Análise da eficácia da membrana amniótica humana como curativo biológico e da sinalização purinérgica na regeneração tecidual
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Data
2022
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Editora
Editor Literário
Resumo
O tratamento de queimaduras profundas ainda é um desafio na área da medicina regenerativa.
A membrana amniótica humana (hAM) é um biomaterial que vem sendo cada vez mais
explorado pelo campo da engenharia de tecidos. A fim de promover a regeneração de lesões
teciduais, as células estromais mesenquimais (MSCs), podem ser transplantadas na área da
lesão em um suporte (scaffold) que mantenha seu potencial terapêutico. Além de uma série de
fatores bioativos, as MSCs liberam altas concentrações de adenosina (ADO), o que pode estar
relacionado com a alta expressão de ecto-5'-nucleotidase (CD73), cuja principal função é
converter ATP extracelular em adenosina imunossupressora, em conjunto com a NTPDase1
(CD39). Essas enzimas são ferramentas poderosas para controlar os efeitos mediados por
purinas e pirimidinas extracelulares; no entanto, o papel dos componentes da sinalização
purinérgica na regeneração tecidual é pouco compreendido. Neste trabalho avaliamos a
segurança e eficácia da membrana amniótica humana como um curativo biológico, na
presença ou ausência de células estromais mesenquimais através de modelos in vitro e in vivo
e estudamos o papel da sinalização purinérgica como uma das vias responsáveis pela
regeneração tecidual. Foi feita a caracterização física e histológica da membrana amniótica
humana descelularizada (DhAM) na presença de células estromais mesenquimais derivadas
de tecido adiposo (AD-MSCs), assim como a comparação do potencial da DhAM e de um
substituto comercial como scaffolds para o cultivo de células estromais mesenquimais
isoladas do limbo esclerocorneal (L-MSCs), demonstrando que o cultivo das MSCs na DhAM
não alterou a potencialidade de células progenitoras in vitro. O efeito da DhAM na presença e
ausência de AD-MSCs foi avaliado no modelo pré-clínico de queimadura de segundo grau
profundo, o qual demonstrou a eficácia e segurança deste bioscaffold na regeneração tecidual.
O papel dos componentes da sinalização purinérgica durante a cicatrização de feridas foi
analisado através do modelo de substitutos de pele auto-montados (SASS), demonstrando a
modulação das enzimas CD73, NTPDase1 e NPP1, assim como o potencial terapêutico do
nucleotídeo UTP na regeneração tecidual. Nossos resultados confirmam a eficácia da DhAM
como scaffold para MSCs e como uma possível terapia futura para o tratamento de
queimaduras, bem como a importância de entender o envolvimento de nucleotídeos
extracelulares e ectoenzimas na cicatrização de feridas, com a finalidade de oferecer novas
estratégias terapêuticas.
Descrição
Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Membrana amniótica, Curativos biológicos, Células estromais mesenquimais, Queimaduras, Substitutos para a pele, Sinalização purinérgica, [en] Amnion, [en] Biological Dressings, [en] Mesenchymal Stem Cells, [en] Burns, [en] Skin, Artificial