Impacto de um programa de atualização em alimentação infantil para profissionais de saúde em desfechos dietéticos, antropométricos e de saúde entre crianças de baixa condição socioeconômica

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2018
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Resumo
Objetivos: O objetivo geral desta tese foi avaliar o impacto de um programa de atualização em alimentação infantil para profissionais de saúde em desfechos dietéticos, antropométricos e de saúde entre crianças de baixa condição socioeconômica. Assim, desenvolveram-se três artigos científicos que objetivaram: 1) Avaliar o impacto de um programa de atualização em alimentação infantil para profissionais de saúde na prevalência de constipação entre crianças aos seis anos de idade; 2) Verificar o impacto de um programa de atualização em alimentação infanti, para profissionais de saúde no consumo de energia e adiposidade entre crianças aos seis meses, doze meses, três anos e seis anos de idade; 3) Identificar o período critíco de ganho de peso excessivo em crianças de até seis anos de idade e verificar a associação entre o momento de maior ganho de peso e padrões dietéticos precedentes. Métodos: O estudo original foi um ensaio de campo randomizado em Unidades de Saúde (US), na cidade de Porto Alegre, Brasil. As US foram alocadas nos grupos intervenção (n=9) ou controle (n=11). Nas unidades intervenção, os profissionais de saúde participaram de sessões de treinamento, baseado nos “Dez Passos para uma Alimentação Saudável para Crianças Menores de Dois Anos”. Gestantes no último trimestre de ambos os grupos foram identificadas, convidadas a participar e inscritas no estudo como mães em potencial para receber o aconselhamento dietético, fornecido por meio dos profissionais de saúde. Foram realizadas visitas domiciliares aos seis meses, doze meses, três anos e seis anos de idade das crianças. Dados dietéticos e antropométricos foram coletados em todas as idades. Aos seis anos, foi realizado questionário para avaliação de constipação funcional. Resultados: 1) Aos seis anos de idade, a probabilidade de ter constipação funcional foi 38% menor no grupo intervenção (RP = 0,62; IC95% 0,44-0,87; P<0,01), quando comparado ao grupo controle. 2) O consumo de energia não diferiu entre os grupos intervenção e controle aos seis e doze meses de idade. Aos três anos, as crianças do grupo de intervenção consumiram menos calorias quando comparadas àquelas do grupo controle (IC95% -154,3 a -30,8; P=0,03). Também encontramos menor consumo de energia provenientes de biscoitos (Diferença média -22.2kcal/dia; IC95% -40.6 a -3.7; P=0.02) e chocolate em pó (Diferença média -17.5kcal/dia; IC95% -30.2 a -4.8; P<0,01) nas crianças do grupo de intervenção aos três anos de idade e novamente aos seis anos (Diferença média -22,2kcal/dia; IC95% -40,6 a -3,7 e Diferença média - 13,0kcal/dia; IC95% -22,6 a 3,3, P<0,05, respectivamente). Em relação à antropometria, as diferenças significativas entre os grupos foram encontradas aos seis anos. Os valores de circunferência da cintura (Diferença -1,3cm; IC95% -2,7 a -0,0; P = 0,04), dobras cutâneas tricipital e subescapular (Diferença -1,3mm; IC95% -2,5 a -0,0; P = 0,04 e Diferença -1,3 mm, IC 95% - 2,6 a -0,0, P = 0,04, respectivamente) foram menores para as crianças do grupo de intervenção. 3) A maior prevalência de ganho de peso excessivo ocorreu no segundo semestre de vida, sem diferença entre intervenção ou controle. Aos seis meses, receber leite materno foi protetor contra o ganho de peso excessivo entre seis e doze meses. Ao passo que padrões alimentares não saudáveis na mesma idade estavam associados a um risco aumentado de ganho de peso excessivo. Conclusões: O treinamento de profissionais de saúde para promover práticas alimentares adequadas para lactentes foi eficaz na redução da prevalência de constipação e de indicadores de adiposidade aos seis anos de idade. Futuras intervenções devem focar na redução de ingestão excessiva de alimentos com alta densidade energética no início da vida para combater o consumo excessivo de calorias, como uma estratégia potencial para prevenir a obesidade infantil.
Descrição
Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Crianças, Antropometria, Consumo de Alimentos, Ingestão de Energia, Ensaio Clínico Controlado Randomizado, [en] Child, [en] Anthropometry, [en] Food Consumption, [en] Energy Intake, [en] Randomized Controlled Trial
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