Efeito protetor do exercício físico sobre a cardiotoxicidade induzida pela quimioterapia: uma revisão sistemática com metanálise.
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Data
2022
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Editora
Editor Literário
Resumo
Contextualização: O aumento da sobrevida no paciente oncológico tem
determinado uma população em crescente risco de desenvolver doença
cardiovascular induzida por tratamento. Entretanto, evidências para o uso do
exercício físico como profilaxia de cardiotoxicidade são incertas. Objetivo: O
propósito deste estudo foi determinar a efetividade do exercício físico para
prevenir a cardiotoxicidade induzida pela quimioterapia. Bases de dados:
LILACS, MEDLINE/PubMed, SCOPUS e Web of Science sem filtros para ano de
publicação ou idiomas. Seleção de estudos: Os estudos selecionados foram
ensaios clínicos randomizados e não-randomizados que incluíram desfechos de
função cardíaca avaliando a fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) e
índice de global longitudinal strain (GLS) comparando o treinamento físico
concomitante à terapia antineoplásica ao tratamento usual. Síntese de dados:
Quatro estudos foram incluídos, totalizando 137 indivíduos (51,5±8,5 anos). Três
estudos realizaram treino combinado com exercícios resistidos e aeróbicos e um
realizou treinamento aeróbico exclusivo. Todos os estudos foram realizados em
pacientes com câncer de mama. A metanálise dos 4 estudos incluídos não
demonstrou alterações significativas na FEVE (MD: 1.37 [-0,84, 3,59]; p=0,23,
I2: 55%) e no GLS (MD: 0,21 [-0,84, 1,26]; p=0,69, I2: 49%). A capacidade
funcional avaliada através do VO2pico apresentou queda maior no grupo controle
(14%) em relação ao grupo intervenção (5%). Quando avaliado através do teste
de caminhada de 6 minutos, houve redução de 6% no grupo controle no final do
acompanhamento. Limitações: Ensaios clínicos que avaliam o poder
cardioprotetor do exercício físico frente ao tratamento quimioterápico são
escassos e heterogêneos. Conclusões: Os dados desta revisão falham ao tentar
determinar a eventual ação protetora do exercício físico sobre a função cardíaca
nesta fase do tratamento em que a cardiotoxicidade não gera manifestações
ecocardiográficas e/ou clínicas importantes. Entretanto, diante da baixa
incidência de cardiotoxicidade reportada nos dados expostos, foi possível
analisar o papel profilático do exercício na funcionalidade dos pacientes
avaliados, pelo menos no período de seguimento utilizado nos ensaios clínicos
incluídos nesta revisão.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Prevenção e Controle, Terapia preventiva, Exercício corretivo, Terapia com exercício, Agente cardiotóxico, Cardiotoxina, [en] Cardiotoxins