Fonoaudiologia - TCC

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    Estudo da produção de verbos no discurso narrativo de pessoas com Afasia Progressiva Primária e Doença de Alzheimer: um estudo de caso-controle
    (2025-07-07) Silva, Amanda Gorziza da; Beber, Bárbara Costa; Fonoaudiologia
    Introdução: A afasia progressiva primária (APP) é definida como uma síndrome neurodegenerativa caracterizada por alterações de linguagem de início insidioso e progressivo. Apesar de existirem critérios diagnósticos que auxiliam na investigação da doença, sua definição segue sendo um grande desafio na prática clínica e é constantemente confundida com o diagnóstico clínico de outras demências, como a principalmente com a Demência da Doença de Alzheimer (DDA). Por isso, torna-se necessária a identificação de outros aspectos clínicos que possam contribuir no diagnóstico diferencial entre a APP e a DDA. Estudos têm relatado que áreas cerebrais distintas são recrutadas durante a produção de verbos e substantivos, assim como diferentes doenças neurológicas, como a APP e a DDA, afetam de forma distinta essas classes gramaticais. Objetivo: Investigar a produção de verbos no discurso narrativo de indivíduos com APP em comparação com DDA e sujeitos sem doenças neurológicas (grupo controle), na população brasileira. Métodos: Trata-se de um estudo de caso-controle que faz parte de um projeto maior. A coleta de dados foi realizada por conveniência. Os participantes incluídos no estudo foram divididos em três grupos: o Grupo APP (G-APP), o Grupo DA (G-DA), e o Grupo Controle (G-C). Os dados foram coletados em cinco etapas, que incluíram seleção e classificação dos participantes, extração de dados sociodemográficos, análise da produção de discurso narrativo, a partir da tarefa de discurso narrativo oral da Bateria Montreal-Toulouse de Linguagem (MTL-Brasil), e aplicação do Software NILC-Metrix para gerar métricas linguísticas. A análise estatística foi realizada no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), com testes adequados para variáveis categóricas e contínuas, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados: A amostra final foi composta por 30 indivíduos do G-APP, 20 do G-DA e 20 do G-C. Variáveis referentes à produção de verbos no discurso narrativo oral indicaram que houve diferença estatisticamente significativa quanto à proporção de sentidos dos verbos entre o G-APP e o G-DA (p = 0,009). Quando as variáveis foram comparadas entre as variantes de APP observou-se diferença estatisticamente significativa quanto à proporção de substantivos entre as variantes agramática/não-fluente e semântica (p = 0,034) e entre agramática/não-fluente e logopênica (p = 0,033). Conclusão: Indivíduos com APP tendem a realizar simplificações no seu discurso oral, utilizando verbos mais ambíguos. E, entre esses indivíduos, os que apresentam a variante agramática/não-fluente tendem a apresentar um discurso com menor complexidade linguística, evidenciado pela maior proporção de substantivos.