Qualidade de movimento e desempenho motor no movimento de alcance de membro superior após AVC

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2022
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Resumo
Introdução: O deslocamento anterior do tronco excessivo durante a tarefa de alcance é uma estratégia motora comum após o Acidente Vascular Cerebral (AVC) que visa compensar a extensão limitada do cotovelo. Em indivíduos pós-AVC, as estratégias de compensação na tarefa de alcançar a frente são bem descritas na literatura. No entanto, até o momento, nenhum estudo investigou o quanto a extensão do cotovelo e o deslocamento do tronco determinam a qualidade do movimento e o perfil de velocidade durante toda a trajetória do movimento de alcance em indivíduos com diferentes níveis de comprometimento motor. Objetivo: Investigar o quanto a extensão de cotovelo e o deslocamento anterior de tronco influenciam durante toda a trajetória do movimento de alcance em indivíduos com diferentes graus de comprometimento motor após AVC. Métodos: 40 participantes pós-AVC foram divididos nos grupos grave (n=21) e leve/moderado (n=19). O desempenho motor e a qualidade do movimento durante o alcance de membro superior foram avaliados pela Análise Cinemática e comparados por Equação de Estimativa Generalizada. A medida estatística paramétrica (SPM) com o teste T de duas amostras foi utilizada para analisar toda a trajetória do movimento durante a análise cinemática dos movimentos de tronco e de cotovelo. Resultado: Analisando toda a amostra, em relação ao desempenho motor, o tempo total do ciclo de movimento teve correlação moderada com a extensão de cotovelo (-0,420) e com o deslocamento anterior de tronco (0,503). O perfil de velocidade teve correlação apenas com a extensão de cotovelo, sendo velocidade na fase ida (0,487), na fase de retorno (0,408) e pico de velocidade (0,413). Quanto a qualidade do movimento, as duas variáveis de suavidade correlacionaram-se com a extensão de cotovelo - jerk (-0,320) e Número de Unidades de Movimento (NMU) (-0,472) - e com o deslocamento de tronco – jerk (0,382) e NMU (0,614). De acordo com a regressão, apenas a extensão de cotovelo influenciou o perfil de velocidade (25,6%). Apenas o deslocamento de tronco predisse 33,7% da qualidade de movimento. Os indivíduos com comprometimento motor grave apresentaram pior movimento de cotovelo e tronco durante o primeiro terço da fase de ida e em todas as fases de ajuste do movimento de alcance comparados aos indivíduos leve/moderado. Conclusão: Melhorar a extensão de cotovelo irá impactar positivamente no desempenho motor de indivíduos pós-AVC, independente do grau de comprometimento. Evitar o uso excessivo de tronco levará à um movimento de alcance mais suave e preciso, com mais qualidade de movimento. Especialmente em indivíduos com comprometimento motor grave, a reabilitação deverá ser focada na melhora da extensão de cotovelo durante a metade da fase de ida e todas as fases de ajuste do movimento de alcance de MS.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Acidente Vascular Cerebral (AVC), Movimento de Alcance de Membro Superior, Desempenho Psicomotor, Qualidade de Movimento, [en] Stroke, [en] Psychomotor Performance
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