Eventos adversos em pós-operatório cardíaco em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica
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Data
2023
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: Crianças submetidas a cirurgia cardíaca possuem alto risco de
morbidade e mortalidade. Desse modo, é necessário identificar e quantificar fatores
do pós-operatório imediato que possam indicar os desfechos a curto e longo prazo. A
ocorrência de eventos adversos (EA) está associada a piores desfechos e aumento
de morbidade e mortalidade. A taxa de mortalidade de pacientes submetidos a
cirurgias cardíacas varia entre as instituições, refletindo o potencial de melhorias na
qualidade assistencial por meio da identificação e da atenuação de fatores de risco
associados a piores desfechos. Objetivo: Analisar a ocorrência de EA e fatores de
associação em pós-operatório cardíaco na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica
(UTIP) do Hospital da Criança Santo Antônio. Método: Coorte histórica dos primeiros
7 dias de pós-operatório de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca de abril a
dezembro de 2019 por meio de revisão de prontuários hospitalares e que internaram
em UTIP. Revisão das características demográficas, clínico-laboratoriais e escores de
gravidade dos pacientes e de 9 eventos que foram agrupados em cirúrgicos, não cirúrgicos e relacionados a dispositivos. Resultados: 238 prontuários preencheram
os critérios de inclusão do estudo. Em 110 pós-operatórios (46,2 %) ocorreu pelo
menos 1 EA e o número total de eventos foi 193 (81%). O EA de maior número foi
complicação com cateteres venosos seguido por parada cardíaca, sangramento e
reexploração cirúrgica. Idade e peso menores, o índice pediátrico de mortalidade
(PIM-2) e escore vasoativo-inotrópico (VIS) mais elevados, escore de risco ajustado
para cirurgia cardíaca congênita (RACHS-1) RACHS-1 3 e 4, fechamento tardio do
esterno, tempo de circulação extracorpórea (CEC) e clampeamento aórtico maiores
foram associados a EA com significância estatística. Na análise univariada, VIS ≥ 20,
RACHS-1 ≥ 3, idade ≤ 24 meses, PIM-2 ≥ 5, CEC ≥ 120 min e clampeamento aórtico
≥ 30 min foram estatisticamente significantes com a ocorrência de evento. Na análise
multivariável, VIS ≥ 20 (OR 2,90, p 0,004) e RACHS-1 ≥ 3 (OR 2,11, p 0,019) mostram se relevantes e com significância estatística, enquanto idade e esterno aberto
possuem apenas tendência a essa associação. Considerando a previsão de
ocorrência de eventos adversos a partir dos valores de VIS e de RACHS-1, a área sob
a curva mostrou valor de 0,73 (95% IC: 0,66 – 0,79). Conclusão: A ocorrência de EA
mostrou-se presente em número expressivo na população estudada. Os eventos
relacionados a dispositivos foram os mais frequentes. Os escores VIS e RACHS-1
foram relevantes para predizer a ocorrência de eventos adversos em pós-operatório
cardíaco.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Pediatria, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Segurança do Paciente, Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos, [en] Patient Safety, [en] Intensive Care Units, Pediatric, [en] Cardiac Surgical Procedures