Navegando por Autor "Reiter, Keli Cristine"
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Item Análise molecular de Staphylococcus aureus resistente à meticilina com heterorresistência à vancomicina oriundos de Porto Alegre(Wagner Wessfll, 2021) Rossato, Adriana Medianeira; d’Azevedo, Pedro Alves; Gomes, Cícero Armídio; Reiter, Keli CristineStaphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é uma das causas mais frequentes de infecções comunitárias e relacionadas a assistência à saúde, cuja principal opção terapêutica é a vancomicina. Contudo, o uso constante desse antimicrobiano contribuiu com a emergência de MRSA com reduzida suscetibilidade à vancomicina (hVISA e VISA), comumente associados com bacteremia persistente, hospitalização prolongada e falha terapêutica. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi analisar as características moleculares de MRSA com heterorresistência à vancomicina oriundos de hospitais de Porto Alegre. Este estudo observacional transversal foi realizado com 217 MRSA isolados entre 2014 e 2019 de hospitais em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A suscetibilidade aos antimicrobianos foi avaliada pelo método de disco-difusão e microdiluição em caldo Mueller-Hinton. A detecção dos genes de resistência e a tipagem do SCCmec foram determinadas por PCR convencional e PCR multiplex, respectivamente. A triagem para hVISA foi conduzida em ágar BHI contendo 6 μg/mL de vancomicina (BHIA-6V) e a confirmação do fenótipo foi determinada através da Análise do Perfil Populacional - Área Abaixo da Curva (PAP-AUC). O tipo de agr e a funcionalidade do sistema do agr foram determinados por PCR multiplex e atividade da delta-hemolisina, respectivamente. A expressão de graSR, vraSR e walKR - TCRS (do inglês Two Component Regulatory Systems) em isolados clínicos de hVISA submetidos a sub-CIM de vancomicina foi quantificada por qRT-PCR. Altas taxas de resistência foram observadas para eritromicina, ciprofloxacino e clindamicina, e baixas taxas para gentamicina, tetraciclina e sulfametoxazol-trimetoprima. Completa suscetibilidade foram verificadas para linezolida e vancomicina. A frequência dos genes de resistência aac(6')/aph(2''), aph(3’)-IIIa, dfrG, ermA e tetM foi alta entre os MRSA. Em contrapartida, baixas taxas foram observadas para os genes ant(4’)-Ia, dfrA, ermB, ermC, linA, linB, msrA, msrB e tetK. Os MRSA SCCmec tipo IV foram mais suscetíveis aos antimicrobianos (p < 0,001). Ao contrário, os MRSA SCCmec tipo III exibiram maior resistência (p < 0,001). Todos os MRSA foram suscetíveis à vancomicina, porém 9,9% apresentaram heterorresistência à vancomicina (hVISA). A proporção de MRSA com CIMVAN ≥ 1,0 μg/mL no agr grupo II foi significativamente maior do que nos grupos I e III (p = 0,002). A disfunção do agr foi observada especialmente em MRSA com CIMVAN ≥ 1,0 μg/mL (p < 0,001). Além disso, a disfunção no agr foi significativa em isolados com o fenótipo hVISA (p < 0,001). Os níveis de transcrição de graSR, vraSR e walKR foram significativamente positiva em quatro, sete e cinco hVISA expostos à vancomicina, respectivamente. Em contraste, três hVISA apresentaram regulação negativa de graSR quando exposto à vancomicina, e os níveis de transcrição de vraSR e walKR foram regulados negativamente em apenas um isolado. Os hVISA 199SA e 203SA apresentaram a expressão gênica regulada positivamente para todos os TCRS testados, e o 68SA exibiu regulação negativa para graSR e walKR TCRS. Os dados do estudo fornecem informações sobre o perfil de resistência de isolados clínicos de MRSA do Sul do Brasil, que concomitante com os dados das condições clínicas dos pacientes, podem contribuir para a tomada de uma decisão clínica mais acertada. Além disso, os dados mostram que a disfunção do sistema agr em MRSA está associado a CIMVAN ≥ 1,0 µg/mL e ao fenótipo hVISA, o que sugere que a disfunção do agr pode conferir vantagens potenciais ao MRSA para a sobrevivência em infecções invasivas. Por fim, a expressão de graSR/ vraSR/ walKR foi variável nos isolados clínicos de hVISA, que reflete a complexidade molecular do fenótipo de heteroressitência à vancomicina.Item Análise molecular de Staphylococcus aureus resistente à meticilina e com reduzida susceptibilidade à vancomicina isolados em Porto Alegre, RS, Brasil(2017) Rossato, Adriana Medianeira; d'Azevedo, Pedro Alves; Reiter, Keli CristineStaphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é uma das causas mais frequentes de infecções relacionadas à assistência à saúde e comunitárias, e com seu avanço, à vancomicina tornou-se a principal opção terapêutica. Entretanto, o seu uso indiscriminado favoreceu o surgimento de MRSA tolerante (VT-MRSA) e com reduzida susceptibilidade à vancomicina (hVISA e VISA), comumente associados com falhas no tratamento, bacteremia persistente, hospitalização prolongada e desfechos clínicos adversos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar as características moleculares de isolados clínicos de MRSA com e sem susceptibilidade reduzida à vancomicina. Este estudo observacional transversal foi realizado com 177 MRSA isolados entre 2012 e 2014 de hospitais em Porto Alegre, RS, Brasil. Para todos os isolados foi determinado o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos, a concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM). A triagem para hVISA foi conduzida em ágar BHI contendo 3 e 6 μg/mL de vancomicina (BHIA-3V e BHIA-6V), e a confirmação do fenótipo foi determinada através da Análise do Perfil Populacional - Área Abaixo da Curva (PAP-AUC). A detecção dos genes de virulência e a tipagem molecular do SCCmec e agr foi realizada por PCR convencional e PCR multiplex, respectivamente. Dos 177 MRSA, 13,6% foram tolerantes e 5,1% heterorresistentes à vancomicina, sendo significativa a presença de hVISA entre os VT-MRSA (p < 0,001). Baixos níveis de resistência foram observados para tetraciclina (22,0%), sulfametoxazol-trimetoprima (27,1%) e rifampicina (31,1%). Porém, em isolados de hVISA estes antimicrobianos demonstraram pior desempenho do que em não-hVISA. Os genes de virulência mais frequentes nos isolados foram hld (90,4%) e hla (87,6%). Entre os VT-MRSA, a presença do SCCmec II foi significativamente maior do que em MRSA (p = 0,025), enquanto o SCCmec III foi predominante entre os MRSA e hVISA. O polimorfismo do agr predominante entre os MRSA, VT-MRSA e hVISA foi do tipo II, sendo significativa a presença deste em VT-MRSA (p = 0,032) e hVISA (p = 0,046). Isolados com agr II e SCCmec II ou III, que são susceptíveis à vancomicina por testes convencionais, poderiam estar associados a falhas no tratamento com vancomicina, talvez porque apresentam reduzida susceptibilidade à vancomicina, não detectada rotineiramente. Nesse contexto, estudos como este são essenciais para a tomada de decisão clínica na escolha do antimicrobiano adequado para o tratamento das infecções causadas por esses microrganismos multirresistentes.Item O impacto do biofilme no perfil de susceptibilidade aos antibióticos e a caracterização dos principais determinantes de sua resistência em Staphylococcus spp(2013) Reiter, Keli Cristine; d'Azevedo, Pedro AlvesStaphylococcus são microrganismos comensais e habitantes da pele humana que emergiram de maneira oportunista, principalmente em infecções associadas à formação de biofilme. O biofilme é uma comunidade de bactérias vivendo em organizadas estruturas e sua presença em infecções crônicas está associada a sua resistência contra antibióticos utilizados para tratamento destas infecções. Essa resistência pode ocorrer principalmente devido à fisiologia e estrutura do próprio biofilme. Este estudo foi desenvolvido com métodos fenotípicos para avaliar a formação de biofilme em Staphylococcus spp, e com a utilização de ferramentas moleculares para avaliar a expressão de genes associados à formação e regulação destes biofilmes. Em ambos os casos, as avaliações se basearam em biofilmes expostos ou não a antibióticos. Foram selecionados isolados de Staphylococcus de pacientes internados no Complexo Hospitalar Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, com bacteremia verdadeira (invasivos) ou colonização de cateter (colonizantes). Dentre 104 Staphylococcus spp, 74 foram invasivos e 89% formaram biofilme, enquanto que 30 eram colonizantes de cateteres e 64% formaram biofilme (p<0,05). Biofilmes maduros de cinco S. aureus resistentes à meticilina foram expostos à vancomicina e rifampicina, e a concentração mínima para erradicar o biofilme foi 64-32.000 e 32-512 vezes maior que para células planctônicas, respectivamente. S. aureus susceptíveis à meticilina foram testados da mesma forma, expostos à vancomicina, eritromicina, oxacilina, gentamicina, rifampicina e tigeciclina. As melhores atividades foram encontradas para vancomicina e tigeciclina, comparado com os demais antibióticos (p<0,05). Dentre S. epidermidis formadores de biofilme, 27 foram submetidos aos mesmos testes citados acima, para diferentes antibióticos incluindo linezolida, que apresentou a melhor atividade (p<0,05). Finalmente, para avaliar a expressão de genes envolvidos na formação e regulação do biofilme, foi utilizada a cepa S. epidermidis RP62A produtora de biofilme e a técnica de qPCR. Houve um aumento de expressão dos genes icaA, atlE e aap após exposição à linezolida, enquanto que não houve alteração para vancomicina. Frente aos resultados, é provável que tigeciclina e linezolida possam atuar de forma mais efetiva contra biofilmes maduros formados por Staphylococcus spp, apesar da erradicação não ter sido evidenciada em isolados clínicos, neste estudo.