Perda gestacional em perspectiva: vivências de luto parental

dc.contributor.advisorLevandowski, Daniela Centenaro
dc.contributor.authorSantos, Priscilla Andrewns dos
dc.date.accessioned2022-05-10T18:50:54Z
dc.date.accessioned2023-10-09T19:04:00Z
dc.date.available2022-05-10T18:50:54Z
dc.date.available2023-10-09T19:04:00Z
dc.date.date-insert2022-05-10
dc.date.issued2021
dc.descriptionDissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.pt_BR
dc.description.abstractA perda gestacional (PG) apresenta repercussões particulares, sendo o não reconhecimento social e o despreparo das equipes de saúde para lidar com essa situação atravessamentos que podem acarretar um processo de luto complexo e singular. A literatura evidencia modos distintos de vivência da PG por homens e mulheres, embora ainda sejam escassos os estudos a partir da perspectiva masculina. Esta Dissertação objetiva compreender a experiência de homens e mulheres que compartilharam uma PG, suas repercussões e possíveis diferenças no seu processo de luto, assim como o cuidado oferecido pelos profissionais de saúde. Para isso, realizou-se um estudo teórico para refletir sobre o cuidado destinado a pais e mães em situação de PG pelos profissionais de saúde, com base no conceito de Ética do cuidado de Figueiredo (2007/2011) e de conceitos psicanalíticos relacionados. Ainda, realizou-se um estudo empírico qualitativo, com delineamento de estudo de casos múltiplos (Yin, 2005), para investigar as repercussões e as diferenças na vivência de PG e no processo de luto de homens e mulheres que vivenciaram uma PG nos últimos 12 meses. Os participantes completaram uma Ficha de Dados Sócio-Demográficos e Clínicos, o Brief Symptom Inventory e a Escala de Luto Perinatal, para a sua caracterização, sendo após realizada uma entrevista semiestruturada individual. O estudo teórico concluiu que a ausência de cuidados satisfatórios diante uma vivência de PG pode ser sentida tanto como invasão quanto como negligência, ambas configurando uma experiência de descuido. Apontou também que o cuidado e a assistência oferecidos aos pais e mães não deve estar centrado apenas nos aparatos técnicos e na atenção aos aspectos físicos, englobando outras esferas, como o olhar humanizado, a empatia e o acolhimento emocional dos envolvidos, com o fornecimento de apoio de diferentes formas (técnico, emocional e social). Já o estudo empírico evidenciou distintas repercussões e caminhos encontrados por homens e mulheres para a vivência do luto decorrente de uma PG, influenciados pela característica particular da vivência corporal da gestação e da PG na mulher. Essa característica mostrou-se um importante demarcador dessas diferentes experiências, pautadas em processos psíquicos singulares e na compreensão social de que a diferença corporal acarretaria uma disparidade na dupla conjugal em relação à dor e ao sofrimento. A percepção de que a vivência de PG é mais sofrida nas mulheres impactou em maior silenciamento e em luto encoberto nos homens. Observou-se neles comportamentos de evitação do sofrimento e um maior tempo de negação frente à notícia da PG. Nas mulheres, evidenciou-se maior necessidade de falar sobre a perda e abertura para trocas e busca de apoio. Culpa e isolamento social foram observados em ambos, com modos e objetivos distintos. A forma como o parto aconteceu, incluindo o cuidado das equipes de saúde, evidenciou desdobramentos singulares, atenuando ou complicando a vivência da PG. Verificou-se, ainda, que a flexibilidade de papéis de apoio entre o casal, o sentir-se mãe/pai mesmo após a morte do filho, a espiritualidade como forma de atribuição de sentido e a presença de rituais de despedida e movimentos simbólicos facilitaram o processo de elaboração e (re)significação da PG.pt_BR
dc.description.abstract-enPregnancy loss (PL) has particular repercussions, with the lack of social recognition and the unpreparedness of health teams to deal with the situation, crossings that can lead to a complex and unique grief process. The literature shows different ways of experiencing PL by men and women, although studies that include the male perspective are still scarce. This Master Thesis aims to understand the experience of men and women who shared a PL, its repercussions and possible differences in their grieving process, as well as the care provided by health professionals. For this, a theoretical study was carried out to reflect on the care provided to these fathers and mothers in PL situations by health professionals, based on the concept of Ethics of Care by Figueiredo (2007/2011) and other related psychoanalytic concepts. Furthermore, a qualitative empirical study was carried out, with a multiple cases study design (Yin, 2005), to investigate the repercussions and differences in the experience of PL and in the grieving process of men and women who experienced a PL in the last 12 months. Participants completed a Socio-Demographic and Clinical Data Sheet, the Brief Symptom Inventory and the Perinatal Grief Scale to characterize the sample, after which an individual semi structured interview was carried out. The theoretical study concluded that the absence of satisfactory care in the face of an experience of PL can be felt as both an invasion and negligence, both configuring an experience of carelessness. It also pointed out that the care and assistance offered to parents in this context should not be centered only on technical devices and attention to physical aspects, encompassing other spheres, such as the humanized look, empathy and emotional welcoming of those involved, with the provision of support in different ways (technical, emotional and social). The empirical study, on the other hand, evidenced distinct repercussions and paths found by men and women for the experience of mourning resulting from a PL, influenced by the particular characteristic of the gestational experience and the PL being corporeal in women. This characteristic was shown to be an important demarcator of these different experiences, based on unique psychic processes and on the social understanding that this bodily difference would lead to a disparity in the marital couple in relation to pain and suffering. The perception that the experience of PL is more painful in women resulted in greater silencing and in a covert mourning in men. It was observed in them behaviors to avoid suffering and a longer time of denial when faced with the news of loss. Among women, there was a greater need to talk about the loss and openness to exchanges and search for support. Guilt and social isolation were observed in both, with different modes and goals. The way in which childbirth takes place, including the care provided by the health teams, showed unique consequences, attenuating or complicating the experience of PG. It was also found that the flexibility of support roles between the couple, the feeling of mother/father even after the child's death, spirituality as a way of attributing meaning and the presence of farewell rituals and symbolic movements facilitated the process of elaboration and (re)signification of PL.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/1843
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.publisherWagner Wessfllpt_BR
dc.relation.requiresTEXTO - Adobe Readerpt_BR
dc.rightsAcesso Aberto Imediatopt_BR
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/*
dc.subjectPerda Gestacionalpt_BR
dc.subjectÓbito Fetalpt_BR
dc.subjectLuto Parentalpt_BR
dc.subjectAssistência à Saúdept_BR
dc.subjectParentalidadept_BR
dc.subject[en] Fetal Deathen
dc.subject[en] Delivery of Health Careen
dc.subject[en] Parentingen
dc.titlePerda gestacional em perspectiva: vivências de luto parentalpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
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