PPGCS - Teses
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Item Aconselhamento telefônico como alternativa de intervenção para jovens usuários de cocaína/crack: follow up 24 meses(2018) Bisch, Nadia Krubskaya; Barros, Helena Maria Tannhauser; Ferigolo, MaristelaA juventude é marcada por um período de transição entre a infância e a adoção completa de um papel adulto. Esta fase evolutiva traz obstáculos que conduzem os indivíduos a um relacionamento conturbado, tanto consigo próprio, quanto com os demais. A busca de alívio para essa crise evolutiva pode ser responsável pelo envolvimento do jovem em atividades de risco, como o uso de drogas. Tal consumo pode acarretar sérios problemas no desenvolvimento do jovem. A telemedicina pode ser uma alternativa vantajosa para promover mudança de comportamento entre esta população. O anonimato e o acesso facilitado à orientação desprovida de preconceitos e julgamentos podem estimular os jovens à busca por ajuda. Promover intervenções precoces, com vistas à prevenção do uso de drogas, bem como da progressão da experimentação para consumos que refletem maior risco quanto ao uso problemático e gravidade do consumo, torna-se de extrema relevância para as políticas públicas. Desta forma, nesta tese buscamos investigar se o aconselhamento telefônico, baseado na entrevista motivacional auxilia os jovens à mudança de comportamento em relação ao uso de cocaína e crack. Além disso, ao identificar problemas na adesão ao tratamento proposto buscou-se investigar a percepção dos jovens para a não adesão ao tratamento e avaliar as características de consumo desta população. Com isto, foi possível a produção de três artigos: 1) “Aconselhamento telefônico para jovens brasileiros usuários de cocaína e/ou crack. Quem são esses usuários?”, que teve por objetivo descrever as características de consumo, comportamentos problemáticos associados ao uso e motivação para cessar o consumo entre adolescentes e jovens usuários de cocaína e/ou crack e comparar essas características. Fez-se um estudo transversal, com 2.390 usuários de cocaína/crack (adolescentes: 14-19 anos e jovens: 20-24 anos), 1471 jovens e 919 adolescentes. 2) “Mudanças nos comportamentos problemáticos decorrentes do uso de cocaína / crack em adolescentes e jovens brasileiros: acompanhamento de 6 e 24 meses” no qual os resultados da Entrevista Motivacional foram avaliados com base em intervenções telefônicas para jovens que relataram o uso de cocaína / crack. Os participantes foram aleatoriamente designados para a entrevista motivacional ou grupo de controle. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, questionários demográficos, avaliação da cocaína / crack na dependência de cocaína / crack e Escala de contemplação para avaliar a motivação para mudança de comportamento. Participaram do estudo 303 jovens com idade entre 14 e 24 anos. Apenas 154 desses participantes completaram um acompanhamento de 6 meses e somente 40 participantes finalizaram o seguimento de 24 meses. A entrevista motivacional foi mais eficaz do que a intervenção de controle na mudança de comportamento no uso de cocaína / crack entre os jovens que aderiram ao processo de acompanhamento no seguimento de 6 meses. Ao final d 24 meses de seguimento não se identificou diferenças significativas entre os grupos. Os participantes de ambos os grupos referem mudanças no comportamento em relação à quantidade de substância utilizada e; 3) “Obstáculos para a adesão ao tratamento entre jovens usuários de cocaína/crack atendidos em um serviço brasileiro de aconselhamento telefônico” em que foi realizado um estudo qualitativo de casos múltiplos. Participaram do estudo jovens usuários de cocaína/crack com idade entre 14 e 24 anos que ligaram para um serviço de aconselhamento telefônico no período de 2006 a 2013, com o intuito de buscar auxílio para cessar seu consumo. Foram realizadas ligações proativas cujo objetivo era investigar a situação de consumo. Nestas ligações proativas se investigou os motivos pelo quais os jovens não entraram em contato com o serviço nas datas previamente agendadas.Item Investigação da associação entre a atividade física regular e função pulmonar em crianças e adolescentes(2023) Balbinot, Fernanda; Gerbase, Margaret WeidenbachDurante a infância e adolescência, o estilo de vida tem o potencial de influenciar o pleno desenvolvimento da função pulmonar, gerando efeitos que podem se estender à vida adulta. A prática de atividade física é um dos fatores associados à melhor função pulmonar em crianças e adolescentes com doenças respiratórias como asma e fibrose cística. Porém, a influência da atividade física no desenvolvimento da função pulmonar em crianças de adolescentes da população geral ainda é controversa. Além disso, não está claro se a obesidade tem papel modificador ou mediador na potencial relação entre atividade física e função pulmonar. Objetivos: O objetivo geral desta tese foi investigar a associação entre a prática regular de atividade física e a função pulmonar em crianças e adolescentes em idade escolar. Os objetivos específicos foram: (1) revisar sistematicamente a literatura para investigar o efeito de intervenções com programas de exercício regular sobre os parâmetros espirométricos em crianças e adolescentes saudáveis; (2) aferir e avaliar os desfechos espirométricos de crianças e adolescentes em idade escolar em uma cidade do sul do Brasil; (3) investigar se há associação entre a prática regular de atividade física e os desfechos espirométricos nessa população; (4) investigar se a potencial associação entre atividade física e desfechos espirométricos difere de acordo com o status de peso dos participantes; e (5) investigar se a redução do índice de massa corporal medeia a associação entre atividade física e índices espirométricos. Métodos: Dois estudos foram realizados. O primeiro estudo foi uma revisão sistemática e metanálise de estudos de intervenção que investigou se intervenções com exercício físico melhoravam os resultados espirométricos de crianças e adolescentes saudáveis. Os critérios de inclusão foram: (a) os participantes eram crianças e adolescentes saudáveis com idade ≤ 18 anos; (b) a intervenção (exercício) estava suficientemente bem descrita, de maneira que pudesse ser replicada; (c) o desfecho era a função pulmonar aferida por espirometria, antes e depois o fim da intervenção. Os desfechos de interesse foram a capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e o pico de fluxo expiratório (PFE). Após análise narrativa, foram realizadas metanálises intra- e entre-grupos utilizando o software R. Análise de subgrupo conforme a idade dos participantes e duração das intervenções também foi realizada. O segundo objeto desta tese foi um estudo transversal que investigou (1) se a atividade física estava associada a função pulmonar de crianças e adolescentes da população-geral; (2) se esta associação era modificada pelo status de peso dos participantes; e (3) se esta associação era mediada pelo índice de massa corporal. Neste estudo, foram incluídos 460 escolares, de 7 a 17 anos, selecionados aleatoriamente dentre as escolas públicas de uma cidade do sul do Brasil. Foram coletados dados sobre medidas antropométricas, atividade física, tempo de tela e dados de espirometria. A análise dos dados foi realizada utilizando-se análises de regressão linear e análise de variância (ANOVA) de duas vias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (parecer nº 2.343.173). O protocolo do estudo foi aprovado pelas Secretarias de Educação e de Saúde de Estância Velha, bem como pelos diretores das escolas. Resultados: No estudo de revisão sistemática e metanálise, foram rastreados 7942 estudos; destes, 8 foram incluídos na revisão sistemática e metanálise. Dentre os 8 estudos incluídos, 4 possuíam um grupo controle inativo. Na metanálise intragrupo, que avaliou a diferença nos parâmetros espirométricos pré- e pós-exercício, foi observado aumento significativo na capacidade vital forçada (CVF) [diferença média: 0.17L, 95%IC: 0.07 – 0.26, p = 0.0008] e ao volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) [diferença média: 0.14L, 0.06 – 0.22, p = 0.001]. Não houve diferença significativa de resultados nos subgrupos por idade e por duração da intervenção. Na metanálise entre-grupos, que avaliou a diferença entre os valores espirométricos entre o início e o fim do estudo no grupo exercício em comparação com o grupo controle, a CVF, o VEF1 e o PEF foram maiores no grupo que fez exercício comparado ao grupo controle, porém as diferenças não foram estatisticamente significativas. Quanto ao estudo transversal, os participantes incluídos eram em sua maioria inativos (57.8%) e passavam um alto tempo em frente à telas como computador e celular (56.5%). Cerca de 69% dos participantes tinham um peso considerado normal, enquanto 31% tinham excesso de peso na análise estatística, e houve associação positiva entre a prática de atividade física e a CVF [β = 3.897, p = 0.001], e o VEF1 [β = 2.931, p = 0.021]. O status de peso não modificou significativamente estas associações [pinteração = 0.296 e 0.057 para CVF e VEF1, respectivamente], e o IMC não mediou as associações significativamente [p > 0.05]. Conclusão: No estudo de revisão sistemática e metanálise, os resultados indicam que a atividade física tem o potencial de beneficiar a função pulmonar de crianças e adolescentes saudáveis, embora o pequeno número de estudos e suas limitações metodológicas chamem atenção para a necessidade de novos estudos mais bem delineados sobre este tema. De maneira similar, no estudo transversal, a prática de atividade física foi associada à maior CVF e maior VEF1 nas crianças e adolescentes da população geral, reforçando a importância da atividade física nesta faixa etária. Além disso, as associações observadas não foram modificadas pelo status de peso nem mediadas pelo IMC.Item Manual de Terapia Cognitivo-Comportamental em grupo para adolescentes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo(2022) Bortoncello, Cristiane Flôres; Ferrão, Ygor ArzenoIntrodução: o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença mental grave, muito comum na infância e adolescência, com prevalência entre 2 e 3% nesta faixa etária, seu curso é crônico e, caso não seja tratado, se mantém por toda a vida, raramente desaparecendo por completo. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é considerada a primeira escolha de tratamento em crianças e adolescentes que apresentam sintomas leves e moderados e associada à farmacoterapia nos casos de sintomas de intensidade moderada à grave podendo ser realizada de forma individual ou em grupo. Contudo, não existe no Brasil, um manual de tratamento em grupo validado para os adolescentes com TOC. Objetivo: desenvolver, avaliar e apresentar as primeiras evidências de validade de um manual de Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupo (TCCG) para o tratamento de adolescentes brasileiros com TOC. Metodologia: Inicialmente foi realizada uma revisão sistemática com metanálise, a qual objetivou avaliar a eficácia da TCCG em adolescentes com TOC (artigo 1). O artigo dois teve como objetivo apresentar as seis etapas de confecção do manual de TCCG para adolescentes com TOC: 1) Revisão Sistemática em busca de manuais com evidências científicas (artigo 1); 2) Apreciação dos manuais existentes; 3) Confecção do novo manual; 4) avaliação por especialistas; 5); Avaliação do manual por adolescentes; 6) Apreciação das avaliações. Resultados: os principais resultados do artigo 1 revelaram que a TCCG é eficaz na redução dos sintomas de adolescentes com TOC (d = -1.32) e que não existe um manual de TCCG para adolescentes com TOC validado no Brasil. A partir desses resultados foi elaborado o manual de TCCG denominado Camaleo TOC, apresentando excelente evidência de validade de conteúdo, em adequação (Finn = 0.98) e relevância (Finn = 0.99 escore médio = 4.0; numa escala de avaliação de 0 a 4), tanto por parte dos especialistas como dos adolescentes (artigo 2). Conclusão e Perspectivas: a presente tese apresenta as evidências preliminares de validade de conteúdo do Camaleo TOC, tal evidência contribui para melhor compreensão do manual por adolescentes, o que pode implicar em maior eficácia da intervenção. Ademais, destaca-se que este manual apresenta algumas vantagens em comparação a outros manuais disponíveis para o tratamento do TOC. Até onde se tem conhecimento, o Camaleo TOC é o único instrumento que seguiu rigorosamente as etapas sugeridas para o desenvolvimento de instrumentos na área da saúde. Outra vantagem do Camaleo TOC é o maior tempo de participação dos pais/familiares durante as sessões, o que também pode contribuir para maior eficácia da intervenção. Espera-se que este manual possa ser disponibilizado como um protocolo de tratamento fundamentado e especializado, que proporcione aos adolescentes um tratamento efetivo na rede pública ou privada. Por fim, destaca-se que um terceiro estudo quase-experimental derivado desta tese está sendo conduzido com o objetivo de avaliar e apresentar as primeiras evidências de eficácia do Camaleo TOC no tratamento de 20 adolescentes (10 a 19 anos) brasileiros com TOC.Item Prevalência e fatores associados ao uso de drogas lícitas e ilícitas pela população jovem brasileira(2023) Brito, Emerson Silveira de; Wendland, Eliana MárciaIntrodução: O uso de drogas pela população jovem brasileira é um problema de saúde pública, uma vez que o uso dessas substâncias aumenta a exposição a riscos sexuais, violência e mortalidade por causas evitáveis, além de ser um preditor de dependência na vida adulta. O conhecimento de padrões de uso de drogas na juventude é fundamental para um maior direcionamento de ações e políticas para populações específicas. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência e os fatores associados ao uso de drogas lícitas e ilícitas na população jovem brasileira. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo e nacional que incluiu participantes de 16 a 25 anos de todas as capitais brasileiras realizado entre setembro e dezembro de 2017. Os achados fazem parte de um estudo maior que avaliou a prevalência de HPV na população de 16 a 25 anos brasileira. Os participantes foram captados nas unidades de saúde e na região adistrita. Um questionário semi-estruturado com questões socioeconômicas e comportamentais foi aplicado por profissionais de saúde treinados. A amostra foi ponderada em cada capital por faixa etária e sexo. Resultados: No total, 8.581 participantes (50,8% mulheres) responderam ao questionário. Álcool (71,6%), cannabis (27,4%), tabaco (15,1%) e cocaína (9,9%) foram as drogas mais comuns experimentadas uma vez na vida na amostra. Foram observadas diferenças significativas entre homens e mulheres no uso regular de álcool (48,7% e 32,5%, p<0,001), tabaco (20,1% vs. 10,3%, p<0,001), maconha (18,8% e 6,3%, p< 0,001) e cocaína (3,8% e 1,4%, p<0,001). Destaca-se o alto consumo de drogas lícitas e ilícitas em participantes com baixa escolaridade, classe social alta e com parceiro no momento da pesquisa. Além disso, os participantes que tiveram relacionamento homossexual anterior apresentaram altas taxas de uso regular de álcool (65,9%), cannabis (22,6%) e tabaco (30,5%). Conclusões: Os jovens brasileiros apresentaram altas taxas de uso de drogas, principalmente tabaco, álcool e maconha. Neste contexto o direcionamento de ações e políticas públicas para esta população é fundamental. Além do mais, o conhecimento sobre os padrões de uso de fumo, álcool e drogas nessa população é importante para prevenir os riscos associados ao uso dessas substâncias nessa faixa etária.Item Relações entre estilos parentais percebidos por adolescentes e o consumo de maconha e outras drogas(2016) Benchaya, Mariana Canellas; Barros, Helena Maria Tannhauser; Ferigolo, MaristelaA adolescência é uma fase do desenvolvimento cercada de modificações emocionais, psicológicas e sociais. Além disso, aspectos de autocontrole e autorregulação ainda não estão suficientemente amadurecidos. Muitas vezes, neste período, os jovens vivenciam a experimentação de drogas e as relações estabelecidas com seus pais exercem, entre outros fatores, influência sobre a manutenção do consumo. Adolescentes que não usam maconha tem maior chance de perceberem seus pais com estilo parental autoritativo. Nesta tese buscamos verificar as relações dos estilos parentais percebidos por adolescentes que buscaram auxílio em um serviço de aconselhamento telefônico e a mudança no comportamento de uso de maconha e outras drogas, o que permitiu a produção de dois artigos: 1) Estilos parentais e características de adolescentes que buscam auxílio para cessação do uso problemático de maconha: participaram adolescentes de 14 a 19 anos que ligaram para o serviço a fim de receber auxílio na cessação do uso problemático de maconha. Delineou-se um estudo transversal, em que foi descrita a percepção sobre os estilos parentais. Os resultados mostraram que estes jovens percebem de forma mais prevalente as mães como autoritativas (41%) e os pais como negligentes (35,8%). O estilo materno mostrou diferença significativa em relação à idade, em que os dados apontaram que os adolescentes de 14 a 16 anos percebem suas mães de forma mais negligente em comparação com os mais velhos e, por outro lado, os jovens de 17 a 19 anos perceberam suas mães mais autoritativas do que os que tinham 14 a 16 anos. 2) Influência dos estilos parentais percebidos por adolescentes na mudança do comportamento em relação ao consumo de álcool, tabaco, maconha, cocaína e crack: buscou-se descrever a associação entre estilos parentais e a mudança de comportamentos de uso problemático de drogas lícitas e ilícitas em 30 dias de intervenção motivacional por teleatendimento. Tratou-se de uma coorte de follow-up, recorte de ensaio clínico randomizado com jovens de 14 a 19 anos. Os adolescentes que percebem suas mães como indulgentes apresentaram maior chance de não diminuir ou suspender o uso de álcool em comparação com aqueles que perceberam as mães como autoritativas (OR 6,0; IC95% 1,1-33,3). O estilo paterno não influenciou a mudança de comportamento de uso de substâncias. A ausência de convívio da figura paterna prejudicou a mudança de comportamentos relacionados ao uso de cloridrato cocaína (OR 7,3; IC95% 1,3-41,3). Os estilos parentais percebidos por adolescentes estão diretamente associados aos comportamentos de abuso de substâncias, assim como à mudança de comportamento em relação a eles, no seguimento de 30 dias. Aspectos diferentes em relação à interação com pai e mãe, bem como a presença destes são fundamentais para o entendimento do abuso de substâncias psicoativas na adolescência.Item Teste informatizado e dinâmico de escrita – TIDE: evidências de validade baseadas na teoria psicométrica clássica e teoria de resposta ao item(2017) Gurgel, Léia Gonçalves; Reppold, Caroline Tozzi; Joly, Maria Cristina Rodrigues Azevedo; Oliveira, Mônica Maria Celestina deO Teste Informatizado e Dinâmico de Escrita – TIDE é um instrumento original e inovador, que objetiva avaliar, com base nas premissas da avaliação dinâmica, o potencial de aprendizagem em escrita narrativa de adolescentes. O objetivo da presente tese foi buscar evidências de validade para este instrumento considerando análises com base na Teoria Psicométrica Clássica e a Teoria de Resposta ao Item. A presente tese é composta por três artigos que incluíram uma amostra de 304 participantes, de escolas públicas e privadas da região Sul do Brasil. A idade variou entre 10 e 17 anos, sendo 64,5% do sexo feminino, e 91,8% de escola pública. O primeiro artigo buscou evidências de validade de estrutura interna baseada na Teoria Psicométrica Clássica. Este estudo revelou, por meio do teste Kendall, concordância entre os avaliadores nas correções dos textos gerados pelo TIDE, sendo este dividido em três módulos. O primeiro módulo, pré-teste, foi dividido em dois fatores e o segundo módulo, instrucional, em três fatores. A precisão foi verificada pelo cálculo do Alpha de Cronbach, estando superior a 0,7 para os dois módulos. A análise do terceiro módulo, pós-teste, apontou evolução dos participantes no que diz respeito ao potencial de aprendizagem. O segundo estudo teve como objetivo apresentar dados relacionados com a busca de evidências de validade de estrutura interna com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI). Para este estudo, a unidimensionalidade dos módulos em análise foi comprovada, satisfazendo critério para a realização das análises por meio da TRI. O módulo pré-teste foi ajustado para o modelo logístico de dois parâmetros, com Alpha de Cronbach de 0,8291. Todos os itens apresentaram valores adequados de discriminação, que variaram entre 1,884 e 3,495. A dificuldade dos itens variou de -0,016 a 1,272. O módulo instrucional foi ajustado pelo modelo de resposta gradual de Samejima, apresentando Alpha de Cronbach de 0,91. O modelo ajustado forneceu valores de discriminação considerados adequados para todos os itens. A análise da relação dos módulos do instrumento com as variáveis idade, escolaridade e sexo apontou que não há relação destes aspectos com os itens do TIDE, revelando homogeneidade nas respostas da amostra e independência em relação a estes critérios. O terceiro e último estudo incluiu a busca de evidências de validade com base em critérios externos, considerando o desempenho ortográfico e a cognição, avaliados por meio de um ditado e do WISC-III. Em relação ao critério ortográfico, o módulo pré-teste do TIDE esteve negativamente associado aos erros do ditado, com exceção dos erros relacionados com irregularidades da língua. O módulo instrucional correlacionou-se de forma significativa negativa com os três tipos de erro do ditado. Os resultados apontam que, quanto melhor é o desempenho do sujeito em escrita narrativa, menos erros ortográficos este produzirá em tarefas voltadas à ortografia. Em relação aos aspectos cognitivos, o módulo pré-teste não estave associado aos aspectos cognitivos e de inteligência avaliado pelos subtestes do WISC-III. O módulo instrucional, por sua vez, correlacionou-se de forma significativa positiva com os quatro subtestes do WISC-III. A partir dos resultados apresentados nesta tese, concluiu-se que o Teste Informatizado e Dinâmico de Escrita – TIDE tem robustas evidências de validade com base na estrutura interna, no processo de resposta e em variáveis externas, como desempenho ortográfico cognição.