Correlação da ultrassonografia pélvica com o desenvolvimento puberal em meninas

dc.contributor.advisorKopacek, Cristianept_BR
dc.contributor.advisor-coLiliane, Herterpt_BR
dc.contributor.authorBertoncello, Francine Zappt_BR
dc.date.accessioned2023-05-24T18:02:54Z
dc.date.accessioned2023-10-09T16:44:08Z
dc.date.available2023-05-24T18:02:54Z
dc.date.available2023-10-09T16:44:08Z
dc.date.date-insert2023-05-24
dc.date.issued2022
dc.descriptionDissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Pediatria, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.pt_BR
dc.description.abstractIntrodução: A puberdade, período de transição da infância para a idade adulta em que se alcança a maturidade sexual, costuma iniciar entre os 8 e 13 anos de idade na menina. Quando há o surgimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos ou a ocorrência de menarca antes dos 9 anos, considera-se Puberdade Precoce. O início das manifestações puberais podem se dar por reativação prematura do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, isto é, Puberdade Precoce Central (PPC); por produção periférica ou exposição a estrógenos, isto é, Puberdade Precoce Periférica (PPP); ou ainda, pode ser devido a um aumento da sensibilidade do receptor de estrógenos, ocasionando as formas isoladas de puberdade. O diagnóstico é dado por um conjunto de fatores clínicos, laboratoriais e de imagem. Muitas vezes, o quadro clínico é sugestivo de PPC, porém o Hormônio Luteinizante (LH) basal encontra-se em valores pré-puberais. Nesses casos, deve-se lançar mão do exame considerado padrão-ouro para o diagnóstico: o teste de estímulo com hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) ou com análogo de GnRH. Todavia, o teste com GnRH ou análogo de GnRH apresenta alto custo, é invasivo, doloroso e demanda tempo. Por outro lado, a ultrassonografia pélvica tem se mostrado uma excelente ferramenta na avaliação das patologias pélvicas nas meninas e também no diagnóstico de puberdade precoce. Este estudo tem por objetivo descrever e correlacionar as mudanças puberais (estágios de Tanner mamário) com o desenvolvimento da genitália interna, avaliado por meio da ultrassonografia pélvica. Além disso, objetiva avaliar os parâmetros habituais da ultrassonografia pélvica como testes diagnósticos para início de puberdade e, em especial, avaliar um parâmetro menos estudado: o estudo doppler das artérias uterinas. Métodos: Estudo transversal. Meninas com idade entre 1 ano e 18 anos incompletos e que foram encaminhadas para o serviço de Diagnóstico por Imagem do Hospital da Criança Santo Antônio para realização de ultrassonografia pélvica ou de abdome ou de vias urinárias foram convidadas a participar do estudo durante o período de novembro de 2020 a dezembro de 2021. O desenvolvimento puberal foi classificado de acordo com os estágios de Tanner mamário. A presença de telarca foi o critério utilizado para distinguir meninas púberes de não púberes. Para avaliar a associação entre as variáveis categóricas utilizou-se o teste Qui Quadrado de Pearson. Para a comparação de variáveis contínuas com distribuição normal e sem distribuição normal utilizou-se teste ANOVA e Kruskal-Wallis, respectivamente, com teste post-hoc de Bonferroni para comparações múltiplas. A correlação de Spearman foi utilizada para variáveis quantitativas sem distribuição normal. As variáveis ultrassonográficas foram avaliadas como testes diagnósticos para início de puberdade, sendo utilizada a curva ROC para comparação com área sob a curva com intervalo de confiança de 95% e p-valor. O ponto de corte foi definido por meio do índice de Youden (J) e foi realizado cálculo de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia. O nível de significância adotado foi de 5% (p = 0,05) e as análises foram realizadas no software estatístico SPSS (IBM SPSS Statistics for Windows, Version 25.0. Armonk, NY: IBM Corp.). Resultados: 60 meninas foram incluídas no estudo com idade entre 1 ano e 17 anos e 6 meses, com média de 8,94 anos (±4,42). Por meio do teste de Correlação de Spearman, evidenciou-se que o volume ovariano teve correlação positiva significativa com a idade (p 0,001; r 0,89), com o Tanner da mama (p 0,001; r 0,87) e correlação negativa significativa com o IP médio (p 0,001; r -0,46). A idade teve correlação positiva significativa com o volume uterino (p 0,001; r 0,87), com o Tanner da mama (p 0,001; r 0,89) e correlação negativa com o IP médio (p 0,006; r -0,38). O volume uterino teve correlação positiva significativa com o Tanner da mama (p 0,001; r 0,89) e correlação negativa com o IP médio (p 0,002; r – 0,43). O IP médio teve correlação negativa significativa com o Tanner mamário (p 0,001; r -0,47). As pacientes foram divididas em três grupos: no grupo pré-puberal (M1) com 28 pacientes, 12 no grupo puberdade inicial (M2 e M3) e 20 no grupo de puberdade tardia (M4 e M5). Na comparação entre os grupos, o volume uterino e ovariano demonstraram aumento estatisticamente significativo (p 0,001) conforme a progressão puberal. Não houve diferença significativa entre o IP médio dos três grupos (p 0,23). O IP médio do grupo pré puberal foi de 4,8 (± 1,3), o grupo puberdade inicial foi de 4,1 (± 1,2) e puberdade tardia com média 3,2 (± 1,9). Quando avaliados os estágios de Tanner individualmente em relação ao IP médio, observou-se que houve diferença significativa entre os estágios M1 e M4 (p 0,012). O volume uterino ≥ 2,45mL obteve sensibilidade de 92%, especificidade de 90%, VPP de 90%, VPN de 93% e acurácia de 91% em predizer início de puberdade. O IP médio ≤ 2,75 obteve sensibilidade de 100%, especificidade de 48%, VPP de 62%, VPN 100% e acurácia de 72%. O volume ovariano médio ≥ 1,48mL obteve sensibilidade de 96%, especificidade de 90%, VPP de 90%, VPN 97% e acurácia de 93%. O diâmetro do maior folículo ≥ 0,75cm obteve sensibilidade de 96%, especificidade de 44%, VPP de 65%, VPN de 92% e acurácia de 71%. A presença de endométrio mensurável à ecografia obteve sensibilidade de 100%, especificidade de 70%, VPP 60%, VPN 100% e acurácia de 79%. Conclusão: A progressão do desenvolvimento puberal da genitália interna feminina pode ser acompanhada por meio da ultrassonografia pélvica e é de grande valor no diagnóstico da puberdade precoce feminina. O volume uterino e ovariano demonstraram ser os melhores testes diagnósticos para puberdade precoce. O IP de artérias uterinas, no estudo, apesar de útil na avaliação puberal, não foi superior a outras variáveis ultrassonográficas.pt_BR
dc.description.abstract-enIntroduction: Puberty , the transition period from childhood to adulthood in which sexual maturity is reached, usually starts between 8 and 13 years of age in girls. If there is the appearance of secondary sexual characteristics before the age of 8 years or the occurrence of menarche before the age of 9 years, it is considered Precocious Puberty. The onset of pubertal manifestations may occur due to premature reactivation of the hypothalamic - hypophysis ovarian axis, that is, Central Precocious Puberty (CPP); by peripheral production or exposure to estrogens, that is, Peripheral Precocious Puberty (PPP); or even, it may be due to an increase in the sensitivity of the estrogen receptor, causing the isolated forms of puberty. The diagnosis is given by a set of clinical, laboratory and imaging factors. Often, the clinical condition is suggestive of PCP, but the baseline LH is in prepubertal values . In these cases, the test considered to be the gold standard for diagnosis, the GnRH stimulation test or a GnRH analogue, should be used. However, testing with GnRH or GnRH analogue is expensive, invasive, painful and time consuming. On the other hand, pelvic ultrasound has been shown to be an excellent tool in the evaluation of pelvic pathologies in girls and also in the diagnosis of precocious puberty. This study aims to describe and correlate pubertal changes ( Breast Tanner ) with the development of the internal genitalia, assessed by means of pelvic ultrasound. In addition, it aims to evaluate the usual parameters of pelvic ultrasound as diagnostic tests for the onset of puberty and, in particular, to evaluate a less studied parameter, the Doppler study of the uterine arteries. Methods: Cross-sectional study. Girls aged between 1 year and 18 years old and who were referred to the Diagnostic Imaging service of Hospital da Criança Santo Antônio for pelvic or abdominal or urinary tract ultrasound were invited to participate in the study during the period from November 2020 to December 2021. Pubertal development was classified according to Tanner stages. The presence of thelarche was the criterion used to distinguish puberty from no puberty girls. To assess the association between categorical variables, we used Pearson's Chi-Square test. To compare continuous variables with and without normal distribution, we used ANOVA and Kruskal-Wallis tests, respectively, with Bonferroni's post-hoc test for multiple comparisons. Spearman 's correlation was used for quantitative variables without normal distribution. Sonographic variables were evaluated as diagnostic tests for the onset of puberty, using the ROC curve to compare the area under the curve with a 95% confidence interval and p-value. The cut-off point was defined using the Youden index (J) and sensitivity, specificity, positive predictive value, negative predictive value and accuracy were calculated. The significance level adopted was 5% (p = 0.05) and the analyzes were performed in the SPSS statistical software (IBM SPSS Statistics for Windows, Version 25.0. Armonk, NY: IBM Corp.). Results: 60 girls were included in the study aged between 1 year and 17 years and 6 months, with a mean age of 8.94 years (±4.42). By means of the Spearman Correlation test, it was evidenced that the ovarian volume had a significant positive correlation with age (p 0.001; r 0.89), with the Tanner of the breast (p 0.001; r 0.87) and negative correlation significant with the mean PI (p 0.001; r -0.46). Age had a significant positive correlation with uterine volume (p 0.001; r 0.87), with breast Tanner (p 0.001; r 0.89) and negative correlation with mean PI (p 0.006; r - 0.38 ). Uterine volume had a significant positive correlation with the breast Tanner (p 0.001; r 0.89) and a negative correlation with the mean PI (p 0.002; r – 0.43). The mean PI had a significant negative correlation with the breast Tanner (p 0.001; r -0.47). Patients were divided into 3 groups: in the prepubertal group (tanner 1) with 28 patients, 12 in the early puberty group (tanner 2 and 3) and 20 in the late puberty group (tanner 4 and 5). Comparing the groups, uterine and ovarian volume showed a statistically significant increase (p 0.001) with pubertal progression. There was no significant difference between the mean PI of the three groups (p 0.23). The mean PI of the prepubertal group was 4.8 ( ± 1.3), the early puberty group was 4.1 (± 1.2) and the late puberty group had a mean of 3.2 (± 1.9). When the Tanner stages were evaluated individually in relation to the mean IP, it was observed that there was a significant difference between stages tanner 1 and 4 (p 0.012). Uterine volume ≥ 2.45mL had a sensitivity of 92%, specificity of 90%, PPV of 90%, NPV of 93% and accuracy of 91% in predicting the onset of puberty. Mean PI ≤ 2.75 had 100% sensitivity, 48% specificity, 62% PPV, 100% NPV and 72% accuracy. Mean ovarian volume ≥ 1.48mL had a sensitivity of 96%, specificity of 90%, PPV of 90%, NPV of 97% and accuracy of 93%. The diameter of the largest follicle ≥ 0.75 cm had a sensitivity of 96%, specificity of 44%, PPV of 65%, NPV of 92% and accuracy of 71%. The presence of measurable endometrium the ultrasound obtained a sensitivity of 100%, specificity of 70%, PPV 60%, NPV 100% and accuracy of 79%. Conclusion: The progression of pubertal development of female internal genitalia can be followed by pelvic ultrasound and is of great value in the diagnosis of female precocious puberty. Uterine and ovarian volume have been shown to be the best diagnostic tests for precocious puberty. In our study, uterine artery PI, although useful in pubertal assessment, was not superior to other ultrasound variables.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/2098
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.relation.requiresTEXTO - Adobe Readerpt_BR
dc.rightsAcesso Aberto Imediatopt_BR
dc.subjectPuberdade precocept_BR
dc.subjectUltrassonografiapt_BR
dc.subject[en] Puberty, Precociousen
dc.subject[en] Ultrasonographyen
dc.titleCorrelação da ultrassonografia pélvica com o desenvolvimento puberal em meninaspt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
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