dia; IC 95%: −61,03 a −3,99; p = 0,025) e menor ingestão de AA aos 12 meses de idade (−4,92 g/dia; IC 95%: −9,43 a −0,41; p = 0,033). A intervenção também teve impacto positivo no período de aleitamento materno exclusivo, reduzindo a oferta de fórmula infantil, leite de vaca e leite infantil no primeiro ano de vida. No segundo artigo, denominado “Associations between ultra-processed food consumption and rapid weight gain in the first year of life: a cohort study”, foi possível identificar que crianças no tercil mais alto de ingestão de AUP aos 6 meses apresentaram um risco 2,37 vezes maior de apresentar ganho de peso rápido entre 6 e 12 meses em comparação com aquelas no tercil mais baixo (p = 0,001), mesmo após ajuste para potenciais fatores de confusão (p = 0,032). Não foram encontradas associações significativas entre os tercis de consumo de AUP e os escores z do IMC para idade > +1 DP ou > +2 DP aos 12 meses, tanto na análise bruta quanto na ajustada. Conclusões: Os resultados apresentados nesta tese são complementares um ao outro, uma vez que o aconselhamento dietético focado nos riscos à saúde dos AUPs e AS logo após o nascimento das crianças foi eficaz para a redução do consumo desses alimentos, e o menor consumo destes está associado ao menor risco para o desenvolvimento de ganho de peso rápido, diretamente relacionado a variadas doenças na infância. Esses resultados reforçam a importância de intervenções para prevenir a exposição precoce a AUPs e suas potenciais consequências maléficas à saúde de crianças no longo prazo.Item Impacto de um aconselhamento dietético no consumo de aditivos alimentares em crianças no primeiro ano de idade: estudo multicêntrico randomizado(2024-10-03) Germann, Larissa Dimer; Vitolo, Marcia Regina; Baratto, Paola Seffrin; Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao AdolescenteIntrodução: Aditivos alimentares são definidos como qualquer substância adicionada com a finalidade de modificar as características dos alimentos. Estão presentes em produtos destinados às crianças e as reações adversas relacionadas ao seu consumo são preocupantes. Objetivo: Avaliar se o aconselhamento dietético para prevenir a oferta de alimentos ultraprocessados e açúcar nos primeiros dois anos de idade foi efetivo para a redução do consumo de aditivos alimentares em crianças aos 12 meses de idade. Metodologia: Ensaio de campo multicêntrico, conduzido simultaneamente nas maternidades de hospitais públicos participantes da Iniciativa Hospital Amigo da Criança em Porto Alegre, Salvador e Manaus. A intervenção consistiu em uma sessão de aconselhamento nutricional com base na cartilha desenvolvida pelo UNICEF (“Os 10 passos para alimentação e hábitos saudáveis: do nascimento até os 2 anos de idade”) e no folheto ilustrado desenvolvido para o estudo. Ligações telefônicas foram realizadas nos cinco meses seguintes para reforço da intervenção. A coleta de dados aos 12 meses foi realizada por meio de visitas domiciliares. Para a avaliação da ingestão alimentar utilizou-se inquérito recordatório de 24 horas, aplicado por nutricionistas e estudantes de nutrição previamente treinados. A identificação e a quantificação dos aditivos e das classes funcionais presentes em cada alimento foram coletadas por meio da lista de ingredientes no rótulo dos produtos. As diferenças entre grupos foram analisadas por Equações de Estimativas Generalizadas e apresentadas como razão de prevalência e diferença média (IC 95%). Resultados: A análise dietética aos 12 meses foi composta de 172 crianças no grupo intervenção (GI) e 155 no grupo controle (GC). As crianças do grupo intervenção apresentaram menor consumo de aditivos alimentares diários (GI: 17,4±14,3 vs. GC: 21,2±18,0; p=0,030) e quando classificados em > 22 aditivos/dia (GI: 13% vs. GC: 24%; p=0,048). Conclusão: O aconselhamento dietético, para prevenir o consumo de alimentos ultraprocessados e açúcar, foi efetivo em reduzir a exposição das crianças no primeiro ano de idade aos aditivos alimentares.Item Primary health care intervention reduces added sugar consumption during childhood: promising findings from a cluster randomized trial(2020) Baratto, Paola Seffrin; Vitolo, Márcia ReginaObjetivos: Verificar o impacto da atualização dos profissionais de saúde sobre o consumo de açúcar adicionado e avaliar as principais fontes alimentares contribuintes para esse consumo entre crianças. Metodologia: Análise longitudinal aninhada a um ensaio de campo randomizado por conglomerados realizado com pares de mãe-criança residentes da cidade de Porto Alegre – RS. A randomização ocorreu entre as unidades de saúde participantes, alocadas em intervenção (n=11) e controle (n=9). A intervenção foi realizada com os profissionais de saúde e baseada nos “Dez Passos para Alimentação Saudável para Crianças Menores de Dois Anos”. Gestantes no último trimestre de gestação foram entrevistadas quanto à situação socioeconômica, demográfica e de saúde. A ingestão dietética das crianças foi avaliada com auxílio do software Dietwin® aos 6 meses, 12 meses, 3 anos e 6 anos. O consumo de açúcar adicionado foi estimado por meio do recordatório alimentar de 24 horas, considerando a definição de açúcar adicionado da USDA. Os alimentos fonte de açúcar foram posteriormente classificados em (1) Bebidas açucaradas (2) Alimentos ultraprocessados (3) Preparações caseiras e (4) Açúcar de mesa. Todas as análises estatísticas foram realizadas pelo Statistical Package for the Social Science, versão 21.0. O impacto da intervenção na ingestão de açúcar adicionado foi verificado por meio da Equação de Estimativa Generalizada. Os dados de consumo em gramas foram apresentados como média, desvio padrão e porcentagem de contribuição para a energia total. A significância estatística foi estabelecida em P <0,05. Resultados: Aos 12 meses, crianças do grupo intervenção apresentaram menor consumo de açúcar proveniente de preparações caseiras (diferença -1,43g/dia; IC95% -1,70 a -1,16; p = 0,01). O maior impacto foi observado aos 3 anos, com menor consumo de açúcar total e proveniente de alimentos ultraprocessados (diferença -6,36g / dia; IC95% -11,49 a -1,23 e diferença -4,38g / dia; IC95% -7,80 -0,96; p = 0,012 e p = 0,015, respectivamente). Conclusão: A intervenção realizada com os profissionais de saúde mostrou-se eficaz em reduzir o consumo de açúcar adicionado de preparações caseiras aos 12 meses e de alimentos ultraprocessados aos 3 anos. Ainda assim, o consumo de açúcar adicionado tem início precoce e está acima do recomendado, tendo como principais contribuintes os alimentos com alto grau de processamento e as bebidas açucaradas.