PPGHEP - Teses
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Navegando PPGHEP - Teses por Autor "Marroni, Cláudio Augusto"
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Item O Ângulo de Fase como marcador prognóstico associado ao estado nutricional do cirrótico e à gravidade da doença: do modelo clínico ao experimental(2013) Fernandes, Sabrina Alves; Marroni, Cláudio Augusto; Marroni, Norma PossaIntrodução: Uma das complicações inerentes da cirrose é a desnutrição proteicocalórica (DPC) e avaliá-la de forma fidedigna é um desafio à equipe multidisciplinar, devido às características da doença. O ângulo de fase (AF) medido através da bioimpedância elétrica, dentre diversos métodos de avaliação nutricional, se tornou um bom método prognóstico na associação do estado nutricional à injúria celular da cirrose. Um dos sintomas que potencializa esse déficit nutricional é a alteração de paladar, que contribui para carências nutricionais e assim o processo de dano celular aos hepatócitos, formando-se um ciclo vicioso. Objetivos: Identificar, dentre diferentes instrumentos de avaliação nutricional o mais adequado às características físicas e metabólicas do cirrótico associados a DPC e avaliar papilas gustativas na cirrose. Pacientes e métodos: Para identificar o instrumento que apresenta maior associação com a evolução da cirrose, foram avaliados 129 cirróticos prospectivamente e de forma seqüencial. Foram realizadas a avaliação antropométrica, a avaliação subjetiva global, a Força do Aperto de Mão através da dinamometria e a bioimpedância elétrica. Para analise de índice prognóstico através do ângulo de fase, foram avaliados em outro momento,195 cirróticos de diferentes etiologias e associou-se o valor do AF com o estadiamento da doença. Todos os pacientes alocados para o estudo estavam em acompanhamento ambulatorial no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil. Por não ser possível biópsia de língua de pacientes cirróticos para análise de papilas gustativas, foi realizado um estudo experimental com ratos cirróticos, induzidos por tetracloreto de carbono(CCl4). Resultados: No primeiro estudo clínico, o método que acompanhou o estadiamento da doença pelo escore Child-Pugh foi o ângulo de fase através da bioimpedância elétrica. No segundo trabalho, o ângulo de fase mostra-se um importante índice prognóstico, indicando o gênero masculino, ascite e Chile Pugh C como mau prognóstico. No terceiro estudo, animais cirróticos apresentaram deficiência de zinco, diminuição do AF e piora das provas de integridade hepática de igual forma que os pacientes cirróticos. Em ambos os grupos, observou-se imunorreatividade para células neurotransmissoras do gosto (tipo II e III), além de receptores T1R2. Os animais cirróticos não apresentaram imunorreatividade para receptores T1R3, não podendo ser possível a reação química do gosto doce. Pela MEV, o grupo cirrótico apresentou afilamento das papilas gustativas. Os botões gustativos apresentaram alteração estrutural entre os grupos. Houve redução do número de botões gustativos no grupo cirrose. Conclusão: Realizada avaliação nutricional por diferentes métodos, identifica-se o AF como um bom parâmetro diagnóstico e por sua associação com a piora da cirrose e suas comorbidades, mostra-se um importante índice prognóstico, podendo auxiliar na terapia nutricional. O modelo de cirrose experimental por CCl4 viabilizou o estudo nas papilas e botões gustativos, além da avaliação da funcionalidade celular pela bioimpedância elétrica, agregado a uma possível desnutrição protéico calórica e deficiência de zinco, mostrando o mesmo comprometimento do estado nutricional visto em humanos cirróticos. Podendo sugerir que as alterações observadas na língua do animal cirrótico possa explicar a disgeusia reportada pelos pacientes.Item A capacidade funcional, força muscular inspiratória e o consumo de oxigênio predizem a mortalidade em pacientes cirróticos(2016) Galant, Lucas Homercher; Marroni, Cláudio AugustoIntrodução: As doenças hepáticas repercutem nas funções músculo esqueléticas, que interferem negativamente na capacidade de exercício dos pacientes cirróticos. Objetivo: Verificar o Teste da Caminhada dos Seis Minutos (TC6min), Força Muscular Inspiratória (PImáx) e Consumo de Pico de oxigênio (VO2pico) na sobrevida de pacientes cirróticos. Métodos: estudo de coorte prospectivo, composto por 158 pacientes com o diagnóstico de cirrose com as respectivas etiologias: vírus da hepatite C (HCV), vírus da hepatite B (HBV) e cirrose alcoólica (CA). Todos os pacientes realizaram o TC6min, manovacuometria, teste ergométrico (VO2pico) e foram acompanhados por um período de 3 anos. Resultados: participaram do estudo 114 pacientes do sexo masculino e 44 sexo feminino, 94 pacientes do grupo HCV, 52 pacientes do grupo CA e 12 pacientes do grupo HBV. Na análise da sobrevida, os indivíduos que obtiveram a distância percorrida do TC6min <410m apresentaram sobrevida de 55% vs 97% quando comparados com aqueles >410m, p=0,0001. Em relação à PImáx, os indivíduos que ficaram abaixo de - 70 cmH2O apresentaram sobrevida de 62% vs 93%, quando comparados com aqueles acima - 70 cmH2O, p=0,0001. Na comparação do VO2pico aqueles que obtiveram valores abaixo de 17 ml/Kg apresentaram sobrevida de 55% vs 94% quando comparados com valores > 17 ml/Kg, p=0,0001. Conclusão: A distância percorrida no TC6min, PImáx e o consumo de oxigênio são variáveis preditoras de mortalidade em pacientes cirróticos.Item Reabilitação física em pacientes cirróticos com doença compensada: um ensaio clínico randomizado(Wagner Wessfll, 2021) Rossi, Danusa; Marroni, Cláudio Augusto; Galant, Lucas HomercherIntrodução: O exercício físico pode retardar o processo sarcopênico e reverter a perda de força muscular, além de melhorar a qualidade de vida e prognóstico. Objetivo: Verificar os efeitos do exercício aeróbico moderado presencial versus domiciliar na fadiga, força muscular respiratória e periférica, capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes com cirrose compensada. Métodos: Os pacientes selecionados por conveniência, estratificados e randomizados em exercício presencial supervisionado (n=13) e exercício domiciliar sem supervisão diária (n=12), que foram submetidos a um programa de exercícios físicos aeróbicos, com duração progressiva de 30 minutos a uma hora, duas vezes por semana durante doze semanas. Antes de iniciar o programa e a cada quatro semanas, todos os pacientes de ambos os grupos foram avaliados quanto à fadiga (escala de gravidade da fadiga), força muscular respiratória (Pimax e Pemax) e periférica (pico de torque do quadríceps concêntrico), capacidade funcional (distância caminhada de 6 minutos) e qualidade de vida (questionário Short Form-36 Health Survey). Resultados: o grupo presencial apresentou redução da fadiga (p<0,001), aumento da força muscular periférica (p<0,001), da pressão inspiratória máxima (p<0,001), da pressão inspiratória máxima (p<0,001), da capacidade funcional (p<0,001) e da qualidade de vida. O grupo domiciliar não apresentou melhora significativa nas variáveis estudadas. Conclusão: Um programa presencial de exercícios aeróbicos moderados em pacientes com cirrose compensada reduz a fadiga, melhora a capacidade funcional e qualidade de vida, aumenta força muscular respiratória e periférica. Os exercícios físicos domiciliares não provocam os mesmos efeitos adaptativos nesta população.Item Síndrome metabólica pós-transplante hepático: prevalência e fatores associados(2014) Bassani, Lilian; Marroni, Cláudio Augusto; Raimundo, Fabiana ViegasIntrodução: A utilização do transplante hepático como ferramenta terapêutica para pacientes com cirrose descompensada proporcionou o crescimento das taxas de sobrevida. No entanto, um acréscimo substancial de comorbidades, entre elas a Síndrome Metabólica pósTransplante Hepático (SMPTH) tem sido relatada. A identificação da prevalência de SMPTH e dos fatores de risco relacionados ao seu desenvolvimento torna-se relevante para um melhor direcionamento das terapias de prevenção e ou tratamento. Objetivos: Identificar a prevalência de Síndrome Metabólica (SM) e de alterações metabólicas nos pacientes submetidos ao Transplante Ortotópico de Fígado (TOF), além de estabelecer associação destas alterações com os inibidores da calcineurina. Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo realizado a partir da revisão de prontuários de pacientes submetidos ao TOF – por diferentes etiologias - no Complexo Hospitalar Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, em Porto Alegre, Brasil, entre o período de 2000 a 2008. Foram revisados os parâmetros clínicos, laboratoriais e antropométricos nos períodos pré-transplante (avaliação no dia da internação para realização do transplante) e pós-transplante (6 meses, 1o-3oe 5o ano). A SM foi definida segundo os critérios da National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP ATP III) e da International Diabetes Federation (IDF). Resultados: Foram avaliados os dados de 193 pacientes, 63,7% do sexo masculino, com idade média de 51,9+10,5 anos. Ao longo de 5 anos, 62,7% dos pacientes apresentaram SMPTH. Houve um aumento significativo na prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica (6,7% no pré-transplante versus - vs - 57,9% no 5o ano), Diabetes Mellitus - DM- (23,3% n pré-transplante vs 43,9% no 5o ano), Hipertrigliceridemia (7,8% no pré-transplante vs 34,5% no 5o ano), Obesidade (18,7% no pré-transplante vs 22,8% no 5o ano), Insuficiência Renal Crônica - IRC - (38,3% no pré-transplante vs 72,9% no 5o ano). Além das variáveis que fazem parte dos critérios para classificação da SM, idade, ciclosporina e IRC (Taxa de Filtração Glomerular <60mL/min/1.73m2) associaram-se significativamente com SMPTH. O uso de ciclosporina esteve associado no pré-transplante aos escores prognósticos (Child-Pugh C- p=0,022 e MELD> 20 - p=0,018), Hiperglicemia (p=0,035) e DM (p=0,047) - e no póstransplante à Hipertrigliceridemia (p=0,002), Hipercolesterolemia (p<0,001) e ao aumento dos níveis séricos de creatinina (p<0,001). Após o ajuste pelo modelo multivariado de Regressão de Poisson (RP), permaneceram associadas de forma independente com a SMPTH a idade (RP=1,03 - p=0,001), o uso de ciclosporina (RP=1,26 - p=0,049) e obesidade prévia ao transplante (RP=1,35 - p=0,018). Conclusão: Houve um aumento na prevalência de SM, assim como dos seus componentes, de DM e IRC comparando os dados prévios ao transplante hepático com o período de seguimento após o procedimento cirúrgico. Ressalta-se que tais alterações foram observadas de forma precoce, fato que desperta a importância de ações direcionadas para prevenção e ou tratamento das complicações metabólicas, contribuindo para uma menor morbidade entre os pacientes. Estudos prospectivos serão necessários para avaliar o real impacto das comorbidades na sobrevida dos transplantados hepáticos.Item Transfusão de concentrado de hemácias em pacientes submetidos ao transplante hepático: revisão sistemática com meta-análise e estudo observacional(2015) Brum, Dário Eduardo de Lima; Marroni, Cláudio AugustoTransplante de fígado é o tratamento de escolha para pacientes com doença hepática em fase terminal, e o Brasil é o segundo país do mundo em relação ao número de procedimentos realizados por ano. Frequentemente esses pacientes apresentam grande perda sanguínea durante o procedimento, com necessidade de transfusões sanguíneas, tais como concentrado de hemácias. Todavia, a transfusão desses componentes tem sido associada na literatura com aumento de mortalidade e morbidade. Dentre as complicações, destaca-se a infecção, representando prognóstico negativo para os pacientes. Com base no exposto, esta tese teve dois objetivos principais, os quais foram respondidos por meio de dois estudos. Estudo 1: Avaliar, por meio de revisão sistemática da literatura e meta-análise, a relação entre transfusão de concentrado de hemácias transoperatória e infecção no período pós operatório em pacientes submetidos a transplante hepático. O estudo foi desenvolvido de acordo com o PRISMA. Foram incluídas 16 publicações. Estudo 2: Avaliar, por meio de um estudo observacional retrospectivo, a influência da transfusão de concentrados de hemácias no período pós-operatório do transplante hepático. Os desfechos primários foram infecção, tempo total de internação, tempo de UTI e óbito, e os desfechos secundários foram rejeição celular aguda e disfunção primária do enxerto. Os pacientes (n=261) foram divididos em três grupos: (1) sem transfusão; (2) CHL: concentrado de hemácias lavadas; e (3) CHsBC: concentrado de hemácias com remoção do buffy-coat. No primeiro estudo, observou-se que a transfusão de concentrado de hemácias está associada com maior incidência de infecção, e maior o risco quanto mais transfusões. No segundo estudo, pacientes que receberam CHL apresentaram significativamente maior tempo total de internação, internação na UTI e maior incidência de óbito e infecção. Não houve diferença entre pacientes do grupo CHsBC e do grupo sem transfusão. O tempo de armazenamento dos concentrados de hemácias (CHL,CHDsBC) não teve influência nos desfechos analisados. RCA foi encontrada com mais frequência no grupo CHsBC enquanto que a Disfunção primária do enxerto foi associada à transfusão de concentrados de hemácias ( CHL e CHsBC).