Fatores preditivos para falha do cateter nasal de alto fluxo em pacientes com bronquiolite viral aguda admitidos na unidade de terapia intensiva pediátrica
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Data
2023-12-21
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Resumo
INTRODUÇÃO: A bronquiolite viral aguda (BVA) é a infecção mais comum do trato respiratório em lactentes, é uma das principais causas de hospitalização nos primeiros 12 meses de vida. Nesse contexto, o emprego do cateter nasal de alto fluxo (CNAF) em pediatria tem emergido como uma prática frequente para recuperação da insuficiência respiratória. JUSTIFICATIVA E OBJETIVO: Considerando a escassez de estudos que confirmem a utilização do CNAF em diferentes graus da gravidade da BVA, o presente estudo tem como objetivo identificar fatores preditivos para falha na instalação do cateter nasal de alto fluxo em crianças com diagnóstico de BVA menores de 24 meses admitidos na unidade de terapia intensiva pediátrica. METODOLOGIA: Estudo de coorte retrospectivo unicêntrico com lactantes menores de 24 meses com BVA admitidos na UTI Pediátrica. O desfecho primário foi a falha no tratamento, definida como a transição para ventilação invasiva ou não invasiva. Variáveis analisadas incluíram idade, gênero, peso, parâmetros do CNAF, sinais vitais, fatores de risco, comorbidades, exame de imagem, tempo de uso do cateter, tempo de internação e desfecho clínico. A gravidade da BVA foi avaliada pela Escala de WoodDownes, e o estado funcional pela Functional Status Scale. Essas ferramentas foram aplicadas por fisioterapeutas treinados. RESULTADOS: 162 lactentes com BVA utilizaram CNAF, 17,28% tiveram falha no tratamento. Diferenças significativas entre grupo falha (GF) e sucesso (GS) incluíram idade (p=0,001), peso (p=0,002), gravidade da bronquiolite (p=0,004), fluxo inicial do CNAF (p=0,001) e tempo de uso (p=0,000). Valores de corte para fluxo inicial (≤12 L/min), peso (≤ 5kg) e Wood-Downes (≥ 9 pontos) foram determinados por curvas ROC. O fluxo inicial ≤12 L/min é mais preditivo para falha (AUC=0,71, IC 95%: 0,61-0,84, p=0,001). Análise multivariada indicou que peso foi um fator protetor (RR=0,87, IC95%: 0,78-0,98), tempo de uso reduziu o risco de falha (RR=0,49, IC95%: 0,38-0,64, p=0,000) e Wood-Downes não foi significativo (RR=1,04, IC95% 0,95-1,14, p=0,427). Idade foi excluída devido à alta correlação. Peso explicou 84,7% da variação no fluxo inicial. CONCLUSÃO: Os fatores de risco para a falha da terapia da CNAF em pacientes com bronquiolite incluem idade mais jovem, consequentemente baixo peso e baixo fluxo inicial ofertado. Além disso, se um paciente requerer um escalonamento no suporte respiratório, é mais provável que isso ocorra logo após o início do CNAF
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Insuficiência Respiratória, Bronquiolite, Catéter Nasoenteral, Oxigenoterapia, [en] Respiratory Insufficiency, [en] Bronchiolitis, [en] Nasoenteral Catheter, [en] Oxygen Inhalation Therapy