Da COVID-19 à sepse: um estudo retrospectivo

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Data
2022
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Resumo
Objetivo: Descrever a progressão da sepse em pacientes críticos com COVID- 19 usando o escore SOFA e investigar sua relação com a mortalidade pela doença. Métodos: 3 pesquisadores coletaram e analisaram dados clínicos e laboratoriais retrospectivos encontrados em prontuários eletrônicos de todos os pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva exclusiva para COVID-19 grave de março de 2020 a outubro de 2020. Uma segunda amostra foi colhida a partir de um repositório de dados aberto por meio da iniciativa COVID-19 DataSharing/BR, uma parceria público-privada pioneira para publicar dados abertos sobre pacientes brasileiros com COVID-19. Regressão logística de efeitos mistos foi usada para avaliar marcadores de predição de mortalidade, enquanto as curvas de sobrevida de Kaplan-Meier foram utilizadas para comparar a mortalidade entre os grupos de pacientes. Modelos de riscos proporcionais de Cox foram usados para estratificar ainda mais a associação de mortalidade entre as variáveis. Resultados: Foram analisados no total 73 pacientes em uma amostra proveniente da Santa Casa de Misericordia de Porto Alegre. A análise temporal desta amostra da progressão da sepse relacionada ao COVID-19 indica diferentes graus e tempo entre diferentes disfunções orgânicas ao longo do tempo. Sepse-3 Disfunção Cardiovascular caracterizada por hipotensão grave somada ao uso de qualquer droga vasopressora foi o único parâmetro associado ao óbito hospitalar durante os primeiros 5 dias de internação (OR 2,19, 1,14 – 4,20; p= 0,01). Na segunda amostra, foram analisados 53.674 pacientes de dois sistemas prestadores de serviços de saúde – Complexo Hospitalar Sírio Libanês e Complexo Hospitalar Beneficiência Portuguesa localizados na cidade de São Paulo, Brasil A curva de sobrevida de Kaplan Meier não indicou diferença entre pacientes com e sem hiperlactatemia (p= 0,38). O modelo de risco proporcional de Cox para análise multivariada não apresentou risco aumentado de morte (OR 1,06; 0,91 − 1,2). Conclusões: Na primeira amostra, o aumento do escore de disfunção cardiovascular Sepsis-3, caracterizado como hipotensão associada ao uso de drogas vasopressoras nos primeiros dias de internação na UTI, está relacionado à maior mortalidade em pacientes com COVID-19 e pode ser uma ferramenta útil de predição prognóstica. Na segunda amostra, o lactato sérico não mostrou nenhuma associação estatisticamente significativa que justifique seu uso como biomarcador de predição prognóstica no rastreamento de pacientes com COVID- 19.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Sepse, COVID-19, SARS-CoV-2, Cuidado Intensivo, [en] Sepsis, [en] Critical Care
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