Alteplase na trombólise sistêmica em pacientes na unidade de terapia intensiva pediátrica

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Data
2022
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Editor Literário
Resumo
Introdução: A incidência de tromboembolismo pediátrico tem aumentado nos últimos anos, relacionada ao uso crescente de práticas invasivas e ao aumento da sobrevivência de pacientes graves. A morbimortalidade relacionada a esses eventos é bastante significativa, tanto a curto quanto a longo prazo. A recanalização dos vasos trombosados parece ser uma maneira promissora de reduzir esses efeitos negativos, porém os esquemas terapêuticos ainda são baseados em séries de casos e na extrapolação das diretrizes de adultos. Objetivo: Avaliar o uso do protocolo institucional de trombólise sistêmica com alteplase em pacientes com trombose grave (venosa ou arterial). Método: Estudo retrospectivo, incluindo todos os pacientes que receberam alteplase para trombólise sistêmica entre janeiro de 2018 e agosto de 2020. Foram registrados dados demográficos dos pacientes, informações a respeito do evento trombótico (precipitantes, complicações e desfecho) e do tratamento com alteplase (dose, duração, ocorrência de sangramento e necessidade de transfusão de hemoderivados, exames laboratoriais durante a trombólise), além do desfecho clínico e ecográfico. Resultados: Foram incluídos 73 protocolos em 68 pacientes, com mediana de idade de 2,6 meses, 45% do sexo masculino e 79,5% de cardiopatas. As médias das doses de manutenção variaram de 0,09 a 0,12 mg/kg/h; e a mediana da duração do tratamento trombolítico foi de 21,6 horas [8-45,7]. A taxa de resposta completa foi de 48%, e, a parcial, de 22%. Sangramento maior ocorreu em 38% dos pacientes e, menor, em 20,5%. Os pacientes com resposta completa apresentaram menor mortalidade (23% vs 56% e 59%, p=0,01) e menor ocorrência de sangramento maior (23% vs 50% e 54,5%, p = 0,032), em relação aos que apresentaram resposta parcial e ausência de resposta. Os cardiopatas não evoluíram de forma distinta quanto a sangramento e à resposta trombolítica. Após análise multivariada, RNI aumentado foi preditor independente para sangramento maior (RR 1,25, p < 0,001). Em relação ao risco de óbito, infecção em tratamento (RR 2,71, p = 0,05) e aumento do PIM2 (RR 1,03, p = 0,011) foram associados a risco, enquanto pH menos acidótico (RR 0,84, p = 0,001) e fibrinogênio mínimo mais alto (RR 0,94, p = 0,007) foram protetores. Conclusão: A infusão de alteplase, conforme protocolo institucional, mostrou taxas de sucesso e de complicações aceitáveis, mesmo nessa população predominantemente de cardiopatas jovens, com maior risco de sangramento. Os pacientes que evoluíram com resposta completa após trombólise sistêmica apresentaram menor mortalidade e menor ocorrência de sangramento maior, em relação aos que apresentaram resposta parcial e ausência de resposta.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Pediatria, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Alteplase, Pediatria, Trombólise, Protocolo, [en] Tissue Plasminogen Activator, [en] Pediatrics
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