Habilidades socioafetivas infantis e relações familiares: Características de usuários da Política Pública Primeira Infância Melhor (PIM/RS)

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Data
2023
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Resumo
O desenvolvimento na primeira infância refere-se a um processo dinâmico, dependente de interações positivas com as variáveis do contexto – sendo estas relacionadas à segurança social, econômica e afetiva. Na busca por garantir o desenvolvimento infantil de forma saudável para toda a população brasileira, faz-se necessária a implementação e a manutenção de políticas públicas, tais como o Primeira Infância Melhor (PIM) – desenvolvido com referência teórico-metodológica no programa cubano Educa tu Hijo, cujo objetivo principal é a orientação às famílias a partir de suas culturas e experiências, a fim de que promovam o desenvolvimento integral de suas crianças, da gestação até os seis anos de idade. Busca-se garantir, assim, por meio da intervenção no contexto de socialização primária, a promoção de um ambiente estimulante e afetivo na infância. O presente estudo, então, pretende analisar as relações entre as variáveis sociodemográficas, os perfis de desenvolvimento socioafetivo infantil e as características familiares de usuários inseridos no PIM, considerando as famílias cadastradas durante o período de 2017 a 2019, em Porto Alegre/RS. Trata-se de uma pesquisa de cunho retrospectivo e quantitativo, de caráter transversal analítico, realizada com a utilização de dados de formulários cadastrais. Os resultados evidenciaram (a) que há associação entre o desempenho socioafetivo satisfatório e a contação de histórias pelos pais; (b) que há associação entre o desempenho socioafetivo e a forma com que os pais lidam com condutas negativas da criança (achando graça ou não achando graça); e (c) que crianças de 3 a 8 meses de vida têm melhores resultados de desempenho socioafetivo quando comparadas a crianças de 9 a 11 meses. A partir de tais associações, foram construídos três perfis de desempenho socioafetivo, os quais descrevem as características de cada família relacionadas aos níveis de desempenho da criança: satisfatório, mediano e insatisfatório. Constatou-se que 83% das crianças demonstraram desempenho satisfatório, enquanto apenas 17% apresentaram níveis de desempenho mediano ou insatisfatório, sendo possível considerar prováveis efeitos protetivos das variáveis afetivas frente às condições socioeconômicas precárias nas quais as famílias poderiam se encontrar. Nesse contexto, investir na implementação de políticas públicas focadas na primeira infância como estratégia de redução da desigualdade social e da pobreza extrema nos países de baixa e média renda representa um esforço em direção à garantia da qualidade de vida dessas populações, sendo estas ações potencialmente geradoras de retornos econômicos para a sociedade. Por fim, observa-se que o estímulo a relações familiares afetivas nos lares também atua na promoção de fatores protetivos para o desenvolvimento infantil de forma global.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Desenvolvimento infantil, Relações Familiares, Políticas Públicas, Pobreza, [en] Child Development, [en] Family Relations, [en] Public Policy, [en] Poverty
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