Ingestão de alimentos ultraprocessados e morbidade respiratória no primeiro ano de vida

dc.contributor.advisorAmantéa, Sérgio Luispt_BR
dc.contributor.advisor-coTietzmann, Daniela Cardosopt_BR
dc.contributor.authorLessa, Samantha Mallmannpt_BR
dc.date.accessioned2023-06-12T19:28:04Z
dc.date.accessioned2023-10-09T16:44:08Z
dc.date.available2023-06-12T19:28:04Z
dc.date.available2023-10-09T16:44:08Z
dc.date.date-insert2023-06-12
dc.date.issued2022
dc.descriptionDissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Pediatria, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.pt_BR
dc.description.abstractIntrodução: A morbidade respiratória engloba uma série de doenças de etiologias infecciosas e alérgicas, capazes de comprometer tanto o trato respiratório superior, quanto inferior. Emergências respiratórias pediátricas estão entre as causas mais frequentes de internação hospitalar e óbitos em crianças menores de 1 ano de idade e alguns fatores tornam as crianças pequenas mais suscetíveis à essas afecções, dentre eles as aglomerações que aumentam os contatos da criança com diferentes agentes infecciosos, o sistema imunológico infantil que está em desenvolvimento em crianças menores de dois anos e o estado nutricional infantil. Objetivo: investigar a relação entre fatores socioeconômicos, nutricionais e morbidade respiratória no primeiro ano de vida. Método: Estudo de caso-controle delineado a partir de dados secundários da pesquisa “Avaliação da efetividade de estratégia para prevenção de consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados no primeiro ano de vida em três Regiões do Brasil: ensaio de campo randomizado”. O estudo foi realizado em três capitais do Brasil (Porto Alegre, Manaus e Salvador), representativas das macro-regiões Sul, Norte e Nordeste. Para cada cidade, pares mãe/neonato foram recrutados nos seguintes hospitais públicos Amigos da Criança: Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, Porto Alegre/RS, Maternidade Moura Tapajós, Manaus/AM, Maternidade Climério de Oliveira, Salvador/BA sendo elegíveis mães primíparas ou multíparas, com idade maior ou igual a 18 anos, parto único hospitalar, com recém-nascidos à termo, sem intercorrências clínicas e sem outras patologias que impedissem a amamentação. Para o presente estudo a variável de interesse foi definida como morbidade respiratória diagnosticada por atendimento médico realizado no primeiro ano de vida. Para os casos, foram consideradas todas as crianças diagnosticadas com as seguintes doenças: asma, bronquite, bronquiolite e pneumonia. Para os controles, as crianças foram distribuídas de acordo com a idade categorizada (< 6 meses e > 6 meses) e para cada base foi realizado, por um estatístico independente, um sorteio aleatório (2 controles para cada caso) entre as crianças que não foram diagnosticadas com doenças respiratórias. Assim, o tamanho da amostra totalizou 222 crianças. Foram realizadas análises bivariadas para avaliar associação entre as variáveis e o desfecho, calculando-se as Razões de Chance e respectivos intervalos de confiança, utilizando Regressão Logística, sendo todas as análises executadas no software R, versão 4.1.3, considerando um nível de significância de 5%, ou seja, um p-valor < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: De maneira geral, 52,7% da amostra foi composta por crianças do sexo feminino, com mães predominantemente na faixa etária de até 30 anos (61,5%) sendo que a grande maioria das crianças conviviam com menos de 6 pessoas (72,1%) e a renda familiar (per capita) era de até 3 salários mínimos (76,1%). O Tabagismo materno e o aleitamento materno apresentaram significância estatística quanto ao desfecho, estando as crianças de mães que fumam ou já fumaram com chance 2,12 vezes maior de desenvolver infecção respiratória (p-valor = 0,024). No caso do aleitamento materno, crianças com aleitamento inferior a 6 meses apresentaram 2,05 vezes a chance de doença respiratória do que as crianças com aleitamento igual ou superior a 6 meses (p-valor = 0,036). O centro de coleta também mostrou associação significativa com o desfecho, tendo os centros Nordeste e Norte se mostrado como um fator de proteção para morbidades respiratórias, com as razões de chance de 0,15 [0,06-0,33] e 0,38 [0,18-0,77], respectivamente. Ultraprocessados de maneira geral não apresentaram associação significativa, mas o baixo número de não-consumidores compromete uma análise mais robusta dessa variável. Outros fatores também não estavam associados à ocorrência de doença respiratória. Conclusão: O consumo precoce de alimentos ultraprocessados não esteve associado à morbidade respiratória. Entretanto tal achado deve ser interpretado com cautela, uma vez que o consumo precoce de alimentos ultraprocessados ocorreu em mais de 80% da amostra estudada, fator que limita o poder de comparação da amostra. Constatou-se que o tabagismo materno e a baixa duração do aleitamento materno, foram determinantes para o desfecho de morbidade respiratória em crianças menores de 12 meses. Da mesma forma, crianças que residiam no Centro de estudo da Região Sul foram mais expostas ao desfecho que às residentes nos Centros Norte e Nordeste.pt_BR
dc.description.abstract-enIntroduction: Respiratory morbidity encompasses a series of diseases of infectious and allergic etiologies, capable of compromising both the upper and lower respiratory tract. Pediatric respiratory emergencies are among the most frequent causes of hospitalization and deaths in children under 1 year of age, and some factors make young children more susceptible to these conditions, including crowds that increase the child's contact with different infectious agents, the infant immune system that is developing in children under two years of age and the infant's nutritional status. Objective: to investigate the relationship between socioeconomic and nutritional factors and respiratory morbidity in the first year of life. Method: case-control using secondary data from the study “Evaluation of the effectiveness of a strategy to prevent the consumption of sugar and ultra-processed foods in the first year of life in three regions of Brazil: randomized field trial”, carried out in three Brazilian capitals, Porto Alegre/RS, Manaus/AM and Salvador/BA, with mother/neonate pairs, recruited from public hospitals, child-friendly: Hospital Maternal and Infant Presidente Vargas, Maternity Moura Tapajós and Maternity Climério de Oliveira, respectively, being eligible primiparous or multiparous mothers , aged 18 years or older, single hospital delivery, with full-term newborns, without clinical complications and without other pathologies that prevent breastfeeding. For controls, children were distributed according to categorized age (< 6 months and > 6 months) and, for each base, an independent statistician carried out a random selection (2 controls for each case) among children who did not were diagnosed with respiratory diseases. Thus, the sample size totaled 222 children. Bivariate analyzes were performed to investigate the association between the variables and the outcome, calculating the Odds Ratios and respective confidence intervals, using Logistic Regression. All analysis were performed in the R software, version 4.1.3, considering a level of significance 5%, that is, a p-value < 0.05 was considered statistically significant. Results: In general, 52.7% of the sample consisted of female children, with mothers predominantly up to 30 years old (61.5%) and the vast majority of children lived with less than 6 people ( 72.1%) and family income (per capita) was up to 3 minimum wages (76.1%). Maternal smoking and breastfeeding were statistically significant regarding the outcome, with children of mothers who smoke or who had smoked with a 2.12 times greater chance of developing respiratory infection (p-value = 0.024). In the case of breastfeeding, children who were breastfed for less than 6 months were 2.05 times more likely to have respiratory disease than the ones who were breastfed for 6 months or more (p-value = 0.036). The collection center also showed a significant association with the outcome, with the Northeast and North regions being shown to be a protective factor for respiratory morbidities, with odds ratios of 0.15 [0.06-0.33] and 0 .38 [0.18-0.77], respectively. Ultra-processed foods in general did not show a significant association, but the low number of non-consumers compromises a more robust analysis of this variable. Other factors were also not associated with the occurrence of respiratory disease. Conclusion: Early consumption of ultra-processed foods was not associated with respiratory morbidity. However, this finding should be interpreted with caution, since the early consumption of ultra-processed foods occurred in more than 80% of the sample studied, a factor that limits the power of comparison of the sample. It was found that maternal smoking and the short duration of breastfeeding were determinants for the outcome of respiratory morbidity in children younger than 12 months. Likewise, children who lived in the South Region were more exposed to the outcome than those who lived in the North and Northeast Centers.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/2117
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.relation.requiresTEXTO - Adobe Readerpt_BR
dc.rightsAcesso Aberto Imediatopt_BR
dc.subjectInfecção respiratória agudapt_BR
dc.subjectUltraprocessadopt_BR
dc.subjectAleitamento Maternopt_BR
dc.subject[en] Breast Feedingen
dc.titleIngestão de alimentos ultraprocessados e morbidade respiratória no primeiro ano de vidapt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
Arquivos
Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
[DISSERTAÇÃO] Lessa, Samantha Mallmann (C).pdf
Tamanho:
479.86 KB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:
Texto completo