Atividade leishmanicida de extratos e compostos de espécies de hypericum

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Data
2015
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Resumo
As leishmanioses são doenças infecciosas causadas por parasitos do gênero Leishmania, os quais infectam principalmente macrófagos. A infecção por Leishmania pode causar quatro síndromes: cutânea, cutânea difusa, mucocutânea e visceral. Os quimioterápicos convencionais disponíveis como os antimoniais pentavalentes e a pentamidina apresentam toxicidade elevada, gerando alterações cardíacas e renais, respectivamente. Já a anfotericina B possui elevado custo e alta toxicidade. Devido ao número limitado de fármacos para o tratamento e a inexistência de uma vacina eficaz, é fundamental a pesquisa de novas alternativas terapêuticas. Neste sentido, a atividade antiparasitária de moléculas obtidas de extratos de plantas ou seus óleos têm sido intensamente investigada. O presente trabalho se propõe a investigar a ação leishmanicida de extratos hexânicos e compostos de espécies do gênero Hypericum coletadas em Cusco/Cajamarca no Peru e no Rio Grande do Sul (Brasil) sobre formas promastigostas e amastigotas de Leishmania (Leishmania) amazonensis assim como, avaliar a citotoxicidade dos extratos e compostos sobre macrófagos e hemácias humanas, respectivamente. Assim, formas promastigotas de L. (L.) amazonensis foram distribuídas em placas de 96 poços (3 x 106/poço) e incubadas com meio M199 (controle) ou com diferentes concentrações de extratos ou compostos do gênero Hypericum (15,6-900 g/mL). Após 48 horas de incubação a viabilidade de formas promastigotas foi determinada através da contagem do número de formas promastigotas viáveis em câmara de Neubauer. A viabilidade de macrófagos tratados com diferentes espécies de Hypericum foi determinada pelo ensaio de MTT. Para isto, 2 x 106 células/mL foram incubadas com RPMI (controle) ou com diferentes concentrações das frações de Hypericum (15,6-1000 g/mL). Para testar a atividade leishmanicida dos compostos sobre formas amastigotas, macrófagos foram infectados in vitro com promastigotas de L. amazonensis e estimulados com LPS (10 ng/mL)/IFN- (1 ng/mL) por 48 horas. Esta atividade foi mensurada pela determinação do número de parasitas vivos após incubação com M199 a 26 C e crescimento de promastigotas. Os extratos de H. polyanthemum, H. carinatum e H. linoides mostraram significativa atividade leishmanicida sobre promastigotas com IC50 de 36,12 μg/mL, 64,99 μg/mL e 111,9 μg/mL, respectivamente. Observou-se também que estes extratos foram 4, 1,8 e 1,2 vezes menos tóxicos para macrófagos do que para formas promastigotas, respectivamente. Os compostos carifenona A, uliginosina B, isouliginosina B e japonicina A demonstraram significativa toxicidade sobre formas promastigotas com IC50 de 35,46 μg/mL, 42,65 μg/mL, 43,96 μg/mL e 82,18 μg/mL, respectivamente. O tratamento de macrófagos com LPS/ IFN-, e com diferentes compostos diminuiu a viabilidade de amastigotas intracelulares em quase 100%. Enquanto que a atividade leishmanicida induzida por LPS/IFN- foi anulada pelo tratamento com aminoguanidina, a atividade induzida pelos compostos foi independente da produção de óxido nítrico. Em adição, os compostos mostraram baixa citotoxicidade sobre hemácias. Nossos resultados sugerem que diferentes espécies do gênero Hypericum possuem compostos que causam atividade leishmanicida direta sobre promastigotas, bem como apresentam a capacidade de induzir mecanismos leishmanicidas em macrófagos infectados com Leishmania. Mais estudos são necessários para esclarecer os mecanismos envolvidos na atividade leishmanicida dos compostos de Hypericum.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Leishmania mexicana amazonensis, Atividade leishmanicida, Macrófagos, Óxido Nítrico, Hypericum, [en] Macrophages, [en] Nitric Oxide
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